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# Ciências da saúde# Salute pubblica e globale

Enfrentando a Resistência Antimicrobiana no Sul da Ásia

Examinando a crescente ameaça da resistência antimicrobiana e suas implicações para a saúde pública.

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Luta Contra a ResistênciaLuta Contra a ResistênciaAntimicrobianacrise crescente de AMR.É preciso agir rápido pra lidar com a
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A Resistência Antimicrobiana (RAM) tá virando um dos maiores perigos à saúde no mundo todo. Isso rola quando germes, como as bactérias, não respondem mais aos remédios que foram feitos pra tratar infecções. A Organização Mundial da Saúde (OMS) tá de olho nesse problema e reconhece a RAM como uma das principais ameaças à saúde pública global. O uso errado e exagerado de medicamentos antimicrobianos em hospitais e fazendas tem contribuído muito pra essa situação. Nos últimos vinte anos, a situação só piorou, o que traz sérias ameaças à nossa saúde. Na verdade, infecções causadas por bactérias resistentes têm o dobro de chances de levar a resultados graves e três vezes mais chances de resultar em morte comparado com infecções causadas por bactérias que não são resistentes.

Estima-se que só em 2019, a RAM foi responsável por cerca de 1,2 milhão de mortes diretas e contribuiu pra quase 5 milhões de mortes a mais no mundo. Se não fizermos nada, os especialistas preveem que até 2050, doenças ligadas à resistência antimicrobiana podem causar em torno de 10 milhões de mortes a cada ano no planeta.

A Situação no Sul da Ásia

No Sul da Ásia, a disponibilidade e o uso de medicamentos antimicrobianos aumentaram muito, o que contribuiu pra taxas mais altas de RAM. Os sistemas de saúde em muitos países do Sul da Ásia geralmente são bagunçados e não muito coordenados, o que permite que o uso indevido desses remédios continue sem controle. Essa fragmentação dos serviços de saúde é particularmente preocupante, porque cria um ambiente onde a RAM pode se espalhar.

O impacto da RAM na saúde no Sul da Ásia é alarmante. Na Índia, por exemplo, quase 60 mil recém-nascidos morrem a cada ano por causa de infecções causadas por bactérias resistentes. Um estudo de 2021 destacou que crianças de Bangladesh que tiveram infecções resistentes enfrentavam um risco muito maior de morte do que aquelas com infecções que podiam ser tratadas de forma eficaz.

O que é Gestão Antimicrobiana?

A gestão antimicrobiana é uma estratégia pra garantir que esses medicamentos importantes sejam usados de forma responsável. Isso envolve cooperação entre pessoas, organizações e Políticas pra promover o uso correto de agentes antimicrobianos. O principal objetivo dessa abordagem é combater a RAM e melhorar o cuidado com os pacientes. Isso pode ser alcançado garantindo que os medicamentos sejam prescritos apenas quando necessário, escolhendo os remédios adequados e usando-os pelo menor tempo possível pra tratar uma doença.

A maioria dos programas de gestão antimicrobiana foca nos sistemas de saúde e incentiva o uso responsável de medicamentos dentro de hospitais e clínicas. No entanto, a OMS enfatiza que em regiões mais pobres, é essencial envolver provedores de saúde formais e informais, membros da comunidade e pacientes nesses esforços. Pra reduzir o uso indevido desses remédios, precisamos mudar como as pessoas pensam e agem em relação a eles. Estratégias pra promover o uso responsável devem levar em conta os vários fatores sociais e culturais em jogo.

A Importância da Pesquisa Qualitativa

Pra enfrentar o problema do uso indevido de antimicrobianos, métodos qualitativos-como entrevistas e grupos focais-são muito úteis. Essas abordagens podem esclarecer os fatores sociais que levam ao uso exagerado desses medicamentos e os ambientes que permitem que a RAM se desenvolva. Analisando dados qualitativos, conseguimos entender melhor o que impulsiona o uso indevido desses remédios.

Revisões sistemáticas de pesquisas qualitativas ajudam a identificar temas comuns entre diferentes estudos, facilitando a informação para o design e a implementação das iniciativas de gestão antimicrobiana. Essa revisão foca nos temas que surgem de vários fatores que contribuem para o uso inadequado no Sul da Ásia.

Processo de Revisão

Fizemos uma revisão da literatura existente, concentrando-se em estudos qualitativos que discutiram fatores que levam ao uso indevido de medicamentos antimicrobianos. Os estudos selecionados para essa revisão incluíram aqueles escritos em inglês, publicados em periódicos revisados por pares e que focavam no consumo humano desses medicamentos no Sul da Ásia.

A busca por artigos relevantes envolveu olhar em bases de dados eletrônicas e avaliar a qualidade dos estudos com base em um conjunto de critérios. Focamos em estudos que relataram temas significativos sobre o uso de antimicrobianos e os desafios enfrentados na promoção do uso responsável.

Resultados dos Estudos Incluídos

Nossa análise incluiu 46 estudos publicados de seis países do Sul da Ásia. O maior número de estudos veio da Índia, seguido por Paquistão, Bangladesh e outros. Os assuntos explorados variaram de pacientes a prestadores de saúde, enfatizando como diferentes grupos interagem com medicamentos antimicrobianos.

Vários temas importantes surgiram da nossa análise, que podemos categorizar em cinco níveis principais:

Nível Individual: Pacientes e Cuidadores

No nível individual, dois temas principais foram identificados: automedicação com antimicrobianos e o valor percebido desses medicamentos. Muitos pacientes recorrem à automedicação porque têm dificuldade em acessar serviços de saúde formais, especialmente em áreas rurais. Eles costumam usar remédios que sobraram ou pegar medicamentos com amigos e familiares.

