Repensando os Transtornos de Humor: Uma Nova Perspectiva
Um modelo novo explora as redes cerebrais complexas por trás dos transtornos de humor.
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Transtornos de humor, como depressão e transtorno bipolar, costumam ser identificados com base em critérios específicos definidos por especialistas. Mas esses critérios nem sempre batem com os processos biológicos que rolam no cérebro. Isso pode gerar situações em que pessoas diferentes recebem o mesmo diagnóstico, mesmo que seus sintomas sejam diferentes. Por outro lado, algumas pessoas podem ter sintomas parecidos, mas diagnósticos diferentes. As formas de tratar essas condições geralmente se baseiam em como os remédios afetam a função cerebral, mas estudos recentes levantaram dúvidas sobre o quanto a gente realmente entende dessas funções cerebrais.
O Desafio de Classificar Transtornos de Humor
O principal problema está na falta de conhecimento claro sobre o que causa os transtornos de humor no cérebro. Essa incerteza dificulta a categorização precisa dos pacientes, a escolha dos participantes certos para pesquisas e a busca por tratamentos eficazes. Por conta disso, muitos com depressão maior não respondem bem aos tratamentos iniciais.
Pra melhorar nossa compreensão, um novo modelo está sendo proposto que vê os transtornos de humor como interações dentro de sistemas cerebrais complexos, ao invés de focar só em como os químicos cerebrais funcionam. Pra que um modelo seja eficaz, ele precisa atender a alguns critérios chave: reconhecer os principais sintomas, prever mudanças nos sintomas e sugerir explicações razoáveis para as variações de humor.
Redes Cerebrais e Transtornos de Humor
Nos últimos anos, os pesquisadores avançaram em estudar como diferentes partes do cérebro trabalham juntas. O cérebro pode ser pensado como uma rede composta de nós (áreas do cérebro) interligados por conexões (caminhos nervosos). Essas redes ajudam a gente a entender melhor os transtornos de humor. Três redes cerebrais críticas são consideradas envolvidas nos transtornos de humor: a Rede Executiva Central (CEN), a rede de saliência (SN) e a rede do modo padrão (DMN).
A CEN tá relacionada a pensamentos de nível mais alto, tomada de decisões e controle de impulsos. Se ela não tá funcionando bem, pode causar falta de foco e aumento da impulsividade. A SN ajuda a gente a prestar atenção em coisas importantes e decidir como reagir. A DMN fica ativa quando não estamos focados no mundo externo e tá ligada a pensamentos sobre nós mesmos.
Quando essas redes não funcionam direito, podem aparecer sintomas de transtornos de humor. Por exemplo, se a CEN e a SN estão menos ativas, isso pode levar a sentimentos de depressão. Por outro lado, se a SN tá muito ativa, pode causar mania, onde a pessoa se sente super energética e impulsiva.
A Base Biológica dos Transtornos de Humor
Embora não existam genes específicos identificados para a depressão, pesquisas mostraram que mudanças na estrutura e função dos neurônios (células cerebrais) podem ocorrer em pessoas com transtornos de humor. Certos genes foram ligados ao transtorno bipolar, indicando que pode haver fatores biológicos influenciando a função cerebral.
A conexão entre esses fatores genéticos e os transtornos de humor sugere que possam existir mudanças sutis afetando como os neurônios se comportam. Isso significa que algumas pessoas podem ser mais sensíveis a experiências emocionais por causa da forma como suas células cerebrais respondem a sinais.
Os pesquisadores também notaram mudanças na estrutura do cérebro quando as pessoas estão deprimidas ou em mania. Na depressão, pode haver redução da atividade em áreas-chave do cérebro que lidam com a regulação emocional. Em estados maníacos, algumas áreas do cérebro podem estar com atividade excessiva, levando a comportamentos impulsivos.
Modelo Proposto de Transtornos de Humor
O modelo proposto observa como essas três redes cerebrais interagem e como o nível de atividade delas muda ao longo do tempo. Sugere que as flutuações de humor resultam de desequilíbrios nessas redes, muito parecido com padrões climáticos que mudam. Usando esse modelo, os pesquisadores conseguem entender melhor os sintomas dos transtornos de humor.
Num estado saudável, as três redes trabalham juntas de forma coerente, mas nos transtornos de humor, esse equilíbrio é rompido. Por exemplo, durante episódios de depressão, a SN e a CEN podem ficar menos ativas, enquanto a DMN pode estar mais ativa. Essa mudança pode levar aos sentimentos de tristeza e isolamento comuns na depressão.
Por outro lado, durante episódios maníacos, a situação se inverte, com um aumento na atividade da SN e uma diminuição da atividade da CEN, causando ações impulsivas e níveis de energia elevados.
