Alvejando MmpL3 em Infecções Micobacteriais
Pesquisas mostram o papel do MmpL3 na sobrevivência de micobactérias e no direcionamento de drogas.
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Índice
- O Papel do MmpL3
- Entendendo o Estado Oligomérico do MmpL3
- Clonagem e Expressão das Proteínas MmpL3
- Purificação das Proteínas MmpL3
- Reconstituição em Sistemas de Membrana
- Analisando a Estrutura da Proteína
- Técnicas Avançadas de Caracterização
- Microscopia Eletrônica Crio
- Simulações de Dinâmica Molecular
- Conclusão e Direções Futuras
- Fonte original
- Ligações de referência
Ácidos Micólicos (MAs) são ácidos graxos especiais encontrados na camada externa de organismos micobacterianos, como o Mycobacterium tuberculosis, que causa tuberculose. Esses ácidos são essenciais pra estrutura e proteção das bactérias. Eles têm um papel importante em tornar a membrana celular externa menos permeável, afetando como as bactérias interagem com o ambiente. MAs são vitais pra capacidade das bactérias de causar doenças e podem influenciar como o sistema imunológico do hospedeiro reage durante a infecção.
Pra mover esses MAs pra membrana externa, eles primeiro cruzam a membrana interna como um composto conhecido como monomicolato de trehalose (TMM). A partir daí, o TMM pode ou se tornar parte de outro composto chamado dimicrolato de trehalose (TDM) ou se conectar à camada de peptidoglicano, formando peptidoglicano de arabinogalactano micolílico (mAGP). Como os MAs são tão importantes pra bactéria, eles são um alvo atraente pra medicamentos. Vários remédios que ajudam a tratar a tuberculose focam em interromper como os MAs são feitos.
O Papel do MmpL3
Recentemente, pesquisadores começaram a se concentrar em como os MAs são transportados pra membrana externa. Uma proteína chamada proteína de membrana grande 3 de Mycobacterium (MmpL3) foi identificada como chave nesse processo. O MmpL3 faz parte de uma família de proteínas conhecidas como transportadores RND, que são responsáveis por mover substâncias através das membranas. Essa proteína pode transportar TMM através da membrana interna, e os pesquisadores descobriram que pequenas moléculas podem bloquear essa ação.
Existem várias estruturas de MmpL3 disponíveis tanto do M. tuberculosis quanto de uma bactéria relacionada chamada Mycobacterium smegmatis. Estudos mostram que o MmpL3 tem doze domínios transmembrana organizados em dois feixes. Ele também contém uma grande seção fora da membrana, que conecta os domínios transmembrana. Essa estrutura permite que MmpL3 interaja de perto consigo mesmo, e os pesquisadores descobriram que ele tem um sítio de ligação para candidatos a drogas.
Além disso, outros estudos revelaram que o MmpL3 pode interagir com diferentes moléculas, como detergentes e Lipídios, pra facilitar sua função. Essas estruturas fornecem insights sobre como o MmpL3 funciona e como pode ser possível projetar medicamentos que tenham como alvo essa proteína.
Entendendo o Estado Oligomérico do MmpL3
Curiosamente, estudos mostraram que o MmpL3 existe como uma unidade única (monômero) em vez de em grupos, o que é diferente de muitas outras proteínas semelhantes. Por exemplo, proteínas como AcrB, conhecidas por transportar múltiplos medicamentos, geralmente são encontradas como trímeros. Em contraste, o MmpL3 parece funcionar de forma eficaz como um monômero. No entanto, os pesquisadores especularam que essa proteína pode, às vezes, formar pares (dimers).
Pra investigar isso mais a fundo, os pesquisadores usaram várias técnicas pra analisar o MmpL3 tanto de M. smegmatis quanto de M. tuberculosis. Eles descobriram que o MmpL3 está presente como dimers em diferentes ambientes, embora algumas unidades únicas também tenham sido identificadas. A combinação dos dados sugere que, enquanto o MmpL3 pode se agrupar, esses pares não são fortemente mantidos juntos, e a presença de lipídios pode ajudar a estabilizar esses dimers.
Clonagem e Expressão das Proteínas MmpL3
Pra estudar o MmpL3 em detalhe, os cientistas clonaram e expressaram versões da proteína MmpL3 tanto de M. smegmatis quanto de M. tuberculosis. Esse processo envolveu criar diferentes formas da proteína, algumas mais longas e outras mais curtas. O objetivo era produzir o suficiente dessas proteínas pra experimentos posteriores.
Depois de cultivar as bactérias e induzi-las a produzir a proteína, os pesquisadores coletaram e congelaram as células pra uso posterior. Quando estavam prontos, eles quebraram as células pra extrair as proteínas, usando detergentes pra separar o MmpL3 de outros componentes celulares.
Purificação das Proteínas MmpL3
A próxima etapa foi purificar as proteínas MmpL3 usando várias técnicas. As proteínas foram dissolvidas em um tampão específico e misturadas com um detergente pra extraí-las da membrana. O líquido foi então girado em alta velocidade pra remover materiais indesejados.
Eles usaram um método envolvendo resina de níquel pra capturar as proteínas MmpL3 com base em sua extremidade marcada, permitindo que eles lavassem as impurezas. Depois de várias lavagens, os pesquisadores conseguiram eluir as proteínas purificadas, concentrando-as pra estudos posteriores.
