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Como as Plantas de Milho se Defendem Contra Ataques de Lagartas

Pesquisas mostram as interações complexas entre o milho, metabolitos e herbívoros.

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Metabolismo do Milho vs.Metabolismo do Milho vs.Lagartascontra o crescimento de lagartas.Estudo revela as defesas do milho
Índice

As plantas criam uma variedade de químicos especiais chamados metabólitos. Esses metabólitos têm várias funções durante a vida de uma planta. Eles colorem flores e frutas pra atrair animais que ajudam na polinização ou na dispersão das sementes. Eles também ajudam as plantas a conservar água durante períodos secos e protegem contra pragas e doenças. Um grupo interessante de metabólitos é chamado de benzoxazinoides, que são encontrados em gramíneas como milho e trigo. Esses compostos têm um papel significativo na defesa da planta contra insetos e outras ameaças.

Produção de Benzoxazinoides

No milho, o processo de fazer benzoxazinoides começa em uma parte da célula chamada cloroplasto. Aqui, um composto específico é transformado através de várias etapas em benzoxazinoides mais complexos. Esse processo envolve várias enzimas, cada uma fazendo um trabalho específico pra converter um químico em outro. Os produtos finais desse processo, os benzoxazinoides, não só ajudam a proteger a planta de insetos, mas também interagem com outros químicos da planta e afetam os processos de crescimento.

Papel dos Metabólitos Especializados

Alguns metabólitos das plantas não apenas defendem contra pragas, mas também ajudam a regular a produção de outros compostos importantes. Por exemplo, na planta Arabidopsis, certos produtos de decomposição de glucosinolatos (outro tipo de metabólito vegetal) podem afetar como a planta cresce e reage a ameaças. Os benzoxazinoides no milho influenciam não só as defesas contra insetos, mas também a produção de outros metabólitos e até o timing da floração.

Interações de Lagartas com Químicos Vegetais

Lagartas que se alimentam de plantas encontram várias defesas químicas. Um desses químicos é o Catecol, que é produzido não só pelas plantas, mas também por certas bactérias e fungos. O catecol tem muitos papéis, desde ajudar as plantas a tolerar alumínio até influenciar o crescimento das raízes. Ele também serve como precursor de outros compostos voláteis importantes que dão às plantas seus cheiros e sabores únicos.

Estudos recentes descobriram que os benzoxazinoides no milho podem afetar os níveis de catecol e seus derivados. Quando lagartas danificam as folhas do milho, os níveis de catecol aumentam, o que pode dificultar o crescimento das lagartas.

Experimento com Milho e Lagartas

Pra estudar como essas interações funcionam, os pesquisadores plantaram sementes de milho e deixaram crescer sob condições específicas. Depois, examinaram como danificar as folhas afetaria a produção de catecol e seus derivados. Os pesquisadores descobriram que quando as folhas eram danificadas, os níveis de catecol aumentavam significativamente, levando a um crescimento reduzido nas lagartas que se alimentavam dessas plantas.

Entendendo a Ciência Por Trás

No laboratório, os cientistas analisaram como diferentes condições afetavam a produção de catecol. Eles queriam ver se adicionar certos químicos, como o catecol em si ou outros compostos relacionados, mudaria os níveis de catecol e seus derivados nas plantas. Eles descobriram que alimentar plantas com catecol levou ao aumento dos níveis de glucosídeo de catecol e acetilglucosídeo de catecol.

Estudos Genéticos em Milho

Pra entender melhor como esses químicos são produzidos, os cientistas conduziram estudos genômicos pra encontrar genes específicos relacionados a esses metabólitos. Eles identificaram um gene que parecia controlar a produção de uma enzima chave no caminho que leva ao glucosídeo de catecol. A expressão desse gene aumentou quando as plantas foram danificadas ou tratadas com moléculas sinalizadoras específicas, indicando seu papel em responder a ameaças de insetos.

A Importância do Ácido Salicílico

Outro jogador chave nessa química é o ácido salicílico, que é conhecido por ajudar as plantas a responder ao estresse e a patógenos. Os pesquisadores alimentaram as plantas com ácido salicílico e observaram que isso levou a um aumento na produção de catecol e seus derivados, confirmando que o ácido salicílico é um precursor nesse caminho químico.

