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Efeitos a Longo Prazo dos Medicamentos Estimulantes no Desenvolvimento do Cérebro

Estudo analisa o impacto de medicamentos estimulantes na estrutura cerebral de pacientes com TDAH.

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Medicamentos estimulantes, como o metilfenidato (MPH) e a dextroanfetamina, são frequentemente receitados pra tratar o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Essa é uma condição comum que atrapalha a forma como as pessoas se concentram e controlam seus impulsos, muitas vezes levando a comportamentos hiperativos. Esses medicamentos ajudam a reduzir os principais Sintomas do TDAH, como estar muito agitado e ter dificuldades pra prestar atenção.

No entanto, ainda rola uma incerteza sobre como o uso a longo prazo desses medicamentos afeta o desenvolvimento do cérebro, especialmente em crianças e adolescentes que podem tomá-los por muitos anos. A parte do cérebro que cuida de várias funções críticas, chamada de córtex, continua se desenvolvendo ao longo da vida. Pesquisas usando ressonância magnética mostraram que durante a adolescência, o córtex tende a ficar mais fino, e esse processo continua mais devagar na vida adulta. Outros estudos sugeriram que crianças e adolescentes com TDAH podem ter atrasos no desenvolvimento do córtex em comparação com seus amigos sem TDAH, especialmente em áreas como o córtex pré-frontal, que é importante pra tomada de decisões e controle de impulsos.

Alguns estudos analisaram como os medicamentos estimulantes podem impactar a estrutura do cérebro. Esses estudos mostraram resultados mistos. Por exemplo, um estudo encontrou que crianças com TDAH que não estavam tomando medicamento tinham um afinamento cortical mais rápido do que aquelas que estavam em tratamento. Outra análise descobriu que o uso de medicamentos estimulantes estava relacionado a um volume mais saudável de matéria cinza em uma parte específica do cérebro. Em contraste, alguns estudos maiores não encontraram nenhuma relação entre a quantidade de medicamento estimulante consumido e as mudanças na Espessura Cortical.

A maioria dos trabalhos anteriores focou apenas em crianças, adolescentes ou adultos individualmente, ignorando como a idade pode influenciar os efeitos do medicamento no cérebro. Pesquisas sugerem que o uso de medicamentos estimulantes durante a adolescência inicial pode ter efeitos duradouros no desenvolvimento do cérebro, o que é conhecido como a "hipótese da impressão neuroquímica". Pesquisas anteriores indicaram que um tratamento curto com MPH levou a um afinamento cortical mais lento em crianças com TDAH, em comparação com aquelas que não estavam usando medicamento.

Esse estudo queria determinar se o uso de medicamentos estimulantes leva a diferenças a longo prazo na estrutura do cérebro ao longo do tempo. Os pesquisadores acreditavam que uma exposição maior ao medicamento diminuiria o afinamento cortical em adolescentes com TDAH, enquanto esse efeito poderia não ser observado em adultos com a condição. Pra testar isso, eles seguiram crianças e adultos com TDAH por quatro anos depois de um estudo anterior envolvendo MPH.

Design do Estudo

A pesquisa fazia parte de um projeto maior que analisava os efeitos dos medicamentos no desenvolvimento do cérebro. Inicialmente, 50 crianças e 49 homens adultos com TDAH participaram de um ensaio controlado randomizado por 16 semanas pra avaliar os efeitos do MPH. Depois que o estudo terminou, os pesquisadores fizeram um acompanhamento quatro anos depois pra ver como estavam os participantes.

Antes do acompanhamento, os participantes foram contatados pra ver se topavam participar da próxima fase da pesquisa. Pra participar, eles precisavam estar livres de qualquer problema médico que impedisse a realização de uma ressonância magnética. O estudo seguiu diretrizes éticas e recebeu aprovação de um comitê de ética.

Durante ambas as fases do estudo, os pesquisadores coletaram informações sobre quanto medicamento cada participante tomou, há quanto tempo estavam usando e quando começaram a usar. Eles também reuniram dados sobre os sintomas de TDAH usando questionários específicos.

Uso de Medicamentos

Os pesquisadores acompanharam cuidadosamente o histórico de medicação de cada participante durante o estudo. Eles calcularam diferentes níveis de uso do medicamento, incluindo dose total, duração do uso, dose média diária e idade em que começaram a tomar o medicamento. Eles examinaram quem continuou usando estimulantes e se alguém havia parado.

No estudo inicial, os participantes receberam MPH ou um placebo (um tratamento não ativo) por quatro meses. Depois, os pesquisadores coletaram informações sobre o uso de medicamentos nos quatro anos seguintes, a partir de farmácias.

Avaliação Clínica e Comportamental

Pra medir como os sintomas de TDAH mudaram ao longo do tempo, os pesquisadores usaram diferentes escalas de classificação, que são questionários projetados pra medir comportamentos associados ao TDAH, ansiedade e depressão. Eles avaliaram os sintomas tanto em crianças quanto em adultos, permitindo uma comparação de como esses sintomas mudaram durante o acompanhamento de quatro anos.

Aquisição e Processamento de Ressonância Magnética

Imagens do cérebro foram feitas usando ressonância magnética durante ambas as fases do estudo. Os pesquisadores usaram técnicas específicas de imagem pra medir a espessura cortical, focando em áreas pré-definidas do cérebro que estudos anteriores mostraram serem influenciadas por medicamentos estimulantes. Eles seguiram procedimentos padrão pra garantir resultados precisos nas ressonâncias.

