Nova Abordagem para Entender o Ruído Quântico
Um novo modelo esclarece a dinâmica do ruído quântico na computação.
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A computação quântica é uma nova tecnologia que busca mudar a forma como fazemos cálculos complexos. No coração dela, estão os bits quânticos, ou qubits, que são diferentes dos bits normais que formam os computadores clássicos. Em vez de serem apenas 0 ou 1, os qubits podem existir em um estado de 0 e 1 ao mesmo tempo, conhecido como superposição. Essa propriedade única permite que os computadores quânticos processem uma enorme quantidade de informações ao mesmo tempo.
Mas, os qubits não são perfeitos. Eles são afetados por ruído, o que pode levar a erros nos cálculos. O ruído na computação quântica vem de várias fontes, como o ambiente ou o próprio hardware. Compreender e gerenciar esse ruído é crucial para tornar os computadores quânticos confiáveis.
Ruído Quântico?
O que éRuído quântico se refere às perturbações aleatórias que afetam os qubits. Quando medimos um qubit, seu estado colapsa para 0 ou 1, e a probabilidade de obter cada valor pode ser influenciada pelo ruído. Em uma situação ideal, as probabilidades se alinham com nossas expectativas baseadas nos estados iniciais dos qubits. Porém, devido ao ruído, os resultados reais podem mudar significativamente ao longo do tempo ou em várias tentativas do mesmo cálculo.
Esse ruído pode ser classificado em dois tipos principais:
Erros Sistemáticos: Esses ocorrem de forma consistente devido a problemas como equipamentos mal calibrados que afetam como as operações são realizadas nos qubits. Por exemplo, se um pulso de micro-ondas que deveria controlar um qubit não estiver sintonizado corretamente, pode fazer o qubit girar de forma errada.
Interferência Espúria: Isso acontece quando a ação em um qubit afeta acidentalmente qubits próximos. Por exemplo, se um qubit está sendo medido, pode mudar involuntariamente o estado do qubit vizinho.
Modelos de Ruído Existentes
Os pesquisadores desenvolveram vários modelos para descrever o ruído quântico. No entanto, muitos desses modelos têm limitações. Por exemplo, eles podem não representar com precisão como o ruído se acumula com o tempo ou a distribuição dos resultados em múltiplos experimentos.
Há uma necessidade de modelos melhorados que consigam lidar melhor com as complexidades do ruído na computação quântica. Os modelos atuais muitas vezes assumem que o ruído é constante ao longo do tempo, o que nem sempre é verdade. À medida que os algoritmos quânticos rodam por mais tempo, os efeitos do ruído podem mudar, tornando necessário adaptar nossos modelos.
Um Novo Modelo para Ruído Quântico
Para resolver os problemas com os modelos de ruído existentes, foi proposta uma nova abordagem que foca em uma caminhada aleatória de dois níveis na esfera de Bloch. A esfera de Bloch é uma forma útil de visualizar os estados de um qubit. Nesse novo modelo, tratamos o ruído que os qubits individuais experimentam como um processo aleatório que muda com o tempo, incorporando erros individuais e aqueles que afetam grupos de qubits.
O Conceito da Esfera de Bloch
A esfera de Bloch é uma representação geométrica do estado de um único qubit. Nessa esfera, qualquer ponto representa um estado possível do qubit. O polo norte representa o estado 0, e o polo sul representa o estado 1. Outros pontos na esfera representam superposições desses dois estados.
Modelando o movimento de um qubit na esfera de Bloch, os pesquisadores podem entender melhor como o ruído afeta seu estado. A caminhada aleatória nessa esfera fornece uma maneira de visualizar como o estado de um qubit muda devido ao ruído.
Dois Níveis de Caminhada Aleatória
O modelo proposto sugere que existem dois níveis de processos aleatórios afetando os qubits:
Caminhadas Aleatórias Individuais: Cada qubit passa por suas próprias mudanças aleatórias devido ao ruído, levando a uma disseminação de resultados possíveis quando as medições são feitas.
Caminhada Aleatória de Grupo: Ao longo de muitas medições, grupos de qubits são afetados de maneiras semelhantes devido a fatores ambientais compartilhados. Esse comportamento coletivo pode levar a padrões notáveis nos resultados, que modelos tradicionais podem não levar em conta.
Ao combinar esses dois níveis, o novo modelo busca fornecer uma representação mais precisa do ruído que ocorre na computação quântica.
