Entendendo a Resistência de E. coli a Combinações de Antibióticos
Estudo revela como a E. coli resiste a tratamentos com furazolidona e vancomicina.
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Índice
- A Importância das Combinações Sinérgicas de Antibióticos
- O Processo de Pesquisa
- Principais Descobertas Sobre Mecanismos de Resistência
- Teste de Crescimento e Resistência
- Mecanismos por trás da Resistência
- Explorando Mais Mecanismos de Resistência
- Relevância Clínica das Descobertas
- Implicações para Tratamentos Futuros
- Conclusão
- Fonte original
- Ligações de referência
A Resistência a Antibióticos acontece quando as bactérias mudam com o tempo e não reagem mais aos remédios usados para tratar infecções. Isso é um problema crescente no mundo todo. A Organização Mundial da Saúde destacou que precisamos de novas formas de tratar infecções causadas por bactérias Gram-negativas, um tipo de bactéria mais difícil de tratar por causa da sua camada protetora.
Uma abordagem para enfrentar esse problema é usar combinações de antibióticos juntos. Isso pode deixar os remédios mais eficazes e reduzir a quantidade necessária de cada um, o que pode resultar em menos efeitos colaterais. Combinar diferentes antibióticos também pode ajudar a combater bactérias que já desenvolveram resistência a um único remédio.
A Importância das Combinações Sinérgicas de Antibióticos
Usar dois antibióticos juntos pode trazer vários benefícios. Primeiro, pode diminuir a dose necessária de cada remédio, o que significa menos chances de efeitos colaterais. Segundo, pode ser eficaz contra bactérias que têm mutações que as tornam resistentes a um dos remédios. No entanto, pode haver casos em que as mutações permitem que as bactérias resistam a ambos os remédios. Por isso, é crucial estudar como essas combinações funcionam e como as bactérias podem resistir a elas.
Estudos anteriores mostraram que a mistura de furazolidona, um antibiótico, e Vancomicina é eficaz contra E. Coli, um tipo comum de bactéria. Essa combinação pode levar a novas opções de tratamento para infecções Gram-negativas mais difíceis.
Na nossa pesquisa, analisamos como as bactérias desenvolvem resistência à combinação de furazolidona e vancomicina. Descobrimos que uma forma comum das bactérias se tornarem resistentes é através de mudanças em um caminho que produz Riboflavina, uma vitamina que ajuda a ativar a furazolidona.
O Processo de Pesquisa
Para estudar como as bactérias desenvolvem resistência, pegamos uma cepa de E. coli e cultivamos em laboratório com furazolidona e vancomicina. Isso levou à descoberta de 17 cepas mutantes que eram resistentes à combinação de antibióticos. Em seguida, sequenciamos seu DNA para ver que mudanças ocorreram.
As mutações que encontramos incluíam vários tipos, como mudanças em letras únicas do código do DNA, deleções e inserções. Essas mudanças frequentemente ocorreram em genes importantes, mostrando que eles desempenham um papel em como as bactérias sobrevivem contra antibióticos.
Principais Descobertas Sobre Mecanismos de Resistência
Ao examinar os mutantes resistentes, descobrimos que podiam ser agrupados com base em seus padrões de resistência. Alguns mutantes mostraram resistência aumentada tanto à furazolidona quanto à vancomicina, enquanto outros tinham resistência aumentada a apenas um dos antibióticos.
Nossa análise mostrou que muitas das mutações de resistência estavam em genes relacionados à biossíntese de riboflavina. Por exemplo, mutações específicas levaram a um aumento significativo na capacidade das bactérias de sobreviver apesar da presença da furazolidona.
Além disso, notamos que os mutantes mais resistentes mostraram taxas de crescimento mais lentas em comparação com a cepa original, indicando que, embora consigam sobreviver à exposição a antibióticos, sua aptidão geral pode ser afetada.
Teste de Crescimento e Resistência
Realizamos experimentos para medir quão bem os mutantes resistentes cresceram na presença de furazolidona. Os resultados mostraram que, embora os mutantes fossem resistentes, suas taxas de crescimento eram mais baixas que a da cepa original. Isso significa que, embora consigam sobreviver aos antibióticos, podem não prosperar tão bem em geral.
Curiosamente, também descobrimos que quando a riboflavina foi adicionada ao cultivo, ajudou a restaurar o crescimento dos mutantes a níveis semelhantes aos da cepa original. No entanto, isso não mudou sua resistência à furazolidona.
