Mecanismos de Resposta à Luz Únicos dos Nematóides
Estudo revela novas maneiras de nematoides perceberem luz sem os fotoreceptores tradicionais.
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Índice
- Respostas Únicas à Luz em Nematóides
- O Papel de Pristionchus pacificus
- Descobrindo o Comportamento de Evitação da Luz
- Ensaios de Evitação da Luz
- Buscando Proteínas Fotorreceptoras
- Caminhos de Fototransdução em P. pacificus
- O Impacto das GPCR Quinases
- O Papel dos Neurotransmissores
- Identificando Neurônios Sensores de Luz
- Conclusão
- Fonte original
- Ligações de referência
Sentir luz é crucial pra muitos animais. Eles usam informações visuais pra se afastar de predadores, evitar ambientes perigosos, encontrar comida e buscar parceiros. Um grupo de proteínas chamado opsinas é fundamental nesse processo, agindo como receptores de luz. Muitos animais, incluindo uns simples como águas-vivas e outros mais complexos como vertebrados, usam opsinas como parte da sua habilidade de ver.
Nos vertebrados, tem dois tipos principais de células nos olhos chamadas bastonetes e cones que ajudam a ver luz. Quando a luz atinge essas células, uma parte da proteína opsina chamada retinal a absorve. Essa absorção causa mudanças na opsina, que ativa vários caminhos dentro da célula. Esses caminhos ajudam a enviar sinais pro cérebro, permitindo que o animal reaja à luz. Pesquisadores estudaram como as opsinas funcionam em muitos animais, incluindo sua estrutura e como evoluíram ao longo do tempo. No entanto, ainda há muitas incógnitas sobre como alguns animais conseguem sentir luz sem usar opsinas.
Respostas Únicas à Luz em Nematóides
Um exemplo interessante vem de certos tipos de vermes redondos, conhecidos como nematóides, que conseguem responder à luz mesmo sem ter olhos. Por exemplo, o verme Caenorhabditis elegans mostra vários comportamentos quando exposto a certos comprimentos de onda de luz, como se afastar ou parar suas ações de alimentação. Esse verme consegue até diferenciar cores. Cientistas descobriram uma proteína especial em C. elegans chamada Cel-LITE-1 que atua como um receptor de luz.
Cel-LITE-1 faz parte de uma família de proteínas que têm uma estrutura com sete partes que atravessam a membrana celular. Embora Cel-LITE-1 não se encaixe no quadro típico de uma opsina, ela ainda depende de outros caminhos celulares envolvendo G-proteínas pra responder à luz. Isso significa que, ao detectar luz, várias proteínas trabalham juntas pra ajudar o verme a reagir.
O Papel de Pristionchus pacificus
Outro nematóide, Pristionchus pacificus, tem sido estudado como um modelo pra entender como essas criaturas reagem à luz. Os pesquisadores desenvolveram várias ferramentas pra estudar P. pacificus, como seu genoma completo e métodos pra manipular sua genética. Apesar de semelhanças com C. elegans, existem diferenças importantes nas funções de seus neurônios sensoriais. Atualmente, não se sabe se P. pacificus consegue sentir luz.
Descobrindo o Comportamento de Evitação da Luz
Neste estudo, os cientistas descobriram que P. pacificus evita luz, especialmente comprimentos de onda curtos. No entanto, não encontraram as proteínas típicas de detecção de luz que são vistas em outros animais, como opsinas ou Cel-LITE-1. Usando métodos genéticos, eles descobriram que o comportamento de evitar depende de um caminho específico envolvendo CGMP, uma molécula que ajuda a transmitir sinais dentro das células, e uma proteína chamada GPCR quinase, que ajuda a regular outras proteínas.
Os pesquisadores também exploraram o papel dos Neurotransmissores, que são mensageiros químicos no cérebro. Eles descobriram que dois neurotransmissores, GABA e Glutamato, estão envolvidos nessa resposta de evitação da luz. Quando examinaram neurônios sensoriais específicos em P. pacificus, descobriram que esses neurotransmissores estavam ativos, e bloquear sua ação reduziu a capacidade do verme de evitar luz.
