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# Biologia# Neurociência

Entendendo Fala em Ambientes Barulhentos

Um estudo sobre os desafios de ouvir fala no meio do barulho de fundo.

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Audição em Barulho: UmAudição em Barulho: UmEstudoem ambientes barulhentos.Pesquisa sobre dificuldades de audição
Índice

Ouvir em ambientes barulhentos é uma parte importante do nosso dia a dia. Não é só sobre conseguir escutar sons, mas também sobre acompanhar conversas, especialmente quando tem muito barulho de fundo. Muita gente reclama que tem dificuldade em entender a fala quando há barulho por perto, como em cafés ou em ruas movimentadas. Esse problema é frequentemente discutido em clínicas de audiologia, onde os profissionais estudam questões auditivas.

O Desafio da Fala em Meio ao Barulho

Quando alguém faz um teste auditivo usando um audiograma tonal puro, ele mede a capacidade de ouvir diferentes tons de som. Mas esse teste sozinho não mostra quão bem a pessoa consegue entender a fala em um ambiente barulhento. Para ajudar com isso, foram criados testes especiais, como os testes de frases em ruído e palavras em ruído. Esses testes têm como objetivo imitar situações reais onde as pessoas têm que ouvir a fala em meio ao barulho. Mas os resultados desses testes podem ser influenciados por vários fatores, como o nível de educação da pessoa, sotaque e habilidades linguísticas, e não apenas pela capacidade auditiva.

Por isso, pesquisadores têm tentado encontrar novas formas de avaliar a audição em ambientes desafiadores. Uma dessas maneiras é uma tarefa que não envolve fala, focando na detecção de sons em meio ao ruído. Esse tipo de tarefa é chamado de teste de figura-fundo estocástico (SFG) ou figura-fundo auditiva de frequência fixa (AFG-Fixed). Esse teste investiga como nosso cérebro separa diferentes sons em ambientes barulhentos, o que é uma tarefa que requer o córtex auditivo do nosso cérebro.

Descobertas Chave de Estudos Cerebrais

Estudos sobre como nossos cérebros respondem a tarefas auditivas sugerem que uma rede no cérebro, incluindo áreas dedicadas a funções auditivas de alto nível, é importante para processar esses sons. Pesquisas mostraram que algumas tarefas que focam em detectar lacunas em padrões sonoros podem ajudar a prever quão bem alguém consegue entender a fala em meio ao barulho.

Importância do Tom na Audição

Quando ouvimos alguém falando, não escutamos só as palavras; também percebemos o tom, que é essencial para entender a fala. Neste estudo, os pesquisadores estão explorando tarefas auditivas que simulam padrões naturais de fala usando sons cuja frequência muda ao longo do tempo, semelhante ao que acontece na fala natural. Isso torna as tarefas mais relacionadas a situações de conversa reais.

Pesquisas anteriores já exploraram como padrões de frequência sonora que mudam estão relacionados à compreensão da fala. Alguns estudos indicaram que certos padrões de frequência podem prever quão bem alguém consegue seguir a fala em meio ao barulho, enquanto outros padrões não mostraram resultados significativos. O objetivo aqui é examinar novas tarefas auditivas que incorporam mudanças de tom e ver se elas podem prever melhor a capacidade de alguém em entender a fala em meio ao ruído.

Harmônicos e Seu Papel

Quando ouvimos a fala, escutamos uma mistura de sons chamada harmônicos. Esses harmônicos, que estão intimamente relacionados ao tom, desempenham um papel crucial na nossa percepção de sons em ambientes barulhentos. A importância do tom nessas situações se torna mais evidente, especialmente em pessoas com melhores habilidades linguísticas ou auditivas.

Os pesquisadores desenvolveram novos estímulos auditivos que focam na estrutura harmônica da fala em vez de figuras não harmônicas usadas em estudos anteriores. Extraindo a frequência fundamental de frases faladas, criaram um novo estímulo auditivo dinâmico chamado estímulo de figura-fundo dinâmico (AFG-Dynamic). Esse novo estímulo busca ser mais próximo dos sons da fala natural sem usar uma linguagem complexa.

Diferentes Faixas de Frequência

Para investigar como diferentes faixas de frequência afetam nossa capacidade de entender a fala em meio ao barulho, o AFG-Dynamic foi adaptado para incluir componentes de baixa e alta frequência. Trabalhos anteriores sugeriram que ouvir bem as frequências mais altas é crucial para entender a fala em meio ao ruído. No entanto, não se sabia muito sobre como sons complexos em várias faixas de frequência influenciam a compreensão da fala.

Prevendo a Compreensão da Fala

O primeiro objetivo deste estudo era descobrir se os novos testes auditivos dinâmicos de figura-fundo podiam prever o desempenho de alguém em tarefas de fala-em-ruído. Os pesquisadores acreditavam que tanto as versões de baixa frequência quanto as de alta frequência desses testes poderiam explicar variações adicionais na compreensão da fala além do que é determinado pelos testes auditivos tradicionais.

Como a fala é muitas vezes dinâmica com frequências que mudam, enquanto palavras isoladas mantêm um padrão de frequência estático, os pesquisadores esperavam que o teste de frequência fixa previsse melhor a compreensão de palavras isoladas. Em contraste, as tarefas dinâmicas com mudanças de tom ofereciam melhores percepções sobre a compreensão de frases.

