Entendendo o Impacto das CNVs na Função Cerebral
Este estudo mostra como variações genéticas influenciam a estrutura do cérebro e o desempenho cognitivo.
― 9 min ler
Índice
As variações no número de cópias (CNVs) são mudanças na quantidade de cópias de um gene específico no DNA de uma pessoa. Essas variações podem influenciar bastante o desenvolvimento do cérebro, a Saúde Mental e até como nossos Cérebros funcionam e se parecem. Algumas CNVs estão ligadas a riscos maiores para problemas como esquizofrenia, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e transtorno do espectro autista (TEA). Os pesquisadores também encontraram conexões entre certas CNVs e baixos escores de inteligência.
Apesar de serem importantes, ainda sabemos pouco sobre como a maioria das CNVs individuais afeta o cérebro e o comportamento. Grande parte das pesquisas sobre CNVs foca em grupos de pessoas, o que pode esconder as diferenças que existem entre os indivíduos. Essa abordagem em grupo funciona mais para CNVs comuns, dificultando o estudo de variantes mais raras que podem ter efeitos fortes. Para entender de verdade como CNVs específicas influenciam a estrutura do cérebro e o pensamento, a pesquisa precisa focar mais nas diferenças individuais.
Outro ponto sobre CNVs é que elas podem afetar vários processos ao mesmo tempo. O impacto delas pode variar dependendo das interações com outros fatores genéticos e com o ambiente. Isso torna o efeito de cada CNV único para a pessoa que a carrega, o que complica ainda mais a compreensão de como elas se relacionam com a saúde mental geral. A maioria dos estudos tradicionais sobre CNVs compara grupos de indivíduos afetados a grupos de controle, que trouxe informações importantes, mas ainda não aborda toda a gama de efeitos que as CNVs têm sobre os indivíduos.
Este estudo propõe uma nova abordagem usando modelos em larga escala que conseguem levar melhor em conta as diferenças individuais. Aplicando esses modelos, os pesquisadores podem obter escores para indivíduos em diversos testes de imagem, permitindo uma visão mais precisa de como CNVs específicas se relacionam com características do cérebro e comportamento. Esses modelos focam nas diferenças entre os indivíduos em vez de fazer uma média, tornando possível identificar padrões que podem ser ignorados em estudos em grupo.
A criação de perfis de risco individuais pode revelar insights sobre como as CNVs afetam a estrutura do cérebro e ajudar a entender melhor a saúde mental. As condições de saúde mental podem variar em gravidade, e as pessoas podem ter experiências diferentes com essas condições. Este estudo busca explorar esses impactos individuais, focando em como CNVs específicas se relacionam com a estrutura do cérebro e comportamento de uma forma personalizada.
Métodos e Materiais
Os dados utilizados para esta pesquisa vêm de estudos previamente aprovados. Isso significa que todas as diretrizes éticas foram seguidas, e os conjuntos de dados estão disponíveis para acesso público. Neste trabalho, analisamos dois tipos principais de dados: características de neuroimagem relacionadas à estrutura do cérebro e medidas de imagem que mostram como o cérebro está funcionando.
Um panorama do fluxo de trabalho analítico é importante para entender como o estudo está estruturado. Primeiro, os pesquisadores identificam participantes com certas CNVs que se sabe estarem ligadas a problemas de saúde mental e do cérebro. Então, eles constroem modelos para analisar os achados de estudos de neuroimagem. Após identificar o número de desvios significativos na estrutura do cérebro desses indivíduos, eles podem compará-los ao que seria esperado em uma população típica. Finalmente, eles analisam como esses escores de desvios se correlacionam com habilidades cognitivas.
O passo inicial envolve a análise de dados de uma amostra grande, incluindo milhares de participantes. Medidas específicas de imagem são coletadas, depois limpas e ajustadas para padronizar os achados em diferentes locais de teste. A pesquisa visa descobrir quais medidas de imagem mostram mais variação para indivíduos que carregam CNVs.
Selecionando os Dados Certos
Os pesquisadores focaram em 92 CNVs patogênicas que foram associadas a várias condições de saúde mental e desenvolvimento. Eles selecionaram uma CNV específica, conhecida como deleção e duplicação distal 1q21.1, como um caso chave para estudo. Essa CNV mostrou ter efeitos notáveis no funcionamento cognitivo e em mudanças estruturais no cérebro.
