O Papel das Bactérias Intestinais na Pressão Arterial
Pesquisas novas ligam as bactérias do intestino à regulação da pressão arterial.
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Índice
- A Relação Entre Bactérias Intestinais e Pressão Arterial
- Objetivo do Estudo
- População do Estudo
- Medições de Pressão Arterial
- Analisando Bactérias Intestinais
- Outros Fatores
- Análise Estatística
- Descobertas: Bactérias Intestinais e Pressão Arterial
- Associações Bacterianas Específicas
- Variabilidade da Pressão Arterial e Bactérias Intestinais
- Análise de Sensibilidade
- Relações com Metabólitos Sanguíneos
- Conclusões
- Forças e Limitações
- Direções Futuras
- Fonte original
- Ligações de referência
Pressão alta, ou Hipertensão, é um grande problema no mundo todo. Em 2019, teve relação com cerca de 10,8 milhões de mortes porque pode causar problemas no coração e nos rins. Embora a gente saiba algumas coisas de como a hipertensão funciona, ainda tem muita coisa que não entendemos. Uma área interessante de estudo é como as bactérias no nosso intestino podem influenciar a Pressão Arterial. Alguns pesquisadores acreditam que essas Bactérias intestinais produzem substâncias que podem afetar como nossos corpos controlam a pressão arterial.
A Relação Entre Bactérias Intestinais e Pressão Arterial
Pesquisas mostraram que as bactérias intestinais podem ter um papel nos níveis de pressão arterial. Por exemplo, Estudos com camundongos que tiveram suas bactérias intestinais removidas e depois receberam bactérias de pessoas com pressão alta mostraram que esses camundongos tiveram pressão arterial mais alta do que aqueles que receberam bactérias de pessoas com pressão normal. Algumas substâncias feitas pelas bactérias intestinais, como trimetilamina N-óxido e ácidos graxos de cadeia curta, podem ajudar nesse processo.
Em um estudo com mais de 4.600 Participantes, alguns grupos específicos de bactérias intestinais estavam associados a uma pressão arterial mais baixa. No entanto, esses achados variaram entre diferentes grupos étnicos. Outro grande estudo envolvendo cerca de 7.000 pessoas encontrou principalmente ligações positivas entre vários tipos de bactérias e a pressão arterial. Os pesquisadores esperam obter informações mais detalhadas sobre as bactérias intestinais e a pressão arterial com métodos de teste melhores.
Atualmente, as medições de pressão arterial feitas em uma clínica oferecem apenas uma visão rápida da pressão de alguém. Um método diferente, chamado monitoramento ambulatorial da pressão arterial (ABPM), é mais representativo porque rastreia a pressão arterial ao longo de um dia e uma noite. Esse método ajuda a evitar erros que podem acontecer quando as pessoas são verificadas no consultório do médico. Ele também pode medir a variabilidade da pressão arterial, o que é importante para entender a saúde cardiovascular. Porém, não muitos estudos analisaram as conexões entre bactérias intestinais e pressão arterial usando esses métodos avançados.
Objetivo do Estudo
Esse estudo tem como objetivo olhar para a relação entre a composição das bactérias intestinais e as medições de pressão arterial feitas ao longo de 24 horas usando ABPM. Ele também busca examinar como certas substâncias no sangue, produzidas pelas bactérias intestinais, se relacionam com a pressão arterial. A pesquisa foca em participantes que não estão tomando medicação para pressão alta.
População do Estudo
A pesquisa envolve participantes do Estudo de Imagem BioPulmonar e Cardiovascular da Suécia (SCAPIS). Esse é um estudo que analisa a saúde de mais de 30.000 indivíduos de 50 a 64 anos de diferentes partes da Suécia. A primeira parte do estudo foi feita entre 2013 e 2018. Dentre eles, os dados de mais de 11.000 pessoas em duas localidades, Uppsala e Malmö, foram usados para essa pesquisa. Os participantes forneceram amostras de fezes para análise, e uma parte passou por testes de ABPM. Algumas pessoas que haviam tomado medicação para pressão arterial foram excluídas do estudo.
