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Desafios e Avanços na Análise de Cryo-ET Celular

Investigando a correspondência de templates em tomografia eletrônica criogênica para estruturas celulares.

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Índice

A tomografia eletrônica criogênica celular (cryo-ET) é uma técnica importante que ajuda a estudar a estrutura e o arranjo das células em três dimensões. Esse método permite que os cientistas vejam como diferentes partes da célula estão organizadas e como elas funcionam juntas. Ele captura várias imagens 2D de uma área específica da célula de diferentes ângulos, usando um microscópio eletrônico de transmissão. Essas imagens são combinadas para criar uma visão 3D, chamada de tomograma.

O Desafio de Identificar Macromoléculas

Um dos principais objetivos do cryo-ET é identificar grandes moléculas, conhecidas como macromoléculas, dentro dos Tomogramas. Mas essa tarefa não é fácil. Existem vários desafios. Um problema significativo é o "wedge ausente", que acontece porque as amostras só podem ser inclinadas em ângulos específicos ao capturar as imagens. Além disso, a quantidade baixa de elétrons usados para capturar as imagens resulta em um sinal fraco, dificultando a identificação de macromoléculas individuais. Por último, o ambiente lotado da célula também complica as coisas.

Por causa desses desafios, analisar tomogramas e separar diferentes componentes continua sendo uma tarefa complexa. Isso pode atrasar o processo de análise de grandes conjuntos de dados de cryo-ET.

Correspondência de Modelos como Solução

Uma abordagem comum para identificar macromoléculas em tomogramas é chamada de correspondência de modelos. Nesse método, os cientistas usam uma forma de referência da macromolécula que estão procurando. Eles comparam esse modelo com as imagens no tomograma para encontrar locais que correspondem. Vários pacotes de software foram criados para ajudar com a correspondência de modelos, cada um usando um sistema de pontuação baseado em correlação cruzada.

Os modelos podem variar em complexidade. Podem ser formas simples como esferas, cilindros ou retângulos. Também podem ser mapas detalhados de experimentos anteriores ou modelos de estruturas macromoleculares conhecidas. Um exemplo comum usado é o ribossomo, uma estrutura importante nas células que pode ser reconhecida por causa do seu tamanho maior. Infelizmente, mesmo com algo tão grande quanto um ribossomo, a correspondência de modelos pode não ser muito precisa. Ela pode funcionar mal ao lidar com macromoléculas menores ou menos comuns, frequentemente exigindo ajustes adicionais pelo usuário.

O Impacto do Binning na Qualidade da Imagem

Quando os tomogramas são coletados, muitas vezes eles são agrupados em pixels maiores, num processo chamado de binning. Essa prática ajuda a melhorar a velocidade de processamento e a qualidade das imagens, aumentando a relação sinal-ruído. No entanto, esse binning pode levar à perda de detalhes finos nas imagens, dificultando a distinção entre diferentes macromoléculas. Como resultado, a correspondência de modelos pode ser menos precisa, necessitando de ajustes manuais.

Houve algumas discussões sobre mudar para a correspondência de modelos 2D como uma solução potencial. No entanto, não houve um estudo abrangente examinando como diferentes modelos ou como tamanhos e ângulos específicos afetam os resultados da correspondência.

Investigando Desafios na Correspondência de Modelos

Em uma investigação recente, vários modelos foram testados em um tomograma que já havia sido anotado. A média do subtomograma do ribossomo, esferas de diferentes tamanhos e até mesmo um emoji foram usados como modelos. Foi descoberto que, no nível atual de binning, os fatores mais cruciais que afetavam a precisão da correspondência de modelos eram o tamanho e a forma dos modelos. A escolha exata do modelo ou o ângulo de amostragem teve pouco efeito nos resultados.

Para entender melhor essas descobertas, uma análise teórica foi realizada estudando as transformações de Fourier de várias formas simples. Descobriu-se que, quando a informação de baixa frequência dominava no tomograma, modelos de tamanhos e formas semelhantes produziam níveis de precisão quase iguais.

O Papel da Forma e Tamanho

Os experimentos confirmaram que, com as configurações atuais de binning, forma e tamanho eram os principais elementos que determinavam o desempenho da correspondência de modelos. Por exemplo, o ribossomo, um objeto esférico, e a forma de um emoji tiveram resultados semelhantes quando igualados ao mesmo tamanho. Isso significa que as estruturas internas dessas macromoléculas não tiveram um impacto significativo no desempenho da correspondência.

Ao comparar diferentes tamanhos de modelos, foi descoberto que usar modelos muito pequenos levava a uma precisão menor. Isso provavelmente se deve à presença de ruído e outras macromoléculas pequenas que poderiam confundir os resultados.