Após definir as CNVs alvo, os pesquisadores construíram modelos para descobrir como essas variações afetam Estruturas cerebrais individuais. Eles analisaram mudanças volumétricas no cérebro usando técnicas de imagem avançadas, permitindo o mapeamento preciso das diferenças entre os indivíduos. Esse detalhe é essencial para avaliar com precisão como variações genéticas específicas se relacionam com o desempenho cognitivo e a saúde em geral.
Analisando Diferenças Individuais
O estudo enfatiza a compreensão das variações individuais contando os desvios das medidas normativas estabelecidas. Isso significa olhar como a estrutura do cérebro de um indivíduo se compara a um amplo grupo de referência. Ao dividir isso em desvios positivos e negativos, os pesquisadores podem identificar áreas onde a estrutura do cérebro de alguém difere significativamente da norma.
A análise de participantes com a deleção 1q21.1 destacou que esses indivíduos muitas vezes mostraram escores de desvio cerebral mais significativos, sugerindo que seus cérebros podem se desenvolver de maneira diferente em comparação àqueles sem essa CNV. Por outro lado, indivíduos com a duplicação 1q21.1 mostraram padrões de desvio diferentes, indicando que suas estruturas cerebrais também variam de maneiras específicas.
Compreender essas mudanças localizadas é crucial para entender como as CNVs se relacionam com resultados Cognitivos e comportamentais. O estudo revela como certas áreas do cérebro podem ser mais afetadas por essas variações, ajudando a criar um quadro mais claro de como fatores genéticos influenciam a saúde mental.
Explorando Implicações Cognitivas
O estudo também examina como as CNVs podem impactar o desempenho cognitivo. Os pesquisadores hipotetizaram que indivíduos com CNVs específicas mostrariam escores de desvio maiores em áreas do cérebro ligadas à função cognitiva. Eles descobriram que aqueles com um número maior de escores de desvio negativos tendiam a ter pontuações mais baixas em testes cognitivos.
Essa correlação sugere que, à medida que certas regiões do cérebro mostram maiores contrações ou reduções de volume, isso pode estar ligado a uma diminuição na habilidade cognitiva. Por outro lado, desvios positivos podem indicar áreas onde os volumes cerebrais são maiores do que o esperado, o que também pode ter implicações para a função cognitiva.
Os achados implicam uma relação entre a estrutura do cérebro e os resultados cognitivos, reforçando a ideia de que entender desvios individuais pode informar nosso conhecimento sobre saúde mental e desempenho cognitivo.
Implicações para a Compreensão da Saúde Mental
Essa pesquisa tem implicações importantes para como entendemos a saúde mental. Sugere que simplesmente categorizar indivíduos com base em estudos de grupo pode perder nuances significativas de como variações genéticas afetam o funcionamento do cérebro. Focando em dados de nível individual, os pesquisadores podem obter insights sobre a ampla gama de experiências que indivíduos com a mesma CNV podem ter.
O perfil de cada indivíduo pode destacar diferentes riscos e implicações cognitivas relacionadas às suas CNVs específicas. Essa abordagem se alinha a um reconhecimento crescente na psicologia e psiquiatria de que a saúde mental muitas vezes não é uma condição única para todos. Em vez disso, envolve interações complexas entre genética, ambiente e experiências de vida individuais.
Com esse foco nas diferenças individuais, os pesquisadores podem abordar melhor as necessidades das pessoas que carregam certas CNVs. Identificando áreas específicas do cérebro que são impactadas, as intervenções podem ser melhor adaptadas para ajudar esses indivíduos a gerenciar suas condições ou melhorar sua função cognitiva.
Limitações e Direções Futuras
Apesar de este estudo apresentar uma nova abordagem para entender as CNVs, é essencial reconhecer algumas limitações. Uma limitação notável é a falta de dados de longo prazo que rastreiem as mudanças na estrutura do cérebro ao longo do tempo, especialmente em indivíduos mais jovens que podem mostrar resultados diferentes à medida que envelhecem. Essa lacuna significa que entender o impacto completo das CNVs no desenvolvimento cerebral e nas mudanças cognitivas continua sendo um desafio.
