Inclusão Social e Reconhecimento para Pessoas com Lesão Medular
Analisando as experiências de pessoas com lesões na medula espinhal em diferentes países.
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Índice
Esse artigo analisa como as pessoas com lesões na medula espinhal (SCI) se sentem incluídas e reconhecidas na Noruega, na Holanda e na Austrália. A gente foca em dois fatores principais: 1) Limitações de Mobilidade e 2) atitudes sociais negativas em relação às pessoas com deficiência. Ao comparar experiências de diferentes países, esperamos aprender mais sobre como a inclusão social e o Reconhecimento são vividos por essas pessoas.
Limitações de Mobilidade
Limitações de mobilidade podem restringir como as pessoas se movem e acessam diferentes lugares. Essas limitações não afetam só o movimento físico, mas também podem influenciar como os indivíduos se veem e como acham que são vistos pelos outros. Por exemplo, usar uma cadeira de rodas pode ser visto como um sinal de deficiência e exclusão por algumas pessoas. Por isso, é importante diferenciar quem usa cadeira de rodas de quem consegue andar, seja com muletas ou sem.
Estudos anteriores mostraram que as pessoas que se movimentam com mais facilidade tendem a relatar níveis de bem-estar mais altos. Isso traz a ideia de que como uma pessoa se move pode impactar o seu sentimento de inclusão na sociedade. Se alguém tem limitações de mobilidade, pode se sentir menos incluído ou reconhecido pelos outros. Compreender como esses fatores interagem vai nos ajudar a ver o quadro geral da inclusão social para pessoas com SCI.
Atitudes Sociais
Atitudes negativas em relação às pessoas com deficiência desempenham um papel significativo na exclusão social. Muitos estudos destacam que as opiniões da sociedade podem apoiar a inclusão ou reforçar barreiras. Quando a sociedade tem atitudes negativas, isso pode levar a uma diminuição do sentimento de pertencimento para aqueles com deficiência. Por outro lado, o reconhecimento e o apoio dos outros podem aumentar a sensação de inclusão.
A gente quer focar nas experiências reais de inclusão e reconhecimento nas interações diárias. Ser reconhecido positivamente pode ajudar os indivíduos a se sentirem mais conectados e valorizados em suas comunidades. Por outro lado, quando as pessoas não se sentem reconhecidas, isso pode levar a sentimentos de exclusão e marginalização.
Compreender os fatores sociais pode dar uma visão de como as pessoas com limitações de mobilidade percebem seu papel e valor na sociedade. Isso é crucial para estudar como a inclusão social e o reconhecimento diferem entre várias culturas e comunidades.
A Importância da Confiança Social
Noruega, Holanda e Austrália têm algumas semelhanças quando se trata de confiança social. Alta confiança social geralmente significa que as pessoas se sentem bem sobre suas comunidades e o apoio que recebem dos outros. Esses países têm redes de proteção social fortes, incluindo saúde e benefícios de desemprego. No entanto, há diferenças em como as pessoas com deficiência vivenciam esses sistemas.
Por exemplo, a Austrália tem requisitos de elegibilidade mais rigorosos para benefícios sociais em comparação com a Noruega. Essas diferenças podem afetar como as pessoas com deficiência percebem sua inclusão e reconhecimento na sociedade. Explorar essas distinções pode revelar um quadro mais complexo de como os indivíduos se veem e seu lugar nas comunidades.
Perguntas de Pesquisa
Fizemos várias perguntas para guiar nossa pesquisa:
- Como as limitações de mobilidade afetam as experiências de inclusão e reconhecimento social?
- Essas limitações de mobilidade importam mais quando atitudes negativas da sociedade estão presentes?
- Qual o papel do país de residência na formação das experiências de inclusão e reconhecimento para as pessoas com SCI?
Coleta de Dados e Metodologia
Para responder às nossas perguntas de pesquisa, usamos dados da Pesquisa Internacional sobre a Comunidade de Lesões na Medula Espinhal. Essa pesquisa coletou respostas de pessoas com SCI que vivem na Noruega, na Holanda e na Austrália. Os participantes foram questionados sobre suas experiências de inclusão e reconhecimento em suas vidas diárias.
Coletamos informações sobre seu status de mobilidade, atitudes sociais e fatores de fundo como idade, gênero, nível de educação e status de emprego. Esse conjunto diversificado de dados nos permitiu analisar como essas variáveis podem influenciar os sentimentos de inclusão e reconhecimento.
Resultados sobre Limitações de Mobilidade
Nossa análise mostrou que as limitações de mobilidade podem impactar os sentimentos de inclusão e reconhecimento social. Pessoas que eram totalmente dependentes de cadeira de rodas experimentaram níveis diferentes de inclusão em comparação com aquelas que podiam andar com ou sem ajudas. Na Holanda, por exemplo, aqueles que usavam cadeiras de rodas manuais ou podiam andar relataram se sentir mais incluídos e reconhecidos do que aqueles dependentes de cadeiras de rodas elétricas.
Na Austrália, a associação entre mobilidade e reconhecimento foi ainda mais complexa. Enquanto alguns indivíduos que podiam andar relataram se sentir reconhecidos, outros sentiram menos respeito do que aqueles que dependiam de cadeiras de rodas. Esses insights destacam a natureza complicada da mobilidade e sua influência na percepção social.
