Novas Percepções sobre Proteínas do Dobra HK97 em Bactérias
Pesquisa revela o comportamento complexo dos encapsulinos em bactérias.
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Índice
- Estrutura da Dobra HK97
- Encapsulinas e Sua Função
- Os Sistemas de Encapsulinas da Família 2B
- Pesquisa em Streptomyces Lydicus
- Interação e Montagem de Proteínas
- Estabilidade e Distribuição de Tamanho
- Insights da Microscopia Eletrônica Criogênica
- Cascas Misturadas e Suas Propriedades
- O Papel dos CBDs
- Comparação com Outros Sistemas
- Conclusão
- Direções Futuras
- Materiais e Métodos
- Fonte original
A dobra HK97 é uma estrutura que aparece bastante em vírus que infectam bactérias, especialmente em um grupo chamado bacteriófagos. Esses vírus fazem parte de uma ordem viral maior conhecida como Caudovirales. Essa dobra recebeu o nome de um bacteriófago específico, o Escherichia vírus HK97, que infecta Escherichia coli. A dobra HK97 também tá presente em outras estruturas virais, incluindo as que infectam animais e até em alguns compartimentos bacterianos que ajudam no armazenamento e função de enzimas.
Estrutura da Dobra HK97
A dobra HK97 tem três partes importantes: o domínio axial (A-domínio), o domínio periférico (P-domínio) e a alça estendida (E-loop). Essas partes são bem parecidas em diferentes proteínas, mesmo que as proteínas em si não sejam geneticamente relacionadas. A versatilidade da dobra HK97 permite que ela se adapte mantendo essas características principais intactas. Os pesquisadores descobriram que estruturas baseadas nessa dobra podem mudar de forma, permitindo que abram e fechem em resposta a diferentes estímulos.
Encapsulinas e Sua Função
Encapsulinas são compartimentos proteicos encontrados em algumas bactérias que utilizam a dobra HK97. Esses compartimentos ajudam as bactérias a realizar tarefas metabólicas especiais, guardando enzimas específicas. Cada encapsulina é formada por um único tipo de proteína que se monta em uma casca. O tamanho dessas cascas pode variar bastante, e diferentes tipos de enzimas podem ser armazenadas dentro delas.
Existem diferentes sistemas de encapsulina identificados, e eles podem realizar várias funções biológicas, como armazenar ferro, resistir ao estresse oxidativo e facilitar a criação de certos compostos. As cascas de encapsulina ajudam a criar um ambiente controlado para essas reações e podem deixar pequenas moléculas entrarem ou saírem seletivamente, regulando assim a atividade das enzimas armazenadas.
Os Sistemas de Encapsulinas da Família 2B
Entre as encapsulinas, as da Família 2B são particularmente interessantes. Elas podem ser categorizadas com base em sua estrutura e nos tipos de enzimas que carregam. Encapsulinas da Família 2B costumam conter duas proteínas diferentes que podem se juntar. Isso é único, já que a maioria das encapsulinas é composta por apenas um tipo de proteína. Esse sistema de múltiplos componentes é acreditado para ajudar nas funções específicas da encapsulina, especialmente em como as enzimas são armazenadas e utilizadas.
Os pesquisadores encontraram muitos sistemas de encapsulina de dois componentes em várias bactérias, indicando que esses sistemas são bastante comuns. Eles identificaram cinco tipos principais de operons que estão envolvidos no funcionamento das encapsulinas, cada um capaz de carregar diferentes tipos de enzimas.
Pesquisa em Streptomyces Lydicus
Esse estudo foca em um sistema de encapsulina de dois componentes encontrado na bactéria Streptomyces lydicus. Os pesquisadores queriam entender como as duas proteínas de casca diferentes, identificadas como Sl-Enc1 e Sl-Enc2, trabalham juntas. Eles usaram vários métodos para expressar e purificar essas proteínas para analisar como elas se montam em cascas.