Além disso, a pesquisa destaca a necessidade de mais representação diversa nos dados. A maioria dos estudos atuais sobre CNVs é predominantemente baseada em indivíduos de ascendência europeia. Essa falta de diversidade pode afetar a generalização dos achados para populações mais amplas. Expandir a pesquisa para incluir backgrounds genéticos mais variados será vital para entender como as CNVs afetam diferentes grupos.
O estudo também sugere que pesquisas futuras poderiam se beneficiar da integração de dados longitudinais, ajudando a explorar como fatores genéticos interagem ao longo do tempo com influências ambientais. Isso poderia fornecer uma compreensão mais abrangente dos fatores que contribuem para os resultados de saúde mental, indo além de modelos estáticos para um que reflita as jornadas de vida individuais.
Conclusão
A pesquisa apresentada neste estudo estabelece as bases para uma compreensão mais profunda de como CNVs patogênicas influenciam a estrutura do cérebro e a cognição em nível individual. Focando em perfis de risco personalizados e explorando os impactos distintos de CNVs específicas, essa abordagem abre novas avenidas para pesquisa e intervenções potenciais em saúde mental.
Os resultados indicam que entender as diferenças individuais é fundamental para abordar as complexidades dos transtornos de saúde mental. Identificando padrões cerebrais únicos relacionados a CNVs específicas, os pesquisadores podem informar melhor as práticas de diagnóstico e estratégias de tratamento. Esse trabalho nos aproxima de uma abordagem mais nuançada e personalizada para a saúde mental, reconhecendo que a experiência de cada indivíduo é moldada por uma combinação única de fatores genéticos, ambientais e pessoais.
Título: Unraveling the Link between CNVs, General Cognition, and Individual Neuroimaging Deviation Scores from a Reference Cohort
Resumo: Copy number variations (CNVs) are genetic variants that can have a substantial influence on neurodevelopment, neuropsychiatric traits, and morphometric brain changes, yet their impact at the individual level remains unknown. Common case-control approaches for analyzing CNVs suffer from limitations: they are unable to inform on individual variation between carriers and preclude the study of rarer variants, due to their limited sample size. This cross-sectional study aims to map individualized brain deviation scores in individuals with pathogenic CNVs. We used normative modeling to map neuroimaging features from several large neuroimaging datasets and applied these models to understand the neurobiological profile of CNV carriers in the UK Biobank. We highlight the 1q21.1 distal deletion and duplication, as an example of our individual-level normative modeling-CNV approach. Next, we counted the number of extreme deviations for each participant from the mean and centiles of variation from population reference norms, giving us a combined risk score per participant per imaging modality. We show a high degree of heterogeneity between pathogenic CNV carriers in their implicated brain regions. For example, the cerebellum, brainstem, and pallidum show large negative deviations for specific 1q21.1 duplication carriers. For certain 1q21.1 deletion CNV carriers the caudate and accumbens show notable positive deviations. Finally, we show that negative deviations from these models are correlated to cognitive function. This study marks a starting point in understanding the impact of pathogenic CNVs on brain phenotypes, underscoring the intricacies of these genetic variations at the individual level and providing a means to study the effects of rare CNVs in carrier individuals.
Autores: charlotte fraza, i. E. Sonderby, r. boen, Y. Shi, C. Beckmann, A. Marquand
Última atualização: 2024-06-06 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.29.23298954
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.29.23298954.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.
Ligações de referência
- https://github.com/amarquand/PCNtoolkit
- https://biobank.ctsu.ox.ac.uk/crystal/field.cgi?id=21000
- https://biobank.ndph.ox.ac.uk/ukb/app.cgi?id=14421
- https://biobank.ndph.ox.ac.uk/ukb/label.cgi?id=100026
- https://www.cam-can.org/index.php?content=dataset
- https://www.nitrc.org/projects/pnc
- https://www.ukbiobank.ac.uk
- https://www.oasis-brains.org
- https://www.humanconnectome.org/study/hcp-young-adult
- https://github.com/CharFraza