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Mapeando Tipos de Células em Daphnia

Um novo atlas celular para Daphnia revela insights sobre a expressão gênica e tipos celulares.

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Atlas Celular de DaphniaAtlas Celular de DaphniaReveladogênica e os tipos celulares da Daphnia.Novas informações sobre a expressão
Índice

A transcriptômica de célula única é uma nova forma de estudar como as células se comportam em diferentes condições, tipo desenvolvimento, doenças e sistemas biológicos. Esse método ajuda os cientistas a identificarem como os genes são expressos em células individuais, que podem variar dependendo do tipo de tecido e da fase de desenvolvimento. Pesquisadores já usaram essa técnica em vários organismos, como humanos, camundongos, sapos, peixes, moscas-da-fruta e vermes. Cada um desses estudos criou um mapa detalhado dos tipos celulares desses organismos.

Agora, tem uma super vontade de aplicar a transcriptômica de célula única em mais organismos, especialmente aqueles que são úteis para estudos ecológicos, testes de drogas e pesquisas sobre envelhecimento. Estudando mais organismos, os pesquisadores podem entender melhor as funções dos genes e os tipos de células. Comparar diferentes organismos pode mostrar características únicas que podem passar despercebidas quando olhamos apenas para uma espécie.

Um modelo de organismo útil para essa pesquisa é a Daphnia, um pequeno crustáceo de água doce. A Daphnia tem sido importante na biologia há mais de cem anos. Conceitos biológicos chave, como a separação das células germinativas das células somáticas e os efeitos da dieta na longevidade, foram estudados pela primeira vez usando esse organismo. Pesquisas mais recentes destacaram o papel da Daphnia na toxicologia e em vários estudos genéticos, tornando-a uma ferramenta valiosa para entender sistemas ecológicos.

A Necessidade de um Atlas Celular para Daphnia

À medida que os cientistas reúnem mais evidências de que mudanças na expressão gênica em nível celular respondem a fatores ambientais, fica claro que a Daphnia se beneficiaria muito de um atlas de tipos celulares detalhado. Esse atlas ajudaria os pesquisadores a usarem a transcriptômica de célula única de forma eficaz, já que esse recurso atualmente está em falta para a Daphnia.

Esse estudo tem como objetivo criar um atlas celular para a Daphnia realizando vários experimentos de sequenciamento de RNA de célula única. Analisando os dados, os pesquisadores esperam identificar vários tipos celulares, incluindo Células Musculares, células da pele, Neurônios e células do intestino. A meta é conectar os tipos celulares da Daphnia a tipos celulares bem estudados em moscas-da-fruta para encontrar similaridades e diferenças entre as espécies.

Métodos de Análise Celular

Para analisar a Daphnia, os pesquisadores usaram um clone específico de Daphnia magna, obtido de um lago em Jerusalém. As Daphnias foram mantidas em um ambiente controlado e alimentadas com algas diariamente. As Daphnias adultas foram tratadas com antibióticos durante três dias antes dos experimentos para garantir células saudáveis.

Para o sequenciamento de célula única, os pesquisadores precisavam separar os tecidos em células individuais. As Daphnias foram colocadas em uma solução tampão especial para ajudar a descompor os tecidos. Para maximizar o número de células saudáveis, os pesquisadores usaram uma mistura de enzimas para dissociar os tecidos. A suspensão celular foi filtrada para remover resíduos maiores. A viabilidade das células foi testada para garantir que a maioria delas estivesse viva antes do início do processo de sequenciamento.

Os dados de sequenciamento foram processados usando software especializado para analisar os padrões de expressão gênica das células individuais. Os pesquisadores procuraram padrões nos dados que ajudassem a identificar os tipos celulares e suas funções.

