A Batalha Entre Hospedeiros e Patógenos
Explorando a resposta imunológica a poxvírus e o papel da DNA-PK.
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Índice
- Sistema Imunológico e Patógenos
- Importância da Detecção de DNA
- Poxvírus e Suas Estratégias de Evasão
- Investigando a Função do DNA-PK em Aves
- Entendendo o DNA-PK
- Interação do Poxvírus com Células Imunes de Galinha
- Vias de Detecção
- Conservação das Estratégias de Evasão Imune
- O Papel das Proteínas do Vírus da Varíola Aviária
- Mecanismos de Ação
- Implicações Evolutivas
- Conclusão
- Fonte original
- Ligações de referência
A luta constante entre hospedeiros, como humanos e animais, e os germes que os infectam é um processo bem complicado. Essa batalha faz com que ambos os lados evoluam e se tornem mais sofisticados com o tempo. De um lado, os sistemas imunológicos dos hospedeiros são feitos pra detectar e reagir a infecções. Do outro lado, vírus e germes estão sempre desenvolvendo novas estratégias pra escapar da detecção e criar meios mais eficazes de se espalhar.
Sistema Imunológico e Patógenos
Em todos os vertebrados, um tipo de receptor conhecido como receptores de reconhecimento de padrões (PRRs) se desenvolveu pra identificar quando um patógeno tá presente. Esses receptores fazem isso se ligando a componentes específicos dos germes. Quando os PRRs são ativados, eles desencadeiam a produção rápida de proteínas que ajudam a combater infecções, como Interferons e citoquinas nos mamíferos. No entanto, muitos vírus encontraram formas de bloquear esses sinais dos PRRs. Fazendo isso, eles conseguem prolongar seu tempo de replicação e se espalhar pelo corpo do hospedeiro.
Entender como diferentes espécies reagem a infecções virais pode dar uma ideia de como essas interações evoluíram e da gravidade das doenças que podem saltar de animais para humanos.
Importância da Detecção de DNA
Um grupo importante de PRRs é responsável por detectar o DNA viral. Eles têm um papel crucial em como o hospedeiro reage aos vírus. Esses receptores conseguem detectar o DNA viral e dar início à produção de interferons. Vários sensores de DNA foram identificados e são vitais na defesa contra vírus de DNA. Por exemplo, dois sensores chamados CGAS e DNA-PK ativam uma via que leva à produção de proteínas antivirais.
Poxvírus e Suas Estratégias de Evasão
Os poxvírus são uma família de vírus bem antigos que podem infectar vários animais, incluindo aves, répteis e mamíferos. Eles têm um ciclo de vida rápido, o que significa que precisam interagir bastante com os sistemas imunológicos de seus hospedeiros. Nos mamíferos, os poxvírus conseguem iniciar a produção de interferons através das vias cGAS e DNA-PK. Mas também produzem uma variedade de proteínas que conseguem bloquear essa Resposta Imune, permitindo que o vírus continue se espalhando sem provocar uma reação imune.
Os pesquisadores estudaram o vírus da vacina, que é o poxvírus mais conhecido, pra entender como ele escapa do sistema imunológico. O vírus da vacina produz proteínas que atacam diretamente e inibem os sinais dos sensores de DNA. Por exemplo, a família de proteínas C4/C10 se liga a um componente chamado Ku, que faz parte do complexo DNA-PK, dificultando sua capacidade de alertar o sistema imunológico.
Investigando a Função do DNA-PK em Aves
Trabalhos anteriores mostraram que as galinhas têm um mecanismo de detecção semelhante pro vírus da varíola aviária, uma espécie de avipoxvírus. Este estudo buscou responder a duas perguntas específicas. Primeiro, se o DNA-PK serve como um sensor de DNA como faz em mamíferos. Segundo, se os poxvírus que infectam aves visam esse mecanismo de detecção do DNA-PK.
Os dados obtidos mostram que o DNA-PK tem um papel importante em identificar o vírus da varíola aviária e outros DNAs estranhos nas galinhas. Isso sugere que os mecanismos usados pelos poxvírus pra superar a resposta imune dependente de DNA-PK do hospedeiro são mantidos em diferentes espécies.
Entendendo o DNA-PK
O complexo DNA-PK é composto por três partes: subunidade catalítica do DNA-PK (DNA-PKcs), Ku70 e Ku80. Esse complexo é importante pra reparar quebras de DNA e manter a estabilidade do genoma em várias espécies. Nas galinhas, o DNA-PKcs, junto com o cGAS, desempenha um papel na detecção de DNA viral.
No estudo, os pesquisadores criaram linhagens knockout em células de galinha que não tinham nem Ku70 nem DNA-PKcs. Embora tenham enfrentado dificuldades em produzir knockout de Ku70, conseguiram confirmar que o DNA-PKcs mantém sua função imune. Células sem DNA-PKcs eram menos eficazes em produzir interferons quando expostas a DNA viral.
Interação do Poxvírus com Células Imunes de Galinha
O vírus da varíola aviária selvagem frequentemente consegue escapar da resposta imune usando vários inibidores da produção de interferon. No entanto, os pesquisadores usaram uma versão modificada do vírus que não tinha um conhecido imunomodulador pra ver como o sistema imunológico reagiria. Essa cepa modificada ativou as vias cGAS e STING nas células de galinha, confirmando que essas vias são fundamentais pra detectar infecções do vírus da varíola aviária.
