Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Ciências da saúde# Neurologia

Teste Aprimorado para Anticorpos Autoimunes da Miastenia Gravis

Novos métodos melhoram a detecção de autoanticorpos na Miastenia Gravis.

― 5 min ler


Avançando os Testes deAvançando os Testes deAutoanticorposmelhor da Miastenia Gravis.Novos métodos prometem uma detecção
Índice

Anticorpos autoimunes (AAb) são proteínas que nosso sistema imunológico produz contra substâncias do próprio corpo. Eles são importantes para diagnosticar doenças autoimunes, onde o sistema imunológico ataca erroneamente tecidos saudáveis. Uma dessas doenças é a Miastenia Gravis (MG), que afeta o sistema nervoso e causa fraqueza muscular e cansaço.

Na MG, o corpo produz anticorpos autoimunes que, na maioria das vezes, atacam uma proteína chamada receptor nicotinico de acetilcolina, encontrada nas células musculares. Esses anticorpos interferem nos sinais dos nervos para os músculos, o que pode causar problemas sérios, como dificuldades para engolir e respirar. Embora atualmente a MG não tenha cura, tratamentos como inibidores da acetilcolinesterase e drogas imunossupressoras podem ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Tipos de Receptores Nicotínicos de Acetilcolina

Nas pessoas, os receptores nicotínicos de acetilcolina existem em duas formas: uma presente durante o desenvolvimento inicial e outra mais comum após o nascimento. A forma inicial é composta por proteínas diferentes, enquanto a forma adulta troca uma proteína chamada gama por outra chamada epsilon. Os anticorpos autoimunes na MG geralmente atacam uma parte do receptor adulto onde a molécula sinalizadora, acetilcolina, se liga.

Ao diagnosticar a MG, os médicos procuram esses anticorpos autoimunes no sangue. O teste mais eficaz para detectá-los é chamado de ensaio de radioimuno-precipitação (RIPA). Esse teste está em uso desde os anos 1970 e é considerado o método padrão. Porém, ele precisa de materiais radioativos, tornando-o caro e limitado a certos centros médicos.

Muitos laboratórios preferem usar testes mais simples, como ensaios de sorologia imunoenzimática (ELISA), mas esses testes muitas vezes são menos precisos. Essa imprecisão pode ocorrer pela maneira como o receptor é purificado antes do teste, o que pode degradar sua estrutura.

Novos Métodos de Teste

Para melhorar os métodos de detecção, pesquisadores sugeriram o uso de ensaios baseados em células (CBA). Nesses testes, as células são modificadas para expressar as proteínas que os anticorpos autoimunes atacam. Essa configuração permite um ambiente mais natural para os testes, já que as proteínas se parecem e se comportam mais como na vida real. Alguns estudos mostraram que esses testes podem ser tão eficazes ou até melhores que o RIPA na detecção desses anticorpos autoimunes.

Uma versão mais nova do CBA usa células fixas. Essas células são modificadas para expressar diferentes tipos de receptores de acetilcolina e agora estão disponíveis para uso nos laboratórios. Estudos iniciais mostram que esse método tem uma alta taxa de concordância com o teste padrão RIPA, o que significa que pode detectar com precisão os anticorpos autoimunes relacionados à MG.

Visão Geral do Estudo

Neste estudo, o objetivo era comparar quão bem vários testes detectam o mesmo tipo de anticorpos autoimunes. Os testes incluíram RIPA, o novo CBA fixo e dois tipos de kits ELISA.

Um total de 145 amostras de pacientes foram testadas. Os resultados do RIPA ajudaram a classificar as amostras em três grupos: negativo (sem anticorpos autoimunes), limítrofe (resultados incertos) e positivo (anticorpos autoimunes confirmados).

Para os testes ELISA, foi medido quão bem esses kits conseguiam encontrar os anticorpos autoimunes. O primeiro tipo de ELISA resultou em muitos falsos positivos, significando que identificou incorretamente algumas amostras negativas como positivas. Ajustes foram feitos para melhorar a precisão, mas ainda assim não alcançou a eficácia do RIPA.

O segundo ELISA foi menos confiável. Mostrou algumas diferenças entre amostras positivas e negativas, mas, no geral, não apresentou resultados consistentes quando comparado ao RIPA.

