Dengue e Diabetes: Uma Preocupação Crescente
Estudo revela como o diabetes complica infecções e resultados da dengue.
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Índice
O vírus da Dengue (DENV) é um vírus super comum que afeta muita gente pelo mundo. Em 2022, os relatos mostraram mais de quatro milhões de casos de dengue globalmente, levando a milhares de mortes. A maioria dos casos acontece em áreas quentes da América do Sul, Ásia, África e Pacífico Ocidental. Mas, a dengue tá começando a aparecer em regiões com climas mais frios, em parte por causa do mosquito Aedes albopictus, que espalha o vírus.
A Ilha da Reunião, um pequeno território francês no Oceano Índico, tem enfrentado desafios sérios com a dengue desde 2018. Um número alto de casos de dengue foi reportado na ilha, com muitos levando a visitas de emergência ao hospital e Internações.
A infecção por dengue pode causar uma ampla gama de Sintomas. Algumas pessoas têm sintomas leves, enquanto outras podem ficar muito doentes, enfrentando complicações sérias como sangramento e falência de órgãos. Reconhecer quem pode desenvolver dengue grave é um desafio constante, especialmente entre aqueles com condições de saúde pré-existentes, como Diabetes.
O diabetes aumenta o risco de infecções e complicações relacionadas, o que é particularmente preocupante para os diabéticos quando eles contraem dengue. A Ilha da Reunião tem uma alta taxa de diabetes, tornando esse problema ainda mais urgente.
Objetivos da Pesquisa
Esse estudo tinha dois objetivos principais:
- Identificar os diferentes fatores associados a infecções de dengue em pacientes diabéticos.
- Descobrir quais fatores podem ajudar a Prever dengue grave nesses pacientes.
Um foco secundário foi analisar como o diabetes afetava os sintomas da dengue, dependendo de como os pacientes controlavam seus níveis de açúcar no sangue.
Visão Geral de Pacientes e Métodos
Os pesquisadores analisaram todos os pacientes suspeitos de ter dengue que foram a um hospital universitário de janeiro a junho de 2019. Eles incluíram apenas os pacientes com casos confirmados de dengue, com base em testes positivos para o vírus.
Os pacientes eram considerados com dengue se tivessem febre e um ou mais sintomas específicos. O diagnóstico foi confirmado por meio de testes. A dengue grave foi identificada com base em critérios específicos estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde, que incluem sangramento severo, problemas sérios nos órgãos ou choque por perda de fluidos.
A equipe de pesquisa revisou os registros médicos e coletou dados sobre demografia, sintomas e resultados de laboratório de cada paciente. Eles também verificaram se os pacientes tinham histórico de diabetes, o que indicaria seu nível de risco para complicações.
Analisando os Dados
A equipe de pesquisa comparou os dados entre pacientes diabéticos e não diabéticos para encontrar diferenças significativas em seus casos. Eles usaram métodos estatísticos para analisar essas diferenças e determinar quais fatores estavam ligados a desfechos graves da dengue.
Análises de subgrupos foram feitas para ver como o diabetes complicado e o controle do açúcar no sangue influenciaram os sintomas da dengue.
A equipe identificou características clínicas importantes e fatores biológicos que poderiam indicar como um paciente diabético poderia responder à dengue. Eles buscaram padrões e associações nos dados que poderiam ajudar a identificar quais pacientes poderiam precisar de cuidados mais urgentes.
Resultados: Comparando Pacientes Diabéticos e Não Diabéticos
Durante o período do estudo, mais de 42.000 casos de dengue foram reportados na Ilha da Reunião, com uma parte significativa confirmada por testes. Dos pacientes suspeitos de ter dengue, 936 foram incluídos no estudo-184 deles tinham diabetes, e 752 não.
Os pacientes diabéticos eram, de modo geral, mais velhos e tinham mais problemas de saúde do que os não diabéticos. Eles frequentemente relataram sintomas como febre, fadiga e perda de apetite mais frequentemente do que os não diabéticos. Porém, os diabéticos tiveram menos relatos de dor muscular.
Curiosamente, os pacientes diabéticos tendiam a ir ao hospital mais cedo do que os não diabéticos após o início dos sintomas. A apresentação da dengue deles também mostrava mais sintomas cardíacos e respiratórios, junto com mudanças no estado mental.
Biologicamente, os diabéticos apresentavam níveis mais baixos de hemoglobina e hematócrito, mas contagens de glóbulos brancos mais altas, o que apontava para possível inflamação e resposta imunológica.
Quatro sintomas clínicos e vários indicadores biológicos foram encontrados como potenciais sinais de dengue em pacientes diabéticos, destacando suas respostas únicas à infecção.