Experimentando com o Novo Modelo
Para testar o modelo de ruído proposto, os pesquisadores desenharam experimentos usando computadores quânticos reais. Eles rodaram uma série de algoritmos em um chip quântico, medindo com que frequência conseguiram o resultado desejado (o estado 0). Mudando o número de operações realizadas nos qubits, eles puderam observar como o ruído afetou os resultados.
Os dados desses experimentos mostraram que, à medida que o número de operações aumentava, os resultados observáveis variavam mais do que o esperado. Essa descoberta se alinhou à ideia de sobredispersion, onde a variabilidade nos resultados superou o que seria normalmente previsto pelos modelos existentes.
Coletando Dados
Nos experimentos, cada algoritmo foi executado várias vezes (até 8192) para diferentes durações, permitindo que os pesquisadores coletassem estatísticas sobre os resultados. Esse teste repetido é crucial para entender o verdadeiro comportamento do sistema quântico, pois ajuda a destacar como o ruído impacta os resultados em muitas tentativas.
Os pesquisadores plotaram as frequências observadas de medir o estado 0 contra o número de operações, fornecendo insights sobre a natureza do ruído e como ele evolui ao longo do tempo.
Descobertas e Implicações
Os resultados indicaram que o novo modelo de dois níveis para ruído quântico se ajusta melhor aos dados do que os modelos anteriores. As principais observações incluíram:
Sobredispersão: Os dados experimentais mostraram um aumento na variabilidade com mais operações, dando suporte à ideia de que o ruído se acumula e muda de maneira complexa.
Capacidade Preditiva: O novo modelo pode prever limites para as probabilidades de obter certos resultados, permitindo que os pesquisadores antecipem melhor como o ruído pode afetar operações futuras.
Análise Bayesiana: Usando métodos bayesianos, os pesquisadores puderam inferir parâmetros do modelo de ruído a partir dos dados experimentais, fortalecendo a validade de suas descobertas.
Significância do Estudo
Essa pesquisa destaca os desafios que o ruído apresenta na computação quântica e fornece uma nova estrutura para entender sua dinâmica. O modelo melhorado pode ajudar a orientar futuros desenvolvimentos em algoritmos e hardware quântico, contribuindo para a criação de computadores quânticos mais confiáveis.
Limitações e Trabalhos Futuros
Apesar dos resultados promissores, ainda há limitações a serem abordadas. O comportamento de longo prazo observado nos experimentos frequentemente não correspondia às previsões teóricas, sugerindo a necessidade de um refinamento adicional do modelo.
Além disso, alguns dados experimentais exibiam padrões oscilatórios, indicando potenciais erros sistemáticos que poderiam afetar os resultados. Estudos futuros podem se beneficiar de relaxar certas suposições no modelo, abrindo caminhos para representações mais complexas do ruído que considerem tanto erros aleatórios quanto coerentes.
Testar o modelo de dois níveis em diferentes tipos de hardware quântico também poderia fornecer insights valiosos sobre sua aplicabilidade e generalizabilidade.
Conclusão
A exploração do ruído na computação quântica é vital para avançar neste campo empolgante. Ao propor e validar um novo modelo para o ruído quântico, os pesquisadores contribuem para uma compreensão mais profunda das complexidades envolvidas nas operações de qubits. Este trabalho prepara o terreno para novos avanços, ajudando a desbloquear o potencial total da tecnologia quântica na resolução de problemas reais.
Título: Overdispersion in gate tomography: Experiments and continuous, two-scale random walk model on the Bloch sphere
Resumo: Noisy intermediate-scale quantum computers (NISQ) are in their childhood, but showing high promise. One main concern for NISQ machines is their inherent noisiness, as the qubit states are subject to disturbances with each algorithmic operation applied. In this study, we conduct experiments on quantum noise. Based on our data, we show that existing noise models fail to properly capture the aggregation of noise effects over an algorithm's runtime. They are underdispersed, meaning that observable frequencies scatter much more between repeated experiments than what the standard assumptions of the binomial distribution allow for. We develop noise model for the readout probabilities as a function of the number of gate operations. The model is based on a continuous random walk on the (Bloch) sphere, where the angular diffusion coefficient characterizes the noisiness of gate operations. We superimpose a second random walk at the scale of multiple readouts to account for overdispersion. The interaction of these two random walks predicts theoretical, runtime-dependent bounds for probabilities. Overall, it is a three-parameter distributional model that fits the data better than the corresponding one-scale model (without overdispersion). We demonstrate the fit and the plausibility of the predicted bounds via Bayesian data-model analysis.
Autores: Wolfgang Nowak, Tim Brünnette, Merel Schalkers, Matthias Möller
Última atualização: 2024-07-04 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2407.03970
Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2407.03970
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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