Avanços na Detecção do Câncer Laringeo
Novas técnicas ópticas mostram que podem ajudar no diagnóstico precoce do câncer de laringe.
― 7 min ler
Índice
Detectar câncer de laringe cedo é muito importante. Quando é descoberto tarde, pode causar sérios problemas, exigindo tratamentos difíceis que podem afetar a capacidade da pessoa de falar ou engolir. O jeito padrão de identificar e avaliar esses cânceres é através da histopatologia, que envolve pegar amostras da garganta durante um procedimento chamado microlaringoscopia. Esse método precisa de anestesia geral e é invasivo, ou seja, envolve cortar o corpo. Porém, só olhar essas amostras sob um microscópio nem sempre diz tudo que os médicos precisam saber sobre o câncer ou suas bordas. Ter resultados claros é crucial, pois erros nas amostras podem levar a mais biópsias, que podem danificar ainda mais as cordas vocais e causar problemas na voz.
Precisa ter métodos menos invasivos para diagnosticar câncer de laringe. Muitas ferramentas novas surgiram para ajudar os médicos com isso. Dentre elas, as técnicas ópticas mostram muito potencial por serem não invasivas. Pesquisas atuais indicam que várias mudanças nas células podem ser vistas com esses métodos.
Técnicas de Autofluorescência
A imagem endoscópica de autofluorescência (AFEI) e a espectroscopia de autofluorescência (AFS) chamaram a atenção recentemente. Esses métodos ópticos são rápidos e conseguem detectar câncer em tempo real. Eles funcionam medindo a luz que os tecidos emitem quando expostos a uma luz especial, como luz ultravioleta ou azul. Diferentes substâncias nos tecidos, como colágeno e elastina, emitem luz em cores visíveis. O tipo de luz emitida pode mostrar padrões únicos que mudam quando o câncer se desenvolve.
Em estudos focados no câncer de laringe, pesquisadores olharam para o brilho da fluorescência dos tecidos como uma forma de diferenciar diferentes tipos de lesões. Embora os resultados iniciais tenham sido promissores, eles muitas vezes falhavam em separar com precisão tecidos cancerosos de não cancerosos, porque condições benignas também podiam baixar os sinais de fluorescência. Algumas pesquisas começaram a examinar os padrões específicos de luz produzidos por diferentes tecidos, encontrando algumas diferenças entre tecidos normais e cancerosos. No entanto, distinguir entre condições benignas e malignas continuava sendo um desafio, levando a um benefício diagnóstico menor da AFS.
Curiosamente, a AFEI e a AFS foram mais bem-sucedidas em detectar cânceres em outras partes do corpo, como a boca, mostrando resultados fortes na identificação de tipos de câncer por lá. Essa eficácia levanta a questão de quão bem esses métodos poderiam funcionar para câncer de laringe.
Objetivos do Estudo
Esse estudo teve como objetivo avaliar quão bem a AFS consegue identificar diferentes tipos de lesões nas cordas vocais. Usamos técnicas avançadas para analisar dados espectrais e um método chamado Redes Neurais Artificiais (ANN) para melhorar a distinção entre os tipos de lesão. Comparamos nossas descobertas com métodos anteriores que se baseavam no brilho geral da fluorescência, que pode ser muito mais simples.
Desenho do Estudo
Conduzimos esse estudo em um hospital entre 2014 e 2016. Obtivemos aprovação do comitê de ética, e todos os pacientes deram consentimento por escrito. Os médicos escolheram os locais para biópsia com base em exames visuais. Amostras normais das cordas vocais vieram de cirurgias para condições não relacionadas a tumores. Depois de registrar os dados necessários com a AFS, as amostras foram enviadas para uma análise mais detalhada para confirmar os resultados.
Como Funciona a Espectroscopia de Fluorescência
Para capturar imagens, usamos um método especializado que nos permitiu tirar imagens detalhadas de fluorescência de pequenas amostras de biópsia. Uma fonte de luz excitou os tecidos, e a luz fluorescente emitida foi medida e registrada. Os dados resultantes mostraram diferentes respostas espectrais com base no tipo de tecido e sua condição.
Analisando os Dados
Reduzimos a complexidade dos nossos dados com um método chamado Análise de Componentes Principais (PCA). Isso ajudou a identificar as características mais significativas dos espectros de fluorescência, permitindo comparações mais claras entre os diferentes tipos de tecido. Também medimos o brilho geral da fluorescência como referência.
Processo de Classificação
Agrupamos todos os resultados das biópsias em quatro categorias: normal, benigno, displásico e canceroso. Um patologista especialista independente fez os diagnósticos histopatológicos. Nossa abordagem envolveu dividir o processo de classificação em três etapas, onde isolamos gradualmente os diferentes tipos de tecido, começando com tecido saudável e avançando para a detecção de câncer.
