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Novas Descobertas sobre a Emissão de Raios-X de Buracos Negros

Pesquisadores estudam polarização inesperada no sistema binário de buracos negros 4U 1630-47.

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Polarização no Estudo dePolarização no Estudo deBuracos Negrospadrão de acreção de buracos negros.Novas descobertas desafiam os modelos
Índice

Em 2022, um sistema binário de buraco negro conhecido como 4U 1630-47 foi observado usando um satélite especial chamado Imaging X-ray Polarimetry Explorer (IXPE). Esse sistema é formado por um buraco negro puxando material de uma estrela próxima. Quando esse material cai em direção ao buraco negro, ele forma um disco ao redor, e esse processo gera Raios X. Os cientistas queriam entender mais sobre como esse material flui para o buraco negro e como isso afeta os raios X que vemos.

Analisando a luz desse sistema, os pesquisadores detectaram um nível surpreendente de Polarização dos raios X. A polarização ajuda a entender a direção das ondas de luz. Estudar essa característica pode fornecer pistas sobre o ambiente ao redor do buraco negro. No entanto, a polarização observada era maior do que os cientistas esperavam com base em modelos padrão de como a matéria cai em Buracos Negros.

O Sistema Binário de Raios X do Buraco Negro

4U 1630-47 faz parte de um grupo chamado binários de raios X de buracos negros (BHXRBs). Nesses sistemas, um buraco negro rouba gás e poeira de uma estrela parceira. O material espirala para dentro, criando um disco que aquece e emite raios X. Observar essas emissões de raios X permite que os cientistas coletem informações sobre como a matéria se comporta em campos gravitacionais extremos.

O buraco negro em 4U 1630-47 é muito menor que alguns dos buracos negros supermassivos encontrados nos centros das galáxias. Mesmo assim, ainda oferece insights valiosos sobre os processos que ocorrem quando a matéria é puxada para dentro de um buraco negro.

Observações e Medições

O satélite IXPE foi lançado para estudar a polarização dos raios X que vêm de tais sistemas. O satélite usa detectores especiais para capturar a luz e medir seu grau de polarização. Os pesquisadores realizaram observações de 4U 1630-47 durante uma explosão, um período em que o sistema ficou significativamente mais brilhante. Eles obteram dados ao longo de vários dias e analisaram as curvas de luz em raios X, o grau de polarização e o ângulo.

Curvas de Luz

As observações do IXPE mostraram como o brilho de 4U 1630-47 mudou ao longo do tempo. Os cientistas estavam particularmente interessados na taxa de contagem de raios X em diferentes faixas de energia. Os dados revelaram que o brilho variou, mas permaneceu relativamente estável durante o período de Observação, sugerindo um desempenho consistente do disco de acreção.

Medições de Polarização

O grau de polarização (PD) indica quanto da luz é polarizada, enquanto o ângulo de polarização (PA) nos diz a direção dessa polarização. As medições do IXPE mostraram um PD que aumentava com a energia, o que significa que raios X de maior energia eram mais polarizados. Essa tendência não correspondia às expectativas com base nos modelos padrão de acreção de buracos negros.

Modelos Teóricos

Vários modelos foram propostos para explicar como a matéria cai em um buraco negro e como isso produz raios X. O modelo mais comum é o modelo de disco de acreção fino, onde o disco é considerado plano e atua como um objeto bidimensional. Nesse modelo, os raios X são criados pelo aquecimento do gás no disco à medida que se aproxima do buraco negro.

Desafios aos Modelos Padrão

Os dados de polarização do IXPE sugeriram que o comportamento dos raios X em 4U 1630-47 não poderia ser totalmente explicado pelo modelo padrão de disco fino. A alta polarização observada exigiria fatores adicionais para explicar o grau de polarização observado. Uma possibilidade é que o disco possa ter uma estrutura mais complexa, potencialmente incluindo uma atmosfera mais espessa ou dinâmica.

Características do Disco de Acreção

Observações sugerem que o material que forma o disco de acreção pode se comportar de maneira diferente dependendo de fatores como a massa do buraco negro e quão rápido ele está puxando matéria. Para 4U 1630-47, o disco é considerado um disco fino durante algumas fases, enquanto em outras fases, pode transitar para um disco mais grosso ou um modelo de "disco slim".

A Importância da Polarização

Níveis mais altos de polarização podem indicar que a estrutura do disco de acreção não é puramente plana e fina. Em vez disso, pode ter uma atmosfera que está se afastando do buraco negro em altas velocidades, afetando como os raios X são emitidos e observados. Entender isso pode oferecer insights sobre a dinâmica do disco e a natureza do próprio buraco negro.

Análise Espectral

Os dados espectrais obtidos do IXPE, junto com observações de outros telescópios como NICER e NuSTAR, foram analisados para entender melhor as propriedades físicas de 4U 1630-47. Parâmetros-chave como temperatura e massa foram estimados para criar uma imagem mais clara do comportamento do buraco negro.

Técnicas de Ajuste Espectral

Modelos diferentes foram aplicados para analisar os espectros de raios X do NICER e NuSTAR. Esses modelos são projetados para ajustar os dados levando em consideração vários processos de emissão que podem ocorrer à medida que a matéria é acrecionada no buraco negro. Os ajustes fornecem parâmetros importantes, como a temperatura do disco interno e a intensidade da emissão de raios X.

