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Repensando a Cooperação: Além do Interesse Próprio

Explorando como cuidar dos outros melhora a cooperação entre as pessoas.

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Cooperação em ConflitoCooperação em Conflitoformas de cooperação.Como cuidar dos outros cria novas
Índice

A Cooperação é uma parte chave de muitas interações sociais. Mas por que as pessoas se juntam quando têm chances de se dar bem agindo sozinhas? Essa pergunta tá no centro de um campo chamado teoria dos jogos evolucionários. Tradicionalmente, essa teoria foca em como os indivíduos agem pra maximizar seus próprios benefícios, o que pode levar a conflitos. Por exemplo, se todo mundo decide agir de forma egoísta, o resultado pode ser uma situação onde os recursos se esgotam, muitas vezes chamada de "tragédia dos comuns".

Ao longo dos anos, cientistas propuseram várias ideias pra explicar como a cooperação pode prosperar, apesar da tentação de agir egoisticamente. Essas ideias incluem usar estratégias inteligentes, explorar vários mecanismos e encontrar maneiras de mudar incentivos que dirigem o comportamento cooperativo. No entanto, muitas dessas abordagens assumem que os indivíduos são motivados apenas por seus próprios interesses. E se, em vez disso, algumas pessoas também se importassem com o bem-estar dos outros e agissem focando nos benefícios do grupo?

Essa perspectiva nos leva a considerar uma abordagem diferente. Ao invés de simplesmente olhar pro comportamento egoísta, a gente vê a ideia de Preferências que consideram os outros, onde os indivíduos valorizam os benefícios dos outros. Esse comportamento pode ser visto não só nas interações humanas, mas também entre os animais. Se todo mundo em um grupo age de uma forma que beneficia não só a si mesmo, mas também seus colegas, a cooperação pode melhorar. Surge a pergunta: essa preferência pelos outros pode competir com o comportamento autocentrado em um ambiente natural?

O Modelo

Pra atacar essa questão, a gente cria um modelo pra ver como essas duas preferências competem entre si em situações onde as pessoas podem cooperar ou falhar. No nosso modelo, consideramos duas estratégias básicas: cooperação e defeito. Cada indivíduo também pode ter uma de duas preferências: uma que foca na autoafirmação e outra que foca em beneficiar os outros. Isso nos dá quatro tipos possíveis de indivíduos: aqueles que cooperam com um foco autocentrado, aqueles que cooperam com uma visão voltada pros outros, aqueles que falham com uma abordagem autocentrada e aqueles que falham, mas consideram os outros.

Nesse modelo, os indivíduos são colocados em uma grade. Cada pessoa interage com seus vizinhos próximos e forma grupos onde podem escolher contribuir pro bem comum. Ao contribuir, eles incurrem em um custo, mas ajudam a gerar benefícios pra todo mundo envolvido. O retorno, que é a recompensa que cada indivíduo recebe com base em suas contribuições e nas contribuições de seus vizinhos, desempenha um papel crucial em determinar se os indivíduos continuarão cooperando ou mudarão pro defeito.

A gente introduz a ideia de que, se alguém tem uma preferência que considera os outros, essa pessoa vai levar em conta não só seu próprio retorno, mas também os retornos dos vizinhos ao tomar decisões. Essa ideia de benefício compartilhado pode fazer uma grande diferença em como a cooperação se desenvolve e se estabiliza dentro de um grupo.

Resultados

Ao testar nosso modelo, encontramos resultados interessantes. Primeiro, observamos que as preferências que consideram os outros costumam ser mais bem-sucedidas em promover a cooperação do que as autocentradas, mesmo quando essas últimas parecem mais produtivas no início. Quando indivíduos com diferentes tipos de preferências coexistem no mesmo ambiente, eles podem criar uma nova fase onde ambos os tipos de cooperadores coexistem ao lado dos defeituosos. Essa coexistência permite um tipo de equilíbrio dinâmico onde a cooperação é possível em níveis mais altos, mesmo que a cooperação tradicional autocentrada possa ser mais eficiente em produzir recompensas imediatas.

Curiosamente, descobrimos que um nível menor de produtividade da cooperação focada em si mesma pode levar a um nível mais alto de cooperação geral dentro do grupo. Isso sugere que há interações complexas em jogo onde o tipo de preferência que influencia o comportamento pode mudar dramaticamente os resultados.

