A Evolução das Enzimas e Suas Funções
Descubra como as enzimas evoluem e fazem tarefas parecidas em diferentes espécies.
― 7 min ler
Índice
- Como as Enzimas Mudam
- As Limitações do Nosso Conhecimento
- O que é Evolução Convergente?
- Analisando Isoenzimas
- Os Três Principais Paradigmas de Convergência
- Analisando Pares de Enzimas
- Convergência Estrutural e Mecânica
- Convergência Apenas Mecânica
- Convergência Apenas de Reação
- Fatores que Influenciam a Evolução Convergente
- Ferramentas Usadas para Análise
- Desafios na Classificação de Enzimas
- Conclusão
- Fonte original
As Enzimas são proteínas especiais que ajudam a acelerar reações químicas nos organismos vivos. Elas têm um papel crucial em muitos processos do corpo. Com o tempo, essas enzimas evoluem, ou seja, mudam para se adaptar a diferentes condições. A evolução pode alterar algumas partes das enzimas, enquanto outras permanecem iguais. Isso acontece através de um processo chamado seleção natural, onde os indivíduos que estão mais bem adaptados ao ambiente têm mais chances de sobreviver e se reproduzir.
Como as Enzimas Mudam
As enzimas podem mudar de várias maneiras. Uma delas é através de mutações, onde pequenas mudanças no DNA levam a alterações na estrutura da enzima. Às vezes, essas mudanças podem gerar novas funções. Outras vezes, as enzimas continuam funcionando da mesma forma, mesmo com alterações na estrutura. Quando isso acontece, dizemos que as enzimas se divergiram de um ancestral comum.
Curiosamente, muitas enzimas diferentes podem realizar funções similares, mesmo que não compartilhem uma história evolutiva próxima. Isso é chamado de Evolução Convergente, onde proteínas não relacionadas evoluem para fazer tarefas semelhantes.
As Limitações do Nosso Conhecimento
Atualmente, sabemos muito sobre como as enzimas funcionam, mas há muitas reações que ainda não estudamos. Entre as reações que conhecemos, é comum que mais de um tipo de enzima catalise a mesma reação. Na verdade, pesquisas mostram que muitas reações são catalisadas por duas ou mais famílias de enzimas não relacionadas. Essas enzimas semelhantes são chamadas de enzimas isofuncionais ou isozimas.
O que é Evolução Convergente?
Evolução convergente é uma forma de descrever como diferentes espécies evoluem características ou funções semelhantes de forma independente. Isso significa que, enquanto duas enzimas podem parecer ou agir de forma parecida, elas desenvolveram essas características sem compartilhar um ancestral comum recente.
Muitas enzimas usam estruturas e arranjos semelhantes de grupos químicos em seus sítios ativos para catalisar reações. Esses sítios ativos podem ter formas específicas que são cruciais para sua função. Mesmo que as enzimas sejam diferentes, seu mecanismo – os passos que elas seguem para realizar uma reação – pode ser bem parecido.
Analisando Isoenzimas
Para entender melhor como as enzimas podem evoluir de forma semelhante, os pesquisadores analisam isozimas. Isoenzimas são enzimas que realizam a mesma reação, mas vêm de famílias não relacionadas. Um estudo examinou vários exemplos de isozimas para desvendar diferentes padrões ou paradigmas de evolução convergente.
Os pesquisadores encontraram muitos casos de isozimas que demonstram várias maneiras como as enzimas podem convergir, dependendo da estrutura do sítio ativo, do mecanismo de ação e de outros fatores.
Os Três Principais Paradigmas de Convergência
Através de suas análises, os pesquisadores identificaram três padrões principais de convergência funcional em enzimas:
Convergência Estrutural e Mecânica: Isso acontece quando duas ou mais enzimas compartilham estruturas e Mecanismos semelhantes. O estudo encontrou que muitas isozimas se encaixam nessa categoria. Mesmo que as enzimas sejam de famílias diferentes, elas podem apresentar semelhanças estruturais em seus sítios ativos enquanto utilizam mecanismos semelhantes para catalisar reações.
Convergência Apenas Mecânica: Nesse caso, as enzimas compartilham um mecanismo semelhante, mas suas estruturas não são parecidas. Isso significa que, enquanto os passos que as enzimas usam para realizar suas reações são semelhantes, a forma como são construídas pode diferir bastante.
Convergência Apenas de Reação: Algumas enzimas realizam a mesma reação, mas não têm semelhanças em seus mecanismos ou estruturas. Essas enzimas podem catalisar a mesma mudança química, mas fazem isso de maneiras completamente diferentes.
Analisando Pares de Enzimas
Os pesquisadores analisaram vários pares de isozimas para tirar conclusões sobre suas semelhanças e diferenças. Eles descobriram que muitos pares mostravam semelhanças notáveis em seus mecanismos, mesmo quando suas estruturas eram bem diferentes. Isso sugere que certos tipos de funções evoluíram várias vezes entre diferentes linhagens.