Interação e Montagem de Proteínas
Quando os pesquisadores expressaram Sl-Enc1 e Sl-Enc2 separadamente, notaram comportamentos diferentes. Sl-Enc2 formou cascas de encapsulina regulares com sucesso, enquanto Sl-Enc1 não conseguiu formar cascas adequadas, mas sim agregados irregulares. Esse resultado inesperado foi surpreendente, considerando a alta similaridade entre as duas proteínas.
Para investigar se elas poderiam se montar juntas, os pesquisadores marcaram uma das proteínas com um marcador especial. Isso permitiu que eles rastreassem e confirmassem que as duas proteínas realmente podiam se unir para formar cascas misturadas, mesmo que Sl-Enc1 sozinha não conseguisse formar cascas. As cascas misturadas se pareciam muito com as cascas regulares formadas apenas por Sl-Enc2, mas continham os dois tipos de proteínas em uma proporção variável.
Estabilidade e Distribuição de Tamanho
Os pesquisadores analisaram mais a fundo as cascas misturadas e descobriram que pareciam ter melhor estabilidade em comparação com as formadas apenas por Sl-Enc2. Eles usaram técnicas de espalhamento de luz para medir os tamanhos e a distribuição das cascas de proteína, concluindo que as cascas misturadas tinham um tamanho mais uniforme e menos variabilidade.
Insights da Microscopia Eletrônica Criogênica
Para explorar mais a estrutura das cascas, a equipe usou a microscopia eletrônica criogênica. Essa técnica avançada de imagem permitiu visualizar as cascas em nível molecular. Eles descobriram que quando havia uma predominância de Sl-Enc1, a estrutura resultante refletia principalmente essa proteína.
Eles construíram modelos detalhados tanto de Sl-Enc1 quanto de Sl-Enc2 com base em suas observações. Os modelos revelaram que, embora as duas proteínas tivessem estruturas praticamente idênticas no geral, cada uma tinha características únicas. Por exemplo, Sl-Enc1 possuía um braço N distinto, que não é encontrado em Sl-Enc2, sugerindo que essas pequenas diferenças poderiam impactar significativamente como elas funcionam juntas.
Cascas Misturadas e Suas Propriedades
Examinações adicionais das cascas misturadas indicaram um arranjo complexo onde ambas as proteínas interagiam de várias maneiras. Os pesquisadores conseguiram identificar interações específicas entre Sl-Enc1 e Sl-Enc2 através de suas interfaces estruturais. Essa variabilidade em como as proteínas se uniam permitiu diferentes tamanhos de poro e propriedades, o que poderia influenciar como a encapsulina funciona nas atividades metabólicas.
O Papel dos CBDs
Uma região especial dentro dessas proteínas, conhecida como domínio de ligação de nucleotídeos cíclicos (CBD), mostrou uma variação considerável entre Sl-Enc1 e Sl-Enc2. Enquanto os CBDs são geralmente considerados como ligantes de nucleotídeos, nessas encapsulinas, sugeriu-se que eles poderiam interagir com outras pequenas moléculas. Essa variabilidade nos CBDs poderia afetar como a encapsulina funciona, permitindo que ela respondesse a diferentes sinais externos ao alterar a atividade das enzimas armazenadas dentro.
Comparação com Outros Sistemas
As características observadas no sistema de encapsulina de dois componentes de Streptomyces lydicus traçam paralelos interessantes com outros compartimentos proteicos conhecidos em bactérias. Por exemplo, compartimentos microbianos (BMCs) também utilizam múltiplas proteínas para construir suas cascas, permitindo o ajuste fino de suas propriedades com base nas necessidades da célula.
Da mesma forma, o bacteriófago T4 mostra uma preferência distinta por usar duas proteínas diferentes para construir seu capsídeo, embora seus mecanismos de montagem sejam diferentes dos do sistema de encapsulina em estudo. Ambos os sistemas ilustram como estruturas complexas podem evoluir para otimizar várias funções biológicas.
