Avanços na pesquisa de PETase usando técnicas de molécula única
Novos métodos revelam informações sobre a atividade da enzima PETase contra o lixo plástico.
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Índice
- Métodos Atuais de Medição da Atividade Enzimática
- A Importância das Técnicas de Molécula Única
- Observações de Molécula Única da PETase
- Duração da Ligação e Variações Entre Enzimas
- O Impacto das Taxas de Ligação e Mutações Enzimáticas
- Insights dos Resultados
- Considerações e Direções Futuras
- Conclusão
- Fonte original
O tereftalato de polietileno (PET) é um tipo comum de plástico que tá em vários produtos, principalmente garrafas e recipientes. O PET é feito a partir de petróleo através de um processo que envolve ácido tereftálico e etileno glicol. A acumulação de PET e partículas plásticas pequenas na natureza é uma grande preocupação mundial. Isso levou a pesquisas sobre como quebrar o PET usando microrganismos e Enzimas.
Em 2016, cientistas descobriram uma bactéria chamada Ideonella sakaiensis que consegue usar PET como alimento. Essa bactéria produz uma enzima chamada PETase que consegue quebrar o PET em substâncias menores. Como resultado, houve um impulso para estudar e melhorar essas enzimas, na esperança de que elas ajudem a reduzir o desperdício de plástico.
Métodos Atuais de Medição da Atividade Enzimática
Os pesquisadores atualmente usam várias técnicas para medir o quão bem as enzimas PETase funcionam. Alguns desses métodos incluem examinar a erosão das superfícies de PET através de microscópios avançados e verificar mudanças na estrutura cristalina do PET. Essas técnicas dão dados gerais sobre a atividade da enzima. No entanto, elas nem sempre se ligam bem às ações específicas das enzimas. Essa dificuldade surge porque o PET não é solúvel e as enzimas só conseguem agir nas partes da superfície que estão acessíveis.
Existem também outros métodos que envolvem o uso de substâncias solúveis para simular o PET. Porém, essas substâncias solúveis não funcionam bem como substitutas do PET real. Assim, elas podem levar a resultados enganosos.
Assim como as PETases, outras enzimas como celulases e cutinases interagem apenas com as superfícies dos seus materiais sólidos. Isso torna difícil entender suas ações através de métodos de medição padrão, porque a relação exata entre a área de superfície e o volume dos materiais geralmente não é clara.
A Importância das Técnicas de Molécula Única
Uma maneira mais direta de analisar o comportamento das enzimas é através de técnicas de molécula única que monitoram interações individuais das enzimas. Esses métodos podem fornecer dados claros sobre como as enzimas se ligam e funcionam. Por exemplo, ao rastrear a atividade da enzima celulase em seu material sólido, podemos obter insights reais sobre como ela funciona.
Estudos anteriores usando métodos em massa identificaram certas variações na enzima PETase que mudam a eficácia delas. Duas Mutações foram feitas para criar uma enzima aprimorada e uma versão menos eficaz. Enquanto a versão melhorada mostra melhor atividade, a versão menos eficaz exibe capacidade reduzida. No entanto, esses estudos não deram números claros sobre a rapidez com que as enzimas estão agindo.
Observações de Molécula Única da PETase
Nesta pesquisa, a equipe usou métodos de molécula única para estudar como as versões original e mutante da PETase se ligam ao PET. Eles usaram um microscópio especial para observar a enzima com marcações fluorescentes, permitindo que vissem as ações de moléculas individuais da enzima enquanto interagiam com as superfícies de PET.
Para preparar as superfícies de PET, o PET foi dissolvido e aplicado em um slide de vidro, criando uma camada fina. Os pesquisadores trataram essa superfície para minimizar interações indesejadas com proteínas. A PETase foi marcada com pontos quânticos, o que a tornou visível durante as observações.
Ao olhar para essas interações, eles puderam medir quanto tempo cada enzima ficou presa na superfície e com que frequência ela se ligou ao material. Esses comportamentos de ligação foram analisados para entender como diferentes versões da PETase agiram sobre o PET.
Duração da Ligação e Variações Entre Enzimas
Os resultados indicaram que a PETase normal teve um tempo de ligação médio de cerca de 2,7 segundos. A enzima melhorada ficou presa por mais tempo, cerca de 4,0 segundos, enquanto a versão menos eficaz durou apenas cerca de 1,7 segundos. Isso sugere que a versão aprimorada tem uma melhor capacidade de segurar o PET em comparação com as outras.
Para explorar mais, os pesquisadores compararam como os tempos de ligação das diferentes enzimas mudaram quando introduziram um inibidor competitivo. Um inibidor é uma substância que pode impedir que a enzima funcione corretamente. Neste caso, eles usaram um composto comum conhecido por bloquear a ação da enzima. Quando o inibidor estava presente, a PETase normal e a melhorada tiveram tempos de ligação mais curtos, enquanto a versão menos eficaz não mostrou mudança significativa. Isso implica que a enzima menos eficaz pode não estar interagindo com o PET como esperado.
