Entendendo a Atividade Física em Mulheres Negras
Examinando as barreiras únicas que as mulheres negras enfrentam na atividade física.
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Índice
Cerca de 47 milhões de pessoas nos Estados Unidos se identificam como negras, representando 14,2% da população total. Dentre elas, as mulheres são 51,8%. Infelizmente, esse grupo mostra altos níveis de inatividade física, com cerca de 30% dos negros não hispânicos sendo inativos fora do trabalho. Dados nacionais revelam que apenas 27% a 52% dos adultos negros praticam atividade física regularmente, e as mulheres negras tendem a ser menos ativas do que os homens negros, independente de fatores como renda ou educação. Essa inatividade é preocupante, especialmente porque as mulheres negras enfrentam maiores riscos de problemas de saúde como doenças cardíacas, pressão alta e diabetes tipo 2.
A relação entre atividade física e saúde é bem conhecida, mas a gente não entende totalmente por que as mulheres negras são menos ativas. Fatores culturais podem influenciar isso, já que estudos sugerem que as mulheres negras têm motivações diferentes para se exercitar em comparação com suas colegas brancas. Mulheres brancas costumam buscar a atividade física pra ter uma Imagem Corporal mais magra, enquanto as mulheres negras podem se sentir mais satisfeitas com seus corpos, mesmo que estejam em categorias de obesidade. Essa diferença na satisfação com a imagem do corpo está relacionada a visões culturais, com muitas mulheres negras achando corpos mais cheios atraentes.
Imagem Corporal e Influências Culturais
Nas comunidades negras, ter um corpo mais cheio é frequentemente visto como atraente, e as mulheres negras relatam maior satisfação com seus corpos do que as mulheres brancas. Essa preferência pode vir de visões históricas em culturas africanas tradicionais, onde mulheres com formas mais cheias eram vistas como saudáveis e prósperas. Como resultado, muitas mulheres negras preferem tipos de corpo que enfatizam as curvas, ao invés de se conformar aos padrões ocidentais de magreza. Isso ajuda a aumentar a autoestima e a satisfação com a aparência.
Enquanto essa perspectiva cultural apoia o bem-estar mental, pode limitar as motivações das mulheres negras pra se engajar em atividades físicas. Diferente das mulheres brancas, que frequentemente sentem pressão pra se adequar a um ideal mais magro, as mulheres negras podem não ver a atividade física como essencial pra alcançar seus objetivos de imagem corporal. Reconhecer essas atitudes culturais é fundamental pra entender as experiências únicas das mulheres negras em relação à atividade física.
Estrutura de Interseccionalidade
Pra entender completamente as experiências das mulheres negras no contexto da atividade física, precisamos considerar a interseção de suas identidades como negras e mulheres. Essa interseccionalidade traz três formas de barreiras que são únicas pras mulheres negras: desafios enfrentados por todas as mulheres americanas, desafios enfrentados por pessoas negras e barreiras específicas pras mulheres negras.
As mulheres negras lidam com diversas formas de marginalização devido às suas identidades interseccionais. Por exemplo, questões relacionadas ao cuidado com os cabelos têm um significado único. Manter cabelos negros geralmente requer tempo e recursos financeiros consideráveis, o que pode dificultar a participação em atividades físicas. Além disso, pesquisas existentes não abordaram adequadamente essas experiências interseccionais, limitando nossa compreensão.
Estudos Anteriores e Suas Limitações
Revisões recentes exploraram a atividade física de mulheres de ascendência africana, mas muitas vezes deixaram de lado as particularidades culturais relevantes pras mulheres negras nos Estados Unidos. Esses estudos às vezes utilizam dados de vários países, que podem não refletir as experiências únicas das mulheres negras na América.
Outro estudo focou na nutrição e na atividade física de mulheres afro-americanas, revelando temas relacionados ao apoio familiar e influências culturais, mas sem um foco forte na atividade física. Essa lacuna destaca a necessidade de uma síntese temática completa pra entender as experiências das mulheres negras e como fatores culturais afetam sua atividade física.
Um Estudo Pra Melhor Entender
Esse artigo tem como objetivo preencher a lacuna de conhecimento analisando estudos qualitativos focados nas barreiras e facilitadores da atividade física pras mulheres negras. Usando uma estrutura de interseccionalidade, esperamos entender melhor os desafios e supportes únicos que as mulheres negras enfrentam ao tentar se envolver em atividades físicas.
Pra conduzir essa análise, revisamos estudos de 2011 a 2023 que se concentraram especificamente nas mulheres negras nos Estados Unidos e usaram métodos qualitativos como entrevistas ou grupos focais. Nossa busca identificou um total de 18 estudos que atenderam nossos critérios de inclusão.
Temas Identificados nos Estudos
Depois de revisar os estudos, identificamos vários temas que refletem tanto barreiras quanto facilitadores da atividade física pras mulheres negras. Esses incluem Motivação, sistemas de apoio, perspectivas de saúde, Fatores Ambientais e experiências únicas das mulheres negras.
Motivação
A motivação se destacou como um fator crucial influenciando a atividade física. As participantes compartilharam que ter uma rotina ou plano ajudava a se tornarem mais ativas. Algumas comentaram como a participação regular as fazia sentir-se mais energéticas e menos rígidas.
No entanto, muitas também expressaram falta de motivação. Elas compararam suas dificuldades com atividade física a outros hábitos, como parar de fumar, indicando um desejo de mudar, mas uma dificuldade em iniciar a ação. Uma falta geral de confiança em relação à atividade física era evidente entre muitas participantes, mesmo que quisessem sinceramente ser ativas.
