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Abordando a Diversidade na Pesquisa em Educação em Biologia

Um olhar sobre a necessidade de inclusão nos estudos de educação em biologia.

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A pesquisa em educação em biologia (BER) é uma área nova que mistura ciências naturais com ciências sociais. Nos últimos anos, os pesquisadores desse campo têm focado em como os alunos aprendem e se envolvem com a biologia, dando mais atenção para tornar as salas de aula mais inclusivas e justas. Manter os alunos engajados nos cursos de biologia virou um assunto crucial de discussão nessa pesquisa, já que desafios parecidos aparecem em outras áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).

O Estado Atual da Pesquisa em Educação em Biologia

Um número crescente de estudos mostra que a BER prefere métodos quantitativos, o que faz com que insights valiosos que métodos qualitativos poderiam trazer fiquem de fora. Embora métodos quantitativos possam mostrar tendências gerais com números, eles têm suas limitações, especialmente na representação das experiências de Grupos marginalizados. Essas limitações vêm muitas vezes de tamanhos de amostra pequenos ou escolhas de design que acabam agrupando diferentes grupos marginalizados juntos, não conseguindo destacar os desafios únicos que cada indivíduo enfrenta dentro desses grupos.

Além disso, muita da pesquisa em educação foca em fatores de nível individual que afetam o sucesso dos alunos, ao invés de considerar questões estruturais mais amplas que impactam os resultados. Abordar essas questões maiores é importante para reter alunos e promover Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) na educação em biologia.

Uma Revisão da Literatura

Para entender melhor como o campo da BER está lidando com a DEI, foi feita uma revisão minuciosa de estudos publicados em importantes revistas de biologia. Essas revistas são fontes chave de informação para educadores de biologia que buscam melhorar suas práticas de ensino e pesquisa. Elas desempenham um papel significativo na formação da cultura e normas no campo da educação em biologia.

As sociedades científicas estão cada vez mais focando em promover diversidade, equidade e inclusão em STEM. Essas sociedades influenciam uma ampla gama de partes interessadas que podem promover mudanças nas práticas educacionais. No entanto, ainda existe uma tensão entre o desejo de apresentar pesquisas acadêmicas rigorosas e a necessidade de ferramentas práticas que educadores possam implementar em suas salas de aula.

Lacunas na Pesquisa Atual

Estudos recentes revelam que o cenário atual da BER não inclui de forma suficiente abordagens qualitativas e desagregadas que olhem como diferentes grupos experienciam a educação. Análises anteriores, embora perspicazes, podem não capturar o foco atual em DEI nos campos STEM.

Por exemplo, estudos mais antigos mostraram que muitos artigos usavam predominantemente métodos quantitativos e enfatizavam questões de nível individual em vez de contextos de grupo ou estruturais. Além disso, descobriram que o cenário da maioria das pesquisas em educação em biologia era dentro da sala de aula, frequentemente usando métricas como notas para avaliar o sucesso dos alunos ao invés de contextos sociais mais amplos que afetam a educação.

Abordagens qualitativas são essenciais porque oferecem insights mais profundos sobre experiências individuais. Por exemplo, estudos etnográficos podem revelar como diferentes interações entre alunos em grupos de laboratório influenciam seus resultados educacionais. Entender essas dinâmicas requer levar em conta os contextos sociais, culturais e institucionais em que o aprendizado ocorre.

A Necessidade de Práticas de Pesquisa Inclusivas

Há uma necessidade urgente de examinar como diferentes identidades e experiências moldam os resultados dos alunos na educação em biologia. Muitos estudos historicamente se concentraram nas experiências de homens brancos, generalizando esses achados para todos os alunos, muitas vezes ignorando os desafios únicos enfrentados por grupos marginalizados. Agrupar grupos diversos em uma única categoria pode levar a suposições imprecisas sobre suas necessidades e experiências.

Os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) têm incentivado os pesquisadores a incluir dados raciais e étnicos diversos nos estudos desde meados da década de 1990. Apesar disso, grupos marginalizados frequentemente permanecem sub-representados. Isso significa que, quando a pesquisa envolve esses grupos, eles frequentemente são combinados em categorias maiores, o que obscurece diferenças importantes em suas experiências.

Nível de Análise na Pesquisa Educacional

O nível de análise na BER é outra preocupação importante. Muitos estudos focam em fatores de nível individual, frequentemente enraizados em teorias psicológicas, para diagnosticar problemas como notas baixas e taxas de evasão escolar. Esse foco limitado ignora condições estruturais que contribuem para esses problemas.

Perspectivas sociológicas e antropológicas oferecem quadros valiosos para entender experiências educacionais em níveis de grupo e sistêmicos. Por exemplo, estudos mostraram que a rede social de um aluno pode influenciar significativamente sua capacidade de persistir na área de estudo escolhida. Reconhecer como essas redes funcionam dentro das disciplinas de engenharia também pode esclarecer as experiências de alunos marginalizados em biologia.

Abordagens Colaborativas para Pesquisa

Para abordar essas lacunas, é essencial promover colaboração entre pesquisadores com expertise em diferentes metodologias. Integrar abordagens de ciências sociais na pesquisa em educação em biologia pode melhorar a compreensão dos vários fatores que afetam o sucesso dos alunos. Acadêmicos de sociologia, antropologia e outros campos relacionados podem contribuir com insights significativos sobre as complexidades das experiências educacionais que muitas vezes são ignoradas na pesquisa tradicional em biologia.

