Investigando esporos de Bacillus cereus na segurança alimentar
Estudo analisa como esporos de B. cereus grudam e sobrevivem na produção de alimentos.
― 7 min ler
Índice
Bacillus cereus é um grupo de bactérias que dá para encontrar em vários lugares, como solo, água e plantas. Essas bactérias podem contaminar a comida e são conhecidas por causar intoxicação alimentar. Tem dois tipos de intoxicação associados ao B. cereus: uma que causa vômito e outra que leva à diarreia. O B. cereus também pode quebrar componentes dos alimentos, piorando a qualidade e reduzindo a durabilidade.
Um problema sério para os produtores de alimentos é que o B. cereus pode formar Esporos, que são super resistentes e conseguem sobreviver a condições adversas como calor, radiação e produtos químicos. Esses esporos dificultam a limpeza dos produtos alimentícios e das ferramentas de produção, tornando tudo mais caro. Os esporos têm um núcleo especial e camadas que os protegem, ajudando a enfrentar situações complicadas.
Pesquisas mostraram que os esporos do B. cereus grudam melhor em superfícies encontradas em fábricas de alimentos, como aço inoxidável e plástico. Essa aderência forte dificulta a remoção e aumenta a capacidade de sobrevivência desses esporos em ambientes hostis. Além disso, quando os esporos se grudam em superfícies, podem formar Biofilmes, que são comunidades de bactérias que se unem e conseguem sobreviver em condições adversas. Os biofilmes nos equipamentos de produção de alimentos geram problemas de contaminação e aumentam os custos de limpeza e saneamento.
Para limpar e desinfetar de forma eficaz, é preciso saber mais sobre como esses esporos interagem com o ambiente e entre si. Também foi descoberto que as bactérias podem grudar umas nas outras, ajudando elas a aguentar estresses ambientais. O processo de adesão entre as bactérias é geralmente facilitado por moléculas especiais nas superfícies delas.
Apêndices
Importância dosEstudos recentes indicam que muitas bactérias do B. cereus possuem genes para estruturas especiais conhecidas como apêndices de endósporos, ou ENAs. Existem dois tipos desses apêndices, chamados S-ENA e L-ENA. S-ENAs são fibras longas e flexíveis que estão nos esporos e ajudam eles a grudarem melhor nas superfícies. Já as L-ENAs são mais curtas e ajudam a fortalecer ainda mais a estrutura dos esporos. Esses apêndices podem ter um papel importante na adesão dos esporos às superfícies e uns aos outros.
Pesquisas também sugerem que a presença desses apêndices pode aumentar a formação de biofilmes. Quanto mais as bactérias grudam entre si, mais chances elas têm de sobreviver no ambiente. Então, entender como esses apêndices funcionam pode trazer insights para diminuir os riscos de contaminação na produção de alimentos.
Metas do Estudo
O objetivo principal desse estudo é explorar como os apêndices S-ENA e L-ENA afetam a capacidade dos esporos de B. cereus de se grudarem entre si e ao ambiente. Vamos usar diferentes tipos de esporos para ver como eles interagem entre si e com células vegetativas, que são a forma ativa das bactérias. Também vamos examinar como fatores como a concentração de sal e outras substâncias no líquido ao redor impactam essas interações.
Sedimentação
Dinâmica dePara avaliar como os esporos grudam entre si, vamos estudar como eles se acomodam em um líquido. Quando as bactérias formam grupos, elas tendem a se acomodar mais rápido do que as individuais. Para isso, vamos colocar diferentes lotes de esporos em tubos de vidro com líquido e observar como eles se acomodam ao longo do tempo. Esperamos que os esporos com mais apêndices se agrupem e se acomodem mais rápido.
As observações vão ajudar a categorizar os esporos em grupos diferentes com base em quão rápido eles se acomodam. Alguns vão se acomodar rápido por causa da forte adesão, enquanto outros vão demorar mais porque não conseguem formar grupos eficazmente.
Procedimentos Experimentais
Cepas e Preparação de Esporos
Vamos começar com diferentes cepas de B. cereus, especificamente uma conhecida por causar doenças alimentares. Para preparar os esporos para os testes, vamos cultivar as bactérias em placas especiais por algumas semanas até que a maioria tenha formado esporos. Depois, vamos coletá-los e armazená-los até que sejam necessários para os testes.
Ensaios de Sedimentação
Vamos realizar testes de sedimentação colocando suspensões de esporos em tubos de amostra e deixando-os se acomodar. Usando uma câmera, vamos capturar imagens em vários momentos para ver como os esporos se acomodam ao longo do tempo. Após o experimento, vamos verificar se os esporos não começaram a crescer ou mudar de forma.