Vias de Detecção
Pra esclarecer como as células imunes de galinha detectam o DNA viral, os pesquisadores se concentraram nos papéis de TBK1 e IRF7, proteínas cruciais pra resposta imune, em macrófagos de galinha. Após a estimulação do DNA, TBK1 ativa STING e IRF3, levando à produção de interferons. No entanto, as galinhas não têm IRF3, mas sim IRF7, que funciona de maneira semelhante pra promover respostas antivirais.
Os experimentos knockout revelaram que TBK1 e IRF7 são essenciais nas respostas imunes dirigidas por DNA nas galinhas. Sem eles, as células não conseguiram produzir interferons em resposta a infecções virais. Isso indica um mecanismo altamente conservado de detecção de DNA entre aves e mamíferos.
Conservação das Estratégias de Evasão Imune
A família de proteínas C4/C10 dos poxvírus é notavelmente preservada em diferentes espécies. Essas proteínas se ligam ao Ku, interrompendo sua capacidade de detectar DNA viral. Os pesquisadores investigaram a presença dessas proteínas em várias espécies de poxvírus, confirmando que a família C4/C10 não é apenas amplamente distribuída, mas também tem muitas cópias dentro do genoma de um vírus.
A análise mostrou que o vírus da varíola aviária contém vários homólogos de C4/C10, enfatizando a importância evolutiva dessas proteínas como estratégias de evasão imune. Apesar das variações em suas sequências, certas regiões funcionais permanecem altamente conservadas.
O Papel das Proteínas do Vírus da Varíola Aviária
Na pesquisa, proteínas específicas do vírus da varíola aviária (020 e 006) foram identificadas como essenciais na regulação das respostas imunes. Quando células de galinha foram infectadas com vírus da varíola aviária que faltavam essas proteínas, uma resposta imune mais forte foi observada, indicando que essas proteínas desempenham um papel em silenciar a resposta imune durante infecções.
O estudo também demonstrou que as respostas imunes que dependem do DNA-PK foram significativamente aumentadas na ausência dessas proteínas imunomodulatórias, confirmando ainda mais seu papel na inibição da resposta imune.
Mecanismos de Ação
A estrutura de certas proteínas do vírus da vacina foi analisada, revelando como elas se ligam ao Ku e bloqueiam sua função. Previsões semelhantes foram feitas para as proteínas da varíola aviária, sugerindo que elas também interagem com Ku70 e Ku80 das galinhas. As estruturas previstas mostram que essas proteínas do vírus da varíola aviária poderiam compartilhar um método comum de ligação, assim evitando que o sistema imunológico do hospedeiro detectasse o DNA viral.
Implicações Evolutivas
As descobertas destacam a natureza antiga das estratégias usadas pelos poxvírus pra inibir as respostas imunes do hospedeiro. Elas também ressaltam a relação evolutiva entre avipoxvírus e orthopoxvírus, sugerindo que os mecanismos de evasão imune não só são mantidos, mas também refinados ao longo do tempo.
Entender a conservação desses mecanismos poxvirais em diferentes espécies pode fornecer insights valiosos sobre como vírus emergentes poderiam se adaptar pra escapar do reconhecimento imune em novos hospedeiros, incluindo humanos. Isso pode guiar pesquisas futuras em imunologia e ajudar a prever possíveis surtos zoonóticos.
Conclusão
A pesquisa sobre as interações entre hospedeiros e patógenos é crucial, especialmente com o potencial de vírus zoonóticos atravessarem barreiras entre espécies. O estudo do DNA-PK e seu papel na imunidade contra o vírus da varíola aviária reforça a ideia de que muitos dos mecanismos de detecção imunológica são preservados entre diferentes espécies. Ao entender esses processos fundamentais, podemos nos preparar melhor para os desafios futuros impostos por doenças infecciosas e melhorar nossas estratégias para gerenciar infecções virais.
Título: Targeting DNA-PK is a highly conserved poxvirus innate immune evasion mechanism
Resumo: The sensing of viral nucleic acid by pattern recognition receptors (PRRs) is essential for initiation of a type-I interferon response against infection. Intracellular DNA sensing PRRs are responsible for initiating innate immune responses to poxviruses and other double-stranded DNA viruses. Poxviruses, in turn, encode an armoury of immunomodulators that inhibit this host defence mechanism. DNA-dependent protein kinase (DNA-PK) is an essential component of the cGAS/STING-dependent viral DNA sensing machinery that leads to the initiation of a type-I interferon response during poxvirus infection. Poxviruses counter this host sensing mechanism using the C4/C10 family of proteins that target DNA-PK, interfering with its ability to bind viral DNA. Although the DNA-PK complex, known also for its role in double strand break repair, is conserved across multiple taxa, its function in innate immunity outside mammals is unexplored. Here we analysed the contribution of DNA-PK to poxvirus DNA sensing in chickens, a species that is evolutionarily distant from mammals, but that is also infected by poxviruses. We found that DNA-PK functions as a DNA sensor in chickens, and this process is countered by C4/C10 family members found in fowlpox virus. This host/pathogen interaction is conserved across a broader range of species than other mechanisms of poxvirus antagonism of innate immune sensing, which may reflect the difficulty of the host in evolving escape mechanisms that interfere with a protein that is essential for maintenance of genomic stability.
Autores: Brian J Ferguson, M. Oliveira, P. T. Manna, D. Rodrigues, T. Allport, E. Wagner, H. Brooks, M. A. Skinner, E. S. Giotis, A. K. Chaplin, R. Guabiraba, C. E. Bryant
Última atualização: 2024-10-06 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.06.616852
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.06.616852.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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