Implicações das Descobertas

As descobertas das observações do IXPE desafiam os modelos existentes e sugerem que fatores adicionais devem ser considerados. O alto grau de polarização observado indica que o ambiente ao redor pode ser mais complexo do que se pensava anteriormente. Essa complexidade pode ter implicações significativas para nossa compreensão dos buracos negros e discos de acreção.

Futuras Observações

Para esclarecer essas descobertas, mais observações de 4U 1630-47 em diferentes estados serão benéficas. Capturando dados ao longo de uma gama de condições, os cientistas podem aprender mais sobre como os buracos negros interagem com seu entorno e as características de seus discos de acreção. Esse conhecimento pode levar a uma compreensão mais profunda dos processos fundamentais que governam esses ambientes extremos.

Conclusão

O estudo do binário de raios X do buraco negro 4U 1630-47 usando o IXPE trouxe novas ideias sobre a natureza da emissão e polarização de raios X. Os níveis inesperados de polarização desafiam os modelos padrão de discos de acreção e indicam a necessidade de modelos mais sofisticados que levem em conta as complexidades do ambiente ao redor. Observações e análises contínuas ajudarão a desvendar a dinâmica intrincada dos buracos negros e seus processos de acreção, contribuindo para nossa compreensão mais ampla desses objetos cósmicos enigmáticos.

Fonte original

Título: X-ray Polarization of the Black Hole X-ray Binary 4U 1630-47 Challenges Standard Thin Accretion Disk Scenario

Resumo: Large energy-dependent X-ray polarization degree is detected by the Imaging X-ray Polarimetry Explorer ({IXPE}) in the high-soft emission state of the black hole X-ray binary 4U 1630--47. The highly significant detection (at $\approx50\sigma$ confidence level) of an unexpectedly high polarization, rising from $\sim6\%$ at $2$ keV to $\sim10\%$ at $8$ keV, cannot be easily reconciled with standard models of thin accretion discs. In this work we compare the predictions of different theoretical models with the {IXPE} data and conclude that the observed polarization properties are compatible with a scenario in which matter accretes onto the black hole through a thin disc, covered by a partially-ionized atmosphere flowing away at mildly relativistic velocities.

Autores: Ajay Ratheesh, Michal Dovčiak, Henric Krawczynski, Jakub Podgorný, Lorenzo Marra, Alexandra Veledina, Valery Suleimanov, Nicole Rodriguez Cavero, James Steiner, Jiri Svoboda, Andrea Marinucci, Stefano Bianchi, Michela Negro, Giorgio Matt, Francesco Tombesi, Juri Poutanen, Adam Ingram, Roberto Taverna, Andrew West, Vladimir Karas, Francesco Ursini, Paolo Soffitta, Fiamma Capitanio, Domenico Viscolo, Alberto Manfreda, Fabio Muleri, Maxime Parra, Banafsheh Beheshtipour, Sohee Chun, Niccolò Cibrario, Niccolò Di Lalla, Sergio Fabiani, Kun Hu, Philip Kaaret, Vladislav Loktev, Romana Mikušincová, Tsunefumi Mizuno, Nicola Omodei, Pierre-Olivier Petrucci, Simonetta Puccetti, John Rankin, Silvia Zane, Sixuan Zhang, Iván Agudo, Lucio Antonelli, Matteo Bachetti, Luca Baldini, Wayne Baumgartner, Ronaldo Bellazzini, Stephen Bongiorno, Raffaella Bonino, Alessandro Brez, Niccolò Bucciantini, Simone Castellano, Elisabetta Cavazzuti, Chien-Ting Chen, Stefano Ciprini, Enrico Costa, Alessandra De Rosa, Ettore Del Monte, Laura Di Gesu, Alessandro Di Marco, Immacolata Donnarumma, Victor Doroshenko, Steven Ehlert, Teruaki Enoto, Yuri Evangelista, Riccardo Ferrazzoli, Javier Garcia, Shuichi Gunji, Kiyoshi Hayashida, Jeremy Heyl, Wataru Iwakiri, Svetlana Jorstad, Fabian Kislat, Takao Kitaguchi, Jeffery Kolodziejczak, Fabio La Monaca, Luca Latronico, Ioannis Liodakis, Simone Maldera, Frédéric Marin, Alan Marscher, Herman Marshall, Francesco Massaro, Ikuyuki Mitsuishi, C. -Y. Ng, Stephen O'Dell, Chiara Oppedisano, Alessandro Papitto, George Pavlov, Abel Peirson, Matteo Perri, Melissa Pesce-Rollins, Maura Pilia, Andrea Possenti, Brian Ramsey, Oliver Roberts, Roger Romani, Carmelo Sgrò, Patrick Slane, Gloria Spandre, Douglas Swartz, Toru Tamagawa, Fabrizio Tavecchio, Yuzuru Tawara, Allyn Tennant, Nicholas Thomas, Alessio Trois, Sergey Tsygankov, Roberto Turolla, Jacco Vink, Martin Weisskopf, Kinwah Wu, Fei Xie

Última atualização: 2024-03-19 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2304.12752

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2304.12752

Licença: https://creativecommons.org/publicdomain/zero/1.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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