Em seguida, o CBA fixo foi testado. Os resultados mostraram que ele detectou efetivamente anticorpos autoimunes em um número significativo de amostras que foram positivas no RIPA, demonstrando alta sensibilidade. Também não apresentou falsos positivos em amostras conhecidas por serem negativas, indicando excelente especificidade.

Comparação dos Resultados

Ao comparar os resultados do RIPA e do CBA fixo, houve um alto nível de concordância, sugerindo que o novo teste pode ser uma alternativa confiável em ambientes clínicos. O CBA fixo também teve um bom desempenho na detecção dos tipos específicos de receptores atacados pelos anticorpos autoimunes.

No entanto, notou-se que esse teste pode ter dificuldade com níveis muito baixos de anticorpos autoimunes. Nesses casos, quando tanto os testes CBA quanto ELISA dão resultados negativos, mas ainda há uma suspeita clínica forte de MG, testes adicionais podem ser necessários. Isso pode incluir repetir o RIPA ou usar testes que empregam células vivas, que podem fornecer melhores resultados.

Conclusão

Os anticorpos autoimunes desempenham um papel crucial no diagnóstico e manejo de doenças autoimunes como a Miastenia Gravis. Métodos tradicionais como o RIPA são considerados o padrão ouro para a detecção, mas a introdução de ensaios baseados em células, especialmente aqueles que usam células fixas, mostra promessas como uma alternativa prática.

Embora ensaios baseados em células fixas ofereçam alta especificidade e concordância com o RIPA, eles podem não detectar efetivamente baixos níveis de anticorpos autoimunes. Portanto, uma estratégia combinada, utilizando tanto o CBA fixo quanto testes tradicionais quando necessário, pode otimizar o diagnóstico e o cuidado dos pacientes. O objetivo é fornecer testes precisos e eficientes para aqueles que sofrem de MG, garantindo que recebam o melhor manejo possível de sua condição.

À medida que mais avanços são feitos nos métodos de teste, a esperança é que os pacientes se beneficiem de diagnósticos mais rápidos e confiáveis, levando a melhores resultados de tratamento no futuro.

Fonte original

Título: Detection of autoantibodies against the acetylcholine receptor, evaluation of commercially available methodologies: fixed Cell-Based Assay, Radioimmunoprecipitation Assay and Enzyme-Linked Immunosorbent Assay.

Resumo: IntroductionMyasthenia Gravis (MG) is an autoimmune disease resulting from the action of pathogenic autoantibodies (AAbs) directed against nicotinic acetylcholine receptors (AChR), which interfere with communication between the neurotransmitter acetylcholine and its receptor on the muscle fiber. The detection of anti-AChR using Radio Immuno Precipitation Assay (RIPA) has 100% specificity for the diagnosis of MG, however RIPA has high execution and interpretation complexity and requires radioactive materials, which restrict their use to specialized laboratories. ObjectiveWe compared the performance of the gold standard RIPA with different non-RIPA anti-AChR immunoassays, including a cell-based assay (CBA) and two solid-phase ELISA kits. Results145 samples were included with medical indication for anti-AChR testing. By the RIPA method, 63 were negative (RIPA-Neg 1 nmol/L). The competitive ELISA yielded a poor performance with low Kappa agreement with RIPA (0.210). The indirect ELISA yielded a substantial Kappa agreement (Kappa=0.652), with [~]70% sensitivity and [~]96% specificity, compared to RIPA. In a semiquantitative analysis, there was a good Spearman correlation between the indirect ELISA and RIPA levels (r=0.845). The best performance was observed with the CBA that uses fixed cells expressing clustered AChR as antigenic substrate. There was an almost perfect agreement with RIPA (Kappa = 0.969), with [~]97% sensitivity and 100% specificity. However, in the Borderline group, only 5 ([~]30%) were positive using the CBA method, suggesting a slightly lower sensitivity for the CBA. ConclusionFor detection of anti-AChR reactivity, the indirect immunofluorescence assay yielded a very good analytical performance taking RIPA as the reference method, with potential to replace the RIPA in the clinical laboratory. ELISA could be an option to estimate anti-AChR AAb levels after confirming positivity by the CBA.

Autores: Gerson Dierley Keppeke, L. Diogenes, A. Dellavance, D. C. Baldo, S. C. Gozzi-Silva, K. Gomes, M. S. Prado, L. E. C. Andrade

Última atualização: 2023-08-05 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.07.30.23293388

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.07.30.23293388.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Mais de autores

Artigos semelhantes