Mecanismos por trás da Resistência
Ao investigar mais a fundo os mecanismos de resistência, descobrimos que as mutações nos genes ribB e ribE afetam a atividade das enzimas que ajudam a ativar a furazolidona. Isso significa que, devido a essas mutações, as bactérias têm uma capacidade reduzida de ativar o antibiótico, tornando-o menos eficaz.
Os genes ribB e ribE são importantes para a produção de riboflavina, que, por sua vez, é necessária para as enzimas responsáveis por ativar a furazolidona. Quando esses genes são mutados, as bactérias já não conseguem ativar o remédio de forma eficaz.
Explorando Mais Mecanismos de Resistência
No estudo, também analisamos outro conjunto de genes conhecidos como nfsA e nfsB, que contribuem para a ativação da furazolidona. Ao eliminar esses genes nos mutantes resistentes, conseguimos ver se a resistência se devia apenas às mudanças de ribB e ribE ou se outros caminhos também desempenhavam um papel. Em alguns casos, mesmo quando esses genes foram eliminados, os mutantes ainda mostraram resistência.
Isso sugeriu que pode haver outros caminhos ou mecanismos desconhecidos em jogo, indicando que a resistência bacteriana é complexa e envolve múltiplos fatores além da biossíntese de riboflavina.
Relevância Clínica das Descobertas
Para entender se nossas descobertas eram significativas além do laboratório, procuramos por mutações semelhantes em isolados clínicos de E. coli. Surpreendentemente, encontramos que alguns isolados clínicos apresentavam as mesmas mutações relacionadas ao ribE que observamos em nossos experimentos laboratoriais. Essas cepas também carregavam genes adicionais de resistência a antibióticos, destacando como a resistência pode se acumular nas bactérias ao longo do tempo.
A presença dessas mutações em cepas bacterianas do mundo real levanta preocupações sobre a eficácia dos tratamentos para infecções, já que as bactérias podem carregar múltiplas resistências e comprometer a eficácia dos antibióticos existentes.
Implicações para Tratamentos Futuros
Dada a complexidade dos mecanismos de resistência que descobrimos, é evidente que confiar em antibióticos únicos ou até mesmo em pares de antibióticos pode não ser suficiente a longo prazo. A complexidade dos mecanismos de resistência requer pesquisas contínuas para identificar novas estratégias de tratamento.
Uma possível alternativa é o desenvolvimento de tratamentos que possam atuar em múltiplos caminhos ou potencializar a ação dos antibióticos existentes. Isso pode envolver o uso de medicamentos que atuem de forma sinérgica ou combinações que possam contornar os mecanismos de resistência.
Além disso, entender como as bactérias se adaptam e evoluem na presença de antibióticos pode ajudar a planejar melhores planos de tratamento e manter a eficácia dos antibióticos atuais.
Conclusão
Resumindo, nosso estudo traz à luz como a E. coli pode desenvolver resistência à combinação de furazolidona e vancomicina. As mutações que afetam a biossíntese de riboflavina desempenham um papel crucial nessa resistência, indicando que estratégias voltadas para esses caminhos podem ser benéficas em futuras tentativas de combater a resistência a antibióticos.
À medida que a resistência a antibióticos continua sendo uma questão urgente, mais pesquisas sobre tratamentos alternativos e os mecanismos de resistência serão vitais para garantir que terapias eficazes permaneçam disponíveis para tratar infecções bacterianas.
Título: Mutations in the riboflavin biosynthesis pathway confer resistance to furazolidone and abolish the synergistic interaction between furazolidone and vancomycin in Escherichia coli.
Resumo: Antibiotic combinations are a promising strategy to counteract the global problem of increasing antibiotic resistance. We have previously demonstrated furazolidone-vancomycin synergy against Gram-negative pathogens. Here, we selected Escherichia coli progeny for growth on the furazolidone-vancomycin combination to which the parent was sensitive. We show that selected clones were associated with increased resistance to neither, only one of, or both furazolidone and vancomycin, but in all cases were associated with a decrease in furazolidone-vancomycin synergy. Among a variety of gene mutations identified in this screen, we investigated the mechanism behind the most frequently arising mutations, those in the riboflavin biosynthesis genes ribB and ribE, and found them to act predominantly through decreasing the activity of the NfsA and NfsB nitroreductases, which have FMN (flavin mononucleotide) or FAD (flavin adenine dinucleotide) as a prosthetic group. We further show that the ribB/ribE mutants isolated in our screen are riboflavin semi-auxotrophs. Riboflavin supplementation restored the normal growth of the ribB/ribE mutants but not the furazolidone sensitivity.
Autores: Jasna Rakonjac, H. Wykes, V. V. H. Le
Última atualização: 2024-07-18 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.17.603971
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.17.603971.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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