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Proteínas FASTKD: Jogadoras Chave na Gestão do RNA

As proteínas FASTKD têm papéis fundamentais no processamento e estabilidade do RNA mitocondrial.

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Interações entreInterações entreproteínas FASTKD e RNAna estabilidade e processamento do RNA.Analisa os papéis das proteínas FASTKD
Índice

A família FASTKD é um grupo de proteínas que são super importantes pra controlar os genes que são produzidos nas mitocôndrias, que são as partes das células que produzem energia. Os humanos têm seis versões dessas proteínas. Cada membro dessa família tem efeitos únicos nas mensagens (ARNs) produzidas nas mitocôndrias e pode ser encontrado em diferentes partes delas.

Um membro dessa família, chamado FASTK, já foi visto trabalhando bem de perto com áreas específicas de RNA conhecidas como grânulos de RNA mitocondrial. Esses grânulos são vitais pra controlar como os ARNs mitocondriais são feitos e quebrados. O FASTK também tem uma versão que atua fora das mitocôndrias e tá envolvido em lidar com a morte celular e doenças autoimunes. No início, pensava-se que o FASTK era um tipo de quinase, uma enzima que adiciona grupos fosfato a outras proteínas. Mas essa ideia mudou quando os cientistas perceberam que partes essenciais da estrutura de quinase não estavam presentes em todas as proteínas FASTKD, levando a uma nova definição do FASTK como fosfoproteína ativada por Fas.

Estrutura Básica das Proteínas FASTKD

As proteínas FASTKD têm uma estrutura básica semelhante. Elas começam com uma seção que as guia pras mitocôndrias, chamada de sinal de direcionamento mitocondrial. Essa seção é seguida por uma área helicoidal e três segmentos essenciais conhecidos como FAST_1, FAST_2 e RAP. Os pesquisadores ainda não conseguiram ver claramente as estruturas das proteínas FASTKD por métodos experimentais, provavelmente devido a partes dessas proteínas que são flexíveis demais pra formarem estruturas estáveis.

Os papéis exatos das seções FAST_1 e FAST_2 ainda não estão claros. Mas acredita-se que a seção RAP ajude as proteínas FASTKD a interagirem com RNA. A seção RAP tem uma estrutura que mostra semelhanças com certos tipos de enzimas. Os cientistas acham que a forma como as proteínas FASTKD realizam suas funções pode depender da atividade da seção RAP, mas essa teoria ainda precisa de provas experimentais.

As proteínas FASTKD são frequentemente comparadas a outras famílias de proteínas conhecidas por seus papéis relacionados ao RNA. Elas podem desempenhar um papel semelhante em ajudar a reconhecer sequências específicas nos ARNs mitocondriais e facilitar o contato com enzimas que modificam RNA.

Maturação dos Transcritos Mitocondriais

Os ARNs mitocondriais geralmente maturam através de um processo que remove o excesso de comprimento das extremidades, conhecido como modelo de pontuação de tRNA. No entanto, há algumas exceções. Um exemplo é o mRNA ND6, que faz parte de um complexo maior que ajuda a produzir energia nas células. Pesquisas mostram que o FAST é crucial para o processamento adequado do mRNA ND6, influenciando a função de todo o complexo NADH desidrogenase. Em experimentos onde o gene FAST foi interrompido em camundongos, a atividade desse complexo caiu significantemente. Essa evidência sugere que o FAST é um fator controlador dos níveis de mRNA ND6. Experimentos também mostraram que o FAST se liga ao mRNA ND6 e suas formas precursoras.

Sequências Ricas em G e o Papel do FAST

O gene ND6 tem uma característica única: é o único transcrito da fita leve mitocondrial, levando a uma alta ocorrência de bases de guanina no seu RNA. Esse RNA rico em G tem o potencial de formar estruturas especiais chamadas G-quadruplexos. Essas estruturas surgem de métodos únicos de emparelhamento de bases e podem melhorar a estabilidade do RNA. Descobriu-se que o FAST trabalha junto com outras proteínas pra apoiar a maturação do mRNA ND6, evitando sua degradação.

O FAST foi mostrado se localizando com estruturas de G-quadruplexo e espera-se que contrabalançe os efeitos de outras proteínas que promovem a quebra dessas sequências ricas em G. Enquanto o FAST se liga ao RNA ND6 em regiões específicas, as partes exatas do RNA que o FAST interage ainda precisam ser totalmente determinadas.

FAST na Apoptose e Doenças Autoimunes

O FAST foi ligado ao controle do processo de morte celular programada chamado apoptose. Ele influencia o splicing do pré-mRNA, que pode afetar os níveis de proteínas que ajudam a prevenir a morte celular. Pacientes com doenças autoimunes como artrite reumatoide e lupus costumam ter níveis mais altos de FAST. Os pesquisadores suspeitam que a superexpressão do FAST contribui pra uma resposta imune exagerada, possivelmente devido a dificuldades na morte das células imunes.

Objetivos da Pesquisa

Esse estudo tem como objetivo mostrar e analisar como o FAST humano se liga ao RNA. Usando proteínas recombinantes refinadas e vários tipos de RNA, os pesquisadores vão comparar diferentes sequências e estruturas pra revelar as preferências do FAST na ligação com o RNA. Além disso, dados estruturais serão obtidos pra oferecer insights sobre como o FAST interage com RNA.

Criando uma Estratégia de Purificação Rápida

As proteínas FAST têm sido difíceis de estudar devido à sua insolubilidade em sistemas de expressão bacteriana tradicionais. Os pesquisadores aplicaram diferentes estratégias pra criar um processo de purificação bem-sucedido. Eles previram as localizações das seções estáveis no FAST usando algoritmos especializados e construíram duas variantes de proteína que demonstraram estabilidade e solubilidade.

