Ondas de COVID-19 e Disseminação de Variantes na Galícia
Uma análise das introduções e disseminação de variantes da COVID-19 na Galícia, Espanha.
― 6 min ler
Índice
SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19, foi descoberto pela primeira vez em dezembro de 2019 em Wuhan, na China. Esse vírus levou a uma pandemia global, com a Organização Mundial da Saúde declarando uma emergência de saúde pública em janeiro de 2020. Em junho de 2023, cerca de 690 milhões de pessoas em todo o mundo haviam sido infectadas, e mais de 6,8 milhões de mortes foram reportadas devido ao vírus. Os países reagiram de maneiras diversas para controlar a propagação da COVID-19, adotando medidas como distanciamento social, uso de máscaras, lockdowns e, mais tarde, campanhas de vacinação.
Na Espanha, o vírus afetou mais de 13,8 milhões de pessoas, resultando em aproximadamente 120.000 mortes. Diferentes estratégias foram usadas em diferentes regiões da Espanha, especialmente em áreas com mais autonomia.
Esse artigo foca na propagação do SARS-CoV-2 na Galícia, uma região no noroeste da Espanha. A Galícia tem seu próprio sistema de saúde e divide os serviços de saúde em sete distritos principais, cada um com um hospital importante. As maiores cidades são A Coruña e Vigo, enquanto Santiago de Compostela é a capital e um popular destino de peregrinação. Uma parte significativa da população vive em cidades menores e áreas rurais.
Até março de 2022, a Galícia passou por seis ondas de COVID-19 desde o início da pandemia. A primeira onda começou em março de 2020, caracterizada por medidas rigorosas como um lockdown nacional. A segunda onda ocorreu no verão de 2020, quando as restrições foram relaxadas, levando a um aumento de casos. Durante a terceira onda, a Variante Alpha se espalhou pela Galícia, alimentada por encontros sociais durante a temporada de Natal.
Evolução das Ondas de COVID-19 na Galícia
De fevereiro de 2020 até março de 2022, o número de casos de COVID-19 na Galícia variou com cada onda. Os padrões de infecção foram registrados por amostras e diagnósticos das autoridades de saúde. As barras representam diferentes variantes do vírus, enquanto a linha mostra o total de casos diagnosticados.
A quarta onda viu a variante Alpha dominar, enquanto as vacinações começaram e mais restrições foram impostas, resultando em menos casos. O surgimento da variante Delta no verão de 2021 desencadeou a quinta onda, levando a um aumento nas infecções. A sexta onda começou em outubro de 2021 e viu a ascensão da variante Ômicron, resultando em um número sem precedentes de casos em um momento em que as restrições estavam mais relaxadas.
Para estudar a progressão da COVID-19 na Galícia, foi criado um consórcio. Essa colaboração incluiu laboratórios de três universidades e departamentos de microbiologia dos principais hospitais do sistema de saúde da Galícia. Entre março de 2020 e junho de 2022, esse grupo sequenciou 4.199 amostras de SARS-CoV-2, focando nas variantes Alpha, Delta e Ômicron.
Coleta e Análise de Amostras
Amostras foram coletadas de pacientes suspeitos de ter COVID-19 em hospitais da Galícia. Um total de 4.199 amostras sobradas foram examinadas. Metadados, como gênero, idade e localização, foram coletados quando possível.
O RNA dessas amostras foi extraído e analisado para medir a carga viral. Somente amostras com uma certa qualidade foram estudadas mais a fundo. Seguindo protocolos específicos, o RNA foi convertido em cDNA, e uma série de testes foram realizados para produzir centenas de segmentos do genoma do SARS-CoV-2.
Cada amostra passou por verificações de qualidade, e sequências de consenso foram criadas para identificar as variantes presentes. Sequências adicionais da Galícia foram obtidas de bancos de dados para fornecer mais contexto para o estudo.
Introdução de Variantes na Galícia
A análise revelou várias introduções da variante Alpha na Galícia, principalmente de outras regiões da Espanha, sendo Madri a principal fonte. Também foi notada uma introdução significativa da França.
Ao examinar a variante Delta, foi constatado que houve mais de 100 introduções na Galícia, com várias vindo de Portugal e dos EUA. A temporada de verão, com suas altas taxas de viagem, provavelmente contribuiu para a propagação dessa variante.
Sobre a variante Ômicron, apenas 39 introduções foram notadas, o que foi consideravelmente menor do que as variantes anteriores. Muitas dessas introduções foram internacionais, particularmente de países como França e Portugal.