Papel do Catecol e Seus Derivados

O catecol, junto com seus derivados, serve funções importantes na defesa das plantas. Enquanto o catecol pode inibir o crescimento das lagartas, sua forma glicosilada, glucosídeo de catecol, não tem o mesmo efeito. Isso indica que as plantas podem converter compostos tóxicos em formas não tóxicas que podem ser armazenadas e utilizadas depois.

Experimentos com Lagartas

Pra testar como as lagartas respondiam a esses químicos das plantas, foram realizados experimentos onde as lagartas foram alimentadas com dietas variando em concentrações de catecol e glucosídeo de catecol. Os pesquisadores descobriram que as lagartas alimentadas com concentrações mais altas de catecol tiveram crescimento reduzido em comparação com aquelas que receberam dietas com mais glucosídeo de catecol.

Descobertas Significativas sobre Detoxificação

Curiosamente, quando as lagartas metabolizavam o catecol, elas frequentemente o convertiam em sua forma glicosilada, que conseguiam lidar melhor. Isso indica que o processo de glicosilação é uma estratégia de desintoxicação pras lagartas, permitindo que elas se alimentem de plantas sem sofrer efeitos negativos dos metabólitos tóxicos.

Insights Genéticos sobre Produção de Metabólitos

Estudos genéticos adicionais identificaram a enzima acetiltransferase específica responsável por converter glucosídeo de catecol em acetilglucosídeo de catecol. Ao deletar esse gene no milho, os pesquisadores criaram plantas mutantes que produziam mais glucosídeo de catecol e menos da forma acetilada. Essas plantas mutantes se saíram bem contra a alimentação das lagartas, demonstrando que o equilíbrio desses metabólitos desempenha um papel crucial na defesa das plantas.

A Relação Dinâmica Entre Plantas e Herbívoros

As descobertas ilustram uma relação complexa entre as plantas de milho e lagartas como a Spodoptera frugiperda. Enquanto as plantas produzem vários químicos defensivos pra deter herbívoros, essas lagartas evoluíram mecanismos pra lidar e desintoxicar essas ameaças. A capacidade das lagartas de metabolizar catecol em sua forma glicosilada não tóxica destaca a luta evolutiva contínua entre plantas e seus herbívoros.

Conclusão

Resumindo, essa pesquisa revela a intrincada teia de interações entre as plantas de milho, seus metabólitos especializados e os herbívoros que se alimentam delas. Os benzoxazinoides desempenham um papel chave na regulação da produção de catecol e seus derivados, enquanto o ácido salicílico se destaca como um precursor crítico nessas vias. A dinâmica dessas relações oferece insights sobre como as plantas não só se protegem, mas também como gerenciam os riscos impostos pelos herbívoros. Entender essas interações abre portas pra mais estudos e potenciais aplicações agrícolas pra melhorar a resiliência das culturas contra pragas.

Fonte original

Título: Catechol acetylglucose: A newly identified benzoxazinoid-regulated defensive metabolite in maize

Resumo: An enormous diversity of specialized metabolites is produced in the plant kingdom, with each individual plant synthesizing thousands of these compounds. Previous research showed that benzoxazinoids, the most abundant class of specialized metabolites in maize, also function as signaling molecules by regulating the production callose as a defense response. In this study, we identified catechol acetylglucose (CAG) as a benzoxazinoid-regulated metabolite that is produced from salicylic acid via catechol and catechol-glucoside. Genome wide association studies of CAG abundance identified a gene encoding a predicted acetyltransferase. Knockout of this gene resulted in maize plants that lack CAG and over-accumulate catechol glucoside. Upon tissue disruption, maize plants accumulate catechol, which inhibits Spodoptera frugiperda (fall armyworm) growth. Analysis of caterpillar frass showed that S. frugiperda detoxifies catechol by glycosylation, and the efficiency of catechol glycosylation was correlated with S. frugiperda growth on a catechol-containing diet. Thus, the success of S. frugiperda as an agricultural pest may depend partly on its ability to detoxify catechol, which is produced as a defensive metabolite by maize plants.

Autores: Boaz Negin, A. Richter, A. F. Schroeder, C. Marcon, F. Hochholdinger, G. Jander

Última atualização: 2024-05-18 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.15.594420

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.15.594420.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

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