O Impacto do Uso de Códons na Produção de Proteínas
Analisando como o uso de códons afeta a síntese de proteínas entre as espécies.
― 7 min ler
Índice
- Por que o uso de códons importa
- Fatores que influenciam o uso de códons
- A relação entre o uso de códons e tRNA
- Observando padrões de uso de códons
- Investigando a variação no uso de códons
- Descobertas sobre a variação de códons
- O papel das cópias de genes de tRNA
- Prevendo códons ótimos
- Observações entre as espécies
- Conclusão
- Fonte original
Desde os primeiros dias de estudos sobre DNA, os pesquisadores descobriram que a forma como certos blocos de construção do DNA (chamados de Códons) são usados não é aleatória. Alguns códons são usados mais frequentemente do que outros, e esse uso pode variar entre diferentes espécies e até entre diferentes genes dentro da mesma espécie. Essa variação no uso é conhecida como uso sinônimo de códons (USC).
Por que o uso de códons importa
Códons são sequências de três nucleotídeos que correspondem a aminoácidos específicos, os blocos de construção das proteínas. As proteínas são essenciais para várias funções nos organismos vivos, e quão eficientemente elas são produzidas pode depender de quais códons são usados. Tem duas razões principais pelas quais padrões de uso de códons podem ser importantes:
Velocidade da produção de proteínas: Usar códons ótimos pode levar a uma tradução mais rápida do RNA em proteínas. Isso significa que as células podem produzir proteínas mais rápido, o que é crucial para o crescimento e sobrevivência.
Precisão da produção de proteínas: Códons que correspondem aos RNAs transferidores (TRNAS) mais abundantes podem ajudar a garantir que as proteínas sejam feitas corretamente. Proteínas mal dobradas ou traduzidas podem causar problemas nas células.
Fatores que influenciam o uso de códons
Tem dois processos principais que podem influenciar como os códons são usados: processos adaptativos e Não adaptativos.
Processos Não Adaptativos: Esses incluem mutações aleatórias e outros fatores que podem afetar a composição geral do DNA em um organismo sem necessariamente trazer benefícios. Por exemplo, algumas regiões do DNA podem ter taxas de mutação mais altas, o que pode resultar em certos códons sendo usados mais frequentemente apenas por acaso. Essa variação também pode ser influenciada pelo que é conhecido como conversão genética enviesada por GC, um processo que favorece certas combinações genéticas durante a reprodução.
Processos Adaptativos: Esses se referem a situações onde certos códons são favorecidos porque levam a um melhor desempenho em termos de produção de proteínas. Isso é frequentemente visto em genes altamente expressos, onde a escolha dos códons pode levar a uma tradução mais rápida e precisa. Nessas situações, a seleção natural pode ajustar quais códons são preferidos para garantir que as proteínas sejam produzidas de forma eficiente.
A relação entre o uso de códons e tRNA
Outro aspecto importante do uso de códons é sua relação com o tRNA, que é responsável por trazer os aminoácidos corretos para o ribossomo durante a síntese de proteínas. A disponibilidade de diferentes tRNAs pode influenciar quais códons são usados com mais frequência. Quando há mais tRNAs para um códons específico, esse códons tende a ser usado mais nas genes altamente expressos.
Isso leva a dois tipos de pressões seletivas:
Correspondência do pool de tRNA com a demanda de códons: É benéfico para as células ter um pool de tRNAs que se alinha bem com os códons que usam com mais frequência. Isso pode envolver ter mais cópias de genes de tRNA específicos que correspondem a códons usados frequentemente.
Ajustando o uso de códons à disponibilidade de tRNA: Os genes podem adaptar seu uso de códons para corresponder aos tRNAs disponíveis. Fazendo isso, os organismos podem otimizar a forma como traduzem seus genes em proteínas.
Observando padrões de uso de códons
Pesquisas mostraram que diferentes espécies apresentam níveis variados de intensidade de uso de códons. Por exemplo, alguns pequenos organismos, como moscas da fruta e certos vermes, mostram evidências claras de que seu uso de códons é influenciado pela seleção translacional, enquanto espécies como os humanos não apresentam o mesmo padrão claro.
Apesar da falta de seleção translacional em algumas espécies, o uso de códons ainda tem efeitos significativos na Expressão Gênica. Isso levanta a questão de por que isso acontece se não está sob seleção. A resposta pode estar nos princípios da genética populacional, que ajudam a explicar como vários fatores, incluindo taxas de mutação e tamanhos populacionais, podem afetar o uso de códons.