Várias melhorias foram feitas nas condições de purificação, incluindo o ajuste da composição do tampão, a adição de um quelante específico pra evitar a agregação das proteínas, e a implementação de diferentes etapas de purificação de proteínas pra garantir a qualidade do produto final. A proteína FAST coletada foi validada através de diferentes técnicas, confirmando seu peso molecular esperado.

Preferências de Ligação do FAST com o RNA

Experimentos iniciais tentaram identificar as sequências de RNA específicas que o FAST mais favorece. No entanto, esses esforços resultaram em resultados de baixa confiança, indicando que o FAST não tem uma forte preferência de sequência. Testes adicionais foram feitos com várias estruturas de RNA pra avaliar a eficiência de ligação. O FAST mostrou uma preferência marcante por ARNs de fita simples ricos em G em comparação com ARNs de fita dupla ou outras estruturas complexas.

Diferentes tipos de RNA foram testados, indicando uma capacidade robusta de ligação, especialmente para sequências ricas em G. Mutações que substituíram guaninas mostraram uma queda significativa na ligação, confirmando a preferência do FAST por esses nucleotídeos.

Ligação a G-Quadruplex

Pra explorar a afinidade do FAST por estruturas de G-quadruplex, um modelo de RNA foi projetado e submetido a condições que permitem a formação de G4. O FAST mostrou se ligar efetivamente ao modelo de G-quadruplex com afinidades comparáveis às de ARNs ricos em G. Além disso, mutações destinadas a quebrar a estrutura de G-quadruplex tiveram pouco efeito na ligação do FAST.

Essas descobertas sugerem que a capacidade do FAST de se ligar ao RNA não depende apenas da presença de estruturas de G-quadruplex, implicando um mecanismo de interação mais flexível.

Ensaios de Ligação com mRNAs Mitocondriais

Os pesquisadores analisaram ainda mais a ligação do FAST investigando interações com vários mRNAs mitocondriais completos. Apesar das diferenças no conteúdo de G entre esses ARNs, o FAST se ligou efetivamente a todos os transcritos testados, indicando que as preferências de ligação podem depender de critérios estruturais, em vez de apenas baseados em sequência.

Dois transcritos específicos, ND6 e COX2, foram escolhidos pra testes de degradação pra ver como o FAST influencia sua estabilidade. Na presença do FAST, as taxas de degradação desses mRNAs por enzimas mitocondriais específicas foram significativamente reduzidas.

Insights Estruturais

Medições de SAXS forneceram dados estruturais iniciais sobre a proteína FAST, levando a insights sobre sua forma geral e possíveis áreas de ligação ao RNA. Dados experimentais e modelos computacionais foram comparados, e foi sugerido que o FAST pode adotar múltiplas conformações, insinuando sua natureza flexível.

Predições também revelaram uma área positivamente carregada no FAST que se acredita ser importante pra ligação ao RNA. Mutações focadas nessa região prejudicaram significativamente a interação do FAST com o RNA, confirmando seu papel na ligação ao RNA.

Conclusão

Esse estudo proporcionou insights valiosos sobre as propriedades de ligação ao RNA das proteínas FAST. Embora o FAST não tenha mostrado preferências fortes de sequência, ele demonstrou uma clara afinidade por RNA rico em G. A ligação do FAST também não foi influenciada pela formação de estruturas de G-quadruplex, sugerindo um mecanismo de ligação flexível que permite que ele interaja com várias formas de RNA.

Além disso, a capacidade do FAST de proteger o mRNA da degradação enfatiza seu papel significativo nos processos celulares. As implicações dessas descobertas vão além da função mitocondrial, já que o FAST pode também desempenhar papéis importantes na regulação do RNA no núcleo e no citoplasma, especialmente no que diz respeito à estabilidade e splicing do mRNA.

Futuras pesquisas são necessárias pra explorar os exatos mecanismos que o FAST utiliza nesses compartimentos celulares e como suas características de ligação ao RNA contribuem para funções celulares mais amplas. Os insights obtidos aqui estabelecem uma base pra uma exploração mais aprofundada do FAST e suas interações com o RNA, iluminando sua importância na saúde e na doença.

Fonte original

Título: Human FASTK preferentially binds single-stranded and G-rich RNA

Resumo: Fas-activated serine/threonine kinase (FASTK) is the founding member of the FASTKD protein family, which was shown to regulate the fate of mRNA molecules on multiple levels. The mitochondrial variant of FASTK co-localizes with mitochondrial RNA granules and regulates degradation of mitochondrial mRNAs, whereas the cytoplasmic and nuclear forms of FAST are involved in regulation of alternative splicing, cytoplasmic RNA granule formation and mRNA translation. Despite these multiple roles of FASTK in mRNA biology, the exact rules of RNA recognition by this protein remained undetermined. Here, we demonstrate direct RNA binding by purified human FASTK and show its preference for single-stranded G-rich sites and RNA G-quadruplexes. Addition of FASTK alone was sufficient to achieve protection of mitochondrial mRNAs from degradation by the degradosome. Structural characterization by SAXS showed that FASTK in solution is a monomer with an extended conformation. Point mutagenesis studies supported the structural predictions of an exposed RNA-binding interface in the central helical region, preceded by a smaller, flexibly attached, helical N-terminal domain. We provide the first such extensive in vitro characterization of the RNA binding properties for a representative of the FASTKD protein family, and suggest how these intrinsic properties may underly FASTK function in mRNA metabolism.

Autores: Maria Wiktoria Gorna, D. M. Dawidziak, D. A. Dzadz, M. I. Kuska, M. Kanavalli, M. M. Klimecka, M. Merski, K. J. Bandyra

Última atualização: 2024-07-17 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.16.603671

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.16.603671.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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