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# Biologia# Bioquímica

DDX6: Um Regulador Chave da Estabilidade do mRNA

Pesquisas mostram como a DDX6 influencia a degradação de mRNA e a eficiência da tradução.

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Nas células vivas, o RNA mensageiro (mRNA) tem um papel chave, carregando as instruções do DNA pra produzir proteínas. A vida do mRNA é controlada de forma cuidadosa, o que afeta a rapidez com que ele se degrada na célula. Um fator importante nesse processo é quão rápido o ribossomo, uma maquininha minúscula na célula, traduz o mRNA em proteína. Essa velocidade, chamada de taxa de elongação, pode influenciar a estabilidade do mRNA. Várias características do mRNA podem impactar a rapidez com que o ribossomo trabalha, incluindo sua estrutura, a disposição de seus blocos de construção (nucleotídeos e Códons), a disponibilidade de RNA transportador (tRNA) e até a sequência da proteína que tá sendo feita. Problemas no processamento do mRNA ou danos também podem desacelerar a Tradução.

Pesquisas recentes mostraram como certos aspectos da tradução do mRNA afetam a produção de proteínas. Por exemplo, alguns códons, que são os blocos de construção do mRNA, são usados mais frequentemente que outros. Além disso, códons raros são aqueles que aparecem com menos frequência no mRNA de um organismo específico, e eles podem ser reconhecidos por tRNAs que não estão facilmente disponíveis. Isso pode resultar em uma produção de proteína mais lenta. Certas sequências no mRNA também podem fazer o ribossomo pausar, o que pode ser problemático.

Estudos mostraram que a maneira como os códons são usados pode ter um efeito significativo na velocidade da tradução e na produção de proteínas. O uso de códons raros também pode impactar a forma como as proteínas se dobram, mostrando uma conexão forte entre códons e a forma geral das proteínas. Quando o ribossomo desacelera durante a tradução, isso pode desencadear a degradação do mRNA, um processo onde mRNAs desnecessários são quebrados na célula.

Degradação do mRNA e Controle da Tradução

Nas células eucarióticas, a degradação do mRNA começa quando a cauda poli(A), uma string de nucleotídeos de adenina no final do mRNA, é encurtada por um complexo conhecido como CCR4-NOT. Isso é seguido pela remoção da estrutura de cap no início do mRNA. Esses processos fazem com que o mRNA seja degradado a partir de ambas as extremidades. Existem vias de degradação especializadas que lidam com mRNAs defeituosos, que podem também envolver o corte do mRNA pra remover seções problemáticas.

mRNAs que têm taxas de tradução lentas, frequentemente devido a códons não ótimos, são mais propensos a serem rapidamente degradados. Uma proteína importante envolvida nesse processo em leveduras é a Dhh1p, que tá relacionada a uma proteína humana chamada DDX6. A DDX6 desempenha um papel chave na regulação do mRNA no citoplasma, incluindo processos como a montagem de corpos de processamento, que estão envolvidos na degradação de mRNAs, e inibindo a tradução.

Nas células humanas, investigamos como a DDX6 influencia a degradação de mRNAs mal traduzidos. Comparamos os níveis de mRNA em células normais e em células que não têm DDX6. Descobrimos que a presença da DDX6 ajuda a reduzir a estabilidade do mRNA traduzido de forma ineficiente, semelhante ao que é observado em leveduras. Essa degradação acontece através de uma via que quebra o mRNA do final 5' pro final 3'. Além disso, encontramos que a proteína DDX6 interage com várias proteínas ribossomais, e tanto suas interações quanto sua atividade como ATPase são necessárias pra que ela media a degradação do mRNA.

O Papel da Composição dos Códons

Pesquisas recentes indicaram que a composição dos códons no mRNA afeta diretamente quanto tempo o mRNA fica intacto nas células. Evidências mostram que quão rápido o ribossomo se move durante a tradução pode desencadear a quebra do mRNA quando ele desacelera. A composição dos códons pode afetar a produção de proteínas influenciando o uso de códons, a presença de códons raros e sequências que causam paradas na tradução.

Pra investigar mais como os códons raros afetam a estabilidade do mRNA, criamos um mRNA repórter com uma sequência onde os últimos 30 códons foram mudados pra códons pouco usados. Essa modificação tinha o intuito de desacelerar a tradução sem alterar a proteína resultante. Medimos a meia-vida do mRNA modificado em células humanas e descobrimos que introduzir uma sequência de códons raros encurtou significativamente a meia-vida do mRNA, confirmando que a composição dos códons impacta diretamente a estabilidade do mRNA.

DDX6 e a Degradação do mRNA

A DDX6 atua como um jogador crucial na degradação do mRNA desencadeada pelo uso de códons raros em células humanas. A DDX6, que é uma helicase de RNA, é considerada um sensor que detecta quando a tradução não tá acontecendo eficientemente. Pra testar a necessidade da DDX6 na degradação do mRNA, criamos células que não tinham DDX6 e comparamos seus níveis de mRNA. Sem a DDX6, a estabilidade do mRNA contendo códons raros aumentou consideravelmente, indicando que a DDX6 tem a função de promover a degradação do mRNA traduzido lentamente.