No geral, as limitações de mobilidade realmente influenciam como indivíduos com SCI se sentem incluídos e reconhecidos. No entanto, essa relação parece ser influenciada também pelas atitudes sociais.
Atitudes Negativas e Seus Impactos
Atitudes sociais negativas mostraram ser um forte indicativo de exclusão social e falta de reconhecimento. Muitos participantes relataram sentir que as atitudes negativas da sociedade dificultaram sua participação plena. Por exemplo, uma proporção significativa de entrevistados na Austrália e na Holanda sentiu que enfrentava opiniões sociais negativas que afetavam suas vidas.
Os dados indicaram que as atitudes sociais muitas vezes ofuscam o impacto das limitações de mobilidade. Em essência, não se trata apenas de quão bem alguém pode se mover, mas também de como a sociedade vê e trata as pessoas com deficiência. Essa constatação enfatiza a importância de abordar as atitudes sociais para melhorar a inclusão social.
Gênero, Idade e Educação no Reconhecimento Social
Além da mobilidade e das atitudes sociais, Fatores Pessoais como gênero, idade e nível de educação também influenciaram os sentimentos de reconhecimento. Na Noruega, participantes mais velhos e mulheres relataram sentir mais respeito do que homens mais jovens. Da mesma forma, maior nível de educação foi associado a um maior reconhecimento em cada país, sugerindo que o status social desempenha um papel em como indivíduos com SCI percebem sua inclusão.
Na Holanda, a dinâmica de gênero teve um impacto maior nos sentimentos de inclusão em comparação com o status de emprego. Isso aponta para os contextos sociais únicos em que esses indivíduos operam e como interagem com as normas sociais.
Comparações entre Países
Entre os três países, foram observadas diferenças notáveis em como os indivíduos experimentaram inclusão social e reconhecimento. Os entrevistados noruegueses geralmente relataram níveis mais altos de inclusão e reconhecimento em comparação com seus pares na Austrália e na Holanda. Isso pode ser atribuído às políticas de bem-estar mais generosas da Noruega e ao apoio social a indivíduos com deficiência.
Por outro lado, a Austrália teve uma pontuação geral mais baixa em medidas amigáveis às deficiências. No entanto, os sistemas de apoio da comunidade e da família na Austrália podem oferecer uma fonte alternativa de inclusão para indivíduos com SCI. A Holanda apresentou uma abordagem distinta, com foco na participação como um componente chave do reconhecimento.
Conclusão
Essa investigação revela que as limitações de mobilidade estão, de fato, associadas às experiências de inclusão social e reconhecimento. No entanto, as atitudes sociais negativas são o principal indicativo de como pessoas com SCI se sentem incluídas e reconhecidas em suas sociedades.
Nosso estudo também mostra a importância de examinar experiências individuais pela lente do contexto social. Fatores como gênero, idade, educação e país de residência desempenham papéis cruciais na formação de como indivíduos com SCI percebem sua inclusão social e reconhecimento.
As descobertas sublinham a necessidade de uma abordagem abrangente que aborde tanto as limitações de mobilidade quanto as atitudes sociais para promover uma inclusão maior para pessoas com deficiência. Pesquisas futuras devem continuar explorando essas dinâmicas para melhorar a vida de indivíduos com lesões na medula espinhal e outras deficiências em diferentes sociedades.
Título: Experienced inclusion and recognition amongst people with a spinal cord injury: A comparative study in Norway, The Netherlands, and Australia
Resumo: BackgroundThe aim of this article is to study inclusion and recognition experienced amongst people with a Spinal Cord Injury (SCI) in Norway, The Netherlands, and Australia. This is approached both from the perspectives of an interest in the impact of mobility limitations versus social attitudes, and from a consideration of differences between societies. MethodsThe data derive from the core questionnaire of International Spinal Cord Injury Community Survey with extended national modules on the attitudes and values of respondents from Norway, The Netherlands, and Australia. The data gathered in 2017-18 include 2,450 participants aged 18 years or older. The data are analysed and presented with descriptive statistics and OLS regression analyses. In order to explore our main questions, we run regression controlling for country effects in addition exploring within country effects. ResultsMobility limitations are a substantially weaker predictor of self-perceived inclusion and recognition than experiences of negative attitudes towards disabled people. Stereotypical attitudes and norms in society are shown to have various impacts on inclusion in the three countries. The Norwegian respondents report overall better results on inclusion and recognition than respondents in Australia and The Netherlands, illustrating the importance of national contexts. ConclusionsChallenges associated with inclusion, recognition, and respect after SCI need to be defined in a language broader than mobility limitations and stereotypical attitudes towards people with an SCI. The main road to both inclusion and recognition in society is primarily linked to job and educational status, in addition to family and friends. The results are of particular interest as measures to support reintegration into society, including a strengthening of labour market integration programs.
Autores: Annelie Schedin Leiulfsrud, K. Ellinggard, M. W. M. Post, M. Arora
Última atualização: 2024-06-18 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.06.16.24308999
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.06.16.24308999.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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