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O Papel das Algas em Relações Simbióticas

Um estudo sobre como as amebas e as algas formam parcerias em ambientes aquáticos.

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Amebas e Algas: Um EstudoAmebas e Algas: Um EstudoSimbióticoamebas e as algas.Analisando a relação única entre as
Índice

A fotossíntese é um processo que permite que os organismos transformem energia da luz em energia química. Em ambientes aquáticos, as algas e certas bactérias, conhecidas como procariontes, são fundamentais nesse processo. Elas são responsáveis por cerca da metade da produção total de oxigênio na Terra. Esses microrganismos minúsculos conseguem viver na água e usam a luz do sol para criar comida e oxigênio, que são essenciais para a vida.

Alguns tipos de microalgas formam parcerias com outros seres vivos. Essa parceria, chamada de fotossimbiose, acontece quando hospedeiros não fotossintetizantes oferecem um lugar para as algas viverem e, em troca, as algas fornecem comida e energia. A fotossimbiose pode ser encontrada em vários ambientes, incluindo oceanos, rios e até mesmo em terra firme. Por exemplo, corais e anêmonas do mar têm parcerias com certas microalgas que ajudam na sobrevivência em diferentes condições.

Importância dos Estudos sobre Fotossimbiose

Os pesquisadores estudam a fotossimbiose de diferentes ângulos, incluindo como funciona em nível celular, como afeta o organismo hospedeiro e como o ambiente influencia essas interações. Muito dessa pesquisa foca em organismos como corais e ciliados. Um aspecto interessante desses estudos é que os cientistas conseguem pegar esses organismos e induzir quimicamente um estado onde todos os parceiros algais são removidos. Isso é conhecido como estado apo-simbiótico. Essa capacidade torna-os sujeitos ideais para entender como a simbiose impacta sua biologia.

Diversos métodos foram desenvolvidos para induzir esse estado em diferentes organismos. Por exemplo, anêmonas do mar podem ser feitas para expelir suas algas ao serem expostas a altas temperaturas ou utilizando certos produtos químicos. Outros organismos, como hidras verdes, também podem ser tratados de maneiras semelhantes. Com isso, os pesquisadores conseguem comparar como os organismos se comportam na presença e na ausência de seus parceiros algais.

O Desafio de Estudar Novos Organismos

Apesar de encontrar fotossimbiose em uma ampla gama de organismos, ainda existem muitas incógnitas. Por exemplo, alguns grupos de organismos, como as amebas, não são bem estudados nesse contexto, mesmo que possam fornecer insights valiosos sobre como a fotossimbiose ocorre. Existem apenas algumas espécies conhecidas de amebas que conseguem formar parcerias com algas, o que significa que há uma lacuna na pesquisa sobre como essas relações se desenvolvem.

Parte do desafio está em entender os passos iniciais da fotossimbiose, principalmente como as amebas absorvem as algas por meio de um processo chamado fagocitose. Esse processo é crucial para formar uma parceria bem-sucedida, mas não foi muito estudado em amebas.

Um Exemplo de Organismo: M. viridis

Uma espécie de ameba que demonstrou ter parceiros algais é a M. viridis. Esse organismo de água doce pode hospedar a microalga Chlorella dentro de suas células. O movimento da M. viridis é mais lento em comparação com alguns outros organismos, o que facilita a observação de suas estruturas internas ao microscópio.

Neste estudo, os pesquisadores desenvolveram um método para descolorir a M. viridis, que envolve remover seus parceiros algais e observar como ela se comporta sem eles. Esse método permitiu uma comparação de como diferentes cepas de Chlorella se saem quando absorvidas pela ameba.

Condições de Crescimento para M. viridis e Chlorella

Para começar o experimento, a M. viridis foi cultivada em água mineral especial sob condições controladas de luz e temperatura. As algas, Cryptomonas paramecium, foram usadas como comida para a ameba. Os pesquisadores também cultivaram duas cepas específicas de Chlorella em um meio diferente para se preparar para os testes.

Os pesquisadores realizaram uma série de experimentos, adicionando vários agentes de descoloração potenciais às culturas de amebas para ver como poderiam remover eficazmente os parceiros algais. A configuração incluiu o uso de diferentes soluções e a observação dos resultados ao longo de uma semana.

Efeitos dos Agentes de Descoloração

Durante os experimentos, os cientistas monitoraram a presença de algas dentro das células da M. viridis. Descobriram que certos produtos químicos poderiam induzir eficazmente um efeito de descoloração, ou seja, conseguiram remover as algas da ameba. Entre esses produtos químicos, o ACN se mostrou particularmente eficaz em fazer as algas desaparecerem sem prejudicar a forma ou a função das células da ameba.

Os pesquisadores observaram as células por meio de um microscópio, confirmando que, após o tratamento com ACN, as algas foram expelidas das amebas, marcando o estabelecimento do estado apo-simbiótico.

Capacidade de Crescimento da M. viridis

Após estabelecer o estado apo-simbiótico, os cientistas queriam ver se a ausência de algas afetava o crescimento da M. viridis. Eles descobriram que, mesmo sem as algas, as amebas conseguiam continuar crescendo bem quando recebiam comida e condições de vida adequadas. Essa descoberta indica que a M. viridis pode prosperar sem seus parceiros algais em certas condições.