Convergência Estrutural e Mecânica
No primeiro paradigma, a convergência estrutural e mecânica, os pesquisadores examinaram casos específicos onde duas enzimas diferentes catalisaram a mesma reação usando estruturas e mecanismos semelhantes. Por exemplo, enzimas humanas e de levedura que convertem dióxido de carbono e água em bicarbonato têm semelhanças notáveis, mesmo usando íons metálicos diferentes.
Em outro caso, enzimas de mamíferos e bactérias que degradam ornitina exibem arranjos semelhantes de resíduos catalíticos importantes. Apesar da baixa similaridade estrutural geral, seus sítios ativos mostram arranjos espelhados que permitem realizar a mesma reação.
Convergência Apenas Mecânica
O segundo paradigma, a convergência apenas mecânica, destaca casos onde enzimas utilizam passos semelhantes para realizar suas reações, mas suas estruturas gerais não mostram semelhanças claras. Isso significa que as enzimas podem apresentar aspectos funcionais semelhantes sem alinhamento estrutural.
Por exemplo, certas enzimas de plantas e bactérias degradam as paredes celulares das plantas usando mecanismos semelhantes, mas diferem em suas formas gerais.
Convergência Apenas de Reação
O terceiro paradigma revela instâncias em que enzimas com estruturas totalmente diferentes catalisam a mesma reação sem compartilhar qualquer semelhança mecanística. Por exemplo, enzimas fúngicas e bacterianas que digerem celobiosidase trabalham através de processos diferentes, mas alcançam o mesmo resultado final.
Isso implica que funções semelhantes podem surgir independentemente em enzimas não relacionadas, muitas vezes devido a pressões ambientais ou à necessidade de realizar tarefas metabólicas específicas.
Fatores que Influenciam a Evolução Convergente
O estudo também levantou questões sobre por que certas funções evoluem várias vezes. Vários fatores podem influenciar isso:
Necessidades Metabólicas Comuns: Diferentes formas de vida frequentemente precisam realizar reações metabólicas semelhantes, o que pode levar à evolução independente de enzimas com funções parecidas.
Mecanismos Regulatórios Diferentes: As enzimas podem ter evoluído de forma diferente para atender a necessidades regulatórias específicas dentro de um organismo.
Pressões Ambientais: Ambientes diferentes podem exigir soluções semelhantes. A limitação de materiais-primas disponíveis pode levar a adaptações semelhantes, mesmo entre enzimas não relacionadas.
Ferramentas Usadas para Análise
Os pesquisadores usaram vários métodos para analisar pares de enzimas, como comparações estruturais, alinhamentos de sequências e avaliações de mecanismos catalíticos. Eles também verificaram a presença de cofatores, que são ajudantes químicos importantes que assistem as enzimas em suas funções.
Os sítios ativos das enzimas foram comparados para ver se compartilhavam designs comuns. Os resultados mostraram que semelhanças nos sítios ativos frequentemente correspondiam a semelhanças em como as enzimas executavam suas funções.
Desafios na Classificação de Enzimas
Classificar enzimas e entender suas relações pode ser desafiador. Mesmo que as enzimas compartilhem a mesma classificação com base em sua funcionalidade (conhecida como número da Comissão de Enzimas), elas podem apresentar diferenças substanciais em como operam.
Algumas enzimas, por exemplo, podem atuar em diferentes substratos ou usar mecanismos diferentes para a catálise, o que complica sua classificação.
Conclusão
A pesquisa sobre enzimas e sua evolução revela insights fascinantes sobre como a vida se adapta para atender suas necessidades bioquímicas. Ao examinar isozimas e suas várias formas de convergência, os cientistas conseguem entender melhor os princípios que orientam a evolução e a função das enzimas.
Esse estudo contínuo é essencial para várias aplicações, desde o desenvolvimento de medicamentos até a biotecnologia, aprimorando nosso entendimento de como as enzimas funcionam e como podemos usá-las a nosso favor em áreas científicas e práticas.
Título: Paradigms of convergent evolution in enzymes
Resumo: There are many occurrences of enzymes catalysing the same reaction but having significantly different structures. Leveraging the comprehensive information on enzymes stored in the Mechanism and Catalytic Site Atlas (M-CSA), we present a collection of 38 cases for which there is sufficient evidence of functional convergence without an evolutionary link. For each case, we compare enzymes which have identical Enzyme Commission numbers (i.e. catalyse the same reaction), but different identifiers in the CATH data resource (i.e. different folds). We focus on similarities between their sequence, structure, active site geometry, cofactors and catalytic mechanism. These features are then assessed to evaluate whether all the evidence on these structurally diverse proteins supports their independent evolution to catalyse the same chemical reaction. Our approach combines literature information with knowledge-based computational resources from, amongst others, M-CSA, PDBe and PDBsum, supported by tailor made software to explore active site structure and assess mechanism similarity. We find that there are multiple varieties of convergent functional evolution observed to date and it is necessary to investigate sequence, structure, active site geometry and enzyme mechanisms to describe such convergence accurately.
Autores: Ioannis G. Riziotis, J. C. Kafas, G. Ong, N. Borkakoti, A. J. M. Ribeiro, J. Thornton
Última atualização: 2024-04-11 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.08.588552
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.08.588552.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.