Investigando a variação no uso de códons
Para investigar isso, os pesquisadores analisaram um amplo conjunto de dados de várias espécies animais para ver como o uso de códons varia e o que impulsiona essa variação. Eles examinaram como a frequência de códons ótimos se relacionava aos níveis de expressão gênica, enquanto controlavam as variações nos processos não adaptativos.
Descobertas sobre a variação de códons
As descobertas revelam uma tendência interessante: enquanto algumas espécies mostraram padrões claros de uso de códons impulsionados pela seleção translacional, o uso de códons da maioria das espécies parecia ser principalmente influenciado por processos não adaptativos. Isso significa que mutações aleatórias e outros fatores eram mais propensos a conduzir os padrões de uso de códons ao invés da seleção natural visando otimizar a síntese de proteínas.
O papel das cópias de genes de tRNA
Além de examinar o uso de códons, os pesquisadores também analisaram o número de cópias de genes de tRNA presentes em diferentes espécies. Eles descobriram que o número de genes de tRNA estava correlacionado com o uso de aminoácidos nas proteínas, indicando que o pool de tRNA pode se ajustar com base nas demandas do organismo.
Ao analisar esses dados, eles descobriram que a maioria das espécies tende a manter um número consistente de genes de tRNA para corresponder às suas necessidades de síntese de proteínas. Isso sugere que a evolução moldou o número de genes de tRNA em alinhamento com os requisitos de aminoácidos do proteoma do organismo.
Prevendo códons ótimos
Para prever quais códons são provavelmente mais benéficos para tradução, os pesquisadores estabeleceram um sistema baseado na abundância de genes de tRNA. Códons ótimos foram identificados para cada aminoácido com base nos tRNAs disponíveis no genoma da espécie. Eles categorizaram esses códons em dois grupos:
Grupo 1 (POC1): Inclui códons que têm vários tRNAs disponíveis, e o tRNA mais abundante é usado para determinar qual códons é ótimo.
Grupo 2 (POC2): Olha especificamente para casos onde há apenas um tRNA para um códons dual, com foco em qual emparelhamento é provavelmente mais eficiente.
Observações entre as espécies
Os resultados mostraram que genes altamente expressos tendem a ter uma frequência maior de códons ótimos, especialmente em espécies onde a seleção translacional é evidente. Em espécies com seleção translacional fraca ou inexistente, o uso de códons variou muito entre os genes.
Curiosamente, a maioria dos metazoários tinha sinais fracos de seleção translacional, indicando que seu uso de códons provinha principalmente de processos não adaptativos. O estudo revelou que o uso de códons pode ser afetado significativamente por padrões genéticos e evolutivos mais amplos, como taxas de mutação e dinâmicas populacionais.
Conclusão
A pesquisa destaca que a variação no uso de códons sinônimos é uma interação complexa entre fatores adaptativos e não adaptativos, com a dinâmica do tRNA desempenhando um papel crucial. Isso sublinha a importância de equilibrar o uso de códons com as demandas de expressão gênica. Entender esses padrões não só enriquece o conhecimento sobre a expressão genética em organismos diversos, mas também tem implicações práticas em aplicações biotecnológicas, como projetar genes para expressão em diferentes organismos hospedeiros para pesquisa ou uso terapêutico.
Título: Variation in the fitness impact of translationally optimal codons among animals
Resumo: Early studies in invertebrate model organisms (fruit flies, nematodes) showed that their synonymous codon usage is under selective pressure to optimize translation efficiency in highly expressed genes (a process called translational selection). In contrast, mammals show little evidence of selection for translationally optimal codons. To understand this difference, we examined the use of synonymous codons in 223 metazoan species, covering a wide range of animal clades. For each species, we predicted the set of optimal codons based on the pool of tRNA genes present in its genome, and we analyzed how the frequency of optimal codons correlates with gene expression to quantify the intensity of translational selection (S). Surprisingly, few metazoans show clear signs of translational selection. As predicted by the nearly neutral theory, the highest values of S are observed in species with large effective population sizes (N e). Overall, however, N e appears to be a poor predictor of the intensity of translational selection, suggesting important differences in the fitness effect of synonymous codon usage across taxa. We propose that the few animal taxa that are clearly affected by translational selection correspond to organisms with strong constraints for a very rapid growth rate.
Autores: Laurent Duret, F. Benitiere, T. Lefebure
Última atualização: 2024-07-23 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.22.604600
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.22.604600.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.