O Impacto das Taxas de Ligação e Mutações Enzimáticas
O estudo também mediu com que frequência as enzimas se ligavam à superfície de PET. A PETase melhorada se ligou mais frequentemente do que as outras, sugerindo que ela tem uma atração mais forte pelo PET. Essa ligação aumentada pode ser uma razão para seu melhor desempenho.
Em contrapartida, a versão menos eficaz teve uma taxa de ligação semelhante à dos pontos quânticos sem a enzima, indicando que pode não estar totalmente operacional. Isso leva à compreensão de que as mutações influenciaram tanto o tempo que a enzima ficou presa quanto a frequência com que conseguiu se agarrar à superfície.
Insights dos Resultados
Os achados da pesquisa sugerem que a imagem de molécula única pode revelar detalhes importantes sobre como a PETase funciona. Saber os tempos e taxas de ligação dessas enzimas oferece um novo entendimento que pode ajudar no desenvolvimento de melhores soluções para quebrar o PET.
Embora os métodos em massa tenham fornecido conhecimentos valiosos sobre a atividade da PETase, muitas vezes faltam a granularidade que as técnicas de molécula única oferecem. A capacidade de ver enzimas individuais em ação permite uma imagem mais clara de suas funções e características.
Considerações e Direções Futuras
Olhando para o futuro, é essencial refinar ainda mais esses métodos de molécula única para minimizar a confusão causada por eventos de ligação não específicos. Os pesquisadores poderiam considerar usar materiais de rotulagem alternativos ou otimizar as condições para as superfícies de PET para melhorar a precisão de suas observações.
Além disso, enquanto os cientistas trabalham para criar enzimas PETase mais eficientes, entender como modificações afetam seu comportamento será crucial. Usar uma combinação de técnicas em massa e de molécula única pode levar a avanços importantes na área.
Continuando a estudar e aprimorar essas enzimas, há potencial para desenvolver estratégias eficazes para lidar com os problemas significativos causados pelo desperdício de plástico, especialmente microplásticos em nosso ambiente. Essa direção pode não só ser benéfica para a ecologia, mas também levar a novas aplicações biotecnológicas.
Conclusão
A imagem de molécula única representa um avanço em como estudamos a cinética das enzimas e suas interações com seus substratos. Essa abordagem pode ajudar os cientistas a projetar melhor enzimas com capacidades aprimoradas para quebrar plásticos, contribuindo para os esforços de gestão da poluição plástica. Se esses métodos forem refinados e combinados com técnicas existentes, eles poderão desempenhar um papel vital na pesquisa futura e nas estratégias de conservação ambiental.
Título: Measuring PETase enzyme kinetics by single-molecule microscopy
Resumo: Polyethylene terephthalate (PET) is one of the most widely produced man-made polymers and is a significant contributor to microplastics pollution. The environmental and human health impacts of microplastics pollution have motivated a concerted effort to develop microbe- and enzyme-based strategies to degrade PET and similar plastics. A PETase derived from the bacteria Ideonella sakaiensis was previously shown to enzymatically degrade PET, triggering multidisciplinary efforts to improve the robustness and activity of this and other PETases. However, because these enzymes only erode the surface of the insoluble PET substrate, it is difficult to measure standard kinetic parameters, such as kon, koff and kcat, complicating interpretation of the activity of mutants using traditional enzyme kinetics frameworks. To address this challenge, we developed a single-molecule microscopy assay that quantifies the landing rate and binding duration of quantum dot-labeled PETase enzymes interacting with a surface-immobilized PET film. Wild-type PETase binding durations were well fit by a biexponential with a fast population having a 2.7 s time constant, interpreted as active binding events, and a slow population interpreted as non-specific binding interactions that last tens of seconds. A previously described hyperactive mutant, S238F/W159H had both a faster on-rate and a slower off-rate than wild-type PETase, potentially explaining its enhanced activity. Because this single-molecule approach provides a more detailed mechanistic picture of PETase enzymatic activity than standard bulk assays, it should aid future efforts to engineer more robust and active PETases to combat global microplastics pollution. Statement of significancePlastic pollution is a global environmental and human health problem. PETases are recently discovered enzymes that degrade the ubiquitous plastic polyethylene terephthalate (PET). A push is underway to understand and optimize these enzymes to enable large-scale microplastics remediation. Here, we use single-molecule fluorescence microscopy to visualize the interactions of PETase enzyme molecules with a thin film of PET. We identify specific binding interactions of a few seconds that differ between wild-type and PETase mutants that have been previously shown to have altered activities. These single-molecule investigations provide a new window into the mechanism and activity of PETase enzymes, and provide a platform for characterizing and optimizing novel PETases with improved function and stability.
Autores: William O Hancock, Y. Zhang
Última atualização: 2024-04-27 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.24.590935
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.24.590935.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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