Métricas Usadas no Estudo

Para medir quão bem os participantes se saíram na compreensão da fala em meio ao barulho, vários testes foram realizados:

  1. Teste de Palavra em Ruído (WiN): Esse teste apresentou palavras monossilábicas misturadas com ruído de fundo.
  2. Teste de Frase em Bolhas (SiB): Os participantes tinham que ouvir frases que também estavam misturadas com barulho de múltiplos falantes.
  3. Medida Subjetiva de Autorrelato: Isso envolveu os participantes refletindo sobre suas próprias experiências com sons em áreas barulhentas.

Essas diferentes avaliações tiveram como objetivo capturar vários aspectos da capacidade auditiva, especialmente em ambientes sonoros complexos.

Relações Entre as Medidas

O segundo objetivo deste estudo foi analisar como essas diferentes medidas de avaliação se relacionavam entre si e como fatores como idade e limiares auditivos contribuíam para a compreensão geral da fala em meio ao barulho.

O estudo envolveu participantes com uma ampla faixa etária e limiares auditivos variados. Era importante garantir que os participantes não tivessem problemas auditivos subjacentes ou estivessem tomando medicamentos que pudessem afetar sua audição.

Apresentação de Tarefas e Coleta de Dados

Os participantes passaram por uma série de testes em uma ordem específica, incluindo tarefas que mediam sua capacidade auditiva geral e seu desempenho em diferentes avaliações auditivas. Durante os testes, os sons eram entregues por meio de fones de ouvido.

Analisando os Resultados

Para descobrir relações entre as diferentes tarefas, os pesquisadores usaram testes de correlação e análise de regressão. Eles examinaram quão bem as novas tarefas auditivas podiam prever o desempenho nos testes de fala em ruído, considerando outros fatores como idade e limiar auditivo.

Resultados sobre o Desempenho em Fala em Ruído

Os resultados indicaram uma forte conexão entre o desempenho em tarefas de fala em ruído e as tarefas de figura-fundo auditivas. Melhorias foram notadas em como as tarefas de frequência dinâmica podiam prever melhor a compreensão da fala em meio ao ruído de fundo em comparação com os testes de frequência fixa.

Além disso, as descobertas sugeriram que tarefas auditivas que medem habilidades de segregação sonora eram melhores preditores para a compreensão da fala do que apenas os limiares auditivos sozinhos.

Implicações da Idade e dos Limiar Auditivos

Os pesquisadores também notaram que idade e limiares auditivos desempenhavam papéis cruciais na compreensão da fala em meio ao ruído. Participantes mais velhos e aqueles com limiares auditivos mais baixos tendiam a ter mais dificuldade em acompanhar conversas em ambientes barulhentos.

Avançando

O estudo abriu novas possibilidades para testar o processamento auditivo sob a perspectiva da audição em ambientes complexos. Destacou o potencial das tarefas auditivas dinâmicas de figura-fundo para se tornarem ferramentas úteis para avaliar a compreensão da fala além das medidas auditivas tradicionais.

Estudos futuros poderiam expandir o escopo, incluindo participantes com deficiências auditivas ou testando indivíduos que usam implantes cocleares. Isso poderia ajudar a determinar se as novas tarefas ainda seriam eficazes para prever a compreensão da fala nessas populações.

Conclusão

Resumindo, a capacidade de ouvir e entender a fala em ambientes barulhentos é um processo complexo influenciado por vários fatores. O desenvolvimento de novas tarefas auditivas que incorporam frequências em mudança e estruturas harmônicas pode fornecer melhores insights sobre essa habilidade. A pesquisa contínua nessa área pode melhorar tanto nossa compreensão da audição quanto as ferramentas que usamos para avaliá-la.

Fonte original

Título: Predicting speech-in-noise ability with static and dynamic auditory figure-ground analysis using structural equation modelling

Resumo: Auditory figure-ground paradigms assess the ability to extract a foreground figure from a random background, a crucial part of central hearing. Previous studies have shown that the ability to extract static figures (with fixed frequencies) predicts real-life listening: speech-in-noise ability. In this study we assessed both fixed and dynamic figures: the latter comprised component frequencies that vary over time like natural speech. 159 participants (aged 18-79) with a range of peripheral hearing sensitivity were studied. We used hierarchal linear regression and structural equation modelling to examine how well speech-in-noise ability (for words and sentences) could be predicted by age, peripheral hearing, and static and dynamic figure-ground. Regression demonstrated that in addition to the audiogram and age, the low-frequency dynamic figure-ground accounted for significant variance of speech-in-noise, higher than the static figure-ground. The structural models showed that a combination of all types of figure-ground tasks predicted speech-in-noise with a higher effect size than the audiogram or age. Age influenced word perception in noise directly but sentence perception indirectly via effects on peripheral and central hearing. Overall, this study demonstrates that dynamic figure-ground explains more variance of real-life listening than static figure-ground, and the combination of both predicts real-life listening better than hearing sensitivity or age.

Autores: Xiaoxuan Guo, E. Benzaquen, E. Holmes, J. I. Berger, I. Brühl, W. Sedley, S. Rushton, T. Griffiths

Última atualização: 2024-09-14 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.08.611859

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.08.611859.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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