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Apresentando as Fases Intermetálicas Zigzag: Uma Nova Fronteira de Materiais

Pesquisadores revelam fases do ZIA, prometendo novas propriedades e aplicações na tecnologia.

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Os cientistas estão sempre atrás de novos materiais pra atender as demandas da tecnologia moderna. Recentemente, pesquisadores propuseram uma nova classe de materiais, chamada fases Zigzag Intermetálicas (ZIA), que são interessantes por suas estruturas e propriedades únicas.

O que são Fases ZIA?

As fases ZIA são um tipo de composto intermetálico nanolaminado. Compostos intermetálicos são formados por dois ou mais metais que criam uma estrutura única. As fases ZIA têm uma estrutura atômica em camadas que as tornam parecidas com um tipo de materiais conhecido como Fases MAX. As fases MAX são feitas de metais de transição iniciais e se mostraram úteis em várias aplicações.

As fases ZIA se baseiam em uma liga específica conhecida como Nb-Si-Ni, que combina nióbio (Nb), silício (Si) e níquel (Ni). Os pesquisadores descobriram que uma das formas dessa liga, chamada H-phase, tem uma estrutura bem complexa com 96 átomos na sua célula unitária.

Importância da Nanostrutuação

Quando os materiais são feitos na escala nanométrica (1 a 100 nanômetros), eles costumam ganhar propriedades especiais que não são encontradas em materiais maiores. Isso acontece porque a nanostrutuação pode mudar o comportamento do material, tornando-o mais forte, mais leve ou mais condutor. Os pesquisadores têm conseguido desenvolver materiais nanostruturados, mas passar essas propriedades para materiais em maior escala ainda é um desafio.

Contexto Histórico

No início dos anos 90, um cientista chamado H. Gleiter previu que materiais nanostruturados seriam significativos no futuro. Ele mencionou duas classes de materiais que se tornariam importantes: cerâmicas e compostos intermetálicos. Essa previsão se concretizou com o desenvolvimento das fases MAX em meados dos anos 90, que têm uma estrutura em camadas única e mistura de elementos.

A primeira fase MAX foi descoberta em 1996 por uma equipe de pesquisa liderada por M.W. Barsoum. Eles conseguiram sintetizar um tipo de cerâmica nanolaminada conhecida como Ti₃SiC₂, que abriu portas para muitos outros materiais semelhantes. Ao longo dos anos, cerca de 155 fases MAX diferentes foram identificadas, cada uma com propriedades únicas que as tornam adequadas para aplicações em armazenamento de energia, campos biomédicos e mais.

A Descoberta das Fases ZIA

Esse trabalho apresenta as fases ZIA como uma nova candidata na família de materiais nanostruturados. A primeira fase ZIA estudada é a liga Nb-Si-Ni. Durante a pesquisa, os cientistas sintetizaram essa liga usando um processo chamado prensagem a quente reativa. Esse método envolve combinar diferentes pós em altas temperaturas e pressões para formar novos materiais.

A pesquisa revelou que a estrutura da liga Nb-Si-Ni é complexa devido ao seu arranjo atômico. As fases ZIA expandem a ideia de materiais nanolaminados além do que foi visto com as fases MAX, sugerindo que poderia haver novas possibilidades para engenharia de materiais com propriedades específicas.

O Processo de Síntese

  1. Fusão por Arco: Os cientistas começaram tentando produzir a liga Nb-Si-Ni usando uma técnica chamada fusão por arco. Esse método permite que os metais sejam derretidos juntos em um vácuo, garantindo que se misturem corretamente. Infelizmente, esse método resultou em um produto com baixa pureza, ou seja, não continha tanta fase Nb-Si-Ni desejada quanto o planejado.

  2. Prensagem a Quente Reativa: Depois das dificuldades com a fusão por arco, a equipe se mudou para a prensagem a quente reativa. Esse método combina pós metálicos em altas temperaturas e sob pressão para formar uma peça sólida. Ao selecionar cuidadosamente os pós e controlar o ambiente, eles conseguiram criar materiais com uma pureza muito maior da fase ZIA desejada.

Através de ambos os processos, os pesquisadores conseguiram estudar a microestrutura dos materiais produzidos. Eles usaram diferentes técnicas de análise, como microscopia eletrônica de varredura (SEM) e difração de raios-X (XRD), para identificar as diferentes fases e suas estruturas.

Desafios Enfrentados

Criar materiais puros é difícil, especialmente quando lidamos com metais que tendem a evaporar em altas temperaturas. Esse problema foi especialmente evidente com o níquel no processo de fusão por arco, que pode facilmente se vaporizar quando aquecido. Os cientistas notaram que o método utilizado para fundir e misturar os elementos afetava muito os resultados.

O método de prensagem a quente reativa teve melhores resultados, mas mesmo assim, a equipe teve que garantir que as condições estivessem certas para evitar reações indesejadas ou a formação de impurezas. Essa atenção aos detalhes é vital, pois influencia diretamente a qualidade e as propriedades dos materiais resultantes.

Caracterizando as Fases ZIA

Depois de sintetizar com sucesso a fase ZIA Nb-Si-Ni, os pesquisadores realizaram uma caracterização detalhada de sua estrutura. Usando técnicas avançadas como microscopia eletrônica de transmissão (TEM) e microscopia eletrônica de transmissão de varredura (STEM), conseguiram observar o arranjo atômico em detalhes.