Usamos dois métodos de classificação diferentes - Análise Discriminante (DA) e ANN - para analisar os dados espectrais. A ANN, que é capaz de reconhecer padrões a partir de dados complexos, mostrou promessa em distinguir os tipos de lesão de forma mais eficaz que a DA. Garantimos que nossos resultados de classificação fossem confiáveis validando nossos modelos com uma técnica estatística chamada validação cruzada em 5 partes.
Descobertas e Resultados
No total, analisamos 29 biópsias de 23 pacientes. As análises histológicas classificaram várias amostras em diferentes categorias, permitindo que reuníssemos dados espectrais extensos para comparação. A precisão geral do nosso sistema de classificação atingiu 89%. A maioria das classificações incorretas estava relacionada a amostras que eram difíceis de diferenciar devido à alta inflamação ou tipos de câncer incomuns.
Ao examinar as respostas espectrais, notamos que a intensidade da fluorescência geralmente diminuía de tecidos saudáveis para benignos e depois para malignos. Características espectrais distintas surgiram, particularmente para o carcinoma espinocelular, que mostrou um pico único em seu espectro de emissão. No entanto, a variabilidade entre as amostras significava que nem todos os tecidos cancerosos apresentavam essas diferenças claras.
Melhoria na Classificação
O uso de informações espectrais melhorou significativamente os resultados da classificação em todas as três etapas de diferenciação de tecido. Quando comparado a métodos que se baseavam apenas na intensidade da fluorescência, nossa abordagem demonstrou uma melhoria marcante na capacidade de separar os tipos de lesão, especialmente ao distinguir entre tecidos benignos e malignos.
Desafios e Limitações
Nosso estudo enfrentou algumas limitações, incluindo os pequenos tamanhos de amostra por tipo de lesão e o fato de termos realizado nossa pesquisa em um único centro, o que afeta a generalização de nossas descobertas. Além disso, como este foi um estudo exploratório usando amostras de biópsia em vez de ambientes cirúrgicos em tempo real, devemos considerar como a presença de sangue ou outros fatores pode influenciar os resultados em um ambiente clínico.
Conclusão
Em resumo, nossas descobertas indicam que a espectroscopia de autofluorescência pode classificar com precisão lesões das cordas vocais em quatro categorias significativas. Esse método, quando combinado com uma análise espectral detalhada, mostrou resultados promissores mesmo em casos desafiadores onde estudos anteriores encontraram dificuldades. Avanços futuros nessa tecnologia poderiam levar a seu uso como uma ferramenta diagnóstica confiável e minimamente invasiva para patologias laríngeas, ajudando tanto no diagnóstico preciso quanto na orientação de decisões cirúrgicas.
Essa abordagem inovadora poderia melhorar o manejo do câncer de laringe, potencialmente reduzindo a necessidade de procedimentos invasivos enquanto garante que os pacientes recebam o melhor cuidado possível. Estudos futuros com tamanhos de amostra maiores e populações diversas são vitais para solidificar a confiabilidade e eficácia desses métodos na prática clínica.
Título: Discrimination of Vocal Folds Lesions by Multiclass Classification using Autofluorescence Spectroscopy
Resumo: ObjectivesThe diagnosis of vocal fold cancer currently relies on invasive surgical biopsies, which can compromise laryngeal function. Distinguishing between different types of laryngeal lesions without invasive tissue sampling is therefore crucial. Autofluorescence spectroscopy (AFS) has proved to be efficient as a non-invasive detection technique but has yet to be fully exploited in the context of a multi-class tissue analysis. This study evaluates whether AFS can be used to discriminate between different types of laryngeal lesions in view of assisting in vocal fold surgery and preoperative investigations. Materials and methodsEx vivo spectral autofluorescence scans were recorded for each sample using a 405-nm laser excitation. A total of 1308 spectra were recorded from 29 vocal fold samples obtained from 23 patients. Multiclass analysis was conducted on the spectral data, classifying lesions either as normal, benign, dysplastic, or carcinoma. The results were compared to histopathological diagnosis. ResultsThrough an appropriate selection of spectral components and a cascading classification approach based on artificial neural networks (ANN), a classification rate of 97% was achieved for each lesion class, compared to 52% using autofluorescence intensity. ConclusionThe study demonstrates the effectiveness of AFS combined with multivariate analysis for accurate classification of vocal fold lesions. Comprehensive spectral data analysis significantly improves classification accuracy, even in challenging situations such as distinguishing between malignant and premalignant or benign lesions. This method could provide a way to perform in situ mapping of tissue states for minimally-invasive biopsy and surgical resection margins.
Autores: Olivier Gaiffe, J. Mahdjoub, E. Ramasso, O. Mauvais, T. Lihoreau, L. Pazart, B. Wacogne, L. Tavernier
Última atualização: 2023-05-12 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.11.23289778
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.11.23289778.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.