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Entendendo a Entrada do AAV: Insights dos Canários Zebras

Estudo revela fatores chave que afetam a entrada de AAV em tentilhões para terapia gênica.

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O vírus adeno-associado (AAV) é um vírus inofensivo que os cientistas usam pra entregar genes em várias plantas e animais. Os pesquisadores costumam usar AAV em terapia gênica, que é uma forma de tratar doenças consertando ou substituindo genes defeituosos. Pra melhorar como o AAV funciona, é importante identificar os fatores nas células hospedeiras que ajudam o AAV a entrar de maneira eficaz. Estudar esses fatores em diferentes espécies de vertebrados pode trazer novas ideias sobre como o AAV opera e como ele mudou ao longo do tempo. Esse conhecimento pode levar a melhores maneiras de usar o AAV em terapia gênica, principalmente pra tipos de células difíceis de alcançar ou raras.

Fatores-chave para a entrada do AAV

AAVR, também conhecido como KIAA0319L, foi encontrado como um receptor principal para a entrada do AAV nas células. Outros fatores importantes incluem GPR108 e TM9SF2, que também ajudam o AAV a entrar nas células de mamíferos. Contudo, a eficiência de diferentes tipos de AAV varia bastante dependendo do tipo de célula, tecido e espécie. Não está claro como esses fatores de entrada e as diferentes versões das capas do AAV interagem.

Em pássaros como os canários, que são ótimos pra estudar aprendizado vocal e desenvolvimento cerebral, os cientistas usaram AAV pra mudar a atividade dos neurônios ou a expressão gênica. No entanto, o AAV não funciona tão bem nesses pássaros em comparação com animais comuns de laboratório como camundongos. Pra entender por que isso acontece, os pesquisadores analisaram de perto as características genéticas e funcionais dos fatores de entrada do AAV em canários.

Descobertas sobre AAVR e GPR108 em Canários

Enquanto os canários têm AAVR, ele é apenas moderadamente similar à versão encontrada em humanos. Algumas áreas do AAVR que interagem com o vírus AAV são mais conservadas, ou seja, são mais similares em ambas as espécies. Isso sugere que essas áreas importantes para a entrada do AAV são mantidas nos canários, mas diferenças no gene AAVR podem explicar por que o AAV não funciona tão bem em pássaros.

Curiosamente, GPR108, que é essencial pra entrada do AAV em mamíferos, não foi encontrado nos genomas dos canários ou de outros pássaros. Essa ausência sugere que houve uma perda desse gene em seus ancestrais evolutivos. Em contraste, GPR108 está presente nas tartarugas e mantém uma estrutura semelhante à versão humana. Esse padrão indica que a perda de GPR108 ocorreu de maneira independente em diferentes linhagens de pássaros, em vez de todos os pássaros perderem de uma vez.

Outros genes que ajudam o AAV a entrar nas células ainda foram encontrados no genoma do canário, com alta semelhança aos seus equivalentes em mamíferos. Genes-chave de estudos do AAV em mamíferos estão amplamente expressos ao longo do cérebro do canário, indicando que sua presença não limita a entrada do AAV.

Investigando o impacto da ausência de GPR108

Pra ver como a falta de GPR108 afeta a entrada do AAV, os pesquisadores criaram uma linha celular de canário que expressa GPR108 humano e compararam com células normais. Testaram diferentes tipos de AAV-AAV2, AAV9, AAV5 e AAV2G9. AAV2 e AAV9 precisam de GPR108 pra entrar, enquanto AAV5 não precisa e pode entrar nas células sem ele.

Os testes mostraram que AAV2 e AAV9 não funcionaram bem nas células dos canários, enquanto AAV2G9 teve um desempenho muito melhor nas células que expressam GPR108 humano. Essa descoberta indica que pra uma entrada eficaz do AAV, ter GPR108 e a capacidade de se ligar a certos açúcares na superfície celular é crucial.

Além disso, AAV5 teve um desempenho melhor nas células do canário em comparação com AAV2 ou AAV9, porque consegue entrar sem precisar de GPR108. Curiosamente, AAV5 mostrou um leve aumento na entrada quando o GPR108 humano estava presente, embora não tanto quanto AAV2G9.

Examinando a eficácia do AAV no cérebro do Canário

Pra explorar melhor como a falta de GPR108 impacta a entrada do AAV nas células do cérebro, os pesquisadores usaram um método especial chamado análise de cápsulas com código de barras. Eles injetaram uma biblioteca de diferentes cápsulas de AAV em áreas do cérebro do canário e mediram como elas entraram nas células.

