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Mudanças nas Preferências de Moeda no Comércio Global: Um Olhar no USD e BRI

Esse estudo explora as mudanças nas preferências de moeda no comércio internacional de 2010 a 2020.

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Mudanças de Moedas noMudanças de Moedas noComércio GlobalUSD.Analisando a alta do BRI em relação ao
Índice

No mundo do comércio internacional, os países costumam ter Preferências por certas moedas quando fazem transações. Este estudo examina como essas preferências se formam e mudam ao longo do tempo, focando em dois grupos principais de moedas: o dólar americano (USD) e uma moeda proposta chamada BRI, que está ligada aos países BRICS+. Entender essas preferências é importante, pois elas podem influenciar a dinâmica econômica global.

Contexto

O cenário do comércio global evoluiu bastante na última década. Com os avanços na tecnologia e mudanças no poder político, os países começaram a repensar suas moedas de comércio. Tradicionalmente, o USD foi a moeda dominante devido à influência econômica dos Estados Unidos. No entanto, economias emergentes, especialmente as do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), têm defendido uma mudança para uma nova moeda que reflita seu crescente poder econômico.

Fonte de Dados

Os dados usados nesta análise vêm da base de dados Comtrade das Nações Unidas, que fornece informações sobre as transações comerciais entre países ao redor do mundo. Focamos nos dados de comércio de 2010 a 2020, capturando as preferências em evolução pelas moedas de comércio.

O Modelo

Para estudar como os países formam suas preferências de moeda de comércio, usamos um modelo simplificado de formação de opinião. Esse modelo se baseia na ideia de que a preferência de um país por uma moeda pode ser influenciada pelos países vizinhos - semelhante a como as opiniões podem se espalhar em redes sociais. No nosso caso, cada país pode ter uma opinião sobre usar USD ou BRI para o comércio.

O modelo divide os países em grupos principais com base em suas preferências monetárias. Focamos em dois grupos principais: os países anglo-saxões (que preferem USD) e os países BRICS+ (que preferem BRI). Além disso, analisamos um grupo de transição que contém países que podem mudar suas preferências com base na influência de seus parceiros comerciais.

Preferências Iniciais de Moeda

No início de nossa análise, atribuímos preferências monetárias aleatórias a cada país. Alguns países preferem USD, enquanto outros preferem BRI. Essa configuração inicial reflete a diversidade de opiniões sobre qual moeda usar para o comércio.

Processo de Monte Carlo

Em seguida, aplicamos um método de Monte Carlo, que é uma forma de simular processos aleatórios para examinar como as opiniões podem mudar ao longo do tempo. Nesse contexto, isso nos ajuda a ver como a preferência de um país por moeda de comércio pode mudar com base nas preferências de seus parceiros comerciais.

  1. Passo 1: Um país é selecionado aleatoriamente e verifica as preferências de seus parceiros comerciais.
  2. Passo 2: Com base nessas preferências, o país selecionado pode optar por adotar a preferência monetária da maioria de seus vizinhos.
  3. Passo 3: Esse processo continua até que as preferências se estabilizem, ou seja, nenhum país queira mais mudar sua preferência.

Resultados para Duas Moedas (USD vs. BRI)

Após rodar a simulação, observamos tendências notáveis entre 2010 e 2020:

  • Em 2010, a maioria dos países tinha preferência por USD.
  • Em 2014, começou uma mudança, e um número crescente de países começou a inclinar-se para a moeda BRI.
  • Em 2019, ficou evidente que mais países preferiam negociar usando BRI em vez de USD.

Os resultados indicam que países que antes tinham uma preferência estável por USD começaram a mudar sua posição, influenciados pelas preferências de seus vizinhos. Os países de transição desempenharam um papel vital nessa mudança, já que suas preferências flutuavam com base na moeda predominante entre seus parceiros comerciais.

Distribuição das Preferências de Moeda de Comércio

As descobertas mostram uma clara distribuição de países com base em suas preferências de moeda. Os países que preferem USD geralmente estão dentro do grupo anglo-saxão, enquanto a maioria dos países na África, América Latina e partes da Ásia mudaram para preferir BRI.

  1. Países Azuis: Esses são os países que mantêm preferência por USD.
  2. Países Vermelhos: Esses países preferem negociar em BRI.
  3. Países Verdes: Esses são países de transição que adaptam suas preferências com base nas tendências regionais.

A proporção de países de transição diminuiu ao longo dos anos, sugerindo que eles se alinharam cada vez mais com os grupos de USD ou BRI.

Análise dos Países de Transição

Os países de transição representam um aspecto único das preferências de moeda de comércio. Inicialmente, eles exibiam um alto nível de indecisão, flutuando entre a preferência por USD e BRI com base em seu ambiente comercial imediato. No entanto, os dados mostram que, em 2019, a maioria dos países de transição inclinou-se fortemente para BRI, perdendo sua indecisão anterior.

A evolução dessas preferências reflete tendências maiores do comércio global e a crescente influência das economias emergentes. Países que antes dependiam do USD começaram a reconhecer os benefícios de se alinhar com BRI devido ao aumento das ligações comerciais com as nações BRICS+.