Essa colaboração interdisciplinar também pode ajudar educadores de biologia a aplicar novas teorias e métodos em suas práticas de ensino. Por exemplo, estudos que utilizam tanto métodos quantitativos quanto qualitativos podem fornecer uma visão mais abrangente das experiências dos alunos, possibilitando que educadores desenhem intervenções mais eficazes.

Questões de Pesquisa para o Futuro

Dado o estado atual da BER, várias questões de pesquisa surgem:

  1. Que tipos de métodos de pesquisa estão sendo utilizados na pesquisa em educação em biologia?
  2. Como os grupos marginalizados são definidos e conceptualizados dentro dessa pesquisa?
  3. Que quadros os pesquisadores usam para analisar os achados, especialmente entre quadros de nível individual e estruturais?

Responder a essas perguntas não só ajuda a medir o progresso da BER, mas também informa esforços de pesquisa futuros voltados para promover equidade e inclusão na educação em biologia.

Metodologia

Para investigar a literatura sobre DEI na pesquisa em educação em biologia, foi adotada uma abordagem sistemática. Uma amostra de artigos de pesquisa relacionados à diversidade, equidade e inclusão foi coletada de revistas associadas a grandes sociedades profissionais de biologia. Analisar esses artigos ajuda a identificar tendências na pesquisa e áreas que precisam de melhorias.

A busca por artigos relevantes focou em palavras-chave específicas como "diversidade," "equidade," e "inclusão." Uma revisão minuciosa dos resumos foi feita para filtrar artigos de pesquisa que realmente abordassem esses tópicos. Um total de 1.293 artigos foi inicialmente identificado, levando a um processo de refinamento que reduziu a amostra para 93 artigos focados em grupos marginalizados.

Resultados

Na análise dos artigos selecionados, vários achados chave surgiram. A maioria dos estudos usou métodos quantitativos, frequentemente empregando pesquisas ou dados escolares para medir os resultados dos alunos. Métodos qualitativos, como entrevistas e observações, foram utilizados com menos frequência. Essa dependência de dados quantitativos pode limitar a compreensão das experiências sutis de alunos marginalizados.

Entre os artigos focados em grupos raciais ou étnicos específicos, a maioria caiu em categorias amplas como "minorias sub-representadas," mostrando que muitos estudos não desagregaram os dados para destacar experiências individuais. Apenas um pequeno número de artigos abordou identidades sexuais e de gênero.

Quanto aos níveis de análise, a maioria das pesquisas focou nas dinâmicas de sala de aula, que, embora valiosas, muitas vezes negligenciam condições estruturais mais amplas que afetam as experiências dos alunos. Apenas uma pequena fração dos estudos adotou uma abordagem estrutural, falhando em abordar barreiras sistêmicas enfrentadas por alunos marginalizados.

Implicações para Pesquisas Futuras

Os achados destacam a necessidade de expandir o repertório metodológico dentro da pesquisa em educação em biologia. Incorporar abordagens qualitativas e mistas poderia aprimorar a compreensão das experiências dos alunos e informar intervenções mais eficazes.

Além disso, aumentar o foco em grupos diversos e desagregar dados pode fornecer insights mais ricos sobre os desafios únicos que diferentes alunos enfrentam. Parcerias colaborativas entre pesquisadores em biologia e aqueles em ciências sociais podem ajudar a construir uma imagem mais completa de como promover diversidade e equidade na educação.

Conclusão

À medida que o campo da pesquisa em educação em biologia continua a evoluir, é fundamental reconhecer a importância de incorporar metodologias e perspectivas diversas. Ao ampliar o escopo da pesquisa para incluir abordagens qualitativas e dados desagregados, os pesquisadores podem obter insights mais profundos sobre as experiências dos alunos e desenvolver estratégias mais eficazes para promover diversidade e inclusão na educação em biologia.

Esforços de pesquisa futuros devem priorizar a colaboração entre diferentes disciplinas, garantindo que uma ampla gama de insights possa informar práticas que, em última análise, melhorem as experiências educacionais de todos os alunos. Com um compromisso com a inclusividade e a equidade, o campo da pesquisa em educação em biologia pode contribuir para mudanças significativas que beneficiem as futuras gerações de alunos.

Fonte original

Título: A systematic review of professional society-backed biology education DEI research: The groups, research methods, and levels of analyses comprising the field

Resumo: This integrative literature review analyzes the corpus of biology education research published in the main biology education journals of major professional societies. The goal of this analysis is to determine which approaches (including groups of focus, research methods, and settings/perspectives) from social science fields (i.e., psychology, sociology, and anthropology) are utilized in published peer-reviewed biology education research relating to diversity, equity and inclusion (DEI). Scoping how social science approaches are used in this area is important to understanding whether biology education research could benefit from complementary approaches that might advance praxis. This analysis found that research informing the biology education community draws heavily from psychological perspectives that are overwhelmingly not disaggregated (78% of articles identifying a group used a lumped together one), are by far more quantitative (58% used survey, 26% grades, 20% school data) than qualitative (17% used interview, 10% observation), and did not (72%) adopt structural approaches. The addition of missing contributions from social science is critical to advancing interventions to broaden STEM participation given that merging paradigms can offer more robust, multi-level explanations for observed phenomena. This has important implications for education, biology education, biology education research, social science, and research in related STEM fields.

Autores: Rebecca Campbell-Montalvo, C. Idlebird, G. S. McDowell, E. Blosser, R. Harvey, J. Marcette

Última atualização: 2024-09-20 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.19.613887

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.09.19.613887.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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