Células B: Jogadoras Chave na Resposta Imune
As células B adaptam seu metabolismo pra responder de forma eficiente a patógenos.
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Índice
- O Processo de Ativação
- Mudanças Metabólicas Durante a Ativação
- Importância da Glicose
- Principais Vias de Sinalização
- Glicólise e Produção de Energia
- Heterogeneidade Metabólica
- Papel da HK2 nas Células B
- Efeitos da Deleção da HK2
- Implicações para Imunização
- HK2 em Malignidades das Células B
- Conclusão
- Fonte original
As Células B são um tipo de glóbulo branco que têm um papel super importante no sistema imunológico. Elas são responsáveis por produzir anticorpos, que ajudam a identificar e neutralizar patógenos como vírus e bactérias. Quando as células B são ativadas, elas passam por mudanças significativas que permitem que se multipliquem rápido e produzam anticorpos de forma eficaz.
O Processo de Ativação
Quando as células B encontram um antígeno específico (uma substância que desencadeia uma resposta imune), elas precisam de sinais adicionais para se ativarem completamente. Esses sinais geralmente vêm de células T auxiliares ou outras células do sistema imunológico. Ao serem ativadas, as células B passam de um estado de repouso para um estado ativo, acionando uma série de mudanças no seu metabolismo.
Mudanças Metabólicas Durante a Ativação
As células B ativadas mostram mudanças no uso de energia. Elas precisam de mais energia e componentes para suportar a divisão rápida e a produção de novas proteínas, incluindo os anticorpos. O combustível principal para esse processo é a glicose, mas as células B também podem usar outras fontes de energia.
Em um estado dormente, as células B consomem bem pouca energia. Elas dependem principalmente de um processo chamado fosforilação oxidativa, onde quebram ácidos graxos para obter energia. Em contrapartida, quando ativadas, as células B mudam para um estado que consome mais energia. Elas começam a absorver mais glicose e usá-la para produzir a energia necessária, junto com outras moléculas necessárias para crescimento e divisão.
Importância da Glicose
A absorção de glicose aumenta bastante quando as células B são ativadas. Esse processo é mediado por transportadores específicos na superfície das células B que permitem a entrada da glicose. Além disso, a enzima Hexoquinase (HK) tem um papel crucial nesse processo, convertendo glicose em glicose-6-fosfato. Essa conversão ajuda a manter a glicose dentro da célula e direciona-a para várias vias metabólicas.
Existem diferentes tipos de hexoquinase, sendo a HK2 a mais importante durante a ativação das células B. A HK2 está envolvida em maximizar o uso da glicose para a produção de energia e biossíntese. Sua expressão aumenta quando as células B são ativadas, principalmente sob a influência de vias de sinalização ativadas pela ativação.
Principais Vias de Sinalização
Várias vias de sinalização são cruciais para as mudanças metabólicas vistas nas células B ativadas. A via da fosfatidilinositol 3-quinase (PI3K) é uma das principais envolvidas. Sinais que ativam as células B também ativam a via PI3K, resultando em aumento da absorção de glicose e expressão de HK2.
Outro jogador importante é a via mTOR (alvo mamífero da rapamicina). Essa via regula o crescimento celular e o metabolismo. Sua ativação leva ao aumento da síntese de proteínas e dá suporte às necessidades energéticas das células B ativadas.
Glicólise e Produção de Energia
A glicólise é o processo de quebrar a glicose para produzir energia. Nas células B ativadas, a glicólise é aumentada, permitindo uma produção rápida de energia. Isso é crucial, pois as células B precisam rapidamente produzir energia para facilitar a divisão celular e a produção de anticorpos.
Além da glicólise, as células B ativadas também dependem da fosforilação oxidativa para gerar energia. No entanto, esse caminho também produz espécies reativas de oxigênio (ROS), que podem ser prejudiciais em níveis altos. Por isso, as células B precisam equilibrar seus métodos de produção de energia para garantir que tenham energia suficiente sem causar danos celulares.
Heterogeneidade Metabólica
Diferentes subtipos de células B mostram características metabólicas variadas. Por exemplo, células B anérgicas (que são menos responsivas) mostram atividade reduzida na via PI3K e são menos capazes de produzir anticorpos. Por outro lado, células B do centro germinativo, que são altamente ativas, apresentam aumento da absorção de glicose e dependem bastante da glicólise.
As células B do centro germinativo precisam proliferar rápido para selecionar anticorpos de alta afinidade durante uma resposta imune. Isso exige um grande reprogramação metabólica para garantir que possam atender às altas demandas energéticas e biossintéticas.
Papel da HK2 nas Células B
A HK2 tem um papel vital na reprogramação metabólica das células B ativadas. Pesquisas mostram que a HK2 é aumentada nas células B após a ativação e se localiza tanto no citoplasma quanto nas mitocôndrias. Essa posição permite que a HK2 processe a glicose de forma eficiente para energia e biossíntese.