A fase ZIA apresentou um arranjo atômico zigzag, que foi inesperado, mas abriu portas para entender suas propriedades. A complexidade da estrutura, com uma célula unitária muito maior em comparação com as fases MAX, sugere que esses materiais poderiam ter características que não foram vistas em compostos conhecidos anteriormente.

Aplicações Potenciais

As fases ZIA prometem várias aplicações na tecnologia. Dadas suas propriedades únicas, podem ser úteis em áreas como:

  • Armazenamento de Energia: Materiais com alta resistência e propriedades elétricas únicas podem ser vitais para soluções de armazenamento de energia eficientes.
  • Campos Biomédicos: Com sua biocompatibilidade e propriedades mecânicas, as fases ZIA poderiam ser usadas em dispositivos médicos e implantes.
  • Microeletrônicos: O potencial das fases ZIA de formar derivados bidimensionais poderia levar a inovações em dispositivos eletrônicos flexíveis e sensores.

Os pesquisadores estão animados com as possibilidades que esses novos materiais podem trazer, especialmente considerando as combinações únicas de elementos que podem ser usadas em sua formação.

Comparação com Fases MAX

Embora as fases ZIA e MAX compartilhem semelhanças, existem diferenças chave. As fases MAX têm uma história bem estudada e suas propriedades são relativamente compreendidas. As fases ZIA, por outro lado, ainda estão sendo exploradas, e seu potencial total ainda não é conhecido.

  • Estrutura: As fases ZIA têm um arranjo atômico mais complexo em comparação com as fases MAX, o que pode levar a diferentes propriedades mecânicas e químicas.
  • Composição Elementar: As fases ZIA podem incorporar uma gama mais ampla de elementos, incluindo metais alcalinos e terras raras, oferecendo novas oportunidades para propriedades materiais únicas.
  • Oportunidades de Pesquisa: Como as fases ZIA são um conceito mais novo, há muitas oportunidades para os pesquisadores explorarem mais suas propriedades, fabricarem novos derivados e desenvolverem aplicações inovadoras.

Direções Futuras

Os resultados iniciais com as fases ZIA são promissores, mas ainda há muito trabalho a ser feito. A pesquisa futura se concentrará em:

  • Síntese de Mais Fases: Os pesquisadores buscam criar fases ZIA adicionais para entender melhor suas propriedades e compará-las com materiais conhecidos.
  • Exploração de Derivados Bidimensionais: Assim como as fases MAX têm os MXenes, as fases ZIA também podem ter formas bidimensionais que poderiam revolucionar suas aplicações.
  • Investigação de Propriedades: Um passo crucial será determinar as propriedades mecânicas, elétricas e térmicas desses novos materiais para identificar seus melhores usos.

Essa exploração das fases ZIA pode levar a uma nova classe de materiais nanolaminados, expandindo as ferramentas disponíveis para engenheiros e cientistas, enquanto possibilita soluções inovadoras para desafios modernos.

Conclusão

A introdução das fases ZIA marca um desenvolvimento empolgante na ciência dos materiais. Ao combinar elementos de maneira única e revelar novas propriedades estruturais, esses materiais têm o potencial de influenciar significativamente uma variedade de indústrias. À medida que os pesquisadores continuam a explorar suas propriedades e aplicações, o futuro das fases ZIA parece promissor, com o potencial de contribuir para avanços em tecnologia e engenharia de materiais.

Fonte original

Título: Transcending the MAX phases concept of nanolaminated early transition metal carbides/nitrides -- the ZIA phases

Resumo: A new potential class of nanolaminated and structurally complex materials, herein conceived as the Zigzag IntermetAllic (ZIA) phases, is proposed. A study of the constituent phases of a specific Nb--Si--Ni intermetallic alloy revealed that its ternary H-phase, \textit{i.e.}, the Nb$_3$SiNi$_2$ intermetallic compound (IMC), is a crystalline solid with the close-packed \textit{fcc} Bravais lattice, the 312 MAX phase stoichiometry and a layered atomic arrangement that may define an entire class of nanolaminated IMCs analogous to the nanolaminated ceramic compounds known today as the MAX phases. The electron microscopy investigation of the Nb$_{3}$SiNi$_{2}$ compound -- the first candidate ZIA phase -- revealed a remarkable structural complexity, as its ordered unit cell is made of 96 atoms. The ZIA phases extend the concept of nanolaminated crystalline solids well beyond the MAX phases family of early transition metal carbides/nitrides, most likely broadening the spectrum of achievable material properties into domains typically not covered by the MAX phases. Furthermore, this work uncovers that both families of nanolaminated crystalline solids, \textit{i.e.}, the herein introduced \textit{fcc} ZIA phases and all known variants of the \textit{hcp} MAX phases, obey the same overarching stoichiometric rule $P_{x+y}A_xN_y$, where $x$ and $y$ are integers ranging from 1 to 6.

Autores: M. A. Tunes, S. M. Drewry, F. Schmidt, J. A. Valdez, M. M. Schneider, C. A. Kohnert, T. A. Saleh, C. G. Schön, S. Fensin, O. El-Atwani, N. Goossens, S. Huang, J. Vleugls, S. A. Maloy, K. Lambrinou

Última atualização: 2023-08-11 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2308.06408

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2308.06408

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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