Interação entre Transcrição e Splicing Revelada
Pesquisas recentes mostram conexões entre a transcrição de RNA e os processos de splicing.
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Índice
- O Papel da RNA Polimerase II
- O Impacto da Transcrição no Splicing
- Acoplamento Entre Splicing e Clivagem
- Testando Pequenas Moléculas no Splicing e Transcrição
- Cultura Celular
- Extração e Análise de Proteínas
- Imunoprecipitação de Cromatina (ChIP)
- Preparação de RNA e PCR
- Efeitos de Madrasin e Isoginkgetin
- Conclusão
- Informações de Apoio
- Fonte original
Nas nossas células, os genes são usados pra fazer proteínas, e esse processo envolve várias etapas. Um passo vital é a criação de uma molécula chamada mRNA, que funciona como um mensageiro carregando informações do DNA. A produção de mRNA maduro a partir de um gene envolve vários processos, como copiar as informações do gene (essa etapa se chama Transcrição) e modificar o RNA resultante através de capping, splicing, e adicionar uma cauda no final (conhecida como poliadenilação).
Descobertas recentes mostram que esses processos não acontecem separados. Eles estão interconectados, o que significa que a velocidade com que o RNA é feito pode influenciar como ele é modificado após a transcrição. Por exemplo, certas partes da maquinária responsável por copiar o RNA podem interagir com componentes que removem seções desnecessárias do RNA (um processo chamado splicing).
RNA Polimerase II
O Papel daA enzima responsável por copiar DNA em RNA nas células eucarióticas é chamada RNA polimerase II (pol II). Ela tem uma estrutura particular que inclui uma região conhecida como domínio carboxila-terminal (CTD). Esse domínio pode passar por várias mudanças depois que o RNA é feito, ajudando a coordenar a transcrição e o splicing.
Cada pol II humano tem uma estrutura repetitiva semelhante composta por sete aminoácidos específicos. Isso torna a enzima flexível para modificações que podem afetar como ela interage com outras moléculas. Por exemplo, certas modificações podem ajudar o pol II a interagir com fatores de splicing, que são necessários para modificar o RNA. Pesquisas recentes usando técnicas de imagem avançadas até mostraram que há uma conexão direta entre o complexo pol II e uma parte da maquinária de splicing chamada U1 snRNP.
O Impacto da Transcrição no Splicing
A velocidade com que o pol II se move ao longo do DNA durante a transcrição pode afetar como o splicing do RNA acontece. Por exemplo, se o pol II se move rapidamente, isso pode levar a moléculas de RNA mais completas. Por outro lado, se ele desacelera, pode deixar certas seções incluídas que deveriam ter sido cortadas.
Quando os pesquisadores testaram substâncias químicas que inibem o splicing, descobriram que esses inibidores também afetavam a transcrição. Isso ficou evidente em experimentos onde aplicaram inibidores específicos em células e acompanharam como a produção de mRNA mudava junto com o processo de splicing.
Acoplamento Entre Splicing e Clivagem
A conexão entre splicing e a adição da cauda poli(A) (uma cauda de nucleotídeos de adenina adicionada ao final do mRNA) também é crucial. Ambos os processos são necessários pra garantir que o mRNA esteja devidamente finalizado pra ser exportado do núcleo. Algumas proteínas envolvidas no splicing também ajudam a reconhecer onde a cauda poli(A) deve ser adicionada.
Se o splicing não ocorrer corretamente, pode haver problemas em reconhecer o local da poli(A), o que pode travar ou parar completamente o processo de transcrição. Isso foi mostrado em estudos onde a inibição do splicing acabou causando defeitos em como o mRNA era processado.
Testando Pequenas Moléculas no Splicing e Transcrição
Pra estudar essas conexões mais a fundo, os pesquisadores usaram duas pequenas moléculas que se acredita inibirem o splicing. Essas foram Madrasin e Isoginkgetin. Estudos anteriores indicaram que ambas poderiam afetar o processo de splicing; no entanto, os pesquisadores queriam confirmar seus efeitos na transcrição e no splicing de uma maneira mais controlada.
Quando aplicaram esses compostos em células HeLa (um tipo comum de célula humana usado em pesquisas), perceberam que enquanto Madrasin afetava os níveis de transcrição, não inibia efetivamente o splicing. Da mesma forma, Isoginkgetin teve um impacto mínimo no splicing durante tratamentos curtos, mas exposições mais longas afetaram a transcrição depois.
Cultura Celular
Nessa pesquisa, os cientistas usaram células HeLa, que são fáceis de cultivar e manipular em laboratório. As células foram cultivadas em ambientes que simulavam condições naturais, garantindo que permanecessem saudáveis e viáveis para os experimentos. Concentrações específicas dos compostos foram testadas pra encontrar as doses certas que afetassem a transcrição e o splicing sem sobrecarregar as células.
Extração e Análise de Proteínas
Depois que as células foram tratadas com as pequenas moléculas, os pesquisadores extraíram proteínas das células pra analisá-las. Usaram um método chamado western blotting, que permite a detecção de proteínas específicas em amostras. Ao observar os níveis de pol II e outras proteínas relevantes, os cientistas puderam avaliar como os tratamentos afetaram a transcrição e a maquinária de splicing.