Grupos de Transmissão
Agrupando os dados, os pesquisadores identificaram surtos específicos dentro da Galícia. Foram encontrados cinco grupos para a variante Alpha, dois para Delta e um para Ômicron. Esses grupos forneceram uma visão valiosa de como o vírus se espalhou na região.
Para Alpha, os grupos mostraram que o vírus se espalhou principalmente das cidades maiores para áreas vizinhas. Os grupos de Delta também tiveram suas origens nas principais cidades, mas um grupo foi mais localizado em Vigo. O grupo de Ômicron foi amplamente contido dentro de Vigo, com menos conexões com outros locais.
Fatores que Influenciam a Propagação
A introdução e a propagação do vírus na Galícia foram influenciadas por diversos fatores geográficos e sociais. A localização da região, cercada pelo Oceano Atlântico e Portugal, afetou como as pessoas se moviam dentro e fora. Restrições de viagem e medidas de saúde locais também ditaram o fluxo do vírus.
Durante a onda Alpha, as viagens ocorreram principalmente de outras partes da Espanha, com Madri sendo um grande contribuinte devido à sua conectividade. A França também desempenhou um papel na introdução dessa variante, mas Portugal contribuiu menos para as introduções de Alpha devido a restrições de fronteira durante esse período.
A variante Delta surgiu durante um verão de medidas relaxadas, levando a um aumento nas viagens e taxas de propagação mais altas. Portugal foi uma fonte chave para essa variante, contrastando com os movimentos mais restritos vistos com Alpha.
A onda Ômicron viu controles mais rígidos sendo reinstaurados devido à temporada de festas. Apesar dessas medidas, o número de introduções ainda foi relativamente baixo em comparação com as variantes anteriores.
Conclusão
No geral, a análise mostra que, embora várias introduções de variantes do SARS-CoV-2 tenham ocorrido na Galícia, muitos desses casos resultaram em poucas infecções subsequentes. Isso indica que as introduções externas não alteraram significativamente a trajetória da pandemia na região. Cidades costeiras atuaram como pontos vitais para tanto a transmissão local quanto o movimento do vírus para cidades menores.
A natureza dinâmica da propagação do vírus foi moldada por muitos fatores, incluindo o tempo das medidas, interações sociais e conexões geográficas. Compreender esses padrões pode ajudar no planejamento de respostas futuras a crises de saúde semelhantes.
Título: Dispersal history of SARS-CoV-2 in Galicia, Spain
Resumo: The dynamics of SARS-CoV-2 transmission are influenced by a variety of factors, including social restrictions and the emergence of distinct variants. In this study, we delve into the origins and dissemination of the Alpha, Delta, and Omicron variants of concern in Galicia, northwest Spain. For this, we leveraged genomic data collected by the EPICOVIGAL Consortium and from the GISAID database, along with mobility information from other Spanish regions and foreign countries. Our analysis indicates that initial introductions during the Alpha phase were predominantly from other Spanish regions and France. However, as the pandemic progressed, introductions from Portugal and the USA became increasingly significant. Notably, Galicias major coastal cities emerged as critical hubs for viral transmission, highlighting their role in sustaining and spreading the virus. This research emphasizes the critical role of regional connectivity in the spread of SARS-CoV-2 and offers essential insights for enhancing public health strategies and surveillance measures.
Autores: David Posada, P. Gallego-Garcia, N. Estevez-Gomez, L. De Chiara, P. Alvarino, P. M. Juiz-Gonzalez, I. Torres-Beceiro, M. Poza, J. A. Vallejo, S. Rumbo-Feal, K. Conde-Perez, P. Aja-Macaya, S. Ladra, A. Moreno-Flores, M. J. Gude-Gonzalez, A. Coira, A. Aguilera, J. J. Costa-Alcalde, R. Trastoy, G. Barbeito-Castineiras, D. Garcia-Souto, J. M. C. Tubio, M. Trigo-Daporta, P. Camacho-Zamora, J. Garcia Costa, M. Gonzalez-Dominguez, L. Canoura-Fernandez, D. Glez-Pena, S. Perez-Castro, J. J. Cabrera, C. Davina-Nunez, M. Godoy-Diz, A. B. Treinta-Alvarez, M. I. Veiga, J. C. Sousa, Osor
Última atualização: 2024-02-28 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.27.24303385
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.02.27.24303385.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.