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Genética e Comportamento na Dependência: Novas Perspectivas

Estudo revela como os genes influenciam o comportamento de busca por recompensas na dependência.

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A vulnerabilidade à dependência é influenciada tanto por Fatores Genéticos quanto ambientais. Esses fatores podem mudar a forma como as pessoas pensam e agem, especialmente quando se trata de querer recompensas. Por exemplo, algumas pessoas têm mais chance de se sentir atraídas por certas recompensas, como comida ou drogas. Outras podem ser mais curiosas e buscar novas experiências. Elas podem reagir de maneira diferente a novas situações e ter níveis variados de autocontrole.

Os pesquisadores acreditam que estudar esses comportamentos pode ajudar a revelar a base genética da vulnerabilidade à dependência. A sensibilidade a recompensas, especialmente sinais que lembram as pessoas dessas recompensas, é uma parte crucial disso. Por exemplo, certos sinais podem desencadear desejos e levar alguém a buscar drogas novamente depois de tentar parar.

Em estudos com ratos, os cientistas analisaram como esses animais reagem a sinais que preveem comida. Alguns ratos, chamados de "sign-trackers", se sentem atraídos pelo sinal em si, enquanto outros, conhecidos como "goal-trackers", focam mais em onde a comida é entregue. Esse comportamento ajuda os pesquisadores a ver como diferentes tipos de busca por recompensa funcionam.

Os "sign-trackers" tendem a reagir mais fortemente a sinais associados a drogas viciantes como a cocaína. Eles têm mais chances de ir atrás dessas drogas e mostram maior motivação quando expostos a sinais associados. Esse comportamento de "rastreamento" é uma forma útil de medir quão fortemente um indivíduo responde a esses sinais, e pode prever como ele pode se comportar em relação à dependência.

Embora haja uma variedade de respostas entre os ratos, não há estudos suficientes que investiguem a genética por trás do porquê de alguns ratos "sign-track" mais do que outros. Para preencher essa lacuna, os pesquisadores conduziram um estudo abrangente usando uma grande população de ratos. Eles queriam encontrar os fatores genéticos que poderiam explicar as diferentes tendências de como esses animais respondem a sinais de recompensa.

O Estudo e Métodos

Os ratos usados neste estudo, conhecidos como ratos HS, foram criados para manter um pool genético diversificado. Eles foram enviados para uma instalação de pesquisa e depois acomodados em pares, permitindo que se adaptassem antes de serem testados. O ambiente foi controlado quanto à temperatura e luz, e os ratos tinham acesso contínuo a comida e água.

Antes que os testes principais começassem, os ratos passaram por vários testes comportamentais para medir coisas como quão ativos eles eram e como respondiam a diferentes estímulos. Depois de um período de adaptação, eles foram testados em um procedimento específico projetado para examinar como interagiam com sinais que previam comida.

Abordagem Condicionada Pavloviana (PavCA)

Nos testes de PavCA, os ratos aprenderam a associar um sinal, como uma alavanca iluminada, a uma recompensa alimentar. Eles primeiro provaram a comida em sua gaiola antes de aprender que essa alavanca levaria à entrega de comida. Os testes envolveram várias sessões onde os ratos tiveram oportunidades de apertar a alavanca para receber comida, permitindo que os pesquisadores medissem suas respostas.

O comportamento dos ratos foi observado de perto e registrado. Os pesquisadores notaram com que frequência os ratos se aproximavam da alavanca em comparação ao copo de comida, quão rapidamente reagiam aos sinais e outros comportamentos relevantes. Essas medições ajudaram a identificar dois padrões comportamentais distintos: "sign-tracking" (aproximar-se do sinal) e "goal-tracking" (aproximar-se da fonte de comida).

Reforço Condicionado (CRf)

Após os testes de PavCA, um conjunto separado de experimentos examinou quão efetivamente a alavanca poderia reforçar novos comportamentos. Durante esse teste, a alavanca foi movida para uma posição central, e o copo de comida foi removido. Os ratos podiam enfiar o nariz em dois portos diferentes ao lado da alavanca, com um sendo "ativo" (levando à recompensa) e o outro "inativo" (sem recompensa).

Os pesquisadores analisaram várias respostas dos ratos durante essa fase, focando em quão frequentemente usavam o porto ativo em comparação ao inativo, ajudando a entender as propriedades de reforço da alavanca.

Coleta de Dados e Análise Genética

Depois de completar os testes de comportamento, os pesquisadores coletaram amostras de tecido dos ratos para análise genética. Esse processo envolveu examinar muitos marcadores genéticos (conhecidos como SNPs) para identificar conexões entre genes específicos e os padrões de comportamento observados nos testes de PavCA e CRf.

Eles também analisaram como os traços medidos durante esses testes se correlacionavam entre si. Essas conexões podem destacar fatores genéticos subjacentes compartilhados entre diferentes comportamentos em ratos.

Estudo de Associação Genoma-Amplo (GWAS)

Para explorar a base genética dos comportamentos, os pesquisadores realizaram um GWAS. Esse método ajuda a identificar locais genéticos específicos (QTLs) relacionados a comportamentos. Eles encontraram várias regiões em diferentes cromossomos que pareciam estar ligadas às tendências de "sign-track" ou "goal-track".