Em estudos onde a HK2 foi deletada, foi encontrado que a proliferação das células B e a produção de anticorpos foram significativamente prejudicadas. Isso mostra que a HK2 é essencial para a função otimizada das células B durante uma resposta imune. Sem a HK2, as células B têm dificuldade em atender às suas necessidades energéticas, resultando em uma capacidade enfraquecida de responder a patógenos.
Efeitos da Deleção da HK2
As células B que não têm a HK2 mostram atividade glicolítica reduzida e produção de energia prejudicada. Elas também apresentam defeitos na produção de metabólitos-chave necessários para crescimento e outras funções celulares. Por exemplo, os níveis de nucleotídeos-importantes para a síntese de DNA e RNA-são significativamente mais baixos nas células B deficientes em HK2, especialmente em seu estado de repouso.
Interessantemente, quando as células B deficientes em HK2 são estimuladas, elas conseguem superar parcialmente algumas deficiências metabólicas. Isso sugere que, em condições de ativação forte, essas células podem adaptar seu metabolismo para depender mais de outras fontes de energia, como aminoácidos.
Implicações para Imunização
Quando testadas in vivo, as células B deficientes em HK2 mostraram respostas reduzidas à imunização. Essas células apresentaram frequências mais baixas de células B do centro germinativo e plasmoblastos após a imunização com glóbulos vermelhos ovinos. Consequentemente, a produção de anticorpos também foi prejudicada.
Isso indica que a HK2 é crítica para respostas efetivas das células B durante a imunização. Sua expressão e atividade podem influenciar significativamente o resultado das respostas imunes, tornando-a um alvo potencial para intervenções terapêuticas em casos de doenças relacionadas às células B.
HK2 em Malignidades das Células B
Em condições como a leucemia linfocítica crônica (LLC), que são caracterizadas por sobrevivência e proliferação anormais das células B, os padrões de expressão da HK2 são alterados. Pesquisas mostram que as células da LLC em estado de repouso geralmente exibem níveis baixos de HK2. No entanto, quando essas células são ativadas, a expressão de HK2 pode aumentar, sugerindo que as demandas metabólicas dessas células mudam dependendo do estado de atividade.
Entender como a HK2 funciona tanto em células B saudáveis quanto malignas pode levar a insights sobre novas estratégias de tratamento. Alvo a HK2 e suas vias metabólicas pode representar uma maneira de inibir seletivamente o crescimento de células B malignas, poupando as células imunológicas normais.
Conclusão
As células B são essenciais para a resposta imune, e a capacidade delas de adaptar seu metabolismo durante a ativação é crucial para sua função. A hexoquinase HK2 desempenha um papel vital nesse processo ao facilitar a utilização da glicose para a produção de energia e biossíntese. Entender as vias metabólicas envolvidas na ativação das células B pode fornecer insights valiosos sobre a saúde e doenças imunológicas, com possíveis implicações para intervenções terapêuticas. À medida que os pesquisadores continuam a explorar os mecanismos do metabolismo das células B, podemos descobrir novas estratégias para melhorar as respostas imunológicas ou tratar malignidades das células B.
Título: PI3K-dependant reprogramming of hexokinase isoforms controls glucose metabolism and functional responses of B lymphocytes
Resumo: B lymphocyte metabolic reprogramming is essential for B cell differentiation and mounting a healthy immune response. The PI3K signaling pathway regulates B cell metabolism, but the mechanisms involved are not well understood. Here we report that signaling via PI3K8 can impact B cell glucose metabolism and immune functions via selective upregulation of hexokinase 2 (HK2). Three HK enzymes can catalyze the critical first step for glucose utilization and may selectively direct glucose into specific catabolic and anabolic pathways. While HK1 is constitutively expressed in B cells, HK2 is strikingly upregulated during B cell activation in a PI3K8-dependent manner. HK2 shows a unique distribution between mitochondrial and cytoplasmic pools that is also regulated by PI3K. Genetic deletion of HK2 significantly impairs extracellular acidification rate and glycolytic ATP production despite strong expression of HK1. B cell-specific deletion of HK2 in mice caused mild perturbations in B cell development but did not prevent generation of mature B cell subsets. HK2-deficient B cells show altered functional responses in vitro and evidence of metabolic adaptation to become less dependent on glucose and more dependent on glutamine. HK2-deficient B cells exhibit impaired glycolysis, altered metabolite profiles and altered flux of labeled glucose carbons into the pentose phosphate pathway. Upon immunization, HK2-deficient mice exhibit impaired generation of germinal centre B cells, plasmablasts and antibody responses. We further found that HK2 expression in primary human chronic lymphocytic leukemia (CLL) cells was associated with recent proliferation and could be reduced by PI3K inhibition. Our study identifies hexokinase 2 upregulation as a functionally important component of B cell metabolic reprogramming dependent on the PI3K pathway.
Autores: Aaron Marshall, B. Paradoski, S. Hou, E. Mejia, F. Adefemi-Olayinka, D. Fowke, G. M. Hatch, A. Saleem, V. Banerji, N. Hay, H. Zeng
Última atualização: 2024-03-04 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.29.582554
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.02.29.582554.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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