O Papel da Ansiedade no Tratamento da Anorexia Nervosa
Explorando a conexão entre a ansiedade alimentar e a anorexia nervosa.
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Índice
A Anorexia Nervosa (AN) é uma condição séria de saúde mental. Ela afeta como as pessoas pensam sobre comida, seus corpos e seu peso. Quem tem AN geralmente sente um medo extremo de ganhar peso, o que leva a comer muito pouco e a se ver como acima do peso, mesmo quando não estão. Essa condição pode acontecer com qualquer um, independente da idade ou gênero, mas é especialmente comum entre mulheres biológicas, com a maioria dos casos começando na puberdade. Infelizmente, a AN tem uma das maiores taxas de mortalidade entre problemas de saúde mental.
Um dos principais objetivos no tratamento da AN é ajudar as pessoas a recuperarem um peso saudável. Os médicos costumam mirar um Índice de Massa Corporal (IMC) de 19-21 para a recuperação. Porém, muitas pessoas que se recuperam ainda enfrentam desafios, já que 30-50% acabam recaindo no primeiro ano após ganhar peso. As razões para essas recaídas não são totalmente compreendidas.
Ansiedade na Anorexia Nervosa
O Papel daA ansiedade tem um papel importante na AN. Quem tem AN frequentemente sente uma ansiedade intensa em relação às refeições, especialmente quando se depara com alimentos mais calóricos. Por causa dessa ansiedade, muitos escolhem comer principalmente opções de baixo-caloria, evitando comidas mais ricas em calorias. A maioria dos tratamentos foca em mudar pensamentos sobre a imagem corporal em vez de lidar diretamente com essa ansiedade relacionada à comida. Embora muitas pesquisas tenham sido feitas sobre a ansiedade geral conectada à AN, menos atenção foi dada à ansiedade em relação à comida e o que acontece no cérebro quando essa ansiedade aparece.
Várias áreas do cérebro são acreditadas como envolvidas nas respostas de ansiedade, incluindo a amígdala, a ínsula, o núcleo da cama do estria terminalis (BNST) e o córtex pré-frontal (PFC). Estudos de imagem cerebral mostraram que pessoas com transtornos de ansiedade reagem mais fortemente a imagens assustadoras nessas áreas. Em indivíduos com AN, estudos encontraram uma redução da massa cerebral, menor fluxo sanguíneo e reações aumentadas a imagens de alimentos com altas calorias em certas regiões do cérebro. Uma área de foco é o córtex cingulado anterior dorsal (dACC), que pode estar envolvido na ansiedade aumentada em torno da comida.
Pesquisando a Conexão Entre Química Cerebral e Ansiedade Alimentar
Para entender melhor a relação entre a função cerebral e a ansiedade alimentar na AN, pesquisadores usaram uma ferramenta de imagem cerebral não invasiva conhecida como espectroscopia de ressonância magnética (MRS). Esse método permite que cientistas meçam a composição química do cérebro. Um dos químicos de interesse é o Mio-inositol (mI), que está envolvido em vários processos cerebrais.
Neste estudo, os pesquisadores queriam avaliar como a ansiedade relacionada à comida se manifesta em mulheres com AN em comparação com mulheres saudáveis. Eles acreditavam que as mulheres com AN relatariam mais ansiedade ao se depararem com alimentos hipercalóricos do que opções de baixo caloria e esperavam ver diferenças em químicos cerebrais específicos, especialmente mI, entre os dois grupos.
O Estudo e Seus Métodos
As participantes incluíram mulheres com AN recebendo tratamento, bem como controles saudáveis da comunidade. Todas as participantes deram consentimento e passaram por várias avaliações, incluindo seus níveis de fome, sede, ansiedade e estresse. Elas também avaliaram o quanto se sentiam ansiosas em relação a comer diferentes tipos de alimentos.
Durante o estudo, elas fizeram exames de imagem cerebral enquanto evitavam comida por várias horas antes. Isso foi para garantir uma medição precisa da atividade cerebral relacionada à fome e ansiedade. Os pesquisadores coletaram dados sobre vários químicos cerebrais para ver como poderiam se relacionar com os sentimentos de ansiedade em relação à comida.
Principais Descobertas da Pesquisa
O estudo constatou que mulheres com AN relataram maior ansiedade em relação a comer tanto alimentos hipercalóricos quanto de baixo-caloria em comparação com os controles saudáveis. Além disso, ambos os grupos sentiram mais ansiedade quando pensavam em alimentos hipercalóricos.
