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# Biologia# Biologia evolutiva

Comunidades Microbianas: Evolução e Competição

Explorando como as comunidades microbianas influenciam a evolução através da competição por recursos.

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Micro-organismos são coisinhas minúsculas que existem ao nosso redor e geralmente vivem em grupos chamados Comunidades. Essas comunidades podem ter vários tipos de micro-organismos, às vezes até centenas deles juntos. Nesses grupos, os micro-organismos competem por Recursos, e ao longo do tempo, eles podem mudar e se adaptar pegando novas características. Essas mudanças podem influenciar como tipos diferentes de micro-organismos interagem entre si, o que pode levar a alterações na presença de certos micro-organismos na comunidade.

Ao mesmo tempo, a própria comunidade também influencia como os micro-organismos evoluem. A forma como os micro-organismos conseguem se adaptar é moldada pelos recursos disponíveis e como eles se interagem. Entender como comunidades e evolução se afetam mutuamente é importante para entender e gerenciar ecossistemas microbianos.

Como a Estrutura da Comunidade Afeta a Evolução

Os cientistas desenvolveram ideias sobre como a composição de uma comunidade pode influenciar a evolução dos seus membros de várias maneiras. Alguns acreditam que, quando as comunidades são grandes, a taxa de evolução dos micro-organismos desacelera porque mais espécies estão preenchendo os papéis disponíveis, ou Nichos. Outros sugerem que comunidades diversas podem ajudar os micro-organismos a se adaptarem melhor ao ambiente, limitando a competição ou criando novas oportunidades de crescimento através da partilha de recursos.

Modelos diferentes fazem previsões diferentes sobre o que acontece quando um micro-organismo sofre mutação, ou seja, muda de alguma forma e ganha uma nova característica. Às vezes essas Mutações vão substituir o micro-organismo original, enquanto em outras situações, o novo micro-organismo pode assumir um papel diferente ou coexistir com o original. Cada um desses resultados já foi observado na vida real, mas prever qual vai acontecer numa comunidade específica ainda é difícil.

Essa dificuldade vem principalmente da variedade de nichos disponíveis para as várias espécies e como as mutações podem afetar ou se mover entre esses nichos. Em comunidades menores, é mais fácil entender como as coisas funcionam porque os nichos são mais claros. Porém, em comunidades maiores, como as que encontramos em nossos intestinos, onde muitos recursos diferentes estão disponíveis, tudo fica bem mais complexo.

Modelos de Competição por Recursos

Uma abordagem para entender como a evolução funciona nessas comunidades é por meio de modelos de competição por recursos. Nesses modelos, os nichos surgem com base em como diferentes espécies usam os recursos, em vez de serem definidos de antemão. Esses modelos têm sido usados para estudar como as comunidades se formam em novos ambientes, onde as espécies competem por espaço e recursos.

Embora algumas pesquisas tenham analisado como as comunidades se formam, menos atenção foi dada a como a evolução muda uma vez que essas comunidades estão estabelecidas. Muitos estudos anteriores se concentraram em comunidades pequenas, ou olharam somente para os estados de longo prazo das comunidades ao longo de um vasto período de tempo. Mas para o que a gente quer, é essencial entender como uma nova cepa evolui em diferentes configurações de comunidade, já que isso é muitas vezes o que os cientistas podem experimentar diretamente.

Para preencher essa lacuna, estamos desenvolvendo uma nova estrutura que prevê como a evolução começa em uma comunidade de muitos micro-organismos coexistindo. Ao estender métodos existentes, podemos fazer previsões sobre como os benefícios e destinos de novas mutações se relacionam com a diversidade e o compartilhamento de recursos dentro da comunidade ao redor.

Examinando Mutações Iniciais

Para estudar as interações iniciais entre a competição no ambiente e novas mutações, analisamos um modelo simples onde micro-organismos competem por muitos recursos semelhantes que estão sempre disponíveis. Cada cepa, ou tipo de micro-organismo, é definida por quão bem ela consegue usar esses recursos. Esse modelo nos permite simplificar nosso entendimento de como as mutações afetam o crescimento dos micro-organismos.