Também exploramos se a DDX6 afeta diretamente o processo de degradação do mRNA quando há códons raros presentes. Ao examinar a estabilidade do mRNA contendo códons raros em diferentes condições celulares, vimos que a DDX6 é fundamental nesse processo. A atividade da DDX6 é crucial pra seu papel em mediar a degradação do mRNA traduzido de forma ineficiente.

Identificando mRNAs Alvo da DDX6

Pra descobrir quais mRNAs são especificamente alvo da DDX6 pra degradação, usamos técnicas avançadas pra analisar a atividade do ribossomo e os níveis de mRNA em células com e sem DDX6. Essa análise revelou milhares de mRNAs que eram mais abundantes quando a DDX6 estava ausente. Muitos desses mRNAs codificam fatores de transcrição tipo dedo de zinco, que são importantes pra regular a expressão gênica.

Essas descobertas sugerem que a DDX6 não só influencia mRNAs individuais, mas também desempenha um papel significativo em gerenciar a eficiência geral da produção de proteínas nas células. Além disso, confirmamos que a DDX6 é responsável por regular mRNAs que têm menor otimalidade de códons. Isso significa que a DDX6 é mais propensa a mirar mRNAs que são menos estáveis e que são traduzidos de forma menos eficiente.

O Mecanismo de Interação Entre DDX6 e Ribossomos

Pra entender como a DDX6 interage com ribossomos, realizamos experimentos pra ver quais partes da DDX6 se ligam aos componentes ribossomais. Nossos resultados indicaram que o domínio RecA2 no C-terminal da DDX6 é crucial pra sua interação com o ribossomo. Mutações nesse domínio afetaram a ligação a proteínas ribossomais, sugerindo que essa região é vital pra função da DDX6 na tradução.

Além disso, a atividade ATPase da DDX6 é essencial pra sua capacidade de induzir a degradação de mRNAs que contêm códons raros. Sem essa atividade, a DDX6 não conseguiria promover a quebra de mRNAs traduzidos de forma ineficiente. Isso reforça a ideia de que a DDX6 desempenha um papel ativo ao conectar os processos de tradução e degradação com base na velocidade da tradução.

Implicações para a Regulação Gênica

A relação entre DDX6, velocidade de tradução e estabilidade do mRNA tem implicações importantes pra entender a regulação gênica nas células. Como a DDX6 tá envolvida na degradação de mRNAs que são traduzidos lentamente, ela pode ajudar a regular quanto de uma dada proteína é produzida. Isso é particularmente relevante pra proteínas que precisam ser rigorosamente controladas, como aquelas envolvidas no desenvolvimento ou nas respostas ao estresse.

Nossas descobertas sugerem que direcionar a DDX6 ou suas vias poderia ser benéfico em doenças onde a expressão gênica tá desregulada. Manipulando a atividade ou os níveis da DDX6, pode ser possível influenciar a estabilidade de mRNAs específicos e, por consequência, a produção de proteínas cruciais envolvidas em vários processos celulares.

Conclusão

Resumindo, essa pesquisa destaca o papel importante da DDX6 na regulação da estabilidade do mRNA e na eficiência da tradução em células humanas. Mostra como certas composições de códons influenciam a degradação de mRNAs, especialmente aqueles que são mal traduzidos. As interações e atividades da DDX6 são essenciais pra monitorar as taxas de tradução e iniciar a degradação quando necessário. Isso fornece uma compreensão mais profunda de como a expressão gênica é ajustada dentro da célula.

Futuras pesquisas poderiam explorar mais as vias específicas e os mecanismos que a DDX6 usa pra detectar a velocidade da tradução e regular a degradação do mRNA. Entender esses processos poderia levar a novas estratégias pra gerenciar doenças ligadas à expressão gênica, oferecendo possíveis caminhos terapêuticos. A combinação de perfilagem de ribossomos e sequenciamento de RNA é uma abordagem poderosa pra descobrir as complexas relações entre tradução, degradação e a regulação gênica geral nos sistemas biológicos.

Fonte original

Título: Human DDX6 regulates translation and decay of inefficiently translated mRNAs

Resumo: Recent findings indicate that the translation elongation rate influences mRNA stability. One of the factors that has been implicated in this link between mRNA decay and translation speed is the yeast DEAD-box helicase Dhh1p. Here, we demonstrated that the human ortholog of Dhh1p, DDX6, triggers deadenylation-dependent decay of inefficiently translated mRNAs in human cells. DDX6 interacts with the ribosome through the Phe-Asp-Phe (FDF) motif in its RecA2 domain. Furthermore, RecA2-mediated interactions and ATPase activity are both required for DDX6 to destabilize inefficiently translated mRNAs. Using ribosome profiling and RNA sequencing, we identified two classes of endogenous mRNAs that are regulated in a DDX6-dependent manner. The identified targets are either translationally regulated or regulated at the steady-state-level and either exhibit signatures of poor overall translation or of locally reduced ribosome translocation rates. Transferring the identified sequence stretches into a reporter mRNA caused translation- and DDX6-dependent degradation of the reporter mRNA. In summary, these results identify DDX6 as a crucial regulator of mRNA translation and decay triggered by slow ribosome movement and provide insights into the mechanism by which DDX6 destabilizes inefficiently translated mRNAs.

Autores: Chung-Te Chang, R. Weber, L. Wohlbold

Última atualização: 2024-05-11 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.10.30.564346

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.10.30.564346.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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