A Evolução dos Aceleradores de Partículas na Alemanha
Um olhar sobre a história e o impacto dos aceleradores de partículas na Alemanha.
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Índice
- Primeiros Desenvolvimentos
- Avanços Durante a Segunda Guerra Mundial
- A Ascensão dos Síncrotrons
- Esticador de Elétrons e ELSA
- A Criação do DESY
- DORIS e PETRA
- HERA: Uma Nova Era em Física de Partículas
- A Mudança pra Pesquisa de Radiação de Síncrotron
- A Ascensão da BESSY-II
- O Surgimento de Aceleradores Menores
- Pesquisa de Íons Pesados no GSI
- Perspectivas Futuras com o FAIR
- MAMI e Outras Inovações
- Conclusão
- Fonte original
- Ligações de referência
Aceleradores de Partículas são máquinas que aceleram partículas, como prótons e Elétrons, a energias super altas. Essas máquinas foram essenciais pra gente entender os blocos de construção da matéria. Enquanto muito do trabalho inovador em física de partículas rolou em grandes instalações nos Estados Unidos e no CERN, na Suíça, a Alemanha também fez contribuições importantes, especialmente com seus aceleradores menores. Esse artigo dá uma olhada na história e no desenvolvimento dessas máquinas na Alemanha.
Primeiros Desenvolvimentos
O primeiro acelerador de partículas na Alemanha foi construido em 1927 pelo Rolf Wideroe. Esse era um acelerador linear, que acelera partículas em linha reta. Com o tempo, a focada mudou pra designs mais complexos. Em 1936, Walther Bothe e Wolfgang Gentner estavam trabalhando em um novo tipo de acelerador-o acelerador van de Graaff-no Instituto Kaiser-Wilhelm de Ciência Médica em Heidelberg. Esse acelerador foi usado em experimentos de física nuclear, e seu sucesso levou a planos pra um ciclotron maior, que Gentner foi atrás depois de visitar Berkeley no final dos anos 1930.
Avanços Durante a Segunda Guerra Mundial
Em 1941, Gentner e Bothe começaram a construir seu ciclotron, que acabou produzindo deutrônios com uma energia de 12 milhões de elétrons-volts (MeV). Mas a guerra afetou o trabalho deles, e eles tiveram que adaptar seus planos pra conseguir financiamento e recursos. Em 1943, eles conseguiram colocar o ciclotron pra funcionar, e ele ficou em uso até os anos 70.
Enquanto isso, um ciclotron menor estava em desenvolvimento em Bonn. Essa máquina, infelizmente, foi destruída em um bombardeio em outubro de 1944. Depois da guerra, a pesquisa foi retomada, e em 1952, Wolfgang Paul pediu financiamento pra construir um síncrotron de elétrons de 100 MeV em Bonn, que depois se tornou o primeiro síncrotron de gradiente alternado na Europa.
Síncrotrons
A Ascensão dosEm Bonn, a construção do novo síncrotron começou em 1955, levando três anos pra ser finalizada. Ele enfrentou vários desafios, incluindo problemas com o campo magnético que afetavam seu funcionamento. No entanto, na primavera de 1958, ele produziu seus primeiros feixes. O síncrotron foi usado pra criar "bremsstrahlung," uma forma de raios gama de alta energia. Isso permitiu que cientistas aprendessem sobre a estrutura dos núcleos atômicos através de experimentos de dispersão.
O síncrotron de Bonn não foi um caso isolado. Vários outros aceleradores foram planejados ou construídos nesse período, incluindo um síncrotron de elétrons de 2.5 GeV que começou a operar em 1968. Essa máquina maior produzia feixes que podiam ser direcionados a várias estações experimentais, permitindo uma gama mais ampla de experimentos.
Esticador de Elétrons e ELSA
Nos anos 80, pesquisadores perceberam a necessidade de um fluxo contínuo de elétrons para experimentos, que os síncrotrons não conseguiam fornecer completamente. Pra resolver isso, um projeto começou a desenvolver um chamado anel esticador. Essa era uma maneira de coletar rajadas de elétrons do síncrotron e extrair gradualmente eles pra uso em experimentos. O Acelerador Esticador de Elétrons (ELSA) foi concluído em 1989 e conectado ao síncrotron maior.
