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Desafios no Combate à Cegueira dos Rios na Tanzânia

Um estudo destaca os fatores principais que afetam a participação na Ivermectina no Distrito de Ulanga.

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Índice

A Oncocercose, conhecida como cegueira dos rios, é uma doença causada por um verme minúsculo chamado Onchocerca volvulus. Esse verme é espalhado pelas picadas de moscas pequenas conhecidas como moscas pretas, que se reproduzem em rios e córregos de água rápida. A doença é uma grande preocupação de saúde em várias partes da África, especialmente na Tanzânia.

Como a Oncocercose se Espalha

A mosca preta pica as pessoas e passa o verme para a corrente sanguínea. Uma vez dentro do corpo, os vermes podem viver por vários anos e produzir mais vermes minúsculos, o que pode causar problemas de saúde significativos. Quando os vermes minúsculos morrem, eles podem desencadear reações severas no corpo, levando a sintomas como coceira, erupções cutâneas e, nos casos mais graves, perda de visão.

Esforços de Tratamento

Uma das principais maneiras de controlar a cegueira dos rios é através de uma estratégia chamada Tratamento Direcionado pela Comunidade com Ivermectina (CDTI). Essa estratégia envolve dar um remédio chamado Ivermectina para as pessoas nas comunidades afetadas. O objetivo é fornecer esse tratamento para todos na comunidade todos os anos. Quando um número suficiente de pessoas toma o remédio, isso ajuda a parar a propagação da doença.

Esforços recentes mostraram que quando mais pessoas tomam Ivermectina a cada ano, as taxas de cegueira dos rios diminuem. No entanto, para a eliminação total, é essencial que todos nas áreas onde a doença está presente tomem a medicação toda vez que ela for distribuída. Isso significa que até as pessoas que parecem saudáveis precisam participar do programa.

Oncocercose na Tanzânia

Na Tanzânia, a cegueira dos rios é uma questão significativa de saúde pública, sendo uma das doenças tropicais negligenciadas mais comuns. O país estabeleceu a meta de eliminar a cegueira dos rios até 2025. No entanto, o sucesso depende muito da adesão dos membros da comunidade ao tratamento durante as campanhas.

O Distrito de Ulanga, uma área conhecida pelas altas taxas de cegueira dos rios desde a década de 1960, tem dado Ivermectina aos seus residentes desde 1998. Apesar desses esforços, a doença continua a se espalhar, levantando preocupações sobre se pode ser totalmente controlada.

Pesquisas realizadas em 2009 e 2017 encontraram que a prevalência da cegueira dos rios em Ulanga era bastante alta. O número de pessoas mostrando sinais visíveis da doença continua sendo um problema, e há evidências sugerindo que as moscas pretas ainda carregam a infecção nessa área.

Objetivos do Estudo

Este estudo foi criado para descobrir quantas pessoas em Ulanga estão realmente tomando Ivermectina durante as campanhas de tratamento e quais fatores influenciam a decisão delas de tomar o remédio.

Área do Estudo

A pesquisa aconteceu no Distrito de Ulanga, localizado na parte sudeste da Tanzânia. Esse distrito é montanhoso, com vários rios que são criadouros de moscas pretas. De acordo com o censo de 2012, Ulanga tinha mais de 265.000 residentes, organizados em divisões e bairros, com uma parte significativa da população vivendo em áreas rurais.

Desenho e População do Estudo

O estudo usou um método que envolvia selecionar aleatoriamente domicílios em diferentes vilarejos de Ulanga. Os pesquisadores focaram em membros da comunidade com 15 anos ou mais que tinham participado do programa de Ivermectina por pelo menos um ano. Aqueles que estavam isentos de tomar o remédio durante as campanhas, como crianças pequenas e mulheres grávidas, não foram incluídos.

Tamanho da Amostra

Para determinar o número de participantes necessários para o estudo, os pesquisadores basearam suas estimativas em dados anteriores que sugeriam que cerca de 78% das pessoas na área tinham tomado Ivermectina. Com uma margem de erro de 5% e considerando aqueles que poderiam não participar, os pesquisadores miraram em um mínimo de 503 participantes.

Coleta de Dados

Os pesquisadores coletaram dados de domicílios selecionados aleatoriamente em quatro vilarejos. Eles também reuniram informações de unidades de saúde na área. Uma ferramenta especialmente projetada foi usada para avaliar quão bem a comunidade entendia e participava do programa de Ivermectina. A coleta de dados envolveu entrevistas e uma revisão dos registros dos distribuidores de medicamentos da comunidade.

Os dados foram gerenciados usando dispositivos móveis, permitindo entrada e monitoramento em tempo real. Os pesquisadores garantiram que todos os participantes consentissem em participar do estudo, e sua confidencialidade foi protegida.