Sistemas de Apoio
O apoio da família e amigos foi outro tema significativo. Muitas mulheres encontraram motivação ao incluir a família em suas atividades. Elas enfatizaram a responsabilidade e experiências compartilhadas, que as ajudaram a se manter ativas.
O apoio social também teve um papel, já que muitas participantes discutiram a necessidade de ter amigos que as encorajassem a serem ativas. Observar vizinhos participando de atividades físicas também serviu como motivador pra algumas. No entanto, a falta de incentivo de famílias que não priorizavam o exercício foi notada, apontando pra necessidade de um apoio comunitário mais amplo.
Perspectivas de Saúde
A importância da saúde geral foi um tema comum entre as participantes. Muitas mulheres enfatizaram como a atividade física melhorou sua saúde mental e níveis de energia, ajudando a lidar com o estresse. Algumas mencionaram explicitamente o desejo de viver vidas mais longas e saudáveis, reforçando a conexão entre atividade física e resultados de saúde positivos.
Apesar disso, as participantes expressaram confusão sobre as diretrizes de atividade física, demonstrando uma lacuna na literacia em saúde. Muitas sentiam que as informações fornecidas nem sempre eram acessíveis ou relevantes para suas vidas diárias.
Fatores Ambientais
O ambiente físico também influencia significativamente os níveis de atividade. As mulheres discutiram a necessidade de espaços verdes e bairros seguros para incentivar a atividade física. O acesso a parques e instalações recreativas costumava ser limitado em comunidades negras, dificultando a manutenção da atividade.
As preocupações sobre a segurança nos bairros também eram proeminentes, já que muitas participantes se sentiam desconfortáveis em caminhar ou se exercitar do lado de fora. Restrições financeiras complicavam ainda mais a situação, já que muitas mulheres indicaram que questões financeiras frequentemente se colocavam à frente da priorização da atividade física.
Experiências Únicas das Mulheres Negras
Dois temas específicos pras mulheres negras emergiram: cuidados com os cabelos e imagem corporal.
Cuidados com os Cabelos
As participantes destacaram o impacto significativo da manutenção dos cabelos na participação em atividades físicas. O cabelo das mulheres negras geralmente requer cuidados especiais, com estilização sendo demorada e cara. As preocupações sobre "suar o penteado" levavam muitas mulheres a pularem treinos ou evitarem exercícios completamente.
A percepção de que elas ficariam diferentes após a atividade física em comparação com suas colegas aumentava a relutância em se envolver. Essa pressão cultural ou social cria uma barreira adicional exclusiva pras mulheres negras.
Imagem Corporal
O ideal cultural de forma corporal entre as mulheres negras também desempenha um papel essencial na relação delas com a atividade física. Muitas mulheres expressaram que não queriam perder suas curvas naturais por causa da perda de peso associada ao aumento da atividade física. Isso contrasta com o ideal mais magro prevalente na cultura branca, o que pode desencorajar as mulheres negras de se exercitarem regularmente.
As mulheres expressaram preocupações de que se exercitar poderia diminuir sua atratividade física e, por isso, evitavam atividades que poderiam levar à perda de peso ou mudanças na forma do corpo.
Conclusão
Nossa exploração de estudos qualitativos sobre atividade física entre mulheres negras ressalta a importância de entender suas experiências únicas. Reconhecer a interseccionalidade de suas identidades permite uma visão mais nuançada das barreiras e facilitadores.
Fatores chave que influenciam a atividade física das mulheres negras incluem motivação, sistemas de apoio, perspectivas de saúde, fatores ambientais, além das experiências distintas relacionadas ao cuidado com os cabelos e à imagem corporal.
Ao desenvolver intervenções pra promover a atividade física entre as mulheres negras, é essencial abordar essas barreiras específicas e construir sobre as forças culturais.
Um foco futuro nessas contribuições pode ajudar a melhorar os níveis de atividade física e os resultados de saúde geral para as mulheres negras, encorajando uma comunidade que valoriza a atividade física enquanto respeita suas experiências culturais.
Título: Barriers and facilitators to physical activity among Black women: a qualitative systematic review and thematic synthesis
Resumo: American Black women are less physically active than other American women. While several qualitative studies have investigated this issue, there has been no effort to synthesize this literature. PurposeThis study aimed to utilize qualitative thematic synthesis to employ an intersectionality framework in synthesizing existing published qualitative studies on barriers to and facilitators of physical activity for Black women and reflect constructs related to (a) all American women, (b) Black Americans, and (c) Black women. This qualitative thematic synthesis included 18 studies published from 2011 to the present. Studies were coded for quality and then reviewed with their themes identified and inductively integrated across the studies. The resulting themes were then deductively placed within a broader structure of an intersectionality framework. Reflecting this framework, three categories were identified: (1) general experience of physical activity for women, regardless of race, with themes of (a) motivation, (b) structured support, (c) overall health, (d) environment; (2) general experiences of physical activity for Black Americans, with a sub-theme of (a) low access; and (3) specific, intersectional experiences of physical activity for Black women, with sub-themes of (a) black hair, and (b) body ideal. Our synthesis of the existing qualitative research revealed that Black women experience PA related to being a woman, to being Black, and to the intersectional nature of being a Black woman. Interventions might target these intersectional themes to tailor interventions to support PA in Black women.
Autores: Sherron L. Howard, J. Bartholomew
Última atualização: 2024-04-19 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.04.17.24305976
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.04.17.24305976.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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