Conclusão
Os achados desse estudo ampliam nossa compreensão das proteínas da dobra HK97, especialmente em como elas podem combinar diferentes componentes para formar estruturas complexas. A capacidade de Sl-Enc1 e Sl-Enc2 de trabalharem juntas sugere um mecanismo sofisticado que as bactérias podem usar para regular suas funções metabólicas de forma mais eficaz. À medida que essa pesquisa avança, pode iluminar funções novas para as encapsulinas e suas potenciais aplicações em biotecnologia e medicina.
Direções Futuras
A exploração de sistemas de encapsulina de dois componentes abre muitas perguntas para pesquisas futuras. Entender os papéis específicos que cada proteína desempenha, como elas interagem com o que carregam e a natureza precisa dos sinais que regulam a atividade da encapsulina são passos críticos. Estudos adicionais também poderiam investigar como esses sistemas podem ser aproveitados para aplicações práticas, incluindo sistemas de entrega de enzimas ou estratégias de biorremediação.
Materiais e Métodos
Bioinformática e Filogenética
Para estudar as proteínas de encapsulina da Família 2B, os pesquisadores usaram bancos de dados para coletar sequências e realizar análises. Eles identificaram operons e realizaram mapeamento filogenético para entender como essas proteínas se relacionam.
Técnicas de Biologia Molecular
Os genes codificadores das proteínas de casca foram projetados para expressão em bactérias. Várias estratégias de clonagem foram usadas para introduzir marcadores e mutações nos genes, seguidas de transformação em células bacterianas para a expressão das proteínas.
Purificação de Proteínas
Uma vez expressas, as proteínas foram isoladas usando uma série de etapas de purificação, incluindo cromatografia de afinidade e de exclusão por tamanho. A pureza e concentração foram confirmadas por várias técnicas de eletroforese em gel.
Técnicas de Imagem
A microscopia eletrônica de transmissão com coloração negativa permitiu a visualização das cascas de encapsulina. O espalhamento dinâmico de luz foi empregado para avaliar o tamanho e a distribuição das proteínas purificadas. A microscopia eletrônica criogênica forneceu dados estruturais de alta resolução das proteínas em seus estados nativos.
Análise Estrutural
A construção e refinamento de modelos foram realizados usando ferramentas de software avançadas para criar representações precisas das proteínas. Experimentos de ligação cruzada ajudaram a elucidar as interações entre os dois componentes da casca.
Espectrometria de Massas
As proteínas ligadas cruzadas foram analisadas para confirmar interações e identificar eventos de ligação específicos por meio de técnicas de espectrometria de massas. Isso ajuda a entender a dinâmica de interação em nível molecular.
Resumo
Essa pesquisa revela o comportamento complexo das encapsulinas em Streptomyces lydicus e prepara o terreno para investigações futuras sobre seus papéis biológicos e aplicações. As descobertas contribuem para uma compreensão mais ampla da compartimentalização proteica em bactérias e destacam as diversas estratégias que esses organismos evoluíram para gerenciar processos metabólicos.
Título: A two-component quasi-icosahedral protein nanocompartment with variable shell composition and irregular tiling
Resumo: Protein shells or capsids are a widespread form of compartmentalization in nature. Viruses use protein capsids to protect and transport their genomes while many cellular organisms use protein shells for varied metabolic purposes. These protein-based compartments often exhibit icosahedral symmetry and consist of a small number of structural components with defined roles. Encapsulins are a prevalent protein-based compartmentalization strategy in prokaryotes. All encapsulins studied thus far consist of a single shell protein that adopts the viral HK97-fold. Here, we report the characterization of a Family 2B two-component encapsulin from Streptomyces lydicus. We show the differential assembly behavior of the two shell components and demonstrate their ability to co-assemble into mixed shells with variable shell composition. We determined the structures of both shell proteins using cryo-electron microscopy. Using 3D-classification and crosslinking studies, we highlight the irregular tiling of mixed shells. Our work expands the known assembly modes of HK97-fold proteins and lays the foundation for future functional and engineering studies on two-component encapsulins.
Autores: Tobias Wolfgang Giessen, C. A. Dutcher, M. P. Andreas
Última atualização: 2024-04-26 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.25.591138
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.25.591138.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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