Resultados da Pesquisa

Um total de 502 participantes foi incluído no estudo, com uma taxa de resposta de 96%. A idade média era de cerca de 38 anos, e a maioria era feminina. A cobertura do tratamento com Ivermectina em Ulanga foi encontrada variando entre 68% e 84% em diferentes vilarejos. No entanto, essa cobertura ainda está abaixo do alvo de 85% estabelecido pela Organização Mundial da Saúde para controle eficaz da doença.

O estudo revelou que adultos mais jovens, principalmente aqueles com 15 a 34 anos, eram mais propensos a tomar a medicação em comparação com indivíduos mais velhos. Alta adesão foi encontrada entre aqueles que moravam na área há mais tempo, indicando que a familiaridade com a comunidade e seus desafios de saúde desempenha um papel na decisão de tomar o remédio.

Fatores Influentes

Vários fatores foram identificados que afetam se as pessoas tomam Ivermectina. O conhecimento sobre o ciclo de tratamento foi crucial; aqueles que entendiam que o remédio é distribuído uma vez por ano eram mais propensos a participar. Além disso, indivíduos que acreditavam que a Ivermectina ajuda a prevenir a cegueira dos rios eram significativamente mais propensos a tomá-la.

Por outro lado, alguns moradores expressaram medo sobre os efeitos colaterais do remédio, o que os deixou hesitantes em participar. Mal-entendidos e mitos sobre a Ivermectina eram prevalentes, como a crença de que poderia causar impotência ou outros problemas de saúde graves.

Recomendações para Melhoria

Para melhorar a participação no programa de Ivermectina, é essencial aumentar a conscientização e educação da comunidade. Comunicação eficaz sobre os benefícios da Ivermectina e desmistificação dos mitos em torno de seu uso podem levar a uma maior adesão. Campanhas de saúde lideradas pela comunidade poderiam desempenhar um papel significativo em abordar essas preocupações e promover uma melhor compreensão da doença e seu tratamento.

Conclusão

Apesar dos esforços contínuos por mais de 20 anos no Distrito de Ulanga, muitas pessoas ainda não tomam a medicação de Ivermectina como parte da campanha de tratamento. O estudo mostra que idade, tempo de permanência e crenças sobre o remédio influenciam significativamente a participação. Se esses fatores forem compreendidos e abordados, será mais fácil melhorar a adesão ao remédio e, em última análise, trabalhar para eliminar a cegueira dos rios na Tanzânia.

Limitações do Estudo

Uma limitação deste estudo é o momento da coleta de dados, que ocorreu alguns meses após a última campanha de tratamento, o que pode ter levado a um viés de lembrança. No entanto, o uso de registros comunitários ajudou a garantir a confiabilidade das descobertas. A natureza única das tabletas de Ivermectina também ajuda na lembrança, dada sua aparência distinta.

Ao enfrentar os problemas em torno da adesão ao remédio por meio da educação comunitária e abordando os equívocos, pode ser possível aumentar a participação no programa de Ivermectina, crucial para eliminar a cegueira dos rios na Tanzânia.

Fonte original

Título: Mass drug administration coverage and determinants of drug uptake for elimination of Onchocerciasis in Ulanga District

Resumo: BackgroundOnchocerciasis remain to be an important public health problem targeted for elimination in Tanzania. Ulanga District was known for its high endemicity since 1960s and has been implementing MDA through Community Directed Treatment with Ivermectin (CDTI) strategy since 1998. However, current reports indicate high prevalence of Onchocerciasis in both human and vector species probably because of poor treatment coverage indicating limited evidence for transmission. This study was conducted to assess treatment coverage and explore determinants of drug uptake during MDA program. MethodsA cross-sectional community-based study using multistage cluster sampling was carried out in Ulanga District, Morogoro Tanzania from April-June 2019. Study participants were randomly selected from households and interviewed using a structured questionnaire. Modified Poisson regression was performed to determine independent factors associated with MDA uptake. ResultsA total of 502 participants were recruited during the study period with a response rate of 96%. The majority (67%) were females, and the mean age of the study participants was 37.8 {+/-}15 years with an age range of 25-34 (25.5 %). MDA coverage for the studied villages was as follows; Mawasiliano (68%) Uponera (83%), Isongo (84%) and Togo (79%). The drug uptake for all villages was below the optimal coverage recommended by WHO (85%) for successful transmission interruption. Having an age of [&le;] 24 years [Adjusted Prevalence Ration (APR) = 3.9(95% CI:1.9-8.3), p < 0.05)], Living in the village for at least a year [APR = 3.4 (95% CI:2.4-4.8), p

Autores: Ambakisye Kuyokwa Mhiche, D. Gasarasi, G. Kabona, A. Hussein, A. M. Abade

Última atualização: 2024-05-17 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.05.16.24307467

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.05.16.24307467.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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