Surto de Mpox em Kamituga: Uma Preocupação de Saúde Pública
Analisando o aumento dos casos de mpox em Kamituga e suas implicações.
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Índice
Mpox, que antes era conhecido como monkeypox, é uma doença viral que vem dos animais. É causada pelo vírus monkeypox e é parecida com a varíola, uma doença que já foi eliminada. Os sintomas do mpox podem incluir erupções cutâneas, febre, calafrios, fadiga e dor de garganta. A primeira vez que o mpox apareceu em humanos foi em 1970, em um menino na República Democrática do Congo. Desde então, houve surtos esporádicos, principalmente na África Ocidental e Central.
História do Vírus
O vírus monkeypox foi descoberto pela primeira vez em 1958, quando pesquisadores notaram lesões de varíola em macacos em um laboratório. O vírus faz parte de um grupo chamado Orthopoxvirus. Existem dois tipos principais do vírus: Clade I e Clade II. A Clade I está ligada a doenças mais graves, enquanto a Clade II geralmente causa sintomas mais leves. Tem muita pesquisa rolando pra entender como esses tipos são diferentes e como afetam as pessoas.
Situação Atual
Atualmente, os surtos de mpox estão se tornando mais comuns. Depois do surto global em 2022, onde a Clade II foi encontrada principalmente em homens que fazem sexo com homens, novos casos da Clade I apareceram. Essa situação levantou preocupações sobre como o vírus se espalha e quem está sendo infectado.
Em Kamituga, uma cidade na província de Kivu do Sul na República Democrática do Congo, os casos de mpox têm aumentado. Esse estudo foca em entender como o mpox está se espalhando em Kamituga e quem está sendo afetado.
Visão Geral do Estudo
No nosso estudo, analisamos pessoas que foram internadas no Hospital de Kamituga com sintomas de mpox entre setembro de 2023 e janeiro de 2024. Coletamos informações sobre idade, sexo, profissão e se tinham outros problemas de saúde. No total, foram registrados 164 casos, e 51 desses pacientes participaram do nosso estudo.
Condições de Vida em Kamituga
Kamituga é a maior cidade de mineração de ouro no Kivu do Sul, com uma população diversa de mais de 260 mil pessoas. Muitos moradores trabalham na mineração ou em empregos relacionados, enquanto outros dependem muito da economia local ligada a atividades mineradoras. Esse ambiente, junto com a superlotação e condições de higiene ruins, cria um terreno fértil para doenças, incluindo o mpox.
Métodos de Coleta de Dados
Para coletar os dados, usamos questionários para perguntar aos pacientes sobre sua saúde, histórico sexual e qualquer contato que possam ter tido com outras pessoas mostrando sintomas de mpox. Garantimos a confidencialidade de todos os participantes e analisamos os dados pra encontrar padrões de como o vírus pode estar se espalhando.
Transmissão
Natureza daA transmissão do mpox pode acontecer de várias formas. No começo, pensava-se que o vírus se espalhava principalmente de animais, mas a transmissão de humano pra humano também foi observada. Em Kamituga, o primeiro espalhamento do vírus foi, em grande parte, através de contato heterossexual. No entanto, conforme o surto continuou, ficou claro que o contato próximo dentro de famílias e comunidades teve um papel importante na disseminação do vírus.
Descobertas do Estudo
Dos 51 pacientes que estudamos, identificamos várias características principais. A maioria dos pacientes relatou sintomas como erupções cutâneas, febre, dores de cabeça e gânglios linfáticos inchados. Uma parte significativa dos entrevistados mencionou ter múltiplos parceiros sexuais nos últimos meses, o que provavelmente contribuiu para a disseminação do vírus.
Entre as pacientes mulheres, muitas eram profissionais do sexo, enquanto entre os homens, a mineração de ouro era a profissão mais comum. Isso levanta perguntas importantes sobre os fatores de risco para a transmissão do mpox no contexto das atividades econômicas locais.
Gênero e Orientação Sexual
Curiosamente, o estudo revelou uma mudança no perfil demográfico das pessoas infectadas. No começo, muitos relatos eram de pacientes homens, mas observamos que um número crescente de infecções era entre mulheres. A saúde sexual e as práticas sociais em Kamituga podem estar contribuindo para essa mudança.
Rastreio de Contatos
Fizemos rastreio de contatos com pessoas que tinham infecções confirmadas ou suspeitas de mpox. O rastreio mostrou que muitos pacientes tiveram contato com um grande número de pessoas, o que ilustra como o vírus poderia se espalhar rapidamente e amplamente nesse ambiente.
