Novas Descobertas sobre Como as Células Reparam Danos no DNA
Pesquisas mostram como as células reagem a quebras no DNA.
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Índice
- Tipos de Dano no DNA
- Como as Células Reparam Quebras de Fita Dupla
- Avanços no Estudo da Reparação do Dano no DNA
- Nossa Abordagem de Pesquisa
- Entendendo o Papel do Tel1 na Reparação do DNA
- Métodos que Usamos
- Observando os Processos de Reparação
- Explorando o Comportamento do Tel1
- A Conexão com a Estrutura do Núcleo
- Direções Futuras de Nossa Pesquisa
- Conclusão: Insights sobre os Mecanismos de Reparação do DNA
- Fonte original
As células enfrentam um monte de dano natural no DNA todo dia. Isso vem de várias fontes, tanto de dentro quanto de fora do corpo. Por dentro, as células podem ser afetadas por substâncias como oxigênio reativo ou nitrogênio. Esses são subprodutos das atividades normais das células e podem prejudicar o DNA. Além disso, o DNA pode se quebrar sozinho. Por fora, o DNA pode ser danificado por coisas como radiação, produtos químicos da comida, poluição do ar e luz solar. Até tratamentos como quimioterapia visam danificar o DNA, que é parte da luta contra o câncer.
Tipos de Dano no DNA
O DNA pode sofrer vários tipos de dano. Alguns deles incluem:
- Abertura das bases dos nucleotídeos
- Adutos (quando um químico se liga ao DNA)
- Ligaduras (quando as fitas de DNA grudem umas nas outras)
- Quebras em fitas simples de DNA
Um dos danos mais sérios é quando ambas as fitas se quebram, o que chamamos de quebras de fita dupla (DSBs). Esses DSBs são especialmente perigosos porque muitas vezes não têm um modelo claro para guiar a reparação, diferentemente das quebras de fita simples.
Como as Células Reparam Quebras de Fita Dupla
As células têm maneiras de reparar os DSBs, e existem dois métodos principais:
União de Extremidades Não Homólogas (NHEJ): Esse método junta as extremidades quebradas sem precisar de um guia. Mas isso pode levar a erros, como perder um pedaço pequeno de DNA ou embaralhar partes do genoma.
Recombinação Homóloga (HR): Esse método precisa de um modelo de DNA similar para reparar a quebra de forma precisa. Pode ser mais exato que o NHEJ, mas precisa encontrar um pedaço correspondente de DNA, que pode estar localizado apenas em partes específicas do genoma.
Para estudar como as células reparam DSBs, os cientistas criam quebras de DNA intencionalmente. Isso pode ser feito usando produtos químicos ou radiação, que podem causar quebras aleatórias. Alternativamente, os cientistas podem usar proteínas específicas para criar quebras em locais conhecidos. Duas ferramentas comuns para isso são:
- Enzimas de restrição: Essas proteínas cortam o DNA em locais específicos, comumente usadas em trabalhos de laboratório.
- Meganucleases: Elas são semelhantes, mas podem direcionar sequências muito raras dentro do DNA.
Avanços no Estudo da Reparação do Dano no DNA
Estudos recentes permitiram que os pesquisadores entendessem melhor como as células repararam DSBs. Por exemplo, os cientistas projetaram células de levedura para expressar enzimas de restrição que poderiam criar quebras em locais predeterminados. Isso permite que os cientistas estudem como essas quebras afetam o comportamento das células ao longo do tempo e sob diferentes condições.
Nossa Abordagem de Pesquisa
Na nossa pesquisa, utilizamos um novo sistema que combina a natureza repetitiva de certos elementos no DNA da levedura (chamados de elementos Ty) com uma ferramenta moderna de edição de DNA chamada Cas9. Nós desenhamos RNAs guias específicos (gRNA) que direcionam o Cas9 para atingir esses elementos, permitindo que criássemos múltiplos DSBs de forma controlada.
Conseguimos induzir diferentes níveis de quebras de DNA mudando o número de gRNAs presentes, criando assim 0, 1, 15 ou até 59 quebras. Esse arranjo é útil porque oferece uma visão clara de como as células respondem a diferentes níveis de dano e permite o estudo dos processos de reparação do DNA em detalhes.
Entendendo o Papel do Tel1 na Reparação do DNA
Uma das proteínas que estudamos em resposta ao dano no DNA é o Tel1, que desempenha um papel crucial em sinalizar para a célula reparar os DSBs. Nós marcamos o Tel1 com um marcador fluorescente, permitindo que víssemos para onde ele vai e como se comporta após o dano no DNA.
Quando criamos DSBs usando Cas9, observamos que o Tel1 formou aglomerados chamados foci em resposta ao dano. Descobrimos que esses foci se formavam principalmente perto da borda do núcleo. Isso sugere que a área próxima à envoltória nuclear pode desempenhar um papel em como as células respondem ao dano no DNA.
Métodos que Usamos
Tratamentos das Células
Nós tratamos células de levedura com vários produtos químicos para induzir danos no DNA. Observamos seus padrões de crescimento sob diferentes condições para entender como as células lidavam com as quebras de DNA.