Ensaios de Evitação da Luz
Pra examinar esse comportamento de evitação da luz, os cientistas criaram experimentos onde os vermes foram expostos a diferentes cores de luz, incluindo ultravioleta (UV), azul, verde e vermelho. Quando a cabeça de P. pacificus foi iluminada com comprimentos de onda curtos como UV e luz azul, os vermes paravam de se mover pra frente e começavam a se mover pra trás pra evitar a luz. O comportamento de evitação aumentava com luz mais intensa, indicando um nível de sensibilidade à luz.
Os cientistas também testaram C. elegans, que respondeu de forma diferente em alguns casos. Por exemplo, em alguns testes, C. elegans se movia pra trás sob certa exposição à luz, enquanto P. pacificus mostrava uma porcentagem consistentemente alta de evitação em todas as condições de luz.
Buscando Proteínas Fotorreceptoras
Os pesquisadores queriam identificar quaisquer proteínas fotorreceptoras conhecidas presentes em P. pacificus. Eles realizaram buscas comparando as estruturas das proteínas em P. pacificus com aquelas bem conhecidas em outros animais. Eles olharam pra várias proteínas, incluindo opsinas, criptocromos e LITE-1. Porém, a investigação não revelou proteínas com a estrutura típica associada à detecção de luz.
Em vez disso, encontraram uma proteína chamada Ppa-sro-1, que faz parte de uma família chamada nemopsinas, que é similar às opsinas mas falta uma característica crítica necessária pra detecção de luz. Isso levantou questões sobre se as nemopsinas em P. pacificus poderiam ter algum outro papel na biologia do animal em vez de mediar diretamente as respostas à luz.
Caminhos de Fototransdução em P. pacificus
Enquanto os pesquisadores examinavam a base genética do comportamento de evitação da luz, usaram técnicas como triagem genética direta. Eles mutagênicos P. pacificus do tipo selvagem e testaram a resposta à luz em gerações subsequentes. Eles identificaram várias cepas mutantes que mostraram diminuição na evitação da luz. O sequenciamento do genoma completo revelou mutações em genes associados a um caminho específico de sinalização que usa cGMP, similar ao C. elegans.
Com base nessas descobertas, os pesquisadores geraram mutantes em genes relevantes, incluindo aqueles envolvidos na sinalização de G-proteínas e na produção de cGMP. Eles notaram que P. pacificus depende de guanilato ciclases e canais ativados por nucleotídeos cíclicos pra evitação da luz. Essa compartilhamento de caminhos de sinalização indica que, enquanto os mecanismos são similares, existem distinções nas respostas à luz entre os dois nematóides.
O Impacto das GPCR Quinases
Uma descoberta importante neste estudo envolveu uma proteína chamada Ppa-GRK-2, que ajuda a regular os GPCRs. Os pesquisadores descobriram que mutações em Ppa-grk-2 levaram a uma diminuição na evitação da luz em P. pacificus, o que sugere que essa quinase desempenha um papel significativo na resposta à luz. Em comparação, C. elegans não mostrou uma dependência similar de GRKs pra seu comportamento de evitação da luz, o que destaca estratégias diferentes de detecção de luz nas duas espécies.
O Papel dos Neurotransmissores
Além das G-proteínas, o estudo focou no papel dos neurotransmissores na mediação da evitação da luz. Eles examinaram vários genes associados à produção de neurotransmissores e descobriram que GABA e glutamato eram particularmente importantes pra resposta de evitação da luz em P. pacificus.
Pra explorar mais essa relação, eles testaram vários mutantes sem neurotransmissores específicos. Eles descobriram que a ausência de produção de GABA ou glutamato diminuiu o comportamento de evitação, fornecendo evidências claras do papel desses neurotransmissores na transmissão de sinais relacionados à luz.
Identificando Neurônios Sensores de Luz
A parte final do estudo envolveu identificar quais neurônios eram responsáveis pela detecção de luz em P. pacificus. Os pesquisadores focaram em neurônios amfidiais específicos, que já foram implicados no processamento sensorial. Eles usaram ferramentas genéticas pra visualizar vários genes envolvidos na resposta à luz dentro desses neurônios.