Resultados da Análise de Tipos Celulares

A partir dos dois experimentos realizados, os pesquisadores identificaram vários grupos celulares que representam diferentes tipos celulares na Daphnia. Mais de 30 perfis transcricionais distintos foram observados. Cada grupo corresponde a tipos celulares específicos que foram identificados provisoriamente comparando sua expressão gênica com tipos celulares conhecidos em moscas-da-fruta.

Neurônios e Células Musculares

A Daphnia tem um sistema nervoso que está distribuído por todo o corpo, com estruturas distintas na região da cabeça. Alguns grupos celulares identificados mostraram semelhança significativa com neurônios em moscas-da-fruta. Um dos grupos estava especificamente ligado a células fotossensíveis que reagem à luz. Outros grupos foram identificados como podendo representar vários tipos de neurônios, embora tenha sido desafiador associá-los a funções específicas devido à escassez de marcadores distintos.

As células musculares, ou mioctos, também foram identificadas na Daphnia. Dois tipos principais de células musculares foram encontrados, cada um com padrões de expressão gênica únicos. Essas células musculares são essenciais para o movimento e têm semelhanças com diversos tipos celulares musculares em moscas-da-fruta, embora a identificação específica continue desafiadora.

Células Reprodutivas

A Daphnia tem órgãos reprodutivos localizados na parte média do corpo. Neste estudo, os pesquisadores conseguiram identificar um tipo celular enriquecido em tecido reprodutivo feminino. Esse grupo apresentou diferenças significativas em relação a células específicas do sexo masculino, mostrando padrões de expressão gênica distintos consistentes com as funções dos ovários e testículos. Embora houvesse alguma sobreposição com marcadores reprodutivos conhecidos de moscas-da-fruta, as conexões não eram tão fortes quanto com outros tipos celulares, como neurônios e células musculares.

Células do Sistema Digestivo

O sistema digestivo da Daphnia inclui várias partes, cada uma derivada de diferentes camadas germinativas. Um tipo celular, representando células do intestino médio, foi identificado com sobreposição moderada com células do intestino médio de moscas-da-fruta conhecidas. Outros dois grupos foram associados a tecidos do intestino anterior e posterior, mas os resultados foram mais ambíguos devido a semelhanças com vários outros tipos celulares.

Células do Corpo Gorduroso e Imunológicas

A Daphnia tem um corpo gorduroso que desempenha um papel vital no metabolismo e armazenamento de energia. Alguns tipos celulares mostraram semelhanças tanto com células do corpo gorduroso quanto com células imunológicas (hemocitos). Identificar essas células foi complicado, já que os perfis de expressão gênica se sobrepunham com os dos hemocitos em moscas-da-fruta. Os pesquisadores hipotetizam que a relação entre essas células pode refletir adaptações evolutivas exclusivas da Daphnia.

Desafios na Correspondência de Células Entre Espécies

Fazer a correspondência de tipos celulares entre espécies é frequentemente desafiador, especialmente entre organismos com diferenças evolutivas significativas, como a Daphnia e as moscas-da-fruta. Embora existam tipos celulares conservados, como neurônios e células musculares, muitos tipos celulares específicos podem ser perdidos ou mudados ao longo do tempo. O estudo observou que tecidos específicos, como órgãos respiratórios, não correspondiam bem entre as duas espécies, indicando adaptações potenciais específicas de linhagem.

As diferenças podem surgir de vários fatores, incluindo ganhos e perdas de genes, mudanças nos tipos celulares e alterações na forma como os genes são expressos em resposta a diferentes condições ambientais. Mesmo quando há tipos celulares compartilhados, funções e características específicas podem ter divergido ao longo do tempo, tornando as comparações diretas difíceis.

Implicações Potenciais Para Pesquisas Futuras

Essa pesquisa abre muitas possibilidades para estudos futuros sobre a Daphnia e outros organismos. O atlas celular construído através deste estudo fornece um recurso fundamental que pode ser ampliado em pesquisas futuras. Isso permitirá que os cientistas examinem como a Daphnia responde a mudanças ambientais em nível celular, oferecendo insights sobre genômica ecológica, testes de drogas e estudos sobre envelhecimento.