Análise Estatística

Pra analisar os dados, os pesquisadores usaram software estatístico pra avaliar a relação entre o uso de medicamentos e as mudanças na espessura cortical. Eles criaram modelos pra testar os efeitos do medicamento, tempo e grupo etário na estrutura do cérebro. Incluíram fatores como idade e momento da varredura pra garantir que os resultados fossem precisos.

Os pesquisadores também calcularam Fatores de Bayes, que ajudam a determinar quão forte era a evidência para suas descobertas.

Características dos Participantes

Dos participantes originais, alguns voltaram pra o estudo de acompanhamento. O grupo final incluiu 33 crianças e 25 adultos. Os pesquisadores revisaram as características dos participantes pra garantir que os dois grupos eram similares em aspectos essenciais.

Os pesquisadores descobriram que os adolescentes tinham uma exposição mais longa ao medicamento do que os adultos. No entanto, a quantidade total e as doses diárias de medicamento eram similares entre os dois grupos etários. Alguns participantes adultos também estavam usando medicamentos não estimulantes junto com os estimulantes.

Uso de Medicamentos Estimulantes e Resultados Clínicos

Boxplots mostraram as diferenças no uso de medicamentos entre a avaliação inicial e o acompanhamento de quatro anos. Houve uma queda notável nos sintomas de TDAH pra ambos os grupos após quatro anos, sugerindo que os participantes estavam lidando melhor com os sintomas.

Nos adolescentes, os sintomas de ansiedade mostraram melhora, enquanto os adultos não viram uma mudança significativa nos níveis de ansiedade ou depressão. No entanto, um uso maior de medicamentos foi associado a uma diminuição nos sintomas de TDAH em adultos, indicando que aqueles que melhoraram podem não precisar de tanto medicamento.

Análise da Espessura Cortical

A análise dos dados de ressonância magnética não revelou nenhuma evidência de que a quantidade de medicamento estimulante impactou o desenvolvimento da espessura cortical ao longo dos quatro anos em qualquer uma das regiões do cérebro estudadas. Curiosamente, houve diferenças claras em como a espessura cortical mudou entre adolescentes e adultos, que estavam alinhadas com o que já se sabe sobre o desenvolvimento do cérebro.

Os pesquisadores descobriram que os adolescentes experimentaram uma diminuição na espessura cortical, ao contrário dos adultos, que não mostraram essa mudança.

Conclusão

No fim das contas, o estudo não encontrou efeitos duradouros do medicamento estimulante no desenvolvimento do cérebro entre adolescentes e adultos com TDAH. Embora tenham havido melhorias nos sintomas de TDAH e diferenças entre os grupos etários em relação à estrutura do cérebro, os impactos a longo prazo esperados do medicamento não foram observados.

As descobertas sugerem a necessidade de estudos mais extensos que considerem a adesão ao medicamento e incluam populações diversas, tanto com quanto sem TDAH. Essa pesquisa é fundamental pra entender como os medicamentos estimulantes afetam o desenvolvimento do cérebro ao longo do tempo. Estudos futuros devem buscar esclarecer essas relações e explorar possíveis diferenças entre vários grupos etários e históricos de tratamento.

Fonte original

Título: Stimulant medication use and apparent cortical thickness development in attention-deficit/hyperactivity disorder: a prospective longitudinal study

Resumo: BackgroundStimulant medication is commonly prescribed as treatment for attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD). While we previously found that short-term stimulant-treatment influences apparent cortical thickness development in an age-dependent manner, it remains unknown whether these effects persist throughout development into adulthood. PurposeInvestigate the long-term age-dependent effects of stimulant medication on apparent cortical thickness development in adolescents and adults previously diagnosed with ADHD. MethodsThis prospective study included the baseline and 4-year follow-up assessment of the "effects of Psychotropic drugs On the Developing brain-MPH" ("ePOD-MPH") project, conducted between June-1-2011 and December-28-2019. The analyses were pre-registered (https://doi.org/10.17605/OSF.IO/32BHF). T1-weighted MR scans were obtained from male adolescents and adults, and cortical thickness was estimated for predefined regions of interest (ROIs) using Freesurfer. We determined medication use and assessed symptoms of ADHD, anxiety, and depression at both time points. Linear mixed models were constructed to assess main effects and interactions of stimulant medication use, time, and age group on regional apparent cortical thickness. ResultsA total of 32 male adolescents (aged mean{+/-}SD, 11.2{+/-}0.9 at baseline) and 24 men (aged mean{+/-}SD, 29.9{+/-}5.0 at baseline) were included that previously participated in the ePOD-MPH project. We found no evidence for long-term effects of stimulant medication use on ROI apparent cortical thickness. As expected, we did find age-by-time interaction effects in all ROIs (left prefrontal ROI: P=.002, right medial and posterior ROIs: P

Autores: Zarah van der Pal, K. B. Walhovd, I. K. Amlien, C. J. Guichelaar, A. Kaiser, M. A. Bottelier, H. M. Geurts, L. Reneman, A. Schrantee

Última atualização: 2023-07-31 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.07.28.23293202

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.07.28.23293202.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

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