Os pacientes acreditam que receber uma receita de antimicrobiano é um sinal de atendimento de qualidade, muitas vezes esperando uma solução rápida para suas doenças. Infelizmente, a falta de conhecimento sobre a RAM leva muitos a ver esses remédios como uma solução eficaz, mesmo quando podem não ser necessários.

Nível Interpessoal: Profissionais de Saúde

Para os profissionais de saúde, diversos temas surgiram: a percepção dos antimicrobianos como terapia universal, lacunas no conhecimento e habilidades e incentivos financeiros pra prescrever esses medicamentos. Os profissionais geralmente prescrevem antibióticos mesmo quando não têm certeza sobre os diagnósticos, vendo-os como uma solução geral devido a recursos limitados.

Muitos provedores de saúde não têm o treinamento adequado em gestão antimicrobiana, levando a equívocos sobre a RAM. Além disso, a pressão pra satisfazer os pacientes significa que os trabalhadores da saúde às vezes priorizam as demandas dos pacientes em vez das diretrizes, impulsionando ainda mais o uso indevido dos medicamentos.

Nível da Instalação: Configurações Clínicas

No nível das instalações, dois temas significativos surgiram: falta de recursos e regulamentação ruim. Muitas instalações de saúde sofrem com escassez de pessoal e equipamentos, o que significa que os trabalhadores da saúde frequentemente prescrevem antimicrobianos sem avaliação ou testes laboratoriais adequados.

Além disso, as regulamentações nos ambientes de saúde podem ser inconsistentes, levando a padrões de prescrição incertos. A hierarquia nos sistemas médicos também pode dificultar a adoção de práticas de gestão se aqueles que estão no topo não derem prioridade a elas.

Nível Comunitário: Normas Sociais

Três temas se destacaram no nível comunitário: acesso à saúde formal, dependência de vendedores de medicamentos informais e normas sociais em torno do uso de medicamentos. Em muitas Comunidades, buscar cuidados de saúde formais é complicado por barreiras sistêmicas, então as pessoas recorrem a vendedores informais para atender às suas necessidades.

Socialmente, compartilhar medicamentos entre familiares e amigos é comum, e as pessoas costumam buscar conselhos de suas redes em vez de profissionais de saúde. Essas práticas culturais criam um ambiente onde o uso indevido de antimicrobianos é aceito e disseminado.

Nível Político: Governança

Finalmente, no nível político, dois temas principais surgiram: a ausência de um marco de monitoramento e a má implementação de políticas existentes. Muitos governos não têm infraestrutura adequada pra controlar e monitorar o uso de antimicrobianos, levando a esforços de gestão ineficazes.

Mesmo em lugares com regulamentações existentes, a aplicação inconsistente torna difícil cultivar o uso responsável. Resolver esses problemas políticos é crucial pra promover melhores práticas.

Conclusão: Um Esforço Coletivo Necessário

Os resultados dessa revisão destacam que a RAM é um problema complexo impulsionado por vários fatores em múltiplos níveis. O panorama geral da saúde no Sul da Ásia apresenta desafios significativos, desde as expectativas dos pacientes até as práticas dos profissionais de saúde e deficiências nas políticas.

Pra combater a RAM de forma eficaz, é necessária uma abordagem multifacetada. Isso inclui melhorar o acesso à saúde, aprimorar a educação dos provedores e aumentar a conscientização da comunidade sobre a prevenção de infecções e o uso responsável de antimicrobianos. Também é essencial implementar políticas sólidas que apoiem iniciativas de gestão e garantam sua aplicação consistente.

Trabalhando juntos entre os diferentes setores e níveis, podemos nos esforçar pra reduzir o impacto da RAM na saúde pública e melhorar o bem-estar das pessoas no Sul da Ásia e além.

Fonte original

Título: Drivers of inappropriate use of antimicrobials in South Asia: A systematic review of qualitative literature

Resumo: Antimicrobial resistance is a global public health crisis. Effective antimicrobial stewardship requires an understanding of the factors and context that contribute to inappropriate use of antimicrobials. The goal of this qualitative systematic review was to synthesize themes across levels of the social ecological framework that drive inappropriate use of antimicrobials in South Asia. In September 2023, we conducted a systematic search using the electronic databases PubMed and Embase. Search terms, identified a priori, were related to research methods, topic, and geographic location. We identified 165 articles from the initial search and 8 upon reference review (n=173); after removing duplicates and preprints (n=12) and excluding those that did not meet eligibility criteria (n=115), 46 articles were included in the review. We assessed methodological quality using the qualitative Critical Appraisal Skills Program checklist. The studies represented 6 countries in South Asia, and included data from patients, health care providers, community members, and policy makers. For each manuscript, we wrote a summary memo to extract the factors that impede antimicrobial stewardship. We coded memos using NVivo software; codes were organized by levels of the social ecological framework. Barriers were identified at multiple levels including the patient (self-treatment with antimicrobials; perceived value of antimicrobials), the provider (antimicrobials as a universal therapy; gaps in knowledge and skills; financial or reputational incentives), the clinical setting (lack of resources; poor regulation of the facility), the community (access to formal health care; informal drug vendors; social norms), and policy (absence of a regulatory framework; poor implementation of existing policies). The findings highlight the importance of working across multiple sectors to design and implement approaches to antimicrobial stewardship in South Asia.

Autores: Jennifer L Murray, D. T. Leung, O. R. Hanson, S. M. Ahmed, A. T. Pavia, A. I. Khan, J. E. Szymczak, V. M. Vaughn, P. K. Patel, D. Biswas, M. H. Watt

Última atualização: 2023-09-29 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.09.28.23296313

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.09.28.23296313.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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