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# Física# Fenómenos Astrofísicos de Altas Energias# Astrofísica solar e estelar

Flares Solares Significativas Detectadas Atrás da Borda do Sol

Uma rara explosão solar soltou raios gama, trazendo novas ideias sobre a atividade solar.

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Raios Gama Vindo de AtrásRaios Gama Vindo de Atrásdo Solaceleração de partículas.solares revelam mecanismos complexos deNovas descobertas sobre erupções
Índice

No dia 29 de setembro de 2022, rolou uma Flare Solar significativa, que emitiu Raios Gama acima de 100 MeV. Esse evento foi bem interessante porque foi detectado mesmo com a flare acontecendo atrás da borda leste do Sol, o que dificulta a observação direta da Terra. Instrumentos avançados a bordo de satélites conseguiram capturar esse evento, permitindo que os cientistas analisassem as emissões em várias faixas, como raios-X, raios gama e ondas de rádio.

O que é uma flare solar?

Uma flare solar é um estouro repentino e intenso de radiação emitido pelo Sol. Esses eventos são causados pela liberação de energia magnética acumulada na atmosfera do Sol. As flares podem produzir uma grande variedade de emissões, incluindo raios-X e raios gama, que são formas de radiação de alta energia. Elas geralmente acontecem em associação com atividades solares como manchas solares e Ejeções de Massa Coronal (CMEs).

A importância dos raios gama

Os raios gama são a forma de luz de maior energia, vindo de vários eventos cósmicos, incluindo flares solares. A capacidade de detectar raios gama ajuda os cientistas a entender as condições e processos que acontecem no Sol. Observações das emissões de raios gama podem oferecer insights valiosos sobre como Partículas são aceleradas durante flares solares e como elas interagem com a atmosfera solar e o espaço ao redor.

Detalhes da observação

Durante a flare no dia 29 de setembro, o satélite Solar Orbiter e o Telescópio de Grande Área (LAT) estavam ambos observando o Sol. O Solar Orbiter estava a uma distância de 178 graus da Terra. Essa posição permitiu que ele monitorasse a borda leste do Sol. Como resultado dessa observação coordenada, os cientistas descobriram que as emissões observadas em diferentes comprimentos de onda tinham padrões semelhantes.

As emissões de raios gama atingiram o pico apenas 20 segundos depois que as emissões de raios-X duros foram detectadas do principal local da flare, uma característica única se comparada a outros eventos solares semelhantes.

A natureza única dessa flare

O que fez essa flare se destacar foi sua rápida ascensão e queda das emissões de raios gama, que é mais típica de flares impulsivas na superfície do Sol do que aquelas que ocorrem atrás da borda. O tempo das emissões de raios gama e raios-X duros sugeriu que provavelmente elas se originaram dos mesmos processos que acontecem na atmosfera solar.

Analisando a emissão

Os dados coletados permitiram que os pesquisadores olhassem de perto os perfis temporais das emissões. Eles notaram quão rápido as emissões subiram e caíram e o timing dos picos. As emissões de raios gama estavam ligadas a íons que foram acelerados na região ativa localizada atrás da borda do Sol. Acredita-se que essa aceleração foi facilitada por uma grande estrutura magnética que conecta essa região ao disco visível do Sol.

Contexto sobre flares solares e partículas de alta energia

Por muitos anos, já se sabe que flares solares podem acelerar partículas, incluindo íons, a energias muito altas. Estudos anteriores mostraram que íons podem ser acelerados durante a fase impulsiva das flares, alcançando energias superiores a 300 MeV. Isso geralmente é relacionado à energia magnética liberada por meio de um processo chamado reconexão magnética.

Algumas flares produzem emissões que podem durar horas após o evento inicial, e essas emissões sustentadas geraram várias teorias sobre suas origens. Duas ideias principais são (a) aceleração em uma onda de choque causada por uma ejeção de massa coronal e (b) aprisionamento de partículas aceleradas dentro de laços coronais.

Entendendo flares atrás da borda

As flares atrás da borda apresentam desafios únicos para as observações, já que ocorrem fora da vista da Terra. Até recentemente, apenas alguns desses eventos tinham sido detectados com emissões significativas. No entanto, a flare recente de 29 de setembro aumenta um catálogo crescente desses tipos de flares e ajuda a informar nossa compreensão de sua mecânica.

A pesquisa sobre essas flares atrás da borda é crucial para examinar os processos que aceleram partículas e como essas partículas viajam do local da flare até o disco visível.

Observações e instrumentação

Múltiplos instrumentos estiveram envolvidos na observação da flare de 29 de setembro. O Telescópio Espectrômetro para Imagem de Raios-X (STIX) do Solar Orbiter foi essencial para capturar as emissões de raios-X, enquanto o LAT detectou raios gama. O Orbiter forneceu insights cruciais sobre as emissões térmicas e não térmicas que estavam rolando durante a flare.

Além disso, telescópios de rádio baseados na Terra conseguiram monitorar as emissões de rádio resultantes da flare. Essa abordagem de múltiplos instrumentos permitiu uma análise abrangente do evento.

Os resultados das observações

As observações mostraram uma interação complexa das emissões. Tanto as emissões de rádio quanto as de raios gama indicaram explosões de energia que estavam conectadas. O timing e a forma dessas emissões estavam intimamente relacionados, sugerindo uma fonte comum de aceleração.