Complicações do Diabetes em Pacientes com Dengue
Pacientes diabéticos com complicações mostraram características diferentes quando contraíram dengue. Eles eram mais velhos e tinham mais problemas de saúde em comparação com aqueles com diabetes sem complicações. Seus sintomas iniciais eram menos perceptíveis, mas mostraram níveis mais altos de determinados marcadores sanguíneos indicativos de estresse renal durante a internação.
Enquanto os pacientes diabéticos geralmente mostraram sintomas não marcantes no início, aqueles com complicações tiveram desfechos mais graves à medida que a dengue progredia. Isso enfatiza a necessidade de monitoramento cuidadoso de pacientes diabéticos que adquirem dengue.
Pacientes diabéticos com melhor controle do açúcar no sangue tiveram algumas diferenças na apresentação da dengue em comparação com aqueles com controle pior. O primeiro grupo mostrou marcadores biológicos menos severos, enquanto o segundo grupo exibiu níveis mais altos de inflamação e desequilíbrio de fluidos.
Prevendo Dengue Grave em Pacientes Diabéticos
O estudo identificou diferenças chave entre pacientes com dengue leve e grave. Pacientes diabéticos com dengue grave tinham mais problemas de saúde crônicos, incluindo doença renal. Eles também apresentavam mais sinais de alerta de doenças graves em suas visitas ao hospital.
Alguns sintomas comuns associados à dengue grave em pacientes diabéticos incluíam sangramento não severo, tosse e alteração do estado mental. Esses preditores oferecem insights sobre como identificar quais pacientes podem estar em risco de desenvolver condições graves.
Marcadores biológicos únicos em pacientes classificados como tendo dengue grave destacaram diferenças significativas nos resultados laboratoriais em comparação com casos não graves. Isso sugere que determinados testes laboratoriais podem ajudar a identificar rapidamente aqueles em risco de desfechos severos.
Conclusão e Implicações
Essa pesquisa ilumina como a dengue afeta pacientes diabéticos de maneira diferente e sublinha a importância de reconhecer essas diferenças para um melhor manejo dos pacientes. Para os profissionais de saúde, entender esses indicadores pode ajudar a refinar como eles triagem e tratam pacientes durante surtos de dengue, especialmente aqueles com complicações diabéticas.
As descobertas também incentivam o rastreamento ativo de dengue e diabetes entre populações de risco, especialmente durante surtos. Isso pode levar a estratégias de saúde pública mais eficazes e até influenciar o desenvolvimento de abordagens de vacinação para grupos em risco.
No geral, esse estudo ilustra as maneiras complexas como dengue e diabetes podem interagir, destacando a necessidade de mais pesquisas para compreender totalmente o impacto combinado deles.
Título: Dengue clinical features and predictors of severity in the diabetic patient: a retrospective cohort study on Reunion island, 2019
Resumo: Aim: Diabetes mellitus is associated with both the risks of severe dengue and dengue-related deaths, however the factors characterizing dengue in the diabetic patient are ill-recognized. The objective of this hospital-based cohort study was to identify the factors characterizing dengue and those able to predict dengue severity in the diabetic patient. MethodsWe retrospectively analysed demographic, clinical and biological parameters at admission in the cohort of patients who consulted at the university hospital between January and June 2019 with confirmed dengue. Bivariate and multivariate analyses were conducted. ResultsOf 936 patients, 184 patients (20%) were diabetic. One hundred and eighty-eight patients (20%) developed severe dengue according to the WHO 2009 definition. Diabetic patients were older and had more comorbidities than non-diabetics. In an age-adjusted logistic regression model, loss of appetite, altered mental status, high neutrophil to platelet ratios (>14.7), low haematocrit ([≤] 38%), upper-range serum creatinine (>100 {micro}mol/l) and high urea to creatinine ratio (>50) were indicative of dengue in the diabetic patient. In a modified Poisson regression model, four key independent variables were predictive of severe dengue in the diabetic patient: presence of diabetes complications, non-severe bleeding, altered mental status and cough. Among diabetes complications, diabetic retinopathy and neuropathy, but not diabetic nephropathy nor diabetic foot, were predictive of severe dengue. ConclusionAt hospital first presentation, dengue in the diabetic patient is characterized by deteriorations in appetite, mental and renal functioning, while severe dengue can be predicted by presence of diabetes complications, dengue-related non-severe haemorrhages, cough, and dengue-related encephalopathy.
Autores: Patrick Gerardin, A. Issop, A. Bertolotti, Y.-M. Diarra, J.-C. Maiza, E. Jarlet, M. Cogne, E. Doussiet, E. Magny, O. Maillard, Epidengue Cohort investigation team, E. Nobecourt
Última atualização: 2023-04-10 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.02.27.23286123
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.02.27.23286123.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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