Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Biologia# Neurociência

Como os Animais Coordenam Seus Movimentos

Essa pesquisa explora como os circuitos espinhais regulam a locomoção dos animais.

― 8 min ler


Mecânica do MovimentoMecânica do MovimentoAnimal Reveladacontrolam os movimentos dos animais.Estudo mostra como circuitos da coluna
Índice

Os animais se movem de jeitos diferentes dependendo do ambiente. Esse movimento pode mudar em velocidade e padrão pra ser mais eficiente. Por exemplo, os animais que migram longas distâncias costumam se mover de forma contínua pra cobrir mais chão, enquanto os que estão explorando podem parar com frequência pra dar uma olhada ao redor. A habilidade de coordenar esses movimentos é controlada por circuitos na medula espinhal conhecidos como geradores de padrões centrais (CPGs). Esses circuitos ajudam a moldar e ajustar os padrões de movimento com base em entradas sensoriais, permitindo uma locomoção mais suave e eficiente.

A Mecânica do Movimento

Quando os animais se movem, seus corpos criam padrões essenciais pra uma locomoção eficiente. Esses padrões não envolvem só a velocidade, mas também a frequência das paradas ou pausas. O movimento contínuo, como durante a migração, exige uma abordagem diferente em comparação com movimentos exploratórios que precisam de paradas frequentes. Os CPGs são redes na medula espinhal responsáveis por gerar esses padrões de movimento.

Pesquisas mostraram que esses CPGs estão presentes em toda a medula espinhal lombar e envolvem vários tipos de células nervosas, especialmente interneurônios glutamatérgicos. Esses interneurônios recebem informações sensoriais que ajudam a ajustar e refinar os padrões de movimento adequados pro ambiente. Uma vez que esses padrões são estabelecidos, a saída desses interneurônios é repassada para Motoneurônios, que controlam as ações musculares. Essa comunicação permite que a saída motora seja modulada, garantindo que os movimentos sejam flexíveis e possam ser adaptados conforme necessário.

A Estrutura dos CPGs

Apesar de entendermos os padrões básicos de locomoção, ainda não tá claro como os circuitos neurais que levam a movimentos Episódicos são organizados. Por exemplo, em peixes, os padrões de movimento podem ser vistos como ações rítmicas que surgem durante o desenvolvimento inicial quando certas entradas nervosas chegam. Esses movimentos episódicos são cruciais durante atividades de exploração ou forrageamento. Estudos mostraram que os padrões básicos de locomoção episódica podem ser gerados em vários animais, incluindo peixes, anfíbios e roedores. Isso levanta a questão se os circuitos responsáveis por esses movimentos episódicos estão localizados dentro da medula espinhal ou se compartilham semelhanças com aqueles que geram locomoção contínua.

Pra investigar isso, os pesquisadores usaram a medula espinhal de camundongos neonatais e examinaram as redes responsáveis por gerar padrões rítmicos episódicos desencadeados por Dopamina. Eles descobriram que essas redes estão espalhadas por diferentes segmentos espinhais e têm características sobrepostas e distintas quando comparadas a outros padrões rítmicos produzidos pela medula espinhal.

Rítmica Episódica Através dos Segmentos Espinhais

Pesquisas indicam que vários Neuromoduladores, como a dopamina, podem induzir ritmos episódicos nas redes lombares. Esses episódios geralmente duram entre 30-60 segundos e podem ser registrados a partir de diferentes segmentos espinhais. Quando a dopamina foi aplicada, os episódios de atividade rítmica puderam ser detectados não só na região lombar, mas também nos segmentos torácicos e sacrais. Na maioria dos casos, esses episódios eram síncronos entre os diferentes segmentos espinhais. No entanto, em algumas situações, os episódios eram assíncronos, sugerindo que há flexibilidade em como esses segmentos se comunicam durante a atividade episódica.

Diferenças na Amplitude e Frequência dos Episódios

A amplitude dos episódios, que mede a força da resposta, foi maior nos segmentos lombares, enquanto a potência de frequência da atividade rítmica foi mais forte no segmento L5. Curiosamente, a duração dos episódios não mostrou diferenças significativas entre os segmentos torácicos, lombares e sacrais, indicando um ritmo relativamente consistente da atividade episódica dentro das diferentes áreas espinhais.

Distribuição e Acoplamento dos Circuitos Geradores de Episódios

Explorando mais, os pesquisadores queriam determinar se os circuitos responsáveis por gerar atividades rítmicas episódicas estavam localizados em regiões específicas da medula espinhal. O ritmo episódico produzido pela dopamina não dependia de entradas de outros segmentos da medula espinhal, já que cortar esses segmentos não afetou os parâmetros do ritmo na região lombar. Além disso, mesmo quando segmentos eram isolados, a atividade episódica persistia, mostrando que certas redes conseguem funcionar de forma independente.

Em contraste, quando os segmentos eram isolados, a capacidade de acoplamento entre eles era interrompida, indicando que um trato específico conhecido como funículo ventrolateral é crítico para a comunicação entre esses segmentos.