Apesar da falta de uma onda coronal visível, que geralmente acompanha essas flares, os dados do espectrógrafo de rádio revelaram explosões significativas. Isso indicou que partículas estavam sendo empurradas para o espaço ao redor, apesar da localização da flare atrás da borda.

Características da emissão de raios gama

O perfil temporal de raios gama para essa flare exibiu mudanças rápidas, que são indicativas de flares impulsivas. As observações revelaram um tempo de ascensão de apenas 184 segundos, que é muito mais curto do que flares atrás da borda que costumam mostrar tempos de ascensão mais longos. Esse comportamento rápido é característico de flares que ocorrem no disco visível do Sol.

As semelhanças no timing entre os raios gama e os raios-X duros reforçam a ideia de que um mecanismo comum está em ação, possivelmente ligado à estrutura magnética que conecta a região ativa ao disco visível.

Implicações para entender a aceleração de partículas

As descobertas da flare de 29 de setembro enfatizam que emissões de alta energia podem acontecer devido a processos que ocorrem em estruturas magnéticas de grande escala que conectam diferentes regiões do Sol. A ideia de que partículas podem viajar grandes distâncias antes de serem detectadas sugere que conexões magnéticas complexas desempenham um papel vital na dinâmica das flares solares.

As observações questionam noções anteriores de que ejeções de grande escala ou choques são sempre necessários para explicar emissões de alta energia de flares solares. Em vez disso, parece que mecanismos de aceleração dentro da atmosfera solar também podem levar a eventos de alta energia significativos.

Desafios com modelos anteriores

Modelos anteriores de aceleração de partículas relacionados a ejeções de massa coronal enfrentaram críticas. O timing das emissões de partículas sugere que um mecanismo diferente pode estar em jogo, um que não depende apenas de ondas de choque. A rápida decadência das emissões e a forma como elas se geram não são consistentes com os comportamentos esperados de emissões impulsionadas por choque.

A complexidade dos eventos observados nessa flare indica que os pesquisadores precisam expandir seus modelos para levar em conta vários fatores que influenciam a aceleração de partículas e emissões de flares solares.

O futuro das observações solares

As observações feitas durante a flare de 29 de setembro de 2022 destacam a importância de continuar e coordenar as observações de atividades solares. Análises em múltiplos comprimentos de onda oferecem insights únicos sobre os eventos que acontecem no Sol, especialmente em áreas difíceis de alcançar, como aquelas atrás da borda.

À medida que a tecnologia avança, os cientistas poderão refinar seus modelos e obter uma compreensão mais profunda das flares solares e suas emissões associadas. Esse conhecimento é crucial não apenas para a física solar, mas também para entender o clima espacial e seu impacto potencial na Terra e na tecnologia humana.

Conclusão

A flare solar de 29 de setembro de 2022 representou um evento essencial estudado através da colaboração de vários instrumentos e técnicas. As descobertas desse evento ressaltam a natureza complexa das flares solares e os mecanismos que governam a aceleração de partículas.

Pesquisas e observações contínuas ajudarão a desvendar os mistérios da atividade solar e seus efeitos no sistema solar. À medida que os cientistas reunirem mais dados, nossa compreensão desses eventos incríveis continuará a crescer, revelando os segredos do nosso Sol e sua influência em nosso mundo.

Fonte original

Título: Evidence for flare-accelerated particles in large scale loops in the behind-the-limb gamma-ray solar flare of September 29, 2022

Resumo: We report on the detection of the gamma-ray emission above 100 MeV from the solar flare of September 29, 2022, by Fermi LAT with simultaneous coverage in HXR by Solar Orbiter STIX. The Solar Orbiter-Earth separation was 178$^{\circ}$ at the time of the flare as seen from Earth, with Solar Orbiter observing the east limb. Based on STIX imaging, the flare was located 16$^{\circ}$ behind the eastern limb as seen from Earth. The STIX and GBM non-thermal emission and the LAT emission above 100 MeV all show similarly shaped time profiles, and the Fermi profiles peaked only 20 seconds after the STIX signal from the main flare site, setting this flare apart from all the other occulted flares observed by Fermi LAT. The radio spectral imaging based on the Nan\c{c}ay Radioheliograph and ORFEES spectrograph reveal geometries consistent with a magnetic structure that connects the parent active region behind the limb to the visible disk. We studied the basic characteristics of the gamma-ray time profile, in particular, the rise and decay times and the time delay between the gamma-ray and HXR peak fluxes. We compared the characteristics of this event with those of four Fermi LAT behind-the-limb flares and with an on-disk event and found that this event is strikingly similar to the impulsive on-disk flare. Based on multiwavelength observations, we find that the gamma-ray emission above 100 MeV originated from ions accelerated in the parent active region behind the limb and was transported to the visible disk via a large magnetic structure connected to the parent active region behind the limb. Our results strongly suggest that the source of the emission above 100 MeV from the September 29, 2022 flare cannot be the CME-driven shock.

Autores: Melissa Pesce-Rollins, Karl-Ludwig Klein, Säm Krucker, Alexander Warmuth, M. Astrid Veronig, Nicola Omodei, Christian Monstein

Última atualização: 2024-02-13 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2402.08380

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2402.08380

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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