Implicações dos Resultados

Os resultados deste estudo têm várias implicações:

  1. Mudança de Poder Econômico: A evidente mudança de USD para BRI sugere uma transição em andamento do poder econômico das economias ocidentais tradicionais para os mercados emergentes.
  2. Tendências Futuras de Moeda: À medida que os países BRICS+ continuam a crescer economicamente, o surgimento do BRI pode representar um grande desafio para a dominância do USD no comércio internacional.
  3. Considerações de Políticas: Os governos podem precisar repensar suas políticas comerciais e estratégias monetárias à luz dessas preferências em mudança, enfatizando parcerias com economias emergentes.

O Papel do Euro

Além do USD e BRI, também consideramos o Euro (EUR) em um modelo de três moedas. Este modelo examina como a introdução de uma terceira moeda poderia afetar o cenário do comércio internacional.

  1. Impacto do EUR: A introdução do EUR cria uma dinâmica mais complexa, onde os países agora podem escolher entre três moedas com base em seus relacionamentos comerciais.
  2. Estabilidade das Preferências: O modelo de três moedas leva a preferências monetárias mais estáveis entre os países. Muitos países que antes eram estados de transição se alinharam fortemente com o Euro ou BRI.

Resultados do Modelo de Três Moedas

Aplicamos o mesmo processo de Monte Carlo no cenário de três moedas:

  • Países que anteriormente estavam indecisos agora frequentemente se alinham com EUR.
  • O grupo de transição, que incluía nações que poderiam mudar sua preferência, em grande parte se transformou no grupo EUR.
  • A estrutura dos grupos de preferência de comércio agora reflete claramente uma divisão entre USD, EUR e BRI.

Comparação dos Modelos de Duas e Três Moedas

Os dois modelos destacam comportamentos diferentes em termos de estabilidade das preferências de moeda:

  • O modelo de duas moedas mostra uma fluidez nas preferências, especialmente entre os países de transição.
  • O modelo de três moedas solidifica as preferências, reduzindo o número de países de transição e reforçando a influência de blocos econômicos estabelecidos.

Influência Econômica da OPEC+

Para explorar ainda mais a dinâmica das preferências de moeda, podemos analisar a influência dos países exportadores de petróleo, particularmente aqueles do grupo OPEC. Ao introduzir uma petromoeda hipotética (OPE) em nosso modelo, podemos avaliar seu impacto potencial no comércio global.

  1. Dinâmicas Comerciais: A introdução do OPE nos permite observar como a dependência dos preços do petróleo influencia a preferência de moeda de um país.
  2. Influência da OPEC: A OPEC pode efetivamente influenciar as preferências dos países de transição, particularmente à medida que os preços do petróleo flutuam. Países que dependem de importações de petróleo podem se ver alinhados com OPE com base na necessidade econômica.

Conclusão

Em resumo, este estudo estendeu o conceito de formação de opinião ao âmbito das redes de comércio internacional, demonstrando como as preferências monetárias dos países evoluem ao longo do tempo. Os resultados indicam uma mudança acentuada em direção ao BRI, particularmente entre as economias emergentes, enquanto o papel do USD como moeda predominante de comércio está sendo desafiado.

A análise tem implicações importantes para entender as dinâmicas de poder econômico global, sugerindo que a ascensão do BRICS+ poderia alterar fundamentalmente o cenário do comércio internacional. Pesquisas futuras poderiam aprofundar-se nos fatores específicos que impulsionam essas mudanças, incorporando moedas adicionais e explorando as motivações políticas e econômicas subjacentes.

Quer testemunhemos a contínua dominância do USD, a ascensão do BRI ou a estabilização do EUR como um jogador chave, é claro que a interação dessas moedas moldará o futuro do comércio internacional. As tendências observadas aqui destacam a necessidade de políticas comerciais adaptativas e parcerias estratégicas à medida que os países navegam por esse cenário econômico global em constante mudança.

Fonte original

Título: Opinion formation in the world trade network

Resumo: We extend the opinion formation approach to probe the world influence of economical organizations. Our opinion formation model mimics a battle between currencies within the international trade network. Based on the United Nations Comtrade database, we construct the world trade network for the years of the last decade from 2010 to 2020. We consider different core groups constituted by countries preferring to trade in a specific currency. We will consider principally two core groups, namely, 5 Anglo-Saxon countries which prefer to trade in US dollar and the 11 BRICS+ which prefer to trade in a hypothetical currency, hereafter called BRI, pegged to their economies. We determine the trade currency preference of the other countries via a Monte Carlo process depending on the direct transactions between the countries. The results obtained in the frame of this mathematical model show that starting from year 2014 the majority of the world countries would have preferred to trade in BRI than USD. The Monte Carlo process reaches a steady state with 3 distinct groups: two groups of countries preferring, whatever is the initial distribution of the trade currency preferences, to trade, one in BRI and the other in USD, and a third group of countries swinging as a whole between USD and BRI depending on the initial distribution of the trade currency preferences. We also analyze the battle between USD, EUR and BRI, and present the reduced Google matrix description of the trade relations between the Anglo-Saxon countries and the BRICS+.

Autores: Célestin Coquidé, José Lages, Dima L. Shepelyansky

Última atualização: 2024-02-05 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2401.02378

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2401.02378

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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