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# Biologia# Neurociência

Comportamento Alimentar e Reprodução em Peixes Medaka

Estudo mostra ligação entre alimentação e reprodução em fêmeas de peixe medaka.

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O Comportamento Alimentar é super importante pros animais sobreviverem e se reproduzirem. Esse comportamento pode mudar dependendo de vários fatores, como nutrição, maturidade, temperatura e a estação do ano. Ele tá bem ligado à reprodução, que é vital pra continuidade das espécies. Vários estudos mostraram que o que um animal come pode afetar sua capacidade de reproduzir.

Por exemplo, pesquisas descobriram que muskrats têm problemas pra acasalar quando não comem o suficiente. Outros estudos mostraram que quando os animais não estão comendo o bastante, isso pode levar a taxas reprodutivas mais baixas. Então, dá pra ver que tem uma conexão clara entre comer e reproduzir. Mas, durante a época de acasalamento, alguns animais mudam seus hábitos alimentares. Por exemplo, o peixe preto vai pra águas rasas pra comer mais quando estão se reproduzindo, e os veados de cauda branca passam mais tempo comendo na época de acasalamento. Essa relação sugere que a alimentação e a reprodução são importantes pra sobrevivência das espécies, mas como esses comportamentos são controlados durante a época de reprodução ainda não é muito bem compreendido.

O Medaka como Animal Modelo

Pra estudar o comportamento alimentar relacionado à reprodução sazonal, os pesquisadores foram atrás do peixe medaka. O medaka pode ser manipulado facilmente em experimentos, principalmente em relação ao controle reprodutivo através das mudanças na duração do dia. Em dias longos, as fêmeas de medaka ficam prontas pra reprodução e desovam regularmente, enquanto em dias curtos, elas não reproduzem de jeito nenhum. Isso faz do medaka um modelo adequado pra estudar como o comportamento alimentar muda com as estações sem a complicação de mudanças de temperatura afetando o metabolismo.

Comportamento Alimentar no Medaka

O comportamento alimentar já foi estudado bastante em mamíferos. Nesses estudos, descobriram que certos químicos do cérebro chamados neuropeptídeos influenciam a alimentação. Por exemplo, dois neuropeptídeos, o Agouti-related peptide (AgRP) e o Neuropeptide Y (NPY), têm um papel importante em gerenciar o comportamento alimentar. Os teleósteos, como o peixe medaka, acredita-se que tenham mecanismos semelhantes controlando sua alimentação.

Vários experimentos mostraram que certos genes relacionados a esses neuropeptídeos estão presentes no medaka, mas os papéis exatos deles na alimentação ainda não estão claros. Neste estudo, o foco foi entender como as fêmeas de medaka mudam seu comportamento alimentar dependendo se estão reproduzindo ou não.

Analisando a Ingestão de Alimentos

Os pesquisadores se propuseram a medir quanto comida os machos e fêmeas de medaka comem durante as temporadas de acasalamento e de não acasalamento. Eles desenvolveram um método onde os medakas eram colocados em um copo, recebendo comida suficiente pra comer em 10 minutos, e depois a comida restante era contada. Esse método ajudou os pesquisadores a avaliar as diferenças no comportamento alimentar entre as condições de acasalamento e não acasalamento.

Eles descobriram que as fêmeas de medaka comeram significativamente mais na temporada de acasalamento em comparação com a de não acasalamento. Por outro lado, os machos não mostraram diferença percebível no comportamento alimentar com base nas temporadas de acasalamento. Isso levou os pesquisadores a focarem apenas nas fêmeas de medaka pra estudar os mecanismos por trás do comportamento alimentar sazonal.

Pra explorar quais genes específicos influenciam o comportamento alimentar durante a reprodução, os pesquisadores realizaram sequenciamento de RNA nos cérebros de medakas sob condições de acasalamento e não acasalamento. Eles descobriram mais de mil genes que se expressaram de maneira diferente dependendo do estado reprodutivo. Entre esses, destacaram dois neuropeptídeos, agrp1 e npyb, que mostraram níveis de expressão aumentados durante a temporada de acasalamento.

Neuropeptídeos e Alimentação

Os medakas têm duas formas do gene agrp (agrp1 e agrp2), e duas formas do gene npy (npya e npyb), que resultaram de um evento de duplicação na história evolutiva deles. A disposição desses neuropeptídeos no cérebro foi estudada através de técnicas de hibridização in situ. Eles descobriram que diferentes neurônios que expressam esses neuropeptídeos estão localizados em regiões específicas do cérebro do medaka.

Além disso, eles acharam que os neurônios agrp1 estão concentrados em uma parte do cérebro conhecida como núcleo ventral tuberis, enquanto os neurônios npyb estão em outra área chamada núcleo ventral telencephali. Esse padrão de distribuição é importante porque pode implicar uma função única pra cada um desses neuropeptídeos.

