Entendendo a Aceitação de Medicamentos pelas Crianças
Pesquisas mostram como o sabor é importante pra aceitação de remédios pelas crianças.
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Nos últimos anos, a atenção sobre como as Crianças aceitam medicamentos, principalmente em forma líquida ou mastigável, aumentou bastante. A aceitação do paciente se refere a quão bem as crianças e seus cuidadores conseguem usar um remédio quando precisam. Fatores como a idade da criança, suas habilidades e o tipo de doença que têm, além do gosto do produto, facilidade de engolir e aparência, são super importantes nisso.
Quando as crianças acham um remédio aceitável, é mais provável que elas tomem regularmente. Esse uso constante é crucial para que o remédio seja eficaz e seguro. Por causa disso, organizações de saúde na Europa têm enfatizado a necessidade de avaliar como as crianças aceitam esses medicamentos. Elas recomendaram que essa aceitação deva fazer parte do processo de desenvolvimento do remédio.
Um fator que influencia bastante como as crianças aceitam um remédio é o gosto. Os pequenos costumam se afastar de sabores desagradáveis, o que pode fazer com que não tomem os remédios como prescrito. Órgãos reguladores agora recomendam fortemente que o gosto seja testado durante o desenvolvimento de novos medicamentos para crianças.
Existem vários métodos para avaliar como as crianças percebem o gosto dos remédios. É essencial que esses métodos sejam adequados para a idade da criança. Dependendo da idade, os pesquisadores podem coletar opiniões tanto das crianças quanto dos cuidadores. Vale lembrar que, enquanto um método chamado escala hedônica facial é amplamente utilizado, pode não funcionar bem para crianças muito pequenas ou para aquelas que não se expressam verbalmente.
Um documento de um órgão regulador europeu destaca vários pontos-chave para testar a aceitação do gosto em crianças. Isso inclui ter um teste que seja curto, motivador, fácil de realizar e que limite o número de sabores testados a quatro. No entanto, ainda precisa haver maneiras mais precisas e confiáveis de medir a aceitação do gosto.
Pesquisas anteriores descobriram que observar as reações faciais das crianças a diferentes gostos pode ser útil. Alguns dos primeiros estudos registraram reações de bebês a diferentes sabores colocados em suas bocas. Um método de 1988 analisou expressões faciais em detalhes, identificando movimentos específicos relacionados a reações emocionais. Embora isso tenha suas vantagens, pode ser subjetivo, demorado e caro.
Recentemente, houve um aumento no uso de tecnologia, como inteligência artificial, para estudar as respostas das crianças a sabores. Essa tecnologia mostrou potencial para entender como as crianças se sentem em relação a diferentes alimentos e bebidas. Só agora os pesquisadores começaram a aplicar essas tecnologias para estudar o gosto dos remédios.
Um estudo explorou o uso de tecnologia de reconhecimento facial para avaliar como as crianças reagem a diferentes gostos. Embora tenha mostrado potencial para distinguir entre sabores doces e amargos, os pesquisadores notaram que melhorias eram necessárias para aplicações mais amplas. Outro estudo comparou a palatabilidade de dois tipos de remédios em crianças, usando tecnologia similar para medir suas respostas.
Nosso estudo teve como objetivo refinar essas abordagens usando análise de vídeo para avaliar objetivamente como as crianças reagiam a diferentes sabores. Envolvemos crianças de 4 a 11 anos, trabalhando com seus cuidadores para conduzir o estudo a partir de casa. Os participantes receberam um kit com instruções, tiras de Sabor e um aplicativo móvel para registrar seu feedback. As tiras de sabor foram feitas para imitar sabores encontrados na comida, incluindo amargo, doce, azedo e uma tira de controle sem gosto.
Como parte do estudo, as crianças foram instruídas sobre como provar as tiras e registrar suas reações faciais usando o smartphone de seus cuidadores. Depois de experimentar, elas classificaram o sabor usando uma escala simples de carinhas, fornecendo mais informações sobre suas experiências.
As crianças testaram as tiras em uma ordem aleatória para evitar viés nas respostas, e foram incentivadas a beber água entre as provas para limpar o paladar. Os dados foram armazenados e gerenciados de forma segura, de acordo com as leis de privacidade.
Depois de analisar as classificações, não encontramos diferenças significativas entre meninos e meninas ou entre diferentes faixas etárias. No entanto, houve uma variação clara em como as crianças classificaram os diferentes sabores. De modo geral, as crianças gostaram mais do sabor doce, não gostaram do amargo e tiveram opiniões mistas sobre o azedo.