As descobertas revelaram que várias medições estavam associadas às mesmas regiões genéticas. Algumas dessas regiões continham muitos genes, implicando que múltiplos fatores genéticos podem impulsionar esses comportamentos.

Descobertas do Estudo

O estudo destacou vários genes candidatos relevantes dentro dos loci genéticos identificados. Alguns desses genes tinham funções conhecidas no cérebro ou estavam previamente ligados a condições psiquiátricas, tornando-os alvos intrigantes para investigações futuras.

Correlações Genéticas

A análise indicou que havia fortes correlações genéticas entre medidas de "sign-tracking" e "goal-tracking", sugerindo que podem compartilhar influências genéticas subjacentes. No entanto, alguns traços, como níveis gerais de atividade, pareciam menos conectados às outras medidas comportamentais.

Os pesquisadores também confirmaram que certos comportamentos eram moderadamente hereditários. Isso significa que a genética desempenha um papel em como esses comportamentos se manifestam nos indivíduos.

Genes Candidatos de Interesse

Entre os principais genes candidatos que surgiram da análise genética, alguns têm vínculos conhecidos com funções cerebrais ou distúrbios psiquiátricos. Por exemplo, um gene candidato, o Tenm4, está envolvido no desenvolvimento cerebral e foi associado a várias condições de saúde mental.

Outros genes, como o Chrna10, estão ligados a como o corpo processa nicotina e são relevantes para entender comportamentos de fumo. Esses alvos genéticos podem fornecer insights sobre os fundamentos biológicos da dependência e comportamentos relacionados.

Análise PheWAS

Os pesquisadores também conduziram um Estudo de Associação Fenome-Wide (PheWAS) para ver se os loci genéticos relacionados ao "sign-tracking" e "goal-tracking" também estavam associados a outros comportamentos relacionados à dependência. Eles encontraram influências genéticas sobrepostas em comportamentos relacionados à auto-administração de nicotina e respostas à cocaína.

Essas descobertas sugerem que os fatores genéticos que influenciam como os indivíduos respondem a sinais de recompensa também podem afetar seu risco de desenvolver transtornos de uso de substâncias.

Implicações e Direções Futuras

Os resultados deste estudo iluminam a complexa interação entre genética e comportamento quando se trata de dependência. Ao identificar fatores genéticos específicos ligados à Sensibilidade à Recompensa, os pesquisadores podem trabalhar para entender melhor os mecanismos da dependência.

No geral, as descobertas destacam o potencial dos ratos HS como modelos valiosos para estudar dependência e outros comportamentos relacionados. Os esforços futuros se concentrarão em expandir a população estudada e examinar interações entre genes e outros fatores, como sexo e influências ambientais.

À medida que os pesquisadores continuam a descobrir os componentes genéticos da vulnerabilidade à dependência, há esperança de que essa pesquisa possa levar a estratégias de prevenção e tratamento mais eficazes para indivíduos que lutam com comportamentos aditivos.

Fonte original

Título: Genomic Loci Influencing Cue-Reactivity in Heterogeneous Stock Rats

Resumo: Addiction vulnerability is associated with the tendency to attribute incentive salience to reward predictive cues; both addiction and the attribution of incentive salience are influenced by environmental and genetic factors. To characterize the genetic contributions to incentive salience attribution, we performed a genome-wide association study (GWAS) in a cohort of 1,645 genetically diverse heterogeneous stock (HS) rats. We tested HS rats in a Pavlovian conditioned approach task, in which we characterized the individual responses to food-associated stimuli ("cues"). Rats exhibited either cue-directed "sign-tracking" behavior or food-cup directed "goal-tracking" behavior. We then used the conditioned reinforcement procedure to determine whether rats would perform a novel operant response for unrewarded presentations of the cue. We found that these measures were moderately heritable (SNP heritability, h2 = .189-.215). GWAS identified 14 quantitative trait loci (QTLs) for 11 of the 12 traits we examined. Interval sizes of these QTLs varied widely. 7 traits shared a QTL on chromosome 1 that contained a few genes (e.g. Tenm4, Mir708) that have been associated with substance use disorders and other mental health traits in humans. Other candidate genes (e.g. Wnt11, Pak1) in this region had coding variants and expression-QTLs in mesocorticolimbic regions of the brain. We also conducted a Phenome-Wide Association Study (PheWAS) on other behavioral measures in HS rats and found that regions containing QTLs on chromosome 1 were also associated with nicotine self-administration in a separate cohort of HS rats. These results provide a starting point for the molecular genetic dissection of incentive salience and provide further support for a relationship between attribution of incentive salience and drug abuse-related traits.

Autores: Paul J Meyer, C. P. King, A. S. Chitre, J. D. Leal-Gutierrez, J. A. Tripi, A. Hughson, A. Horvath, A. C. Lamparelli, A. George, C. Martin, C. L. St. Pierre, T. Sanches, H. V. Bimschleger, J. Gao, R. Cheng, K.-M. Nguyen, K. L. Holl, O. Polesskaya, K. Ishiwari, H. Chen, L. C. Solberg Woods, A. A. Palmer, T. E. Robinson, S. B. Flagel

Última atualização: 2024-04-03 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.03.13.584852

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.03.13.584852.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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