Barreiras ao Cuidado Materno em Madagascar Rural
Analisando os desafios que as mulheres enfrentam pra acessar serviços de saúde materna.
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Índice
- Barreiras ao Cuidado Materno
- Desafios Geográficos em Áreas Rurais
- Madagascar: Um Estudo de Caso
- Avaliando o Acesso Geográfico aos Cuidados Maternos
- Visão Geral da Área de Estudo
- Métodos de Coleta de Dados
- Analisando o Acesso Geográfico ao Cuidado
- Principais Descobertas sobre Tempo de Viagem e Acesso
- Consistência dos Resultados
- Limitações do Estudo
- Conclusão
- Fonte original
Nos últimos anos, muitos países fizeram progressos nos cuidados maternos. Agora, mais mulheres têm acesso ao Cuidado Pré-Natal (ANC), profissionais qualificados durante o parto e cuidado pós-natal. Entre 2000 e 2017, as taxas de mortalidade materna caíram cerca de 40% globalmente. No entanto, ainda há muitas lacunas, especialmente na região africana, onde muitas mulheres têm dificuldade em acessar cuidados maternos de qualidade.
Cuidado Materno
Barreiras aoDiversos obstáculos impedem que mulheres grávidas recebam o cuidado que precisam. Questões financeiras, longas distâncias até as unidades de saúde e opções de transporte inadequadas são grandes barreiras. Estradas ruins e infraestrutura limitada podem dificultar que as mulheres consigam o cuidado necessário. Isso muitas vezes resulta em consultas perdidas, riscos de complicações durante o parto e um maior risco de mortes maternas.
Fatores sociais e culturais também influenciam. Em algumas sociedades, a desigualdade de gênero e crenças tradicionais podem desestimular as mulheres a buscarem ajuda. Enfrentar esses desafios não requer apenas melhorar os sistemas de saúde, mas também garantir que as mulheres tenham empoderamento e que o cuidado seja sensível às necessidades culturais.
Desafios Geográficos em Áreas Rurais
Em muitas áreas rurais da África Subsaariana, a distância até as unidades de saúde é um grande problema. Por exemplo, em alguns lugares, um terço das mulheres em idade fértil pode estar a mais de duas horas a pé do hospital mais próximo. Estudo mostra que quanto mais longe as mulheres vivem dos centros de saúde, menos provável é que recebam cuidados adequados. Em Zâmbia, a cada 10 quilômetros de distância de um centro de saúde, as chances de receber cuidados pré-natais caíram 25%.
Viagens longas até as unidades de saúde podem levar as mulheres a darem à luz sem assistência profissional, aumentando o risco de morte devido a complicações. Na Nigéria, a distância foi o segundo motivo mais comum pelo qual as mulheres não receberam Cuidados Pós-natais.
Mesmo quando as barreiras financeiras são reduzidas e os sistemas de saúde melhoram, obstáculos geográficos ainda podem limitar o acesso aos cuidados maternos.
Madagascar: Um Estudo de Caso
Madagascar enfrenta barreiras geográficas significativas para o cuidado materno. Cerca de 60% das mulheres completam as visitas pré-natais recomendadas, e menos de 40% dão à luz em unidades de saúde. Nas regiões rurais, esses números são ainda menores. O país também gasta menos com saúde do que muitos outros, com menos médicos disponíveis para atender a população.
Em Ifanadiana, onde esse estudo foi realizado, quase 70% das pessoas vivem a mais de 5 quilômetros de uma unidade de saúde primária. Aqueles que moram nas proximidades têm seis vezes mais chances de buscar serviços de saúde em comparação com aqueles que vivem mais longe.
Em 2014, o ministério da saúde de Madagascar estabeleceu uma meta para reduzir significativamente as mortes maternas. Apesar dos esforços para melhorar a disponibilidade de serviços essenciais, as taxas de mortalidade materna permaneceram altas ao longo dos anos.
Avaliando o Acesso Geográfico aos Cuidados Maternos
Para verificar se o tempo de viagem até as unidades de saúde ainda é uma barreira significativa após melhorias no sistema de saúde, um estudo foi realizado em Ifanadiana. A intervenção teve como objetivo fortalecer o sistema de saúde pública em todos os níveis, desde a comunidade até os cuidados hospitalares.
Nos quatro primeiros anos da iniciativa, houve um aumento de 20-30% nos cuidados pré-natais, partos e cuidados pós-natais. No entanto, os números gerais permaneceram baixos. O estudo combinou dados das visitas aos centros de saúde e de uma amostra representativa da população para entender como o tempo de viagem impacta o uso dos serviços de cuidado materno.
Visão Geral da Área de Estudo
A pesquisa foi realizada em Ifanadiana, uma área rural no sudeste de Madagascar. O distrito cobre uma grande área e tem uma população de cerca de 200.000. Possui unidades de saúde limitadas, incluindo um único hospital distrital e vários centros de saúde pública que oferecem cuidados essenciais.
Viajar dentro deste distrito pode ser desafiador. Muitas vilas dependem de pequenos caminhos para acesso, dificultando muitas vezes que mulheres grávidas cheguem ao cuidado.
Métodos de Coleta de Dados
A equipe de pesquisa coletou dados sobre visitas aos cuidados maternos em centros de saúde ao longo de alguns anos. Eles analisaram as idades das mulheres, suas vilas e o número de visitas pré-natais que fizeram. A equipe também reuniu informações sobre o número de profissionais de saúde disponíveis.