O ELSA permitiu mais flexibilidade e armazenamento mais longo de feixes. Ele também se tornou uma fonte de radiação de síncrotron, dando aos pesquisadores uma ferramenta valiosa pra seus experimentos.
A Criação do DESY
Nos anos 50, a Alemanha começou a investir mais pesado em energia nuclear e física de partículas. A universidade de Hamburgo nomeou Willibald Jentschke pra liderar um novo departamento dedicado a esses campos, que se tornou o Deutsches Elektronen Synchrotron (DESY). O objetivo era criar um síncrotron de elétrons poderoso. Em 1964, o DESY estava pronto pra começar a produzir feixes, contribuindo significativamente pro campo.
No DESY, vários experimentos foram realizados, direcionando elétrons a alvos ricos em hidrogênio pra analisar os produtos de dispersão. Vários outros experimentos exploraram diferentes aspectos da física de partículas, examinando as propriedades dos quarks e outras partículas fundamentais.
DORIS e PETRA
No final dos anos 70, planos foram feitos pra um segundo acelerador no DESY, que permitiria que elétrons e pósitrons circulassem em direções opostas e colidissem. Esse design levou à criação do DORIS, um anel de armazenamento que começou a operar em 1978. O DORIS verificou com sucesso muitas descobertas de outros laboratórios, incluindo a descoberta de mésons e estudos relacionados ao comportamento do quark charm.
Depois do DORIS, o PETRA foi desenvolvido nos anos 80. Esse colisor maior tinha como objetivo estudar colisões de alta energia. No entanto, a busca pelo esquivo quark top se mostrou desafiadora. Apesar disso, o PETRA fez contribuições significativas pra entender glúons e ajudou a estabelecer a cromodinâmica quântica como uma teoria válida.
HERA: Uma Nova Era em Física de Partículas
Depois do PETRA, o foco mudou pra um projeto inovador chamado Acelerador de Anel de Hádrons e Elétrons (HERA). Essa instalação combinava um anel de prótons e um de elétrons pra permitir uma exploração detalhada do funcionamento interno dos prótons. A construção do HERA começou em meados dos anos 80, e no início dos anos 90, as primeiras colisões foram observadas.
O HERA operou bem nos anos 2000, avançando ainda mais nosso conhecimento de física de partículas. Os experimentos realizados no HERA forneceram insights cruciais sobre a distribuição de quarks dentro dos prótons e descobriram novos fenômenos envolvendo interação fraca.
A Mudança pra Pesquisa de Radiação de Síncrotron
À medida que a física de partículas evoluía, houve uma demanda crescente por radiação de síncrotron para várias aplicações de pesquisa. O DESY, que inicialmente focava em física de partículas, gradualmente começou a se tornar um centro de pesquisa em luz de síncrotron. Essa mudança envolveu a construção de mais instalações pra acomodar o crescente interesse nessas fontes de luz.
Um empreendimento significativo foi a instalação BESSY em Berlim, que visava criar uma fonte dedicada de radiação de síncrotron. A BESSY começou a produzir radiação no início dos anos 80, e ao longo das décadas seguintes, os avanços tecnológicos melhoraram a qualidade e a intensidade da luz emitida. A BESSY se tornou conhecida por suas contribuições à ciência dos materiais, catálise e várias aplicações na química.
A Ascensão da BESSY-II
Depois que a instalação original da BESSY se estabeleceu, as discussões começaram pra um novo anel de armazenamento mais avançado. Isso se tornou a BESSY-II, que foi construída no final dos anos 90. A BESSY-II permitiu a produção de raios-X mais intensos, usados em inúmeras aplicações científicas, incluindo análise da estrutura de proteínas e pesquisa de materiais.
Uma conquista notável na BESSY-II foi determinar a estrutura de proteínas relacionadas ao vírus COVID-19. Outras áreas de pesquisa incluíram materiais pra baterias melhores e supercondutores, que são essenciais pra eficiência energética.
