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# Ciências da saúde# HIV/AIDS

Melhorando a Notificação de Reações Adversas a Medicamentos na Tanzânia

Estudo mostra que SMS pode aumentar a conscientização e o relato de ADR entre pacientes com HIV.

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O vírus da imunodeficiência humana (HIV) ainda é um grande problema de saúde. Na Tanzânia, mais da metade das pessoas entre 15 e 65 anos que vivem com HIV sabem do seu estado. A maioria dessas pessoas que sabem sua situação está recebendo um medicamento chamado terapia antirretroviral (TAR). Porém, a TAR não cura o HIV; ela só ajuda a controlar o vírus. As pessoas precisam tomar a TAR todo dia. Embora a TAR seja útil, pode causar efeitos colaterais que não são bons para a saúde. Esses efeitos colaterais, conhecidos como Reações Adversas a Medicamentos (RAMs), podem afetar tanto a saúde das pessoas quanto o sistema de saúde.

As RAMs podem ser leves ou graves e podem acontecer com qualquer um que tome medicamento. As reações podem variar de pessoa para pessoa devido a várias razões, incluindo genética. Muitas pessoas com HIV também têm outras doenças, como tuberculose (TB) ou diabetes. Isso pode aumentar o risco de efeitos colaterais graves quando elas tomam vários medicamentos. É importante coletar informações sobre as RAMs para melhorar os planos de tratamento, e esses dados devem vir de sistemas de monitoramento de saúde.

Questões Atuais na Notificação de RAMs

Na Tanzânia, o sistema atual para coletar dados sobre RAMs não é muito eficaz. Todas as reações, sejam esperadas ou inesperadas, são reportadas usando formulários especiais. No entanto, a quantidade de Relatórios é muito baixa em comparação ao que é necessário. Por exemplo, apenas um relatório é feito para cada um milhão de pessoas na Tanzânia, enquanto a média da Organização Mundial da Saúde é 200 relatórios. Existem muitos desafios para fazer com que os trabalhadores da saúde e as pessoas que vivem com HIV relatem as RAMs.

Uma possível solução é usar celulares, que são muito usados na Tanzânia. Muitos estudos sugerem que usar ferramentas digitais, como mensagens de texto (SMS), pode ajudar as pessoas a aprender mais sobre como relatar RAMs e lembrá-las de fazer isso.

Desenho do Estudo e Objetivo

Este estudo tinha como objetivo verificar se o uso de SMS poderia aumentar a conscientização e a notificação de RAMs na Tanzânia. Queríamos descobrir como o sistema de SMS funcionava e se as pessoas aceitavam. Para isso, acompanhamos o número de SMS enviados, recebidos e respondidos ao longo de um ano. Também perguntamos aos Participantes o que achavam de usar SMS para relatar RAMs.

Área do Estudo e Participantes

Os participantes foram selecionados em duas clínicas na região do Kilimanjaro, na Tanzânia. Uma era um hospital zonal maior e a outra um centro de saúde menor. Focamos em dois grupos: pessoas que vivem com HIV e trabalhadores da saúde que as atendem. Para participar do estudo, as pessoas precisavam ter entre 18 e 65 anos, estar confirmadas como portadoras de HIV, e saber ler e escrever SMS. Elas também precisavam estar em tratamento com TAR há mais de três meses. Um total de 100 pessoas vivendo com HIV participou do estudo.

Sistema de SMS para Relatórios

Um sistema de SMS foi criado para enviar mensagens aos participantes a cada duas semanas. Depois de se inscrever, os participantes receberam uma mensagem de boas-vindas explicando a importância de relatar quaisquer efeitos colaterais. Eles foram então perguntados sobre como estavam se sentindo. Se respondessem que não estavam bem, recebiam informações sobre como relatar os sintomas. Os participantes tinham diferentes maneiras de relatar suas RAMs, como preencher um formulário na web, completar um formulário na clínica, receber uma ligação de um trabalhador da saúde ou visitar a clínica para relatar.

Métodos de Coleta de Dados

Uma vez que os participantes se inscreveram no estudo, coletamos suas informações básicas e detalhes sobre seu tratamento de HIV. Seguimos cada vez que eles visitavam a clínica. Entrevistas qualitativas também foram feitas no final do estudo para obter opiniões dos trabalhadores da saúde e dos participantes sobre o sistema de SMS.

Resultados do Sistema de SMS

Durante o período do estudo, enviamos 105 mensagens de acompanhamento perguntando aos participantes se tinham sentido algum efeito colateral. Muitos responderam, com um número significativo mostrando disposição para relatar seus sintomas. A maioria dos participantes preferiu relatar RAMs durante as visitas à clínica em vez de online, contrastando com nossas expectativas de que a rota online seria mais popular.

Experiência e Aceitação do Sistema de SMS

Os participantes relataram uma experiência positiva com o sistema de SMS. Muitos acharam o conteúdo claro e fácil de entender. Os lembretes os fizeram sentir que eram cuidados, incentivando-os a relatar os efeitos colaterais. Os participantes expressaram satisfação com a frequência das mensagens, indicando que gostaram de receber comunicação regular do sistema.