O Papel das Imagens Cerebrais
A ressonância magnética funcional (fMRI) é uma ferramenta que ajuda os pesquisadores a observar a atividade em áreas específicas do cérebro. Ela pode mostrar quais regiões do cérebro estão ativas durante diferentes estados emocionais. No entanto, houve algumas inconsistências nos resultados desses estudos. Fatores como tamanhos de amostra pequenos e diferenças em como os estudos são conduzidos podem afetar as descobertas.
Uma revisão de várias pesquisas de fMRI indica uma tendência geral: pessoas com depressão mostram atividade reduzida no córtex pré-frontal e em outras áreas-chave, enquanto algumas áreas como a amígdala podem estar mais ativas durante tarefas emocionais negativas.
Em estados maníacos, os achados variam. Muitos pesquisadores concordam que há aumento de atividade na amígdala e em certas outras regiões do cérebro, mas o design dos estudos e as condições dos participantes podem levar a conclusões diferentes.
Entendendo o Impacto dos Tratamentos
Quando se trata de tratar transtornos de humor, existem vários métodos, incluindo medicação e terapia. O modelo sugere que as diferenças em como as pessoas reagem ao tratamento-como antidepressivos-se devem às atividades cerebrais subjacentes. Para alguns com transtorno bipolar, antidepressivos podem levar a uma maior sensibilidade e, potencialmente, causar episódios maníacos.
Além disso, novos tratamentos como a Estimulação Magnética Transcraniana (TMS) mostram promessas. A TMS envolve o uso de campos magnéticos para estimular células nervosas no cérebro e pode servir como um método direcionado para tratar transtornos de humor, especialmente em indivíduos que não respondem aos medicamentos tradicionais.
Direções Futuras
O novo modelo enfatiza a importância de examinar pacientes com sintomas semelhantes ao conduzir pesquisas. Por exemplo, os estudos precisam incluir indivíduos não medicados para melhor examinar os efeitos dos transtornos de humor sem a influência de medicamentos. Idealmente, os pesquisadores olhariam para a atividade cerebral em pessoas durante diferentes estados emocionais para entender como os transtornos de humor se formam.
Em resumo, o novo modelo de transtornos de humor foca em entender como as redes cerebrais interconectadas refletem estados emocionais. Ao examinar como essas redes funcionam e interagem, os pesquisadores esperam encontrar tratamentos mais eficazes e melhorar a compreensão geral dos transtornos de humor. Essa abordagem também pode revelar insights sobre o diagnóstico dessas condições e ajudar os clínicos a adaptar melhor os tratamentos às necessidades de cada indivíduo.
Título: A formal model of mood disorders based on the neural circuit dynamics of the triple network model
Resumo: Psychiatric diagnoses are based on consensus and are not related to pathophysiology, leading to confusion in treatment and in basic and clinical psychiatric research. The pathology of mood disorders arises from the intrinsic function and interactions between key neural circuits of the triple network. These circuits are the central executive network composed of the dorsolateral prefrontal cortex and posterior parietal cortex; the default mode network consisting of the dorsal medial prefrontal cortex, posterior cingulate/precuneus and angular gyrus and the salience network made up of the anterior insula, dorsal anterior cingulate cortex associated with subcortical limbic nodes including the amygdala. In this work, we develop a formal model using nonlinear dynamics and network theory, which captures the dynamic interactions of these three brain networks, allowing us to illustrate how various mood disorders can arise. Recurrent circuit dynamics are modeled on the physio-dynamics of a single neural component and is dependent on a balance of total input (feedforward and feedback) and the sensitivity of activation of its neural components. We use the average percentage of maximal firing rate frequency as a measure of network activity over long periods, which corresponds to fMRI activity. While the circuits function at moderate rates in euthymia, depressive symptoms are due to hypoactivity of the CEN and SN and hyperactivity of the DMN. Mania arises from a hyperactive SN with hypofunction of the CEN and moderate to high activity of the DMN. Functional abnormalities arise from genetic or epigenetic changes, affecting either the weight of neural interconnections or the sensitivity of activation of neurons comprising the network. Decreased excitation in unipolar depressive states is caused by diminished dendritic branches and decreased density of AMPA and NMDA receptors or a decrease in glutamate released by presynaptic neurons. All bipolar states result from heightened neural sensitivity due to altered sodium, calcium, or potassium channel conductance. Our formal model of mood disorders is consistent with fMRI studies, genetic research, as well as preclinical and clinical studies.
Autores: alan lawrence rubin, M. Walth
Última atualização: 2024-06-17 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.06.16.24309000
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.06.16.24309000.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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