Curiosamente, a pesquisa revelou que mulheres com AN tinham níveis mais baixos de mI no dACC em comparação com mulheres saudáveis. Essa descoberta pode sugerir que níveis mais baixos de mI podem estar ligados a como alguém se sente ansioso em relação a comer. Especificamente, a pesquisa mostrou que quanto menos mI alguém tinha no dACC, mais ansiosa se sentia ao comer alimentos hipercalóricos no grupo com AN. Essa conexão não estava presente para os níveis de ansiedade nos controles saudáveis.
A Importância Dessas Descobertas
As descobertas deste estudo sugerem que a ansiedade relacionada à comida é um aspecto crítico da AN que precisa ser compreendido e tratado. Mostra que lidar com a ansiedade em torno da alimentação, especialmente em relação a alimentos hipercalóricos, pode ajudar no tratamento da AN.
Outra takeaway importante é que a dificuldade com a alimentação é única da AN e parece não vir da ansiedade geral que pode afetar outros. Na verdade, os sentimentos de ansiedade relacionados à alimentação não estavam conectados aos níveis de ansiedade gerais ou a outros fatores emocionais em quem tem AN- a relação existiu apenas com a ansiedade relacionada à comida.
Implicações para o Tratamento
Essas descobertas abrem portas para potenciais novas abordagens de tratamento. Por exemplo, terapias focadas em reduzir a ansiedade relacionada à comida poderiam ser desenvolvidas e testadas.
Compreender o papel de químicos cerebrais como mI também pode ajudar na criação de terapias direcionadas que atendam às necessidades específicas de quem tem AN. Ao identificar e abordar a ansiedade para comer, os tratamentos podem se tornar mais eficazes, e as pessoas podem ter uma chance melhor de se recuperar completamente.
Avançando: Mais Pesquisas Necessárias
Embora essa pesquisa forneça insights valiosos sobre a AN, ela também destaca a necessidade de mais estudos. Estudos maiores poderiam confirmar essas descobertas e explorar como mudanças na química cerebral se relacionam com os resultados do tratamento.
Além disso, entender como a ansiedade para comer pode ser gerida junto com outros sintomas da AN é crucial. Investigações futuras também poderiam focar em como indivíduos com AN podem responder ao tratamento em termos de ansiedade relacionada à comida e química cerebral ao longo do tempo.
Em conclusão, essa pesquisa enfatiza a necessidade de compreender e abordar os aspectos únicos da ansiedade relacionada à comida na AN. Ao focar nessa área, pode haver melhores resultados para indivíduos que buscam recuperação dessa condição desafiadora.
Título: Myo-inositol Levels in the Dorsal Anterior Cingulate Cortex Predicts Anxiety-to-Eat in Anorexia Nervosa
Resumo: BackgroundAnorexia nervosa (AN) is a mental and behavioral health condition characterized by an intense fear of weight or fat gain, severe restriction of food intake resulting in low body weight, and distorted self-perception of body shape or weight. While substantial research has focused on general anxiety in AN, less is known about eating-related anxiety and its underlying neural mechanisms. Therefore, we sought to characterize anxiety-to-eat in AN and examine the neurometabolic profile within the dorsal anterior cingulate cortex (dACC), a brain region putatively involved in magnifying the threat response. MethodsWomen seeking inpatient treatment for AN and women of healthy weight without a lifetime history of an eating disorder (healthy controls; HC) completed a computer-based behavioral task assessing anxiety-to-eat in response to images of higher (HED) and lower (LED) energy density foods. Participants also underwent magnetic resonance spectroscopy of the dACC in a 3 Tesla scanner. ResultsThe AN group reported greater anxiety to eat HED and LED foods relative to the HC group. Both groups reported greater anxiety to eat HED foods relative to LED foods. The neurometabolite myo-inositol (mI) was lower in the dACC in AN relative to HC, and mI levels negatively predicted anxiety to eat HED but not LED foods in the AN group only. mI levels in the dACC were independent of body weight, body mass, and general anxiety. ConclusionsThese findings provide critical new insight into the clinically challenging feature and underlying neural mechanisms of eating-related anxiety and indicate mI levels in the dACC could serve as a novel biomarker of illness severity that is independent of body weight to identify individuals vulnerable to disordered eating or eating pathology as well as a potential therapeutic target.
Autores: Kimberly R. Smith, Y. Song, S. H. Guo, C. W. Davies-Jenkins, A. Guarda, R. A. E. Edden
Última atualização: 2024-06-13 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.29.596476
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.29.596476.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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