Reestabelecendo a Simbiose

Para determinar se a M. viridis poderia voltar a um estado simbiótico, os pesquisadores adicionaram as cepas de Chlorella às culturas de amebas descoloridas. Após um breve período de co-cultivo, contaram o número de algas que a M. viridis absorveu. A análise mostrou que uma cepa de Chlorella teve mais sucesso em formar parceria com a M. viridis do que a outra.

Esse resultado é importante porque sugere que algumas cepas algais podem ter uma capacidade maior de formar parcerias com amebas. Isso abre um caminho para entender a dinâmica da simbiose e como diferentes cepas algais podem influenciar a relação.

Relações Filogenéticas de Chlorella

Para aprender mais sobre as cepas de Chlorella, os pesquisadores investigaram sua composição genética. Eles realizaram uma análise filogenética usando sequências de DNA das duas cepas e descobriram que ambas pertenciam ao mesmo grupo de organismos. A cepa com melhores habilidades simbióticas tinha laços genéticos mais próximos com algas encontradas em outros organismos também.

Isso sugere que a capacidade de formar parcerias pode existir em diferentes espécies, ressaltando a potencial universalidade dessas interações entre algas e seus hospedeiros.

Estabilidade da Fotossimbiose

Curiosamente, a estabilidade da parceria entre M. viridis e suas algas não parecia depender apenas da capacidade da alga em fotossintetizar. Mesmo quando a fotossíntese era inibida, a relação permanecia estável. Isso pode indicar que outros fatores estão em jogo para manter a conexão simbiótica.

Essa descoberta alinha-se com pesquisas anteriores, que sugeriram que o sucesso da fotossimbiose pode envolver mais do que apenas as capacidades fotossintéticas das algas.

Implicações para Pesquisas Futuras

Os resultados desses experimentos mostram que as relações simbióticas podem ser flexíveis, com condições afetando o equilíbrio entre precisar de algas e sobreviver sem elas. Essa flexibilidade pode influenciar como os cientistas consideram o papel das algas nas estratégias de sobrevivência de seus organismos hospedeiros.

Os experimentos também levantam questões sobre como os hospedeiros, como a M. viridis, reconhecem e interagem com seus parceiros algais. Entender esses mecanismos ajudará os pesquisadores a determinar como algas e seus hospedeiros evoluem juntos ao longo do tempo.

Conclusão

Este estudo lançou as bases para futuras explorações sobre fotossimbiose, especialmente em amebas e outros organismos que foram pouco estudados. A capacidade de induzir e medir a descoloração na M. viridis fornece uma ferramenta valiosa para os cientistas que buscam se aprofundar nas complexidades dessas relações. Além disso, as habilidades variadas de diferentes cepas algais em formar parcerias sugerem uma área rica para pesquisas futuras que poderiam aumentar nosso conhecimento geral sobre as interações simbióticas na natureza.

As descobertas podem levar a implicações mais amplas para entender como essas relações funcionam em ecossistemas, especialmente à medida que as condições ambientais mudam. No geral, isso destaca a importância das parcerias entre algas e amebas em ambientes aquáticos e seus papéis no contexto maior do equilíbrio ecológico.

Fonte original

Título: Experimental bleaching of photosymbiotic amoeba revealed strain-dependent differences in algal symbiosis ability.

Resumo: Photosymbioses, the symbiotic relationships between photosynthetic algal symbionts and non-photosynthetic eukaryotic hosts, are sporadically found in a lot of eukaryotic lineages, but only a few taxa, such as cnidarians and ciliates hosting algal endosymbionts, have been actively studied for a long time. That has hindered understanding the universal mechanisms of the photosymbiosis establishment. Especially in Amoebozoa, only two species, Mayorella viridis and Parachaos zoochlorella, are reported as photosymbiotic in nature, and their mechanisms of establishing symbiotic relationships are still unclear. To investigate the extent to which and how photosymbiotic amoebae depend on the symbiotic relationships, M. viridis were treated with reagents that are known to induce the collapsing of photosymbiotic relationships, or bleaching, in other photosymbiotic species. As a result, we succeeded in artificially removing algal symbionts from host M. viridis cells with an herbicide, 2-amino-3-chloro-1,4-naphthoquinone. The apo-symbiotic state amoeba cells were able to survive and grow to the same extent as the symbiotic state cells when they fed microbial prey, indicating that the algal symbionts are not essential for the host growth under certain conditions. Furthermore, to see whether the photosymbiotic state is reversible, we fed two strains of algal symbionts to the apo-symbiotic amoeba host. The result showed that the apo-symbiotic hosts were able to ingest symbiont cells and re-establish the symbiotic state. The efficiencies of ingesting algal cells were significantly different depending on algal symbiont strains, indicating that different algal strains possess discrete symbiotic abilities to M. viridis. To our knowledge, we provide first insights on the establishment and collapse of photosymbiosis in Amoebozoa, which pave the way to understand the universal mechanism of photosymbiosis utilizing M. viridis as a model system.

Autores: Shinichiro Maruyama, D. Yamagishi, R. Onuma, S. Matsunaga, S.-y. Miyagishima

Última atualização: 2024-07-25 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.24.604942

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.24.604942.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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