Curiosamente, mesmo ao usar modelos com formas distintas, como uma proteína do vírus da influenza, seu desempenho em termos de precisão só melhorou quando se aproximou mais do tamanho do ribossomo. Isso demonstrou que, neste nível de análise, o tamanho e a forma geral eram muito mais importantes do que os detalhes intrincados do modelo utilizado.

Impacto da Amostragem Angular

O estudo também analisou como a variação dos ângulos usados na correspondência de modelos afetava a precisão. Surpreendentemente, aumentar o número de ângulos não melhorou significativamente os resultados. Isso sugeriu que, ao contrário de certas amostras in vitro, amostras in situ não se beneficiaram muito de mais ângulos no processo de correspondência de modelos.

As descobertas implicam que começar com uma amostragem angular mais baixa poderia ser uma maneira mais eficiente de filtrar possíveis correspondências, permitindo que modelos mais simples fossem usados inicialmente. Essa abordagem poderia ajudar a identificar locais potenciais antes de aplicar técnicas de correspondência mais complexas.

A Dificuldade de Identificar Macromoléculas de Tamanhos Semelhantes

Uma análise adicional tentou determinar se era possível distinguir proteínas da síntese de ácidos graxos (FAS), que são maiores que ribossomos, mas têm formas diferentes. A investigação revelou que, mesmo com diferentes modelos e tamanhos, os resultados de correspondência para FAS eram frequentemente semelhantes aos para ribossomos. Isso sugere que, quando diferentes macromoléculas são semelhantes em tamanho, distinguir elas através de técnicas convencionais de correspondência de modelos pode ser desafiador.

Insights Teóricos

A exploração teórica se concentrou em como diferentes formas geométricas, como esferas e retângulos, se comportam em termos de suas transformações de Fourier. Essas formas tendem a concentrar sua energia em componentes de baixa frequência, que são essenciais para identificar partículas em tomogramas.

A análise revelou que, para qualquer identificação bem-sucedida através da correspondência de modelos, a macromolécula de interesse deve ter características de baixa frequência semelhantes aos modelos geométricos utilizados. Se a macromolécula de interesse é menor ou tem características complexas, pode não ser representada com precisão nos tomogramas.

Principais Conclusões e Direções Futuras

A pesquisa mostrou que a correspondência de modelos em altos níveis de binning depende principalmente da forma e do tamanho dos modelos, em vez das estruturas internas detalhadas. Essa descoberta levanta preocupações significativas sobre quão bem macromoléculas pequenas ou menos abundantes podem ser identificadas em ambientes celulares lotados.

Avançando, há várias recomendações para melhorar as técnicas de correspondência de modelos. Primeiro, sugere-se explorar diferentes métodos de pontuação para avaliar a similaridade dos modelos. Essas abordagens podem fornecer resultados melhores em comparação com os métodos atuais. Além disso, analisar tomogramas com binning mais baixo poderia melhorar a precisão da correspondência ao permitir que detalhes mais finos sejam capturados.

Seria também benéfico desenvolver software que possa lidar de forma eficiente com tomogramas com binning mais baixo e utilizar as vantagens de uma amostragem angular maior onde apropriado. Por último, futuras avaliações de algoritmos de correspondência de modelos devem incluir uma gama mais ampla de partículas de teste, especialmente aquelas que compartilham características de baixa frequência semelhantes. Ao expandir esse escopo, os pesquisadores poderão avaliar melhor a eficácia de novos métodos.

No geral, essas ideias guiarão o desenvolvimento de métodos mais eficazes para analisar estruturas celulares no futuro.

Fonte original

Título: What shapes template matching performance in cryogenic electron tomography in situ

Resumo: Detecting specific biological macromolecules in cryogenic electron tomography (cryo-ET) data is frequently approached by applying cross-correlation-based 3D template matching. To reduce computational cost and noise, high binning is used to aggregate voxels before template matching. This remains a prevalent practice in both practical applications and method development. Here, we systematically evaluate the relation between template size, shape, and angular sampling to identify ribosomes in a ground truth annotated dataset. We show that at the commonly used binning, a detailed subtomogram average, a sphere, and the heart emoji [Formula] results in near-identical performance. Our findings indicate that with current template-matching practices, macromolecules can only be detected with high precision if their shape and size are sufficiently different from the background. Using theoretical considerations we rationalize our experimental results and discuss why at high binning, primarily low-frequency information remains and that template matching fails to be accurate because similarly shaped and sized macromolecules have similar low-frequency spectrums. We discuss these challenges and propose potential enhancements for future template-matching methodologies.

Autores: Jan Kosinski, V. J. Maurer, M. Siggel

Última atualização: 2024-02-22 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.09.06.556487

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.09.06.556487.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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