Muitos desses contatos foram classificados como contatos próximos, ou seja, que moravam na mesma casa ou compartilhavam espaços com indivíduos infectados. Notavelmente, a forma mais comum de contato envolveu a troca de fluidos corporais, destacando a importância da atividade sexual no ciclo de transmissão.
Desafios Enfrentados
Durante nossa investigação, encontramos desafios, especialmente pela falta de recursos médicos e opções de teste. Muitas pessoas não têm acesso à saúde e podem não procurar tratamento até que os sintomas piorem, o que dificulta o rastreio e o gerenciamento de surtos.
Além disso, as condições de vida difíceis, junto com o movimento frequente de pessoas entrando e saindo de Kamituga para trabalhar, complicam os esforços de contenção.
Conclusão
O surto contínuo da Clade I de mpox em Kamituga é uma preocupação significativa de saúde pública. Nosso estudo iluminou como o vírus está se espalhando e quem está sendo infectado. Os dados indicam que o surto está afetando predominantemente mulheres jovens, especialmente aquelas que trabalham na indústria do sexo.
É claro que fatores socioeconômicos, como condições de vida ruins e acesso limitado à saúde, são críticos para entender a disseminação do mpox. Monitoramento contínuo e esforços de saúde pública são necessários para lidar com esse surto e evitar novas infecções.
Título: Epidemiology, clinical characteristics, and transmission patterns of a novel Mpox (Monkeypox) outbreak in eastern Democratic Republic of the Congo (DRC): an observational, cross-sectional cohort study
Resumo: Summary (abstract)O_ST_ABSBackgroundC_ST_ABSIn August 2023, an outbreak of mpox was reported in the eastern part, South Kivu Province, of Democratic Republic of the Congo. In this study, we aimed to investigate the origin of this outbreak and to assess how monkeypox virus spread among humans in the city of Kamituga. MethodsWe performed an observational cohort study by recruiting hospitalized patients with mpox-like symptoms. Furthermore, we compared structured, de-identified case report forms and interviews were conducted to determine the possible origins and modes of transmission of the mpox outbreak. We describe the clinical characteristics and epidemiology observed in reported infections. FindingsDuring the study period (24 September 2023 to 29 January 2024), 164 patients were admitted to the Kamituga hospital, 51 individuals were enrolled in the study and interviewed, and 37 (73%) of 51 individuals received a molecularly confirmed mpox diagnosis. The median age for males was 24 years (IQR 18-30; range 14-36) and 19 years for females (IQR 17-21; range 1-59). The cohort was comprised of 47 (92%) of 51 individuals who identified as heterosexual, and two (4%) of 51 as bisexual, with 31 (61%) of 51 individuals sexually active with more than one partner within the last six months. The direct transmission routes are unknown; however, it is expected that the majority of infections were transmitted via occupational exposures. Out of the 51 individuals, 24 (47%) were professional sex workers (PSWs), while five (10%) were gold miners, 6 (12%) were students, and four (8%) were farmers; the remaining individual occupations were unknown. The most common symptoms associated with clinical mpox diagnosis were fever, which was described in 38 (75%) of 51 individuals, and rash, which was described in 45 (88%) of 51 individuals. Among those with a rash, 21 (41%) of 51 individuals experienced oral lesions, and 32 (63%) of 51 presented anogenital lesions. Mpox viral DNA was detected by qPCR from vaginal, penile, and oral swabs in 37 (73%) of 51 enrolled individuals. Two deaths were reported. InterpretationIn this observational cohort study, mpox virus infection caused symptoms in a wide age range of participants with most cases presenting in sexually active individuals. Symptoms included fever, cough, lymphadenopathy, sore throat, chills, headache, back pain, muscle pain, vomiting, nausea, conjunctivitis, and rash (oral and anogenital). Heterosexual partners dominated human-to-human contact transmission suggesting that heterosexual close contact is the main form of transmission in this outbreak. Furthermore, Professional Sex Workers (PSWs) were the dominant occupation among infected individuals, indicating that PSWs and clients may be at higher risk for developing mpox virus infections.
Autores: David J Kelvin, L. Murhula Masirika, J. C. Udahemuka, P. Ndishimye, G. Sganzerla Martinez, N. Malyamungu Bubala, S. Bilembo Kitwanda, F. Kumbana Mweshi, L. Mutimbwa Mambo, B. B. Oude Munnink, J. Bengehya Mbiribindi, F. Belesi Siangoli, T. A. Lang, J. M. Malekani, F. M. Aarestrup, M. Koopmans, L. Schuele, J. P. Musabvimana, B. Umutoni, A. Toloue, B. Hewins, M. Dutt, A. Kumar, J.-P. Kabemba Lukusa, C. Gortazar, L. Flores
Última atualização: 2024-03-05 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.03.05.24303395
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.03.05.24303395.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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