No nosso modelo, à medida que as comunidades se juntam, elas atingem um equilíbrio onde algumas cepas sobrevivem enquanto outras não. Quando ocorre uma nova mutação em uma das cepas sobreviventes, se ela oferece uma vantagem, então pode substituir a cepa original ou coexistir com ela, o que pode levar à Extinção de outra espécie.

Montando o Experimento

Inicialmente, olhamos para os relacionamentos básicos dentro das comunidades. Cada cepa compete por vários recursos fornecidos a uma taxa fixa. O sucesso de cada cepa também depende de quão efetivamente elas podem utilizar esses recursos, o que pode ser influenciado por mutações. Quando a diluição de recursos é baixa ou quando a biomassa da comunidade é alta, isso nos ajuda a entender melhor como as diferentes cepas interagem.

Através desse modelo, conseguimos ver como a composição inicial de uma comunidade afeta os tipos de mutações que surgem. A comunidade como um todo desempenha um papel crucial em moldar os resultados dessas mutações.

Mutações em Comunidades

A chance de evolução em uma comunidade depende muito de quantas mutações benéficas estão disponíveis. Cada mutação muda a capacidade do micro-organismo de crescer e competir. O equilíbrio dessas mutações pode ser resumido através de um conceito chamado distribuição local de efeitos de fitness (DFE). Essa DFE mostra quão provável é que uma mutação seja bem-sucedida com base nas mudanças que ela provoca.

Para uma comunidade estável, se uma mutação ocorre e altera ligeiramente o uso de recursos de um micro-organismo, ele precisa navegar em um ambiente competitivo. Algumas mutações podem não afetar como os micro-organismos crescem, enquanto outras podem mudar muito seu sucesso com base na competição presente.

Como a Comunidade Influencia o DFE

Se os recursos na comunidade são fornecidos de forma uniforme e as mutações não têm custos, então os efeitos de fitness serão espalhados aleatoriamente, muitas vezes seguindo um padrão previsível. Os resultados mostram que a comunidade desempenha um papel significativo em como esses efeitos de fitness são moldados. Embora mutações benéficas ainda sejam possíveis, elas têm menos chances de serem bem-sucedidas em comunidades muito saturadas.

À medida que as comunidades preencham mais nichos, as opções disponíveis para mutações que oferecem benefícios diminuem. Isso significa que mutações bem-sucedidas não são sempre garantidas, mesmo que estejam presentes. No entanto, apesar de haver menos mutações bem-sucedidas disponíveis, algumas ainda podem surgir ao lado das cepas existentes.

Diversificação Ecológica

Quando uma nova mutação surge, ela pode não apenas substituir sua cepa-mãe, mas também afetar outros membros da comunidade. Muitas espécies podem enfrentar extinção como resultado. Isso é particularmente claro em comunidades que já estão densamente povoadas, onde uma nova cepa deve causar a extinção de outra.

Analisando isso, exploramos como esses eventos ocorrem em comunidades saturadas. Descobrimos que um número significativo de extinções pode ser ligado ao surgimento de novas cepas, e essas extinções tendem a se agrupar em vez de ocorrerem aleatoriamente. Cientistas suspeitam que necessidades metabólicas semelhantes de diferentes cepas podem levar a dinâmicas correlacionadas, e isso pode explicar os padrões vistos na natureza.

Investigando Semelhança Metabólica

Para explorar essa ideia, olhamos para o número de recursos compartilhados entre a cepa invasora e aquelas que se extinguem. Surpreendentemente, nossos resultados mostram que os recursos sobrepostos não diferem substancialmente quando comparamos espécies deslocadas à população microbiana geral. Isso indica que mutantes bem-sucedidos podem impactar até mesmo espécies distantes porque podem compartilhar semelhanças em como utilizam os recursos disponíveis.