Os resultados mostraram que AAV9 teve a maior taxa de sucesso na entrada nas células do cérebro dos canários. No entanto, mesmo que alguns tipos de AAV fossem mais comuns no cérebro, eles não eram tão eficazes em produzir a atividade gênica necessária. Isso sugere que, enquanto certas cápsulas conseguem alcançar as células, outros fatores no cérebro podem impedi-las de funcionar corretamente uma vez dentro.

Os pesquisadores também compararam AAV9 com dois outros métodos virais-lentivírus pseudotipados VSV G e adenovírus. Ambos mostraram baixa eficácia nos canários, indicando que os fatores de entrada que esses vírus requerem podem diferir significativamente dos de mamíferos.

Entendendo a perda de GPR108

A ausência de GPR108 nos canários pode ser vista como uma deleção de gene natural. A capacidade do GPR108 humano de aumentar a entrada do AAV nas células do canário apoia seu papel importante na transdução do AAV. Essa perda também foi observada em outras espécies de pássaros, provavelmente ligada a uma perda genética compartilhada em sua história evolutiva.

AAVs foram identificados em algumas outras espécies que faltam GPR108, sugerindo que variantes do AAV que não dependem de GPR108 podem ter evoluído, como o AAV5. No AAV aviano, ele é bem diferente do AAV encontrado em primatas. Essa diferença indica que diferentes estratégias de ligação a açúcares podem ser necessárias pra transduzir células de pássaros.

Inconsistências entre o desempenho do AAV em testes de laboratório e situações da vida real destacam que diferentes tipos de células e tecidos influenciam como os AAVs funcionam bem. Açúcares na superfície provavelmente são uma parte importante disso, como visto no sucesso do AAV2G9 quando modificado.

Implicações para a terapia gênica

Embora AAVR e GPR108 sejam importantes pra entrada do AAV nas células, não são os únicos fatores em jogo. Alguns AAVs, como o AAV4, conseguem entrar nas células sem precisar de AAVR, enquanto AAV5 consegue fazer isso sem GPR108. Descobrir como esses tipos de AAV conseguem entrar nas células pode proporcionar novas opções para terapias gênicas direcionadas.

Alterar os níveis de fatores de entrada nas células é uma maneira de melhorar a eficácia dos AAVs. Pesquisadores mostraram que aumentar a expressão de AAVR pode ter um efeito benéfico. No entanto, o tipo de células que estão sendo alvo também é importante e pode determinar quão bem-sucedidos os AAVs serão.

A relação entre as características de uma célula alvo e o tipo de AAV é importante. Isso pode levar a melhores modos de entregar terapias gênicas do que os métodos tradicionais. Um entendimento completo tanto das características genéticas quanto biológicas das células alvo será essencial pra tornar a terapia gênica com AAV realmente eficaz.

Conclusão

O estudo do AAV e seus fatores de entrada oferece insights valiosos que podem aprimorar as aplicações de terapia gênica. Os pesquisadores estão descobrindo que tanto fatores genéticos quanto ambientais influenciam quão efetivamente o AAV pode entregar seus genes. Ao examinar as diferenças nos AAVs entre espécies, especialmente em modelos únicos como os canários, os cientistas podem desenvolver terapias gênicas mais eficazes adaptadas a necessidades específicas. Pesquisas futuras continuarão a explorar as interações complexas entre os AAVs e várias células hospedeiras, levando a abordagens mais inovadoras na terapia gênica.

Fonte original

Título: Genomic loss of GPR108 disrupts AAV transduction in birds

Resumo: The G protein-coupled receptor 108 (GPR108) gene encodes a protein factor identified as critical for adeno-associated virus (AAV) entry into mammalian cells, but whether it is universally involved in AAV transduction is unknown. Remarkably, we have discovered that GPR108 is absent in the genomes of birds and in most other sauropsids, providing a likely explanation for the overall lower AAV transduction efficacy of common AAV serotypes in birds compared to mammals. Importantly, transgenic expression of human GPR108 and manipulation of related glycan binding sites in the viral capsid significantly boost AAV transduction in zebra finch cells. These findings contribute to a more in depth understanding of the mechanisms and evolution of AAV transduction, with potential implications for the design of efficient tools for gene manipulation in experimental animal models, and a range of gene therapy applications in humans.

Autores: Claudio V Mello, A. A. Nevue, A. Sairavi, S. J. Huang, H. Nakai

Última atualização: 2024-05-17 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.16.589954

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.16.589954.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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