Medições de Pressão Arterial
Os participantes que faziam parte do grupo ABPM usaram um dispositivo que media sua pressão arterial automaticamente a cada 30 minutos durante o dia e a noite. Para aqueles no centro de Uppsala, as medições foram feitas à noite a cada 90 minutos. Outro grupo de participantes teve a pressão arterial medida em uma clínica após descansar por cinco minutos.
Analisando Bactérias Intestinais
Foram coletadas amostras de fezes dos participantes para análise das bactérias intestinais. Eles receberam kits para ajudar na coleta dessas amostras em casa, que foram armazenadas até poderem ser analisadas. As bactérias nas amostras foram sequenciadas para identificar as espécies presentes e sua abundância em cada indivíduo.
Para entender a diversidade das bactérias intestinais nos participantes, os pesquisadores usaram uma medida conhecida como índice de diversidade de Shannon. Eles também analisaram o potencial funcional das bactérias intestinais examinando várias vias metabólicas associadas às bactérias presentes.
Outros Fatores
O estudo também coletou informações sobre outros fatores de saúde, como tabagismo, dieta e história de diabetes. Os participantes preencheram questionários que ajudaram os pesquisadores a entender seu estilo de vida e histórico de saúde. Eles também avaliaram a ingestão de sódio por meio da análise de amostras de urina.
Análise Estatística
Os pesquisadores usaram métodos estatísticos para avaliar as conexões entre as bactérias intestinais e as medições de pressão arterial. Eles olharam para quatro resultados principais: pressão arterial média e sua variabilidade durante o período de 24 horas. Também levaram em consideração fatores como idade, sexo e outras condições de saúde que poderiam influenciar a pressão arterial.
Descobertas: Bactérias Intestinais e Pressão Arterial
O estudo encontrou que uma menor diversidade de bactérias intestinais estava ligada a uma pressão arterial mais alta. Isso significa que indivíduos com um microbioma intestinal menos variado tinham leituras mais altas tanto para a pressão sistólica quanto diastólica. No entanto, quando os pesquisadores ajustaram para o índice de massa corporal (IMC), muitas dessas associações foram enfraquecidas, indicando um possível papel do IMC na relação entre bactérias intestinais e pressão arterial.
Associações Bacterianas Específicas
De milhares de espécies de bactérias intestinais examinadas, várias foram encontradas associadas positivamente ou negativamente com medições de pressão arterial. Por exemplo, certas bactérias estavam ligadas a uma pressão sistólica mais alta, enquanto outras estavam associadas a medições mais baixas. Notavelmente, algumas dessas bactérias são conhecidas por produzir substâncias que podem influenciar a pressão arterial.
Várias vias funcionais relacionadas a bactérias intestinais estavam enriquecidas entre espécies associadas positivamente com a pressão arterial, indicando seu potencial papel nos mecanismos que afetam a pressão arterial.
Variabilidade da Pressão Arterial e Bactérias Intestinais
Além da pressão arterial média, o estudo também examinou a variabilidade nas leituras de pressão arterial. Algumas bactérias intestinais foram encontradas positivamente relacionadas à variabilidade da pressão arterial, indicando uma relação mais complexa com a saúde cardiovascular.
Análise de Sensibilidade
Para confirmar a robustez dos resultados, os pesquisadores realizaram análises de sensibilidade. Eles examinaram o impacto de fatores como uso de antibióticos e doenças inflamatórias intestinais sobre suas descobertas. Essas análises geralmente apoiaram as associações originais observadas.
Relações com Metabólitos Sanguíneos
Os pesquisadores também examinaram como as bactérias intestinais associadas à pressão arterial estavam ligadas a substâncias no sangue. Eles descobriram que muitas espécies de bactérias intestinais estavam associadas a uma ampla gama de metabólitos. Os padrões nessas associações revelaram insights sobre como as bactérias intestinais podem influenciar a pressão arterial por meio de seus efeitos no metabolismo.