Imunoprecipitação de Cromatina (ChIP)
Pra entender melhor como esses compostos impactaram a transcrição gênica, os pesquisadores usaram uma técnica chamada imunoprecipitação de cromatina (ChIP). Esse método envolve isolar o DNA e as proteínas associadas das células pra ver como elas interagem.
Por exemplo, eles examinaram proteínas específicas envolvidas na transcrição, como pol II e fatores associados. Comparando células tratadas e não tratadas, puderam determinar como as pequenas moléculas influenciaram o processo de transcrição em um nível molecular.
Preparação de RNA e PCR
Após extrair RNA das células, os cientistas usaram técnicas pra analisar os transcritos de RNA. Eles usaram PCR quantitativa reversa (qRT-PCR) pra medir os níveis de moléculas específicas de mRNA. Essa abordagem permitiu que eles vissem como as duas pequenas moléculas afetaram a produção de RNA de genes específicos.
Efeitos de Madrasin e Isoginkgetin
A análise revelou diferenças notáveis em como Madrasin e Isoginkgetin influenciaram os processos de transcrição e splicing.
Efeitos do Madrasin
Madrasin pareceu suprimir a transcrição de vários genes codificadores de proteínas, indicando que embora não iniba diretamente o splicing, pode levar a mudanças indiretas em como o splicing ocorre. Também parecia atrasar ou desregular a terminação normal da transcrição, o que poderia afetar a estabilidade e funcionalidade geral do mRNA.
Efeitos do Isoginkgetin
Por outro lado, Isoginkgetin se tornou mais impactante após períodos de tratamento mais longos. Inicialmente, não afetava significativamente o splicing ou a transcrição, mas após uma exposição prolongada, mudanças começaram a se manifestar. Foi encontrado que inibia a transcrição do pol I (responsável por fazer rRNA) e desestabilizava a transcrição do pol II.
Conclusão
Com essas descobertas, os pesquisadores concluíram que tanto Madrasin quanto Isoginkgetin não são inibidores diretos de splicing em estudos de curto prazo. Em vez disso, eles influenciam significativamente o processo geral de transcrição. Os resultados apontam para a necessidade de explorar mais os efeitos dos compostos, especialmente em conexão com as várias proteínas e processos envolvidos na transcrição e no processamento de RNA.
De maneira geral, a interação entre a transcrição e o splicing é complexa, e entender essas relações é crucial pra explorar os muitos papéis que o RNA desempenha em nossas células. O foco em períodos curtos de tempo pra avaliar inibidores de splicing é essencial pra revelar os verdadeiros efeitos sobre esses processos dinâmicos, em vez de confiar em tratamentos mais longos que podem introduzir variáveis adicionais.
Em resumo, a dança intrincada entre a transcrição e as modificações do RNA continua sendo uma área de pesquisa ativa, ajudando-nos a desvendar os muitos segredos guardados dentro dos nossos genes.
Informações de Apoio
As descobertas e metodologias discutidas aqui fornecem uma base para novos esforços de pesquisa. Entender como a transcrição e o splicing interagem pode levar a novas percepções sobre a regulação gênica e, potencialmente, novas vias terapêuticas para doenças que envolvem erros no processamento de RNA.
Várias figuras suplementares foram criadas pra visualizar aspectos-chave dos dados coletados, mostrando os efeitos de Madrasin e Isoginkgetin em diferentes configurações experimentais.
Estudos futuros podem aprofundar mais nos alvos moleculares específicos dessas pequenas moléculas e como elas podem ser aproveitadas ou modificadas pra uso terapêutico.
À medida que os pesquisadores continuam a explorar as complexidades da biologia do RNA, eles ampliarão nosso conhecimento e potencialmente traduzirão essas percepções em aplicações no mundo real para saúde e medicina.
Título: Isoginkgetin and Madrasin are poor splicing inhibitors
Resumo: The production of eukaryotic mRNAs requires transcription by RNA polymerase (pol) II and co-transcriptional processing, including capping, splicing, and cleavage and polyadenylation. Pol II can positively affect co-transcriptional processing through interaction of factors with its carboxyl terminal domain (CTD), comprising 52 repeats of the heptapeptide Tyr1-Ser2-Pro3-Thr4-Ser5-Pro6-Ser7, and pol II elongation rate can regulate splicing. Splicing, in turn, can also affect transcriptional activity and transcription elongation defects are caused by some splicing inhibitors. Multiple small molecule inhibitors of splicing are now available, some of which specifically target SF3B1, a U2 snRNP component. SF3B1 inhibition results in a general downregulation of transcription elongation, including premature termination of transcription caused by increased use of intronic poly(A) sites. Here, we have investigated the effect of Madrasin and Isoginkgetin, two non-SF3B1 splicing inhibitors, on splicing and transcription. Surprisingly, we found that both Madrasin and Isoginkgetin affect transcription before any effect on splicing, indicating that their effect on pre-mRNA splicing is likely to be indirect. Both small molecules promote a general downregulation of transcription. Based on these and other published results, we conclude that these two small molecules should not be considered as primarily pre-mRNA splicing inhibitors.
Autores: Michael Tellier, G. Ansa, S. Murphy
Última atualização: 2024-07-15 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.01.16.524270
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.01.16.524270.full.pdf
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