Teorizamos que espécies com baixa abundância podem ser mais vulneráveis a essas mudanças. Se elas não estão bem adaptadas ao seu ambiente, podem não aguentar a competição trazida por novas mutações. De fato, espécies que começam com números baixos enfrentam um maior risco de extinção quando novas cepas invadem seu espaço.

O Papel da Abundância

Nossa análise indica que a abundância de um organismo é muitas vezes um melhor indicativo de sua probabilidade de sobrevivência do que seu papel específico no ecossistema. Muitas espécies que enfrentam extinção não necessariamente competem diretamente com mutantes bem-sucedidos, mas sim sucumbem às pressão criadas por um ambiente alterado e pela competição.

Explorando Robustez a Mutações

Depois de olhar para as mutações iniciais, também examinamos como as comunidades se adaptam ao longo do tempo com a introdução de múltiplas novas mutações. Enquanto o número de cepas sobreviventes pode diminuir, a taxa de diversificação entre linhagens relacionadas tende a permanecer alta, sugerindo que eventos de diversificação ecológica continuam a ocorrer em um ritmo impressionante.

Permitir que comunidades alterem e se adaptem por meio de ondas sucessivas de mutações nos mostra que, enquanto algumas cepas prosperam, outras não. Esses padrões refletem nossas descobertas iniciais, mostrando que linhagens intimamente relacionadas frequentemente coexistem mais tempo quando têm uma maior abundância. Cepas de baixa abundância tendem a desaparecer mais facilmente.

Mudando Paisagens de Fitness

À medida que coletamos mais mutações, também notamos que as características gerais dos efeitos de fitness permanecem semelhantes, mas mudanças importantes ocorrem. A chance de que uma mutação leve a uma diversificação estável começa a aumentar significativamente com o tempo. Essa mudança não está ligada a alterações no número total de espécies, mas sim destaca como a dinâmica da comunidade muda conforme novas cepas surgem e desaparecem.

Conclusão

Em resumo, as dinâmicas intrincadas das comunidades microbianas demonstram a complexa interação entre competição e evolução. As comunidades servem tanto como um pano de fundo quanto como um catalisador para as mudanças e adaptações que os micro-organismos sofrem. À medida que novas cepas surgem, elas podem remodelar não apenas sua própria trajetória, mas também a de toda a comunidade. Entender como essas dinâmicas se desenrolam fornece insights essenciais sobre o funcionamento dos ecossistemas e a evolução contínua da vida microbiana.

À medida que a pesquisa nessa área avança, ela lançará luz sobre princípios ecológicos mais amplos e fornecerá diretrizes para gerenciar ecossistemas microbianos em saúde, agricultura e ambientes ambientais. Reconhecer os papéis da competição, disponibilidade de recursos e estrutura da comunidade é crucial para entender a evolução e a estabilidade das populações microbianas.

Fonte original

Título: Predicting the First Steps of Evolution in Randomly Assembled Communities

Resumo: Microbial communities can self-assemble into highly diverse states with predictable statistical properties. However, these initial states can be disrupted by rapid evolution of the resident strains. When a new mutation arises, it competes for resources with its parent strain and with the other species in the community. This interplay between ecology and evolution is difficult to capture with existing community assembly theory. Here, we introduce a mathematical framework for predicting the first steps of evolution in large randomly assembled communities that compete for substitutable resources. We show how the fitness effects of new mutations and the probability that they coexist with their parent depends on the size of the community, the saturation of its niches, and the metabolic overlap between its members. We find that successful mutations are often able to coexist with their parent strains, even in saturated communities with low niche availability. At the same time, these invading mutants often cause extinctions of metabolically distant species. Our results suggest that even small amounts of evolution can produce distinct genetic signatures in natural microbial communities.

Autores: Benjamin H Good, J. D. McEnany

Última atualização: 2024-06-14 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.12.15.571925

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.12.15.571925.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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