Para uma compreensão mais ampla, usaram dados de survey populacional de um estudo que analisou saúde e bem-estar em Ifanadiana. Os dados foram coletados através de questionários preenchidos por homens e mulheres em idade reprodutiva.
Analisando o Acesso Geográfico ao Cuidado
O estudo analisou quantas mulheres acessaram diferentes tipos de cuidados maternos, quão longe viviam dos centros de saúde e se houve melhorias ao longo do tempo. Eles descobriram que, enquanto as visitas pré-natais de primeiras vezes eram mais comuns, as consultas de acompanhamento e outros tipos de cuidado, como partos e checagens pós-natais, eram significativamente mais baixos.
Para mulheres que vivem perto dos centros de saúde, o acesso ao cuidado materno era consideravelmente maior em comparação com aquelas que viviam mais longe. À medida que a distância aumentava, as chances de receber cuidados caíam. Mulheres que viviam a mais de duas horas de um centro de saúde tinham taxas muito baixas de cuidados pré-natais, partos e cuidados pós-natais.
Principais Descobertas sobre Tempo de Viagem e Acesso
A análise mostrou que o tempo de viagem até os centros de saúde era o fator mais forte afetando a capacidade das mulheres de acessar cuidados maternos. Mulheres que viviam a uma hora de um centro de saúde eram muito mais propensas a usar serviços de saúde em comparação com aquelas que viviam mais longe.
Apesar dos esforços para melhorar o acesso aos cuidados em Ifanadiana, a maioria das mulheres grávidas ainda enfrentava desafios significativos devido às barreiras geográficas que encontravam, especialmente aquelas em áreas mais remotas.
Consistência dos Resultados
O estudo utilizou duas fontes diferentes de dados para fornecer uma imagem mais clara do acesso aos cuidados maternos. Os resultados foram consistentes em ambas as fontes de dados. No geral, as descobertas destacaram que as barreiras geográficas são um grande desafio para mulheres grávidas em ambientes rurais.
Limitações do Estudo
Embora o estudo tenha fornecido insights valiosos, houve limitações. Estimativas do tamanho da população podem ter sido imprecisas, podendo levar a taxas inflacionadas de utilização de cuidados maternos. Além disso, os dados da pesquisa foram baseados em gravidezes nos últimos dois anos, o que não se alinhou totalmente com o tempo dos dados do sistema de saúde.
Apesar dessas limitações, as tendências gerais foram consistentes o suficiente para fornecer uma compreensão clara dos problemas enfrentados pelas mulheres em áreas remotas em relação ao cuidado materno.
Conclusão
Esta pesquisa destaca os desafios contínuos que as mulheres enfrentam ao acessar serviços de saúde materna em áreas rurais de Madagascar. Embora melhorias financeiras e no sistema de saúde sejam importantes, entender e enfrentar as barreiras geográficas é crucial para garantir que as mães possam receber o cuidado que precisam. Esforços futuros devem focar em intervenções direcionadas para ajudar mulheres em áreas remotas a acessar serviços de saúde materna de forma mais eficaz.
Título: Persistence of geographic barriers to maternal care services following a health system strengthening initiative in rural Madagascar
Resumo: BackgroundGeographic access to healthcare continues to pose a significant challenge for pregnant women in rural areas of sub-Saharan Africa, resulting in consistently high rates of maternal mortality. Geographic barriers can persist even in settings where financial barriers have been reduced and health system strengthening (HSS) efforts are in place. The aim of this study is to combine analyses of a population-representative cohort and geolocated maternal consultation data at the village level to gain a precise understanding of spatiotemporal changes in the utilization of maternal care services in a rural district of Madagascar benefiting from HSS support. MethodsWe collected monthly information on antenatal care visits, deliveries and postnatal visits from the registries of 18 primary care health centers in Ifanadiana District, from 2016 to 2018. Similar data were collected from a district-representative cohort via surveys on over 1500 households done in 2016 and 2018. We estimated precise travel time from each village to the nearest health center to understand spatio-temporal variations in maternal care access, and to assess the impact of geographic barriers via statistical analyses. ResultsWomen who lived within a one-hour walk from a health facility in the HSS catchment area had rates of per capita utilization of most maternal health services were roughly twice that those who lived 1-2 hours away and three times higher than those who lived over 2 hours away. The exception was the first antenatal care visit (ANC1), for which travel time had more modest effect. Improvements to primary care services due to HSS in this setting were only observed among women living within two hours from health centers. Statistical models revealed that womens travel time from a health facility was the strongest determinant of maternal care service utilization. ConclusionThis study shows how a combination of geo-located health system information and population-representative data can help assess the impact of geographical barriers to maternal care in rural areas of sub-Saharan Africa. It highlights that women who live more than 2 hours from a health facility had virtually no access to maternal health services despite efforts in place to reduce financial barriers to care and strengthen the health system.
Autores: Felana Angella Ihantamalala, M. H. Randriamihaja, A. C. Miller, R. J. C. Rakotonanahary, M. Raza-Fanomezanjanahary, J. A. Kotchofa, M. Randriamanambintsoa, H. Ramarson, B. Razafinjato, V. Rasoanandrasana, M. Bonds, K. Finnegan, A. Garchitorena
Última atualização: 2023-10-21 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.20.23297294
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.10.20.23297294.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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