À medida que mergulhamos mais fundo no modelo, exploramos cenários onde a produtividade das preferências autocentradas e que consideram os outros não é igual. Nesses casos, aprendemos que, quando as diferenças nos níveis de produtividade são significativas, os resultados se assemelham àqueles vistos ao comparar modelos mais simples com menos tipos de jogadores. À medida que a cooperação que considera os outros se torna mais prevalente, ela pode até desafiar com sucesso a cooperação autocentrada, levando a situações onde ambos os tipos de cooperadores prosperam, apesar de cada um ter níveis de produtividade diferentes.

Nova Fase

Um aspecto notável do que observamos é o surgimento de uma nova fase, onde indivíduos com preferências autocentradas e que consideram os outros coexistem com os defeituosos. Essa fase ocorre quando a produtividade da cooperação focada em si mesma ligeiramente excede a da cooperação que considera os outros, levando a um ponto de estabilização onde os três tipos de jogadores podem existir de forma dinâmica. Os grupos se envolvem em interações permanentes, resultando em proporções estáveis de cada tipo ao longo do tempo. Aqui, os jogadores autocentrados podem dominar, mas os jogadores que consideram os outros ainda conseguem se destacar e prosperar.

Esse equilíbrio dinâmico vem da capacidade da cooperação que considera os outros de explorar lacunas deixadas pelos defeituosos, já que muitas vezes pode se sair melhor em suprimir defeituosos em comparação com a cooperação autocentrada. Por outro lado, quando a cooperação autocentrada tem um nível de produtividade mais alto, ela pode desafiar diretamente os jogadores que consideram os outros, levando à sua queda em certas regiões.

Populações Bem Misturadas

A gente também examina os comportamentos dentro de populações bem misturadas, onde indivíduos interagem aleatoriamente com outros na comunidade mais ampla. Nesse cenário, podemos analisar como as dinâmicas se comportam sem as restrições das interações locais. Esses achados são cruciais pra entender quão robustos são os comportamentos observados quando preferências e estratégias podem interagir livremente.

Através de análises matemáticas, confirmamos que as fronteiras de fase da cooperação permanecem consistentes apesar das condições variáveis. Isso indica que as tendências que vemos em populações estruturadas-onde indivíduos são mais propensos a interagir com seus vizinhos-também estão presentes em cenários de mistura aleatória.

Conclusão

Esse estudo destaca a complexidade da cooperação e os diferentes fatores que a influenciam. Ao permitir que indivíduos escolham entre preferências autocentradas e que consideram os outros, descobrimos que a cooperação pode surgir de maneiras que são inesperadas e não estão ligadas apenas ao interesse próprio. Os resultados sugerem que promover uma cultura de cooperação, onde indivíduos podem se preocupar com o bem-estar dos outros, pode oferecer novas avenidas para entender as dinâmicas sociais em sociedades humanas e além.

Nossos achados apoiam a ideia de que a cooperação não se trata apenas de interesse próprio, mas também pode ser influenciada por como consideramos as necessidades e benefícios dos outros. A capacidade de misturar essas preferências oferece uma visão mais dinâmica do comportamento social, onde os indivíduos podem adotar estratégias que atendem tanto aos seus interesses quanto aos de seus colegas.

No final das contas, os insights desse estudo podem informar como lidamos com dilemas sociais da vida real, enfatizando o valor potencial de fomentar preferências que consideram os outros pra construir sociedades mais cooperativas e resilientes. Seja nos negócios, na construção de comunidades ou na resolução de problemas globais, abordar tanto o interesse próprio quanto as atitudes que consideram os outros pode levar a resultados mais eficazes.

Em resumo, esse trabalho contribui pra uma compreensão mais profunda da cooperação, focando em como diferentes motivações podem coexistir e levar a interações sociais prósperas, mesmo em ambientes competitivos. Ao estudar esses comportamentos, podemos obter melhores insights sobre a natureza subjacente das dinâmicas sociais e da cooperação, abrindo caminho pra futuras pesquisas e aplicações em vários campos.

Fonte original

Título: Competition between self- and other-regarding preferences in resolving social dilemmas

Resumo: Evolutionary game theory assumes that individuals maximize their benefits when choosing strategies. However, an alternative perspective proposes that individuals seek to maximize the benefits of others. To explore the relationship between these perspectives, we develop a model where self- and other-regarding preferences compete in public goods games. We find that other-regarding preferences are more effective in promoting cooperation, even when self-regarding preferences are more productive. Cooperators with different preferences can coexist in a new phase where two classic solutions invade each other, resulting in a dynamical equilibrium. As a consequence, a lower productivity of self-regarding cooperation can provide a higher cooperation level. Our results, which are also valid in a well-mixed population, may explain why other-regarding preferences could be a viable and frequently observed attitude in human society.

Autores: Chaoqian Wang, Attila Szolnoki

Última atualização: 2024-05-07 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2405.04518

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2405.04518

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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