Em análises mais detalhadas, a restrição alimentar mostrou aumentar a expressão de agrp1 mas diminuir a de npyb. Isso sugere que enquanto agrp1 pode estimular os comportamentos alimentares, npyb pode ter o efeito oposto.

Mudanças na Expressão Gênica Durante as Estações

Pra investigar mais como esses neuropeptídeos reagem às mudanças sazonais, os pesquisadores mediram as expressões de agrp1 e npyb em condições de acasalamento versus não acasalamento. Eles confirmaram que a expressão de agrp1 é maior nas fêmeas durante a temporada de acasalamento em comparação com a de não acasalamento. No entanto, ao observar medakas juvenis, não foram observadas diferenças significativas na expressão de agrp1 ou npyb entre a duração dos dias. Isso indica que as mudanças vistas nas fêmeas de acasalamento provavelmente se devem ao estado reprodutivo delas ao invés de só à exposição à luz.

Papel do Estrogênio

Entre os hormônios chave que afetam a prontidão reprodutiva está o estrogênio. Nas fêmeas de medaka em reprodução, uma quantidade significativa de estrogênio é liberada dos ovários maduros. Acredita-se que esse estrogênio influencia a expressão de agrp1. Estudos mostraram que quando os ovários foram removidos, a expressão de agrp1 diminuiu significativamente. No entanto, quando o estrogênio foi reintroduzido, a expressão de agrp1 tende a se recuperar. Isso sugere que o estrogênio desempenha um papel crítico na regulação de agrp1 durante a temporada de reprodução.

Os medakas têm múltiplos tipos de receptores de estrogênio, e receptores específicos parecem estar presentes nas mesmas áreas do cérebro onde agrp1 é expresso. Essa relação indica fortemente que o estrogênio pode afetar diretamente a expressão de agrp1, influenciando assim o comportamento alimentar durante a temporada de reprodução.

Efeitos da Exclusão do AgRP1

Pra entender completamente o papel do AgRP1 na alimentação e reprodução, os pesquisadores criaram medakas que não tinham o gene agrp1 usando técnicas genéticas direcionadas. Esses medakas knockout exibiram várias diferenças notáveis. Eles pareciam ser mais magros, tinham peso corporal mais baixo e consumiam menos comida durante a temporada de acasalamento em comparação com os medakas normais.

Além disso, as fêmeas knockout de agrp1 tinham ovários menores, e quando emparelhadas com machos normais, produziram menos ovos. Essa descoberta sugere que o AgRP1 é crucial não só pra aumentar a ingestão de alimentos na temporada de acasalamento, mas também pra saúde reprodutiva geral.

Resumo

Resumindo, o estudo destaca a importância do comportamento alimentar em relação à reprodução nas fêmeas de medaka. Mostra que dois neuropeptídeos, agrp1 e npyb, são cruciais na regulação desse comportamento, especialmente em resposta às condições de reprodução. A expressão de agrp1 parece ser estimulada pelo estrogênio liberado dos ovários maduros, que por sua vez, pode aumentar o comportamento alimentar e o sucesso reprodutivo durante a temporada de reprodução.

As informações obtidas ao estudar os medakas podem ser aplicadas pra entender mecanismos semelhantes em outros reprodutores sazonais, ajudando a expandir nosso conhecimento sobre como fatores ambientais influenciam o comportamento animal e a reprodução. Através dessas descobertas, os pesquisadores podem explorar as interações complexas entre alimentação, hormônios e reprodução em várias espécies animais.

Fonte original

Título: AgRP1 modulates breeding season-dependent feeding behavior in female medaka

Resumo: Feeding and reproduction are known to be closely correlated with each other, and the seasonal breeders show breeding season-dependent feeding behavior. However, most model animals do not have definite breeding seasonality, and the mechanisms for such feeding behavior remain unclear. Here, we focused on female medaka (Oryzias latipes); they show breeding season-dependent feeding behavior, and their condition of breeding season can be experimentally controlled by day-length. We first demonstrated that, among previously reported feeding-related peptides (neuropeptides involved in feeding), agouti-related peptide 1 (agrp1) and neuropeptide y b (npyb) show higher brain expression under the breeding condition than under the non-breeding one. Combined with analysis of agrp1 knockout medaka, we obtained results to suggest that long day-induced sexually mature condition, especially ovarian estrogenic signals, increase the expressions of agrp1 in the brain, which results in increased food intake to promote reproduction. Our findings advance the understanding of neural mechanisms of feeding behavior for reproductive success.

Autores: Chie Umatani, Y. Tagui, S. Takeda, H. Waida, S. Kitahara, T. Kimura, S. Kanda, Y. Oka, Y. Hayashi

Última atualização: 2024-07-29 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.10.602830

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.10.602830.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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