Analisando Quebras de DNA
Para medir quão efetivamente nosso sistema poderia criar DSBs, usamos uma técnica chamada Eletroforese em Gel de Campo Pulsado (PFGE) para visualizar o DNA. Essa técnica permite que cientistas separem grandes pedaços de DNA com base no tamanho, o que ajuda a identificar fragmentos de DNA quebrados.
Depois, seguimos com o Southern blotting, um método que ajuda a confirmar a presença de DSBs detectando sequências específicas de DNA. Isso nos permitiu quantificar o número de quebras que conseguimos induzir.
Observando os Processos de Reparação
Para acompanhar o processo de reparação, usamos microscopia de fluorescência para ver a formação de foci de reparação, especificamente observando as proteínas Rfa1 e Rad52 que se ligam às extremidades do DNA quebrado. Medimos quantas células mostraram esses foci ao longo do tempo.
Notamos a dinâmica da formação de foci de Rfa1 e Rad52 em resposta a diferentes números de cortes, indicando que mais dano resultou em mais contagens de foci.
Explorando o Comportamento do Tel1
Nossos achados mostraram que os foci de Tel1 aumentaram em número correlacionando com o nível de dano induzido no DNA. À medida que mais quebras ocorriam, mais células exibiam foci de Tel1. Isso sugere que o Tel1 está logo no início do processo de resposta aos DSBs.
Curiosamente, os foci de Tel1 também se formaram perto da envoltória nuclear ao longo do tempo. Em contraste com os foci de Rad52, que muitas vezes se agregavam em um único ponto, o Tel1 podia existir como múltiplos foci, destacando seu papel inicial em detectar o dano em vez de repará-lo.
A Conexão com a Estrutura do Núcleo
A presença do Tel1 perto da envoltória nuclear nos levou a explorar se esse local desempenhava um papel na detecção de danos. É sabido que a organização do DNA dentro do núcleo pode afetar como as proteínas interagem com ele.
Notamos que quando induzimos DSBs com produtos químicos como zeocin, o Tel1 formou ainda mais foci por célula em comparação com DSBs causados pelo sistema Cas9. Isso levantou a questão se as localizações específicas dos elementos Ty no genoma afetam como o Tel1 se comporta e quantos foci ele forma.
Direções Futuras de Nossa Pesquisa
Nossa pesquisa abre várias possibilidades para estudos futuros. Primeiro, a tecnologia que desenvolvemos permite um controle preciso sobre os DSBs, preparando o terreno para estudos mais amplos sobre como diferentes proteínas atuam durante a reparação do DNA.
Segundo, o padrão único de agrupamento do Tel1 pode levar a novas descobertas sobre a organização nuclear e como ela influencia a reparação do DNA. Investigações adicionais podem revelar se a envoltória nuclear desempenha um papel ativo na organização dos fatores de reparo e nas respostas ao dano do DNA.
Conclusão: Insights sobre os Mecanismos de Reparação do DNA
Nosso estudo contribui significativamente para a compreensão dos mecanismos de reparação do DNA nas células. Ao combinar ferramentas genéticas modernas com técnicas tradicionais, mapeamos como as células lidam com quebras de DNA e como proteínas específicas como o Tel1 se comportam em resposta ao dano.
Entender esses processos pode ter implicações para a saúde e o tratamento de doenças, especialmente no desenvolvimento de estratégias para combater o câncer, onde as vias de reparo do DNA costumam ser interrompidas. As percepções obtidas com o estudo da levedura podem abrir caminho para pesquisas semelhantes em organismos mais complexos, incluindo humanos.
Através de nossas descobertas, estabelecemos uma base para futura exploração dos mecanismos de reparação do DNA, das vias de sinalização e das estruturas intrincadas dentro do núcleo que ajudam a gerenciar as respostas celulares ao dano.
Título: A CRISPR-Cas9-based system for the dose-dependent study of DNA double strand breaks sensing and repair
Resumo: The integrity of DNA is put at risk by different lesions, among which double strand breaks (DSBs) occur at low frequency, yet remain one of the most life-threatening harms. The study of DSB repair requests tools provoking their accumulation, and include the use of chemical genotoxins, ionizing radiations or the expression of sequence-specific nucleases. While genotoxins and irradiation allow for dose-dependent studies, nuclease expression permits assessments at precise locations. In this work, we have exploited the repetitiveness of the Ty transposon elements in the genome of Saccharomyces cerevisiae and the cutting activity of the RNA-guided Cas9 nuclease to create a tool that combines sequence specificity and dose-dependency. In particular, we can achieve the controlled induction of 0, 1, 15 or 59 DSBs in cells with an otherwise identical genetic background. We make the first application of this tool to better understand the behavior of the apical kinase of the DNA damage response Tel1 in the nuclear space. We found that Tel1 is capable of forming nuclear foci, which are clustered by condensing when DSBs occur in Ty elements. In striking contrast with other DSB-related protein foci, Tel1 foci are in tight contact with the nuclear periphery, therefore suggesting a role for the nuclear membrane in their congregation.
Autores: María Moriel-Carretero, J. Coiffard, S. Kumanski, O. Santt, B. Pardo
Última atualização: 2024-07-05 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2021.10.21.465387
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2021.10.21.465387.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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