Além disso, analisamos os vídeos para identificar expressões faciais específicas ligadas a cada gosto. Uma alta porcentagem dos quadros de vídeo pôde ser processada, permitindo avaliar as expressões faciais durante e após a degustação. Examinamos vários movimentos faciais para ver como eles se relacionavam com as classificações de gosto das crianças.
Através da nossa análise, descobrimos que certos movimentos faciais, especialmente em torno das sobrancelhas e da boca, eram indicadores significativos de como as crianças responderam a cada gosto. Por exemplo, movimentos das sobrancelhas tendiam a correlacionar com reações de gosto positivas ou negativas.
Nosso método, realizado em um ambiente domiciliar, mostrou a viabilidade de avaliar a aceitação do gosto sem sobrecarregar demais os participantes. Enquanto muitos estudos anteriores se concentraram em ambientes de laboratório, nossa abordagem fornece insights sobre como as crianças respondem naturalmente.
Este estudo ilumina a importância de entender as reações das crianças aos medicamentos. As descobertas destacam a necessidade de considerar o gosto ao desenvolver medicamentos para crianças. O objetivo é criar remédios que as crianças achem mais aceitáveis, melhorando seus resultados de saúde.
Esta pesquisa também aponta para o potencial de outros estudos para explorar outros sinais não verbais, como movimentos corporais ou padrões vocais, que poderiam enriquecer nossa compreensão sobre como as crianças percebem o gosto. Esses insights poderiam levar a um melhor design de medicamentos, tornando-os mais fáceis de tomar.
Em conclusão, é crucial considerar as preferências e reações das crianças no desenvolvimento de medicamentos pediátricos. Entender como as crianças respondem a diferentes sabores pode ajudar os prestadores de saúde a criar opções de tratamento mais eficazes, garantindo melhor adesão e saúde aprimorada para os pequenos pacientes. Pesquisas futuras devem continuar a refinar métodos para avaliar a Aceitabilidade e explorar várias maneiras de envolver as crianças em seus processos de cuidados de saúde.
Título: Using facial reaction analysis and machine learning to objectively assess palatability of medicines in children
Resumo: For orally administered drugs, palatability is key in ensuring patient acceptability and treatment compliance. Therefore, understanding childrens taste sensitivity and preferences can support formulators in making paediatric medicines more acceptable. Presently, we explore if the application of computer-vision techniques to videos of childrens reaction to gustatory taste strips can provide an objective assessment of palatability. Primary school children tasted four different flavoured strips: no taste, bitter, sweet and sour. Data was collected at home, under the supervision of a guardian, with responses recorded using the Aparito Atom5 app and smartphone camera. Participants scored each strip on a 5-point hedonic scale. Facial landmarks were identified in the videos, and quantitative measures such as changes around the eyes, nose and mouth were extracted to train models to classify strip taste and score. We received 197 videos and 256 self-reported scores from 64 participants. The hedonic scale elicited expected results: children like sweetness, dislike bitterness and have varying opinions for sourness. The findings revealed the complexity and variability of facial reactions and highlighted specific measures, such as eyebrow and mouth corner elevations, as significant indicators of palatability. This study into childrens taste specificities can improve the measurement of paediatric medicine acceptability. An objective measure of how children feel about the taste of medicines has great potential in helping find the most palatable formulation. Moreover, collecting data in the home setting allows for natural behaviour, with minimal burden for participants. Author summaryWhen formulating medicines for children, understanding the taste profile is crucial to ensure they are not excessively unpleasant. In this study, we assessed if facial reactions in response to taste stimuli can be used to easily measure childrens feelings about the taste. We recorded videos of children trying different taste strips and analysed their facial expressions in response to each taste. The strips had different flavours: bitter, sweet, sour, and one with no taste. We also asked the children to rate each strip on scale of 1 to 5. We collected data from 64 children. The results confirmed that children generally like sweet tastes and do not like bitter ones. Their opinions on sour taste varied. Moreover, we found that specific facial reactions, like changes in their eyebrows and mouth corners were good indicators of taste preferences. The analysis of facial expressions can help formulators make medicines for children taste better. By objectively measuring how children feel about the taste of medicines, we can create more acceptable medicines for them. The collection of this data at home ensured children were in their comfortable environment, making it easier for them to be part of the study.
Autores: Elisa Alessandrini, R. Aziza, C. Matthews, S. Ranmal, Z. Zhou, E. H. Davies, C. Tuleu
Última atualização: 2023-08-24 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.21.23293473
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.21.23293473.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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