Usando o atlas, os pesquisadores podem investigar como a expressão gênica muda quando a Daphnia é exposta a diferentes poluentes e estressores ambientais. Entender as respostas celulares pode levar a estratégias de conservação mais eficazes para ecossistemas de água doce.

Além disso, o conhecimento adquirido sobre a composição genética da Daphnia pode aprimorar estudos farmacotoxicológicos, onde os cientistas testam como as drogas afetam organismos em nível celular. As descobertas também podem contribuir para pesquisas sobre envelhecimento revelando como a expressão gênica se ajusta ao longo do tempo, levando a insights sobre saúde metabólica e longevidade.

Conclusão

Em conclusão, o estudo da transcriptômica de célula única na Daphnia forneceu insights valiosos sobre a composição celular desse importante organismo modelo. Ao identificar vários tipos celulares e vinculá-los a tipos celulares conhecidos em moscas-da-fruta, os pesquisadores criaram uma base para futuros estudos que podem explorar o impacto de mudanças ambientais, efeitos de drogas e envelhecimento no comportamento celular. As características únicas e a adaptabilidade da Daphnia fazem dela uma espécie essencial para entender questões ecológicas e biológicas mais amplas, enfatizando a importância de continuar a pesquisa nessa área.

Fonte original

Título: Single Cell Transcriptome Defines Cell Type Repertoire of Adult Daphnia magna.

Resumo: Detailed knowledge of transcriptional responses to environmental and developmental cues is impossible without single cell (SC) resolution data. We performed two SC RNAseq experiments surveying transcriptional profiles of females and males of D. magna, a freshwater plankton crustacean which is both a classic and emerging new model for eco-physiology, toxicology, and evolutionary genomics. We were able to identify over 30 distinct cell types about half of which could be functionally annotated. First, we identified ovaries- and testis-related cell types by focusing on female- and male-specific clusters. Second, we compared markers between SC clusters and bulk RNAseq data on transcriptional profiles of early embryos, circulating hemocytes, midgut, heads (containing brain, eyes, muscles and hepatic caeca), antennae II, and carapace. Finally, we compared transcriptional profiles of Daphnia cell clusters with orthologous markers of 250+ cell types annotated in Drosophila cell atlas. This allowed us to recognize striated muscle cells, gut enterocytes, cuticular cells, as well as 5 different neuron types, including photoreceptors and 3 ovaries-related clusters, one of which tentatively identified as the germ line cells. One well-defined cluster showed a significant enrichment in markers of both hemocytes and fat body of Drosophila, but not with bulk RNAseq data from circulating hemocytes, allowing us to hypothesize the existence of non-circulating, fat body-associated population of hemocytes in Daphnia. On the other hand, the circulating hemocytes express numerous cuticular proteins suggesting their role, in addition to macrophagy, in wound repair. At the same time numerous cell types remain unidentified, including those that map to FCA groups ambiguously or are characterized by Daphnia-specific markers with no clear orthology in the fruitfly. Likewise, many known or presumed cell types or tissues in Daphnia have not been identified to SC clusters. A detailed in-situ hybridization study would be necessary to match not yet annotated SC clusters to functional cell groups. HighlightsO_LIFirst single-cell transcriptomic atlas for Daphnia magna, identifies > 30 distinct cell types. C_LIO_LINovel cell type representing circulating hemocytes may play a role in cuticle regeneration. C_LIO_LIEvidence for non-circulating hemocyte-like cells associated with the fat body in Daphnia. C_LIO_LICuticle/epithelial cells expressing photoreceptors, suggesting light-sensing capabilities. C_LIO_LISubfunctionalization of divergent paralogs across cell types for ecological versatility. C_LI

Autores: Leonid Peshkin, I. Krishnan, L. Y. Yampolsky, K. Petrova

Última atualização: 2024-05-30 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.29.596540

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.29.596540.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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