Reconstituição em Sistemas de Membrana
Pra estudar como o MmpL3 se comporta em um ambiente parecido com membrana, os pesquisadores reconstituíram as proteínas purificadas em membranas artificiais chamadas nanodiscs. Esses nanodiscs imitam a membrana celular, permitindo uma representação mais precisa do comportamento do MmpL3.
Durante esse processo, as proteínas foram misturadas com lipídios específicos e deixadas durante a noite pra permitir a formação de complexos estáveis. Os nanodiscs contendo MmpL3 foram então isolados e purificados pra estudar suas propriedades.
Analisando a Estrutura da Proteína
Os pesquisadores usaram várias técnicas pra confirmar a estrutura do MmpL3 e entender seu comportamento em formas monoméricas e diméricas. Eles realizaram análises usando métodos como SDS-PAGE, que permitiu ver diferentes formas de proteínas com base em seu peso.
Experimentos adicionais usando PAGE nativa e ultracentrifugação analítica confirmaram que o MmpL3 existe em estados monoméricos e diméricos quando reconstituído em nanodiscs. Os pesquisadores também notaram como os estados oligoméricos do MmpL3 podem depender do ambiente lipídico.
Técnicas Avançadas de Caracterização
Pra obter mais informações sobre os estados oligoméricos, os pesquisadores utilizaram espectrometria de massa nativa. Esse método permitiu estudar a proteína em condições mais próximas ao seu ambiente natural, fornecendo insights sobre como o MmpL3 existe em diferentes formas.
Os resultados indicaram que a proteína MmpL3 se separou em duas populações principais, com uma contendo principalmente monômeros e outra predominantemente contendo dimers. Os dados apoiaram a ideia de que o MmpL3 pode existir em ambos os estados, influenciados pelas condições em que está.
Microscopia Eletrônica Crio
A microscopia eletrônica crio foi outra técnica utilizada pra visualizar a proteína MmpL3 dentro de nanodiscs. Esse método permitiu que os pesquisadores capturassem imagens da proteína em seu ambiente parecido com o natural, ajudando a distinguir entre formas monoméricas e diméricas com base nas diferenças de densidade observadas nas imagens.
Por meio de modelagem estrutural e classificações experimentais, os pesquisadores conseguiram visualizar ambas as formas da proteína. As diferenças de densidade sugeriram que a forma dimérica tinha uma disposição estrutural mais proeminente do que a forma monomérica.
Simulações de Dinâmica Molecular
Os pesquisadores também recorreram a simulações de dinâmica molecular pra explorar mais a fundo as interações entre o MmpL3 e os lipídios ao redor. Essas simulações forneceram insights sobre como o MmpL3 poderia formar dimers e como o ambiente lipídico afeta sua estrutura e estabilidade.
As simulações indicaram interações entre regiões específicas do MmpL3, particularmente entre áreas dos domínios transmembrana e periplasmáticos. Resíduos polares e carregados de ambos os monômeros pareciam participar da formação de ligações de hidrogênio, sugerindo um mecanismo potencial pra formação de dimers.
Além disso, as simulações identificaram sítios específicos de ligação de lipídios ao redor do MmpL3, indicando que esses lipídios poderiam desempenhar um papel crucial na estabilização da estrutura da proteína e na facilitação de sua função.
Conclusão e Direções Futuras
No geral, as descobertas sugerem que o MmpL3 é uma proteína essencial pra sobrevivência de espécies micobacterianas e um alvo promissor pra novos tratamentos contra a tuberculose. Entender como ele existe como um monômero ou dimer-e os fatores que influenciam esses estados-pode levar ao desenvolvimento de métodos que interrompam especificamente sua função.
Pesquisas futuras poderiam se concentrar em determinar os mecanismos exatos por trás das interações do MmpL3 com lipídios e as implicações de seus estados oligoméricos no design de medicamentos. As percepções obtidas desses estudos podem oferecer uma melhor compreensão de como combater infecções causadas por micobactérias e contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas.
Título: The Mycobacterium lipid transporter MmpL3 is dimeric in detergent solution, SMALPs and reconstituted nanodiscs
Resumo: The mycobacterial membrane protein large 3 (MmpL3) transports key precursor lipids to the outer membrane of Mycobacterium species. Multiple structures of MmpL3 from both M. tuberculosis and M. smegmatis in various conformational states indicate that the protein is both structurally and functionally monomeric. However, most other resistance, nodulation and cell division (RND) transporters structurally characterised to date are either dimeric or trimeric. Here we present an in depth biophysical and computational analysis revealing that MmpL3 from M. smegmatis exists as a dimer in a variety of membrane mimetic systems (SMALPs, detergent-based solution and nanodiscs). Sucrose gradient separation of MmpL3 populations from M. smegmatis, reconstituted into nanodiscs, identified monomeric and dimeric populations of the protein using laser induced liquid bead ion desorption (LILBID), a native mass spectrometry technique. Preliminary cryo-EM analysis confirmed that MmpL3 forms physiological dimers. Untargeted lipidomics experiments on membrane protein co-purified lipids revealed PE and PG lipid classes were predominant. Molecular dynamics simulations, in the presence of physiologically-relevant lipid compositions revealed the likely dimer interface.
Autores: Bernadette Byrne, S. Cioccolo, J. Barritt, N. Pollock, Z. Hall, J. Babuta, P. Sridhar, A. Just, N. Morgner, T. R. Dafforn, I. Gould
Última atualização: 2024-05-07 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.06.592688
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.06.592688.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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