Configuração de Pincetas Ópticas
Para estudar como os esporos interagem entre si, vamos usar um método chamado pincetas ópticas. Isso envolve usar lasers para prender esporos individuais e observar seu comportamento. Vamos montar um experimento onde capturamos dois esporos e os seguramos juntos para ver se eles permanecem grudados depois de soltos.
Testes de Captura e Liberação
Vamos fazer vários testes para investigar quão bem os esporos se aderem entre si. Em um teste, vamos colocar dois esporos próximos e ver se eles grudam quando os soltamos. Em outro teste, vamos avaliar como um esporo interage com uma célula vegetativa vizinha, observando se eles grudam juntos e quão próximos ficam.
Resultados dos Padrões de Sedimentação
Usando o método de sedimentação, esperamos ver diferenças entre as cepas de esporos com base em seus apêndices. Esporos com mais apêndices devem se acomodar mais rápido e formar pelotas densas no fundo dos tubos. Em contrapartida, esporos sem apêndices vão se acomodar devagar e criar pelotas menos densas.
Enquanto analisamos os dados, vamos categorizar as cepas de esporos com base nos padrões de sedimentação observados. Identificar esses padrões vai ajudar a determinar os papéis dos diferentes apêndices em como os esporos se comportam em líquidos.
Observando Interações de Esporos
Através da configuração da câmera, vamos investigar se os esporos grudam entre si. Vamos avaliar com que frequência dois esporos permanecem aderidos depois de serem segurados. A frequência de adesão será comparada entre diferentes cepas.
Além da adesão entre esporos, nossos experimentos também vão investigar como os esporos interagem com células vegetativas. Esperamos ver tendências de ligação diferentes com base no tipo de apêndices presentes nos esporos.
Efeitos Ambientais na Adesão
Enquanto testamos diferentes condições, também vamos avaliar como o ambiente ao redor influencia as interações dos esporos. Vamos usar soluções com concentrações de sal variadas para ver como elas afetam a adesão e as taxas de sedimentação dos esporos.
Nosso objetivo é entender como fatores como a concentração de íons impactam a capacidade dos esporos de grudarem uns nos outros e no ambiente ao redor. Essa informação pode ser valiosa para melhorar os métodos de limpeza na produção de alimentos.
Conclusões
Ao examinar as interações e comportamentos dos esporos de B. cereus, esperamos obter insights sobre a capacidade deles de sobreviver e se espalhar em ambientes de produção de alimentos. Entender o papel dos apêndices pode ajudar a desenvolver estratégias mais eficientes para combater a contaminação e aumentar a segurança alimentar.
A presença dos apêndices parece ter um papel crucial em quão bem os esporos conseguem se aderir a superfícies e uns aos outros, afetando como eles se acomodam em líquidos. Essa pesquisa pode fornecer informações valiosas para a indústria alimentícia, ajudando a mitigar os riscos gerados pela contaminação do B. cereus.
Em resumo, estamos realizando uma avaliação abrangente dos comportamentos dos esporos de B. cereus, suas interações e o impacto dos fatores ambientais nessas dinâmicas. Nossas descobertas podem levar a aplicações práticas que ajudem a reduzir a contaminação nos ambientes de produção de alimentos.
Título: The role of endospore appendages in spore-spore contacts in pathogenic bacilli
Resumo: Species within the spore-forming Bacillus cereus sensu lato group are recognized for their role in food spoilage and food poisoning. B. cereus spores are decorated with numerous pilus-like appendages, called S-ENAs and L-ENAs. These appendages are believed to play crucial roles in self-aggregation, adhesion, and biofilm formation. By using both bulk and single-cell approaches, we investigate the role of S-and L-ENAs as well as the impact of different environmental factors in spore-to-spore contacts and in the interaction between spores and vegetative cells. Our findings reveal that ENAs, and particularly their tip fibrilla, play an essential role in spore self-aggregation but not in the adhesion of spores to vegetative cells. The absence of L-BclA, which builds the L-ENA tip fibrillum, reduced both S-and L-ENA mediated spore aggregation, emphasizing the interconnected roles of S-and L-ENAs. Increased salt concentrations in the liquid environment significantly reduced spore aggregation, implying a charge dependency of spore-spore interactions. By elucidating these complex interactions, our study provides valuable insights into spore dynamics. This knowledge can guide future studies on spore behavior in environmental settings and aids in developing strategies to manage bacterial aggregation for beneficial purposes, like controlling biofilms in food production equipment.
Autores: Magnus Andersson, U. L. Jonsmoen, D. Malyshev, M. Sleutel, E. E. Kristensen, E. D. Zegeye, H. Remaut, M. E. Aspholm
Última atualização: 2024-04-22 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.22.590507
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.22.590507.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.