Influências Sensoriais na Rítmica

O papel das entradas sensoriais na regulação dessas atividades episódicas não pode ser ignorado. As aferências sensoriais são responsáveis por transmitir informações sobre o ambiente para os circuitos espinhais, influenciando o timing e o padrão dos movimentos. A estimulação elétrica da raiz dorsal em certos segmentos conseguiu redefinir o ritmo da atividade episódica. Esse reset não se limitou a um único segmento, mas se estendeu a outros, ilustrando como as entradas sensoriais podem influenciar e coordenar o movimento pela medula espinhal.

Contribuições dos Circuitos Dorsais e Ventrais

Investigando mais a fundo, os pesquisadores descobriram a presença de receptores de dopamina na corcunda dorsal da medula espinhal, implicando que esses circuitos poderiam desempenhar um papel na geração da atividade episódica. No entanto, os mecanismos reais que fundamentam a geração de padrões episódicos não parecem depender dos interneurônios dorsais. Em vez disso, as evidências sugerem que a geração de ritmos episódicos é principalmente impulsionada por circuitos situados na corcunda ventral da medula espinhal.

O estudo também analisou a influência dos motoneurônios e suas conexões, que se pensava que contribuíam para a atividade episódica através de vias de excitação e inibição. No entanto, foi observado que, embora os motoneurônios desempenhem um papel na geração de ritmos rápidos durante os episódios, eles não são responsáveis pela iniciação da atividade episódica subjacente.

Vias Recorrentes na Geração de Ritmos

Os motoneurônios podem formar vias recorrentes que influenciam a atividade da rede. Ao examinar essas vias, os pesquisadores buscaram entender seu papel na atividade episódica. Enquanto alguns fatores, como a sinalização colinérgica, impactavam o ritmo rápido durante os episódios, eles não alteravam significativamente os parâmetros fundamentais da atividade episódica em si.

As descobertas sugerem que os episódios são predominantemente gerados por interneurônios premotores, que operam acima dos motoneurônios responsáveis pelas respostas musculares durante a locomoção. Isso destaca uma separação de funções dentro da medula espinhal-onde diferentes circuitos geram movimentos episódicos e contínuos via mecanismos distintos.

Aspectos do Desenvolvimento do Estudo

Esses experimentos usaram a medula espinhal de camundongos neonatais como modelo pra estudar as redes subjacentes envolvidas em atividades rítmicas. É crítico notar que os circuitos em desenvolvimento podem ter características diferentes em comparação com aqueles em animais totalmente maduros. No entanto, padrões episódicos de locomoção também estão presentes em animais adultos, indicando a relevância dessas descobertas em diferentes estágios de vida.

O estudo enfatiza a importância de entender as redes que facilitam esses movimentos episódicos e suas implicações sobre como os animais adaptam seus comportamentos locomotores a vários ambientes.

Conclusão

Ao dissecar a organização e a função dos circuitos espinhais na geração de movimentos episódicos, essa pesquisa oferece uma visão mais clara de como os animais coordenam seus padrões de locomoção. A identificação desses mecanismos não só aumenta nosso entendimento sobre o movimento básico, mas também aponta pra possíveis avenidas de pesquisa sobre controle motor e reabilitação em casos de lesão ou doença que afetam o movimento. O trabalho futuro certamente expandirá essas descobertas, enfatizando as nuances dos padrões de movimento e a natureza dinâmica dos circuitos neurais na medula espinhal.

Fonte original

Título: Episodic rhythmicity is generated by a distributed neural network in the developing mammalian spinal cord

Resumo: Spinal circuits produce diverse motor outputs that coordinate the rhythm and pattern of locomotor movements. Despite the episodic nature of these behaviours, the neural mechanisms encoding these episodes are not well understood. This study investigated mechanisms producing episodic rhythms evoked by dopamine in isolated neonatal mouse spinal cords. Dopamine-induced rhythms were primarily synchronous and propagated rostro-caudally across spinal segments, with occasional asynchronous episodes. Electrical stimulation of the L5 dorsal root could entrain episodes across segments, indicating afferent control of the rhythm generator and a distributed rostro-caudal network. Episodic activity was observed in isolated thoracic or sacral segments after full spinal transection or bilateral ventrolateral funiculus (VLF) lesions, suggesting a distributed network coupled via VLF projections. Rhythmicity was recorded from axons projecting through the VLF and dorsal roots, but not from cholinergic recurrent excitation via motoneurons or isolated dorsal inhibitory circuits. The data suggest episodic rhythmicity is generated by a flexibly coupled network of spinal interneurons distributed throughout the spinal cord.

Autores: Patrick J. Whelan, J. J. Milla-Cruz, A. P. Lognon, M. A. Tran, S. A. Di Vito, C. Loer, A. Shonak, M. J. Broadhead, G. B. Miles, S. A. Sharples

Última atualização: 2024-07-26 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.26.605187

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.26.605187.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Artigos semelhantes