Os trabalhadores da saúde também apreciaram o sistema de SMS. Eles notaram que ajudou a melhorar a comunicação com os pacientes e aumentou a conscientização sobre as RAMs. Alguns relataram que isso permitiu que eles acompanhassem os pacientes de forma mais eficaz.

Desafios no Uso do Sistema de SMS

Embora o sistema de SMS tenha sido em grande parte bem-sucedido, houve alguns desafios. Alguns participantes enfrentaram dificuldades com a cobertura de rede ruim, o que atrasou as respostas dos SMS. Outros expressaram preocupações sobre compartilhar celulares com membros da família, temendo que isso pudesse expor seu estado de saúde. Alguns acharam o processo de reportar via SMS complicado ou o viam como um incômodo, embora os trabalhadores da saúde tentassem explicar os benefícios.

Principais Descobertas sobre os Relatórios de RAM

Durante o estudo, diferentes tipos de efeitos colaterais foram relatados, principalmente problemas gastrointestinais como diarreia. As descobertas foram semelhantes às de outros estudos na Tanzânia, confirmando que algumas reações tendem a ser comuns entre diferentes pacientes. Participantes que estavam em tratamento há mais tempo eram mais propensos a relatar RAMs, sugerindo que a experiência com medicamentos poderia levar a uma maior conscientização sobre os efeitos colaterais.

Limitações do Estudo

Este estudo teve algumas limitações. Foi um estudo piloto conduzido em um curto período de tempo com um número pequeno de participantes, o que significa que os achados não podem ser aplicados a todos na comunidade. Estudos futuros devem envolver mais participantes e analisar o sistema por um tempo mais longo para avaliar sua eficácia.

Além disso, não conseguimos confirmar se os sintomas relatados foram realmente causados pelo medicamento ou se foram devido à própria doença, já que não realizamos testes médicos. Pesquisas futuras devem incluir checagens de saúde para aqueles que relatam efeitos colaterais.

Conclusão

No geral, o estudo mostrou que usar SMS poderia aumentar efetivamente a conscientização sobre o relato de reações adversas a medicamentos. O sistema foi bem recebido por participantes e trabalhadores da saúde, levando a uma melhor comunicação e interação. A maioria dos participantes se sentiu motivada pelos lembretes de SMS a relatar seus efeitos colaterais, e a maioria teve uma experiência positiva com o sistema. Esse método é de baixo custo e tem o potencial de melhorar os resultados de saúde na comunidade. Os resultados deste estudo piloto podem ajudar a guiar estudos maiores para avaliar ainda mais o impacto do sistema de SMS na notificação de RAMs e possivelmente implementá-lo em outras regiões.

Fonte original

Título: Increasing Awareness of the Importance of Reporting Adverse Drug Reactions of Antiretroviral Drugs Among Adults Living with HIV in Moshi, Tanzania: A Pilot Study on Using SMS Reminders for Reporting

Resumo: IntroductionIn Sub-Saharan Africa, there are knowledge gaps on adverse drug reactions (ADRs) of antiretroviral treatment (ART). Studies have shown that limited training capacity among healthcare workers has affected reporting of ADRs and weakened the pharmacovigilance system in Tanzania. Studies have shown that the use of digital tools, including SMS communication, might be a viable way to increase knowledge and understanding of reporting ADRs. This study aimed to examine the acceptability and feasibility of SMS texts to increase awareness about the importance of reporting ADRs of ART among people living with HIV (PLHIV) in Tanzania. We also explored different ADR profiles that were reported by the participants. MethodologyThis was a prospective implementation pilot study. PLHIV who consented to the study received a biweekly message to ask them how they were doing. We programmed keywords in the system that could be used for responding to the presence of ADR. The response to messages generated a flow of SMS that determined the presence of ADRs and informed participants to report. The technical feasibility was calculated based on the percentages of SMS which were sent and delivered about ADR and acceptability was measured based on the percentage of SMS that was replied to by the participants. We also collected data on different types of ADR reported by the participants. We conducted focus group discussions with participants and in-depth interviews with health workers to understand their experiences with and acceptability of the system. ResultsOver a 12-month study period, a total of 92 participants were recruited. Sixty-two (67.4%) were women. The mean age of our participants was 42 years (SD{+/-} 12). Forty (43.5%) participants were on ART for less than 3 months and the other 52 (56.5%) participants were on first-line ART. The system successfully sent and delivered 105 follow-up messages to all participants who consented to receive SMS. Among all the sent SMS 100 (95.2%) were replied to by the participants. Commonly reported ADRs were "itching", gastrointestinal discomfort", "joint pain", "malaise" and "headache". The themes identified through FGD and IDI were: high motivation to report ADR, well-understood SMS content, the system to remain the same, no concerns about unwanted disclosure, and difficulties in replying to SMS due to network. The latter was mentioned by a few participants. ConclusionSMS for creating awareness on ADRs reporting is a user-friendly intervention and highly accepted based on qualitative data among PLHIV in Tanzania. Also use of SMS is a low-cost intervention and a simple way to improve public health issues with society.

Autores: Lyidia Vedasto Masika, N. Emmanuel, T. Mirai, G. W. Nyanungu, M. Shirima, M. Sumari-de Boer, R. Maro, B. Mtesha, K. Ngowi

Última atualização: 2023-04-05 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.04.04.23288072

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.04.04.23288072.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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