Conclusões
Esse estudo representa um passo importante para entender como as bactérias intestinais podem se relacionar com a pressão arterial, especialmente quando avaliadas de uma forma mais abrangente através do ABPM de 24 horas. As descobertas destacam a complexa interação entre o microbioma intestinal, a pressão arterial e possíveis vias metabólicas que podem influenciar a saúde cardiovascular.
Embora ainda tenha muito a ser aprendido nesse campo, essa pesquisa abre novas possibilidades para estudos futuros que visem melhorar nossa compreensão da hipertensão e seu gerenciamento. Entender o papel das bactérias intestinais pode levar a novas abordagens na prevenção e tratamento da pressão alta, que é um fator chave na saúde cardiovascular geral.
Forças e Limitações
A força desse estudo está em seu grande tamanho de amostra e no uso de métodos avançados para avaliar a pressão arterial e o microbioma intestinal. No entanto, ele tem limitações, incluindo seu desenho transversal, o que significa que a causalidade não pode ser firmemente estabelecida. Também há a possibilidade de vieses com base nos comportamentos de saúde dos participantes que poderiam impactar as descobertas.
Direções Futuras
Mais pesquisas são necessárias para entender melhor os mecanismos por trás das relações observadas nesse estudo. Estudos longitudinais poderiam fornecer mais insights sobre como mudanças no microbioma intestinal ao longo do tempo poderiam impactar a pressão arterial e a saúde geral. Explorar essas relações em populações diversas também será crucial para generalizar as descobertas e melhorar as estratégias de saúde pública voltadas para reduzir os riscos relacionados à hipertensão.
Resumindo, a associação entre bactérias intestinais e pressão arterial é uma área emergente de interesse que pode ter implicações significativas para a saúde. A exploração contínua nesse campo pode abrir caminho para soluções inovadoras para combater a hipertensão e melhorar a saúde cardiovascular no mundo todo.
Título: The association between the gut microbiome and 24-hour blood pressure measurements in the SCAPIS study
Resumo: Background and AimsLarge population-based studies on gut microbiota and hypertension have been conducted using methods with low taxonomic resolution and office blood pressure. This study aims to investigate the relationship between specific characteristics of the gut microbiome and 24-hour blood pressure measurements. Methods and resultsThe association of gut microbial species, determined by shotgun metagenomic sequencing of fecal samples, with 24-hour ambulatory blood pressure measurements was assessed in 4063 participants without antihypertensive medication from the Swedish CArdioPulmonary bioImage Study. Multivariable-adjusted models identified 140 microbial species associated with at least one of the 24-hour blood pressure traits. Notably, Roseburia faecis, R. inulinivorans, and Dorea longicatena were strongly positively associated with mean systolic and diastolic blood pressure, while Alistipes communis and A. shahii were inversely associated with diastolic blood pressure. An enrichment of threonine degradation I, Bifidobacterium shunt, and lactate production was observed in species associated with mean systolic and diastolic blood pressure. Species positively associated with blood pressure were in general also positively associated with secondary bile acids but negatively associated with primary bile acids and vitamin A-related metabolites. ConclusionsIn this large cross-sectional analysis, we identified a group of gut microbial species and microbial functions associated with blood pressure. Our findings provide insights into the relation of the gut microbiome and blood pressure, which can lead to a new understanding of the etiology of hypertension.
Autores: Tove Fall, Y.-T. Lin, S. Sayols-Baixeras, G. Baldanzi, K. F. Dekkers, U. Hammar, D. Nguyen, N. Nielsen, A. C. Eklund, G. Varotsis, J. B. Holm, H. B. Nielsen, L. Lind, G. Bergström, J. G. Smith, G. Engström, J. Ärnlöv, J. Sundström, M. Orho-Melander
Última atualização: 2023-12-09 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.12.08.23299598
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.12.08.23299598.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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