Através de suas investigações, eles confirmaram que certos neurônios amfidiais expressavam os genes necessários pra evitação da luz. Isso sugere que esses neurônios são candidatos prováveis pra células fotosensoriais em P. pacificus.
Conclusão
Resumindo, este estudo destacou como P. pacificus consegue detectar e responder à luz através de uma série de mecanismos únicos. Apesar de faltar fotorreceptores convencionais como opsinas ou LITE-1, esses nematóides utilizam um conjunto diferente de proteínas e caminhos pra mediar o comportamento de evitação da luz. O envolvimento de caminhos de cGMP e neurotransmissores como GABA e glutamato ilustra ainda mais a complexidade dos sistemas sensoriais nesses organismos.
As descobertas também demonstram que ainda há muito a aprender sobre como diferentes espécies de nematóides sentem luz e como esses mecanismos evoluíram. Compreender esses processos pode fornecer insights sobre a evolução dos sistemas sensoriais e pode revelar novas proteínas fotorreceptoras que ainda não foram descobertas.
Título: cGMP-dependent pathway and a GPCR kinase are required for photoresponse in the nematode Pristionchus pacificus
Resumo: Light sensing is a critical function in most organisms and is mediated by photoreceptor proteins and phototransduction. Although most nematodes lack eyes, some species exhibit phototaxis. In the nematode Caenorhabditis elegans, the unique photoreceptor protein Cel-LITE-1, its downstream G proteins, and cyclic GMP (cGMP)-dependent pathways are required for phototransduction. However, the mechanism of light-sensing in other nematodes remains unknown. To address this question, we used the nematode Pristionchus pacificus, which was established as a satellite model organism for comparison with C. elegans. Similar to C. elegans, illumination with short-wavelength light induces avoidance behavior in P. pacificus. Opsin, cryptochrome/photolyase, and lite-1 were not detected in the P. pacificus genome using orthology and domain prediction-based analyses. To identify the genes related to phototransduction in P. pacificus, we conducted forward genetic screening for light-avoidance behavior and isolated four light-unresponsive mutants. Whole-genome sequencing and genetic mapping revealed that the cGMP-dependent pathway and Ppa-grk-2, which encodes a G protein-coupled receptor kinase (GRK) are required for light avoidance. Although the cGMP-dependent pathway is conserved in C. elegans phototransduction, GRK is not necessary for light avoidance in C. elegans. This suggests similarities and differences in light-sensing mechanisms between the two species. Using a reverse genetics approach, we showed that GABA and glutamate were involved in light avoidance. Through reporter analysis and suppression of synapse transmission, we identified candidate photosensory neurons. These findings advance our understanding of the diversity of phototransduction in nematodes even in the absence of eyes. Author summaryNematodes are a highly diverse group of animals found in a wide variety of habitats and sensory systems. In particular, light-induced behavior has been found to differ among species. The photoreceptor and its downstream pathways in Caenorhabditis elegans have been identified, revealing unique and distinct characteristics compared to those in other animals. However, the mechanisms of photoreception in other nematodes remain largely unknown. This study focused on the analysis of the photoreception mechanisms in Pristionchus pacificus, a species for which many genetic and molecular tools are available. Similar to C. elegans, P. pacificus also exhibits light avoidance behavior towards short-wavelength light; however, known animal photoreceptor genes could not be identified in the P. pacificus genome using bioinformatic approaches. Using forward and reverse genetic approaches, we found that certain genes and neurons are required for light avoidance, some of which are conserved in C. elegans photoreception. These results suggest that the light-sensing mechanisms of C. elegans and P. pacificus are similar, yet there are differences between the two species. These findings highlight the various light-sensing mechanisms in nematodes.
Autores: Misako Okumura, K. Nakayama, H. Hiraga, A. Manabe, T. Chihara
Última atualização: 2024-06-02 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.28.596172
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.28.596172.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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