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Desafiando a Matéria Escura: Resultados da Busca por WIMPs do COSINE-100

O projeto COSINE-100 não encontrou evidências de WIMPs, mudando as teorias sobre a matéria escura.

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Nos últimos tempos, o conceito de matéria escura tem chamado muita atenção na comunidade científica. Matéria escura é um tipo de matéria que não emite luz ou energia, tornando-a invisível e difícil de detectar. Acredita-se que ela compõe uma parte significativa da massa total do universo. Entre os vários candidatos a matéria escura, partículas massivas de interação fraca (WIMPs) são de particular interesse. Essas partículas são teoricamente capazes de interagir com a matéria normal, mas de forma muito fraca, o que torna difícil encontrá-las.

Este artigo fala sobre um projeto de pesquisa com o objetivo de detectar WIMPs interagindo com núcleos de Iodo. Os pesquisadores usaram cristais de Iodeto de sódio (NaI) em seus experimentos. O objetivo era observar um tipo específico de interação chamado espalhamento inelástico. Esse processo acontece quando os WIMPs colidem com um núcleo alvo, excitando-o para um estado de energia mais alto e liberando energia na forma de Raios Gama.

O Experimento

O experimento, conhecido como COSINE-100, aconteceu em um laboratório localizado no subsolo para minimizar a interferência dos raios cósmicos e outras radiações de fundo. Os pesquisadores usaram uma série de cristais de NaI ultra-puros, que são ideais para detectar os sinais fracos esperados das interações com WIMPs. O peso total dos cristais era de 106 quilos.

Para ajudar na detecção, os cristais de NaI foram imersos em um scintilador líquido que ajuda a reduzir a interferência da radiação de fundo. A configuração também incluiu vários materiais de blindagem para proteger as medições delicadas de influências externas. Os detectores eram capazes de registrar eventos quando um ou mais fotoelétrons eram gerados nos cristais.

O Método de Detecção

Na busca por WIMPs, os pesquisadores procuraram eventos onde um WIMP que chegasse causaria um recuo nuclear no núcleo de iodo. Junto com esse recuo, o núcleo excitado emitiria um raio gama de 57,6 keV durante sua desexcitação. Essa combinação de sinais fornecia uma impressão digital única que poderia ser distinguida do ruído e de outros eventos de fundo.

Para analisar os dados, os pesquisadores focaram em uma faixa de energia específica onde esperavam encontrar evidências das interações WIMP. A faixa escolhida era entre 35 e 85 keV, que incluía a assinatura do raio gama de 57,6 keV.

Durante o período de coleta de dados de outubro de 2016 a julho de 2018, a equipe registrou um total de 1,7 anos de dados. Eles cuidaram bem para garantir que o detector funcionasse de forma confiável durante esse período.

Ruído de Fundo

Quando lidamos com eventos de baixa energia, o ruído de fundo se torna um desafio significativo. Várias fontes de ruído, como o decaimento radioativo da chumbo-210 ou outros isótopos, podem imitar os sinais que os pesquisadores esperam encontrar. Portanto, a equipe usou métodos sofisticados para filtrar esses eventos de fundo.

Eles utilizaram uma combinação de critérios de seleção de eventos para distinguir entre sinais reais e ruído. Rejeitaram eventos que ocorrem junto com múons de raios cósmicos, que são partículas de alta energia do espaço, e focaram em aqueles com características específicas esperadas de interações WIMP.

Resultados da Busca

Depois de analisar os dados, os pesquisadores não encontraram evidências de interações WIMP com o iodo. Esse resultado sugere que, se os WIMPs de fato existem e interagem com núcleos, suas interações devem ser mais fracas do que se pensava. Como resultado, a equipe estabeleceu limites superiores nas seções de interação para WIMPs com base em suas descobertas.

Os limites estabelecidos por essa pesquisa representam um dos testes mais rigorosos para as interações dependentes de spin de WIMPs com núcleos. As descobertas são essenciais para refinar modelos teóricos que buscam explicar a matéria escura e suas interações.

Implicações

A falta de sinais observados traz várias implicações para pesquisas futuras. Desafia os modelos existentes de matéria escura e incentiva novos estudos para explorar outros candidatos potenciais. Além disso, destaca a importância de usar detectores com baixo ruído de fundo, já que qualquer experimento futuro buscando WIMPs deve ser conduzido com um controle mais rigoroso do ruído de fundo.

Direções para Pesquisas Futuras

A colaboração COSINE-100 está planejando continuar sua busca por matéria escura com experimentos melhorados. Há esforços em andamento para desenvolver detectores com ainda menos fundo, já que isso aumentará as chances de detectar WIMPs. O próximo experimento COSINE-200 visa construir sobre o conhecimento adquirido com o COSINE-100 e utilizará tecnologias avançadas para aumentar a sensibilidade às interações WIMP.

Conclusão

A busca por matéria escura, principalmente através das interações WIMP, é um esforço contínuo na física moderna. Embora o experimento COSINE-100 não tenha produzido evidências diretas para o espalhamento inelástico de WIMPs contra o iodo, os resultados fornecem restrições valiosas para modelos teóricos e abrem novas avenidas para pesquisa. A comunidade científica continua esperançosa de que os esforços contínuos levarão eventualmente à descoberta da matéria escura, esclarecendo um dos maiores mistérios do universo.

Fonte original

Título: Search for inelastic WIMP-iodine scattering with COSINE-100

Resumo: We report the results of a search for inelastic scattering of weakly interacting massive particles (WIMPs) off $^{127}$I nuclei using NaI(Tl) crystals with a data exposure of 97.7 kg$\cdot$years from the COSINE-100 experiment. The signature of inelastic WIMP-$^{127}$I scattering is a nuclear recoil accompanied by a 57.6 keV $\gamma$-ray from the prompt deexcitation, producing a more energetic signal compared to the typical WIMP nuclear recoil signal. We found no evidence for this inelastic scattering signature and set a 90 $\%$ confidence level upper limit on the WIMP-proton spin-dependent, inelastic scattering cross section of $1.2 \times 10^{-37} {\rm cm^{2}}$ at the WIMP mass 500 ${\rm GeV/c^{2}}$.

Autores: G. Adhikari, N. Carlin, J. J. Choi, S. Choi, A. C. Ezeribe, L. E. Franca, C. Ha, I. S. Hahn, S. J. Hollick, E. J. Jeon, J. H. Jo, H. W. Joo, W. G. Kang, M. Kauer, B. H. Kim, H. J. Kim, J. Kim, K. W. Kim, S. H. Kim, S. K. Kim, W. K. Kim, Y. D. Kim, Y. H. Kim, Y. J. Ko, D. H. Lee, E. K. Lee, H. Lee, H. S. Lee, H. Y. Lee, I. S. Lee, J. Lee, J. Y. Lee, M. H. Lee, S. H. Lee, S. M. Lee, Y. J. Lee, S. Leonard, N. T. Luan, B. B. Manzato, R. H. Maruyama, R. J. Neal, J. A. Nikkel, S. L. Olsen, B. J. Park, H. K. Park, H. S. Park, K. S. Park, S. D. Park, R. L. C. Pitta, H. Prihtiadi, S. J. Ra, C. Rott, K. A. Shin, D. F. F. S. Cavalcante, A. Scarff, N. J. C. Spooner, W. G. Thompson, L. Yang, G. H. Yu

Última atualização: 2023-10-30 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2307.09814

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2307.09814

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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