O Surgimento de Aceleradores Menores
Enquanto grandes instalações recebiam muita atenção, muitos aceleradores menores pela Alemanha também estavam em operação. Hospitais frequentemente usavam ciclotrons compactos pra produzir isótopos radioativos usados em diagnósticos médicos. Universidades operavam aceleradores eletrostáticos menores que podiam analisar várias amostras e realizar datação por isótopos.
Em Dortmund, um acelerador de elétrons menor chamado DELTA foi desenvolvido pra testar componentes pra instalações maiores e fornecer radiação de síncrotron pra pesquisadores. Da mesma forma, Karlsruhe estabeleceu o ANKA, um anel de armazenamento pra aplicações industriais de radiação de síncrotron.
Pesquisa de Íons Pesados no GSI
Durante os anos 60, a Gesellschaft für Schwerionenforschung (GSI) foi fundada em Darmstadt pra explorar íons pesados como um complemento aos estudos de prótons e elétrons. A instalação do GSI começou com um acelerador linear chamado UNILAC, enquanto desenvolvimentos posteriores incluíram atualizações de síncrotron pra estudar as propriedades de íons pesados e isótopos exóticos.
A pesquisa do GSI levou à descoberta de vários novos elementos e impulsionou ainda mais os limites do nosso entendimento sobre a estrutura e o comportamento nuclear. Com os avanços na tecnologia, o GSI começou a explorar as aplicações médicas de seus aceleradores, especialmente no tratamento do câncer, usando feixes de íons pesados.
Perspectivas Futuras com o FAIR
À medida que a comunidade científica cresceu, houve uma pressão por uma nova instalação chamada Facility for Antiproton and Ion Research (FAIR). Essa instalação focava em atender às necessidades emergentes na pesquisa de física nuclear e foi um esforço colaborativo entre vários parceiros internacionais. Embora sua construção tenha enfrentado atrasos, o projeto FAIR representa um futuro promissor pra avançar nosso entendimento da física de partículas.
MAMI e Outras Inovações
Universidades como Mainz desenvolveram novos aceleradores como o MAMI, que usou um design de microtrono pra fornecer feixes contínuos de elétrons. O MAMI foi instrumental na produção de dados de alta qualidade pra experimentos em física nuclear e ciência dos materiais.
Nos últimos anos, o foco também tem sido em novas tecnologias, incluindo linacs supercondutores e lasers de elétrons livres, com instalações como ELBE e FLASH em Dresden olhando pra novas aplicações nas ciências.
Conclusão
A história dos aceleradores de partículas na Alemanha mostra uma rica tapeçaria de inovação e descoberta. Desde os primeiros aceleradores lineares até os síncrotrons modernos, essas máquinas não só avançaram nosso entendimento sobre os componentes fundamentais do universo, mas também tiveram aplicações práticas na medicina e na indústria. À medida que o campo continua a evoluir, as contribuições das instalações alemãs desempenharão um papel crucial no futuro da física de partículas e além.
Título: German Beams -- The Story of Particle Accelerators in Germany
Resumo: Even though many of the experiments leading to the standard model of particle physics were done at large accelerator laboratories in the US and at CERN, many exciting developments happened in smaller national facilities all over the world. In this report we highlight the history of accelerator facilities in Germany.
Autores: Volker Ziemann
Última atualização: 2024-05-06 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2405.03430
Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2405.03430
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
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Ligações de referência
- https://www.nobelprize.org/prizes/physics/1954/
- https://www.nobelprize.org/prizes/physics/1989/
- https://bib-pubdb1.desy.de/record/374686
- https://www.nobelprize.org/prizes/chemistry/2009/
- https://www.nobelprize.org/prizes/physics/2007/
- https://www.nobelprize.org/prizes/chemistry/2007/
- https://www.helmholtz.de/en/newsroom/article/25-years-of-bessy-ii-light-source-for-the-good-of-society/
- https://doi.org/10.1002/phbl.19770330602
- https://www.gsi.de/en/about_us/
- https://www.nobelprize.org/prizes/physics/1963/
- https://